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Abra comigo em Mateus, capítulo 5, e nós continuaremos o nosso estudo nas Bem-aventuranças. Vamos ler os primeiros 12 versículos. “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”.

Se você tem estado conosco em nosso estudo de Mateus, você então sabe que esse é o manifesto do rei. Mateus apresenta Jesus Cristo como rei. Aqui nós ouvimos o rei apresentar o manifesto do Seu reino. Agora, nós temos dito que essa é uma apresentação dupla. O nosso Senhor está dizendo a verdade a respeito de como você entra em Seu reino e como viver enquanto você estiver no seu reino. Somente o pobre de espírito entra. Somente aqueles que têm fome e sede de justiça entram. E uma vez que eles entram, eles continuam sendo pobres de espírito, eles choram, eles são mansos e eles têm fome e sede de mais justiça.

Aqui então nós chegamos na quinta bem-aventurança, versículo 7, “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. Amados, eu direi novamente, é uma coisa dupla. Para você estar no reino de Deus, você deve ser aquele que busca misericórdia. E quando você estiver no reino de Deus, você será aquele que estenderá misericórdia aos outros. Em outras palavras, a misericórdia também é uma característica daqueles no reino de Deus, sendo misericordiosos.

Agora, a religião com que Jesus se deparou em seus dias era rasa, superficial e externa. Nós aprendemos que o Senhor estava enxergando um tipo de Judaismo que era muito, muito ritualista e externo ao invés de interno. Os líderes judeus pensavam que eles estavam seguros e que eles, certamente, seriam habitantes do reino. Eles achavam que, certamente, seriam aqueles que liderariam no reino do Messias pois eles tinham uma religião formal, externa e que propagava uma auto-justiça. Eles eram orgulhosos, indiferentes, egoístas, buscando seus próprios interesses, crendo nisso por causa dos seus atos de “justiça” superficiais, sendo com certeza os escolhidos.

Porém, o fato é que não havia nada acontecendo por dentro. Na verdade, o nosso Senhor disse a essas mesmas pessoas, “Por fora, vocês são brancos e limpos, mas por dentro, vocês estão cheios de ossos de homens mortos”. É por isso que no capítulo 3, se você notar por um momento, quando João Batista entra em cena, a sua mensagem é direcionada a essa questão. No versículo 7 do capítulo 3, quando ele viu muitos dos Fariseus e Saduceus virem para o batismo, ele lhes disse, “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”. Em outras palavras, eles tinham a parte externa, mas eles não tinham internamente o que indicaria um arrependimento real. “E não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão”. Em outras palavras, não contem com a sua identidade racial externa para lhes salvar.

“Porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá, ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível”. Agora, João Batista estava falando de julgamento. Ele estava falando de um julgamento tremendo de fogo que viria sobre aqueles que não têm nada mais do que uma religião externa, que estavam passando por movimentos religiosos mas que não tinham essa realidade eterna. Isso seria julgado por Deus. O machado estava posto. O fogo estava começando a queimar. E Jesus confronta essa multidão externa, auto-justificadora e egoísta de líderes judeus e pessoas, e diz a eles que o que realmente importa é o que está por dentro. Os pobres de espírito, os que choram, os mansos, aqueles que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração e os pacificadores. Todas essas coisas são qualidades internas. Ele passou por todos aqueles supostos créditos que eles tinham ajuntado para a sua causa por fora e ele foi direto ao coração dessa questão.

Jesus Cristo sempre coloca ênfase na parte interior. Ah, ele não está despreocupado com a ação. Ele está preocupado com a ação mas somente como um produto do que está no interior. O fruto da justiça no interior produzirá a ação correta. Porém, você pode falsificar a ação sem essa realidade; isso é legalismo. O que Cristo deseja é a verdadeira ação baseada na atitude verdadeira. Jesus quer uma ação que nasça do caráter certo. Além disso, no capítulo 6 e por todo o capítulo 7, no Sermão do Monte, ele inteiro lida com ações. Tudo isso lida com as coisas que nós fazemos, dizemos e pensamos. Porém, a premissa em que tudo isso está construído é uma atitude do coração; é disso que ele está falando aqui. Martyn Lloyd-Jones disse muito bem, “um Cristão é algo antes de fazer algo”. O Cristão é algo antes de fazer algo. Ser um filho do rei, ser um cidadão do reino é, primeiramente, possuir um certo caráter. Um caráter de quebrantamento, um caráter de choro pelo pecado, um caráter de mansidão, um caráter de fome e sede de justiça, um caráter de misericórdia, um caráter de coração puro, um caráter de pacificador.

Você entendeu? Nós não devemos controlar o nosso Cristianismo; o nosso Cristianismo é que deve nos controlar. Legalismo significa controlarmos o Cristianismo. Uma verdadeira espiritualidade é o nosso Cristianismo nos controlando; era isso que Jesus estava buscando. Ele não queria que nós controlássemos certas atividades externas; ele gostaria que Deus em nós controlasse essas coisas. Assim, os princípios que Jesus nos dá aqui não são superficiais, eles não estão marginalizados na vida; eles estão profundamente dentro. Ser um verdadeiro Cristão significa que não pode haver nenhuma aparência, nenhuma farsa. O Cristianismo é algo que acontece a nós no centro do nosso ser, controlando o próprio coração, partindo dali para as atividades da vida. Deus nunca teve interesse somente em sangue de bois e cabras. Deus nunca esteve interessado em todas aquelas atividades espirituais sem sentido a não ser que o coração esteja no lugar certo. Eu volto para Amós, capítulo 5, onde Deus diz, “Pare de adorar, com seus sacrifícios e suas canções. Os seus corações não estão certos”. É isso que Deus está sempre buscando. Deus está preocupado com os motivos, com o interior que produz os atos externos corretos.

Agora, vamos voltar para Mateus e ver onde nós estamos. Jesus confrontou um monte de externalistas com afirmações devastadoras. Ele os atinge no lugar mais vulnerável quando diz na primeira bem-aventurança, “O que vocês precisam fazer é estarem falidos espiritualmente. Vocês precisam reconhecer que vocês são mendigos indigentes e corrompidos, não tendo nada bom para oferecer a Deus, e a sua única esperança é que você veja a miséria da sua condição, se encolhendo num canto escuro, esticando a sua mão como mendigo que não pode fazer nada por si mesmo”. E, rapaz, isso era algo muito obtuso para aquele povo judeu. Então ele continua dizendo, “Vocês não devem ficar felizes e satisfeitos com a sua justiça própria. Vocês devem derramar muitas lágrimas por causa de sua pecaminosidade. Vocês devem chorar. Além disso, vocês não devem ficar orgulhosos porque guardam certas leis. Vocês devem ser mansos diante de um Deus santo. E não apenas isso, mas vocês não devem ser convencidos a respeito de sua justiça própria, mas entenderem que vocês estão famintos por falta de justiça e vocêsm deve ter fome e sede disso”.

Agora, deixe-me ligar isso com a quinta bem-aventurança. Essas primeiras quatro bem-aventuranças eram inteiramente princípios interiores. Elas lidam inteiramente com uma atitude interior. Elas lidam com o que você enxerga de si mesmo diante de Deus. Mas agora, quando Ele chega na quinta bem-aventurança, com isso sendo uma atitude interior também, ele começa a esticar a mão e tocar as pessoas. Existe uma manifestação nisso que é o fruto das outras quatro bem-aventuranças. Ainda que seja uma verdade a respeito de nós que estamos quebrantados em nosso espírito como mendigos, que estamos chorando, que somos mansos, com fome e sede de justiça, nós vemos a nós mesmos sendo misericordiosos para com os outros como resultado disso. Alguém disse, “Eles, que em sua pobreza de espírito reconhecem a sua necessidade de misericórdia, começam a mostrar misericórdia para com os outros. Aqueles que choram pelo seu pecado começam, enquanto choram para limpar os seus coração, são também os puros de coração. Os mansos são aqueles que estão sempre promovendo a paz. E aqueles que têm fome e sede de justiça estão até mesmo dispostos a serem perseguidos por causa da justiça”.

Você percebe como as primeiras quatro se alinham com as últimas quatro? As primeiras quatro são atitudes internas e as últimas quatro são coisas que eles manifestam. Onde existe pobreza de espírito, onde você percebe que você não é nada além de um mendigo, você estará disposto a estender a mão a alguém que não é nada além de um mendigo, tornando-se assim um misericordioso. Onde você está chorando pelo seu pecado, você lavará o seu coração tornando-o puro com as lágrimas da penitência, tornando-se puro de coração. Onde você é manso, você sempre será um pacificador, porque a mansidão promove a paz. Onde você está com fome e sede de justiça, você estará disposto a ser perseguido pela justiça. Assim, fizemos a transição agora. Agora, vamos falar a respeito do caráter que é manifestado quando aquela atitude interna está lá nas primeiras quatro bem-aventuranças. Quando você tem aquelas primeiras quatro, haverá quatro características do seu caráter que serão manifestadas. Nós as veremos enquanto estudarmos essas últimas quatro áreas nessa maravilhosa introdução.

Agora, vamos ver o que significa ser misericordioso. No versículo 7, Jesus disse, “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. Ao olhamos para essa simples afirmação, eu quero que vocês saibam, pessoal, que isso é tão profundo que não dá para eu abordar tudo. É muito simples pregar quando você tem apenas um pouco de material porque com isso você vai direto ao ponto e fica ali, bem ali, e expande um pouco. Mas quando você tem uma Bíblia cheia de material, é muito difícil escolher o que é melhor. Esse conceito de misericórdia corre de um lado das Escrituras para o outro. De um lado da história de Deus, desde a queda do homem até o momento da consumação. É uma grande realidade e eu quero ver se nós conseguimos, pelo menos, trazer quatro aspectos da misericórdia ao nosso estudo. Quatro aspectos: o significado, a fonte, a substância e a sequência. O que é significado? Em outras palavras, o que significa ser misericordioso? Ele diz no versículo 7, “Felizes ou Bem-aventurados são os misericordiosos”. O que isso significa? Eu vou lhe falar algo, para começar, isso seria uma afronta aos judeus daquela época. Eles não tinham misericórdia e os Romanos daquela época eram sem misericórdia. Eles eram muito orgulhosos, egoístas, cheios de justiça própria, condenadores e desprezavam os outros. O que Jesus estava dizendo realmente tocava na necessidade interior dos seus corações.

Agora, existem muitas pessoas que têm buscado usar essa bem-aventurança de forma humanista. Com isso, você escuta as pessoas dizerem, “Bom, bem-aventurados são os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”. E eles usam isso como uma virtude humana. “Bom, se você for bom com todo mundo, então todo mundo vai ser bom com você”. Shakespeare, no Mercador de Veneza, tem uma fala de Pórcia. Eu me lembro disso quando eu estava na faculdade. Pórcia diz, “A qualidade da misericórdia não está exposta. Ela cai como uma chuva suave do céu na terra. Ela é abençoada duas vezes. Ela abençoa quem dá e ela abençoa quem recebe. Ela é a mais poderosa das poderosas. Ela torna o monarca coroado melhor do que a sua coroa”. Shakespeare diz que ser misericordioso é a melhor coisa que um rei pode ser.

Agora, até mesmo o Talmude reconhece que existe na misericórdia um tipo magnânimo de virtude humana. O Talmude diz que Gamaliel disse o seguinte, “Quando tens misericórdia, Deus terá misericórdia de ti. Se não tiveres misericórdia, Deus também não terá misericórdia de ti”. Me parece que faz parte do pensamento humano pensar que se você for bom com todo mundo, todo mundo será bom com você. Ou que se você for bom para com Deus, Deus será bom com você. Agora, isso é mais verdadeiro. Eu não tenho certeza a respeito do primeiro. Você ouve as pessoas que querem arrecadar dinheiro dizendo, “Se você nos enviar dinheiro, eu prometo que você vai receber depois”. Muitas pessoas que olham para isso como algo de dar e receber, até mesmo as pessoas que olham para isso teologicamente como Gamaliel fez, longe de Shakespeare, que via tudo de forma puramente humana, pensa, “Bom, se eu fizer isso para Deus, Deus fará isso para mim”. É como se você estivesse encurralando Deus.

Um escritor parafraseou o versículo dizendo, “Essa é a grande verdade da vida. Se as pessoas nos virem nos importando, elas se importarão”. Quer apostar? Infelizmente, não é tão simples assim. É muito mais do que uma imsipidez humana. Eu concordo com Gamaliel. Se você traz Deus para dentro disso, existe uma certa reciprocidade. Se nós honrarmos a Deus, Deus cuidará de nós. Mas o mundo não funciona assim – acredite em mim. Na verdade, o mundo romano não conhecia o significado de misericórdia. Na verdade, se você quiser saber o que eles pensavam disso, tudo o que você precisa fazer é relembrar que os filósofos romanos diziam que a misericórdia é “a doença da alma”. Em outras palavras, a misericórdia é um sinal de fraqueza. A misericórdia era um sinal de que você não tinha o que era necessário para fazer a coisa acontecer. Os romanos glorificavam a justiça e o poder, mas eles menosprezavam a misericórdia porque essa era uma coisa que fracos fariam; demonstrar misericórdia para alguém. Quando uma criança nascia no mundo, o pai tinha o direito de patria potestas. Ele pegava a criança e, segurando-a, ele poderia apontar o dedo para cima, indicando que ele queria que a criança vivesse. Mas se ele quisesse que a criança morresse, ele apontava para baixo. Se o dedo apontasse para baixo, a criança era imediatamente afogada. Não havia misericórdia. Se o cidadão romano não queria mais o seu escravo, ele poderia pegar uma faca, matar o seu escravo e enterra-lo, e não havia consequência. Portanto, se você está falando a respeito da sociedade romana, esse tipo de frase não funciona.

Não é simples a ideia de que e você é misericordioso com todo mundo que todo mundo será misericordioso com você. Isso era tolice na sociedade romana. E eu vou dizer mais: isso também é tolice em nossa sociedade egoísta, cheia de cobiça e competitiva. Sabe, em nossa sociedade nós podemos dizer, “Se você for misericordioso com alguém aquela pessoa vai pisar em você”. Isso nem sempre funciona. Porém, a melhor ilustração do fato que isso não é apenas uma insipidez humana é o nosso Senhor Jesus Cristo. Ele prova de uma vez por todas que isso não é apenas uma insipidez humana.

Jesus Cristo veio ao mundo e foi o ser humano mais misericordioso que já existiu. Jesus Cristo veio ao mundo e nunca fez nada para causar dano a ninguém. Nunca. Jesus Cristo veio ao mundo e ele estendeu a mão aos doentes e os curou. Ele estendeu a mão aos aleijados e deu pernas a eles para andarem. Ele estendeu a mão aos cegos dando vista a eles, para os surdos e eles ouviram e para os mudos e eles falaram. Ele encontrou as prostitutas, os publicanos e aqueles que eram menosprezados e Ele os trouxe para o círculo do seu amor, redimindo-os e firmando-os. Ele pegou os que estavam sofrendo e chorou com eles; ele pegou os que estavam sozinhos e os fez se sentirem amados. Ele pegou as crianças pequenas e, ajuntando-as em seus braços ele as amou. Nunca houve um ser humano na face da terra com a misericórdia dele.

Certa vez ele estava caminhando nas ruas e uma procissão fúnebre estava acontecendo. Ele viu a mãe chorando porque o seu filho havia morrido e quem se importaria? Sem filho; sem marido. Jesus entrou no meio daquela procissão fúnebre, parou o caixão, colocou a sua mão ali, ressuscitou a criança dos mortos e a entregou de volta para a sua mãe. Em João, capítulo 8, alguns homens pegaram uma mulher em adultério levando-a até a presença de Jesus. Ele olhou para aquela mulher depois de ter conversado com Ele e, depois de confrontar os seus acusadores, Ele a perdoou e disse, “Nem eu te condeno. Vá e não peques mais”. Que misericórdia.

Ele começou com publicanos, com pecadores; e quando os escribas e os Fariseus viram-no comendo com publicanos e pecadores em Marcos, capítulo 2, versículo 16, disseram aos Seus discípulos, “Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores? Ele está caminhando com a ralé”. Do início ao fim, a vida do abençoado Senhor Jesus foi de misericórdia constante. Ele foi misericordioso com todos. Ouça, estou dizendo algo a vocês, pessoal: Misericórdia concedida não significa misericórdia recebida. Você não consegue fazer aquela frase humana funcionar no caso de Jesus. Quer saber? Ele foi o ser humano mais misericordioso que já viveu e eles gritaram pedindo o seu sangue, lançando-o em uma cruz e pregando ele ali. Isso não é uma platitude humana. Ela não funciona aqui. Não é disso que ele está falando. Se a misericórdia carregasse consigo a sua recompensa, eles não teriam pregado o ser humano mais misericordioso que já existiu em uma cruz, cuspindo em seu rosto e amaldiçoando-o. A pessoa mais misericordiosa que já existiu recebeu das pessoas, que ele estendeu misericórdia, nenhuma misericórdia.

Dois sistemas sem misericórdia: o sistema romano e o sistema judaico, se uniram para mata-Lo. Tudo o que você precisa fazer é olhar para Roma e você verá como eles não tinham misericórdia. Veja os Césares. O totalitarismo da Roma impiedosa juntou-se com o sistema religioso intolerante e sem misericórdia, para os quais Jesus era uma ameaça,que enxergava Jesus como um perigo, e tiraram Sua vida. Não. A misericórdia que é falada aqui não é alguma virtude humana que traz sua própria recompensa. Essa não é a ideia. Não é que você sendo misericordioso para com os outros que serão misericordiosos com você – não, não. Você diz, “Bom, o que o Senhor quer dizer com isso? Qual é o significado?” Bom, amados, ele simplesmente diz, “Sejam misericordiosos com os outros e Deus será misericordioso com você. É isso que ele está dizendo. Deus é o sujeito da segunda frase. Deus lhe concederá misericórdia. Nós não estamos falando a respeito de algo que é humano.

Agora, vamos olhar na própria palavra e diremos um pouco mais sobre isso. Vamos ver a palavra “misericordioso”. Eleēmōnes. A palavra é usada somente duas vezes em todo o Novo Testamento. Ela é usada uma vez aqui e uma vez usada em Hebreus, capítulo 2, versículo 17. Lá o texto diz, “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel” – o que? – “sumo sacerdote”. Cristo é a grande ilustração de misericórdia. Ele é o nosso sumo sacerdote que intercede por nós. É dele que vem a misericórdia. A forma do verbo, no entanto, é usada muitas e muitas vezes na Bíblia. Ela é muito comum. Ela é comum no Antigo Testamento, na Septuaginta, a edição grega. O sinônimo hebraico seria chesed e também é muito comum. A palavra simplesmente significa ter misericórdia – agora ouça – para socorrer o aflito, para ajudar o ímpio e para resgatar o miserável. É uma ideia muito ampla.

Qualquer coisa que você faça para o benefício de um necessitado é misericórdia. É uma ideia muito ampla. Nós pensamos em misericórdia em termos do seu aspecto de perdão na salvação, mas é um termo muito amplo. Significa compaixão na ação. Vai além da compaixão. Vai além da simpatia. Significa compaixão em ação, simpatia em ação para qualquer um que esteja em necessidade. Quando o nosso Senhor fala a respeito disso aqui, o verdadeiro eleemones, a coisa verdadeira, não é uma simpatia fraca que o egoísmo carnal sente mas que nunca faz nada para ajudar. Não é uma falsa misericórdia que alimenta a sua própria carne ao salvaguardar a consciência dando recompensas. Não é uma dó silenciosa e passiva que pode ser genuína mas que nunca parece poder ajudar de forma prática. Ela não é nenhuma dessas coisas superficiais. Ela é uma compaixão genuína com uma motivação pura e não egoísta que estende a mão para ajudar alguém necessitado. É isso que é.

Em outras palavras, Jesus estava dizendo para eles, “as pessoas no meu reino não são aquelas que ficam recebendo, mas sim aquelas que dão. As pessoas no meu reino não são condenadoras, elas são doadoras de misericórdia. As pessoas no meu reino não são aquelas que se colocam acima de todos, elas são pessoas que se rebaixam para ajudar a todos”. Com essas palavras, Jesus estava atingindo-os bem no ponto. Eles estavam se enaltecendo, tendo uma justiça própria, sem se preocuparem em dar nada a ninguém. Na verdade, existe uma história que Jesus fala a respeito de um homem que não dava nem a quantia necessária para cuidar da vida de sua mãe e de seu pai porque ele disse, “ah, eu já tenho me devotado a Deus em um ato religioso e eu não vou quebrar o meu voto para com Deus”. Então o nosso Senhor disse, “Você está em problemas. Você tem trocado o mandamento de Deus de honrar o pai e a mãe pela tradição que você mesmo inventou”. E eles eram bons nisso. Eles não tinham misericórdia nem mesmo com os seus pais.

Porém, o nosso Senhor diz que se você é um membro do Seu Reino, você será misericordioso; cheio de misericórdia. Isso não significa simplesmente se simpatizar. Isso não significa apenas sentir compaixão. Isso significa se colocar na pele de outra pessoa, pensando os seus pensamentos, sentindo as suas emoções e importando-se com eles de uma forma muito tangível. Misericórdia é quando eu vejo um homem sem comida e eu dou comida. Misericórdia é quando eu vejo uma pessoa implorando por amor e dou amor. Misericórdia é quando eu vejo alguém sozinho e ofereço minha presença para ele. Misericórdia é suprir a necessidade, não senti-la. Vai além disso.

Agora, deixe-me comparar isso com várias palavras para você entender a sua relevância. Em primeiro lugar, misericórdia e perdão. Eu gostaria de comparar essas duas palavras. Você gostaria de refletir isso comigo? O perdão é misericórdia? Como eles são distintos? Agora, eu gostaria que você parasse e pensasse comigo, tudo bem? Em Tito 3:5, nos diz que pela sua misericórdia ou de acordo com a sua misericórdia, ele nos salvou. Isso é importante. Misericórdia, então, é um elemento que está presente na salvação. Em Efésios, capítulo 2, nos diz que “Deus que é rico em misericórdia nos redimiu, nos vivificou”. Assim, a misericórdia faz parte do pano de fundo da salvação. É a misericórdia de Deus que faz Ele nos salvar. É a misericórdia de Deus que permite Ele nos redimir. Assim, a misericórdia está por trás do perdão, sem dúvida. Portanto, nós queremos falar a respeito de misericórdia e perdão juntos porque elas pertencem uma à outra.

Em Daniel, capítulo 9 – eu acho que é no versículo 9, eu espero estar certo, mas Daniel 9:9, “Ao Senhor, nosso Deus” – eu amo isso – “pertence” – preste atenção – “a misericórdia e o perdão”. Isso não é bom? Ele liga os dois juntos. Salmo 130, além disso, liga essas duas coisas de forma bela e maravilhosa. “Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas. Se observares, Senhor, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá?” – Isso é uma confissão de pecado – “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam. Aguardo o Senhor, a minha alma o aguarda; eu espero na sua palavra. A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã, espere Israel no Senhor, pois no Senhor há misericórdia”.

Agora, aqui você tem um indivíduo confessando o pecado, buscando o perdão, sabendo que o perdão vem da fonte de misericórdia. Assim, a misericórdia e o perdão estão ligados. Nós não podemos pensar em perdão sem a sua fonte: misericórdia. Mas veja, pessoal, o perdão não é a única expressão de misericórdia. Não reduza a misericórdia apenas ao pensamento soteriológico ou à realidade da salvação. A misericórdia é infinitamente maior do que o perdão. Faz parte disso. Mas veja, o Salmo 119:64 diz, “A terra, Senhor, está cheia da tua bondade”. Gênesis 32:10, “sou indigno de todas as misericórdias”. 2 Samuel 24:14, “porque muitas são as suas misericórdias”. Neemias 9:19, “multidão das tuas misericórdias”. Salmo 69:13, “riqueza da tua misericórdia”. Assim, misericórdia é muito maior do que apenas perdão.

O perdão é sim um ato de misericórdia, mas existe muito mais do que isso. Eu posso ser misericordioso a alguém quando eu perdoo. Mas existem muitas outras formas de eu ser misericordioso que não envolve, necessariamente, o perdão. Em Lamentações, talvez a mais bonita das passagens, diz, “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se”. Quando? “cada manhã. Grande é a tua fidelidade”. As misericórdias de Deus são infinitas. Mas e a misericórdia e o amor, como que eles se comparam? Nós estamos agora conseguindo uma definição. Nós estamos lidando com o significado da misericórdia. Esse é o ponto. Como nós a comparamos com o amor? Bom, vamos voltar. O perdão surge da misericórdia e a misericórdia flui do que? Do amor. Por que Deus tem sido misericordioso? Isso é baseado no amor. Mas Deus, sendo rico em misericórdia – por causa do que? Por causa do grande amor com que nos amou. Você vê a sequência? Deus ama; o amor é misericordioso e a misericórdia perdoa, além de fazer muitas outras coisas. Portanto, o amor está por trás da misericórdia, mas o amor é maior do que a misericórdia, se você pode imaginar isto.

Você diz, “Espere um pouco. Você disse que a misericórdia é maior do que o perdão”. Isso mesmo. A misericórdia é maior do que o perdão e o amor é maior do que a misericórdia. Pois o amor pode fazer muitas coisas, muito mais do que apenas demonstrar misericórdia. A misericórdia pressupõe um problema e o amor pode agir mesmo quando não existe um problema, não é mesmo? O Pai ama o Filho e o Filho não precisa de misericórdia. O Filho ama o Pai e o Pai não precisa de misericórdia. O Pai ama os anjos e os anjos amam o Pai e nenhum deles precisa de misericórdia. O amor é maior do que a misericórdia. A misericórdia é o médico. O amor é o amigo. O amor age por afeição; a misericórdia por necessidade. O amor é constante; a misericórdia está reservada para os momentos de dificuldade. Mas não existe misericórdia sem amor. O amor é maior do que a misericórdia.

Esse é um pensamento tremendo, não é mesmo? Você vê como o grande amor de Deus se afunila até nossa necessidade sob a categoria da misericórdia. Existe toda uma outra categoria também; quando nós somos justos e não precisamos de misericórdia, ele ainda nos ama. Ele nos amará por toda a eternidade. Nós não precisaremos mais de misericórdia. Mas o amor afunila-se para nós em nossa vida através da misericórdia, e a misericórdia estreita-se para aquele pensamento de perdão, mas ela também é muito maior do que isso. Eu posso adicionar mais uma coisa? Talvez duas? E a misericórdia e a graça? As pessoas dizem, “bom, a misericórdia é como a graça? “ e “a graça é como a misericórdia? “ Sim e não. Agora, ouça, você vai ter um exercício teológico agora, então prepare-se. O termo “misericórdia” e todos os seus derivados – ouça – sempre lida com elementos da dor, miséria e dificuldade. Sempre é o resultado do pecado, seja ele um pecado individual ou do mundo todo; é o problema de estar em um mundo pecaminoso. A misericórdia sempre pressupõe problemas. Ela lida com a dor, a miséria e a dificuldade. Mas a graça lida com o próprio pecado. A misericórdia lida com os sintomas e a graça lida com o problema.

Você vê, a misericórdia oferece alívio da punição. A graça oferece um perdão pelo crime. Você entende? Primeiro vem a graça, removendo o pecado, e então a misericórdia vem e elimina a punição. Elas são diferentes. Em três de suas cartas – e ele nunca faz isso em uma carta para uma igreja, apenas para indivíduos, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito – Paulo diz “misericórdia, graça e paz”. Misericórdia e graça são diferentes. A misericórdia elimina a dor e a graça dá uma melhor condição. Deixe-me dar uma ilustração. O bom samaritano, certo? Ele está caído – o homem está caído ao lado da estrada, foi espancado a ponto de morrer, roubado, e o sacerdote passa e caminha reto sem querer se envolver. O levita passa e também não quer se envolver. De repente, um samaritano de raça mista passa, vê o pobre judeu todo machucado e quebrado, e ele vai até lá e cuida do rapaz. Você sabe o que a misericórdia faz? Ela alivia a dor. A misericórdia colocou um óleo sobre as suas dores e a misericórdia fez curativos. E você sabe o que a graça faz? A graça vai além, aluga um quarto para o rapaz para que ele possa viver em um lugar.

Você vê, a misericórdia lida com o negativo e a graça faz o positivo. A misericórdia tira a dor e a graça dá uma condição melhor. A misericórdia diz “não” para o inferno e a graça diz “sim” para o céu. A misericórdia diz que tem pena de você e a graça diz perdoo você. Portanto, a misericórdia e a graça são dois lados da mesma coisa maravilhosa. Deus oferece tanto misericórdia como graça. Existe uma outra comparação que você precisa fazer que é entre misericórdia e justiça. As pessoas dizem, “Bom, se Deus é um Deus de justiça, como que Ele pode ser misericordioso?” Se você olhar dessa forma, se Deus é um Deus justo, santo e reto, ele pode simplesmente negar a justiça? Ele pode dizer, “Bom, eu sei que você é um pecador e eu sei que você já fez coisas terríveis, mas, eu te amo muito e eu tenho tanta misericórdia que eu vou simplesmente lhe perdoar”? Ele pode fazer isso? Sim, ele pode. Você sabe porque? Porque ele veio a este mundo em forma humana e morreu em uma cruz. Naquela cruz, quando Jesus morreu – não se esqueça disso – a justiça foi satisfeita.

Você entendeu isso? Deus disse que não haveria perdão de pecado sem o derramamento de sangue. Deus também disse que deveria haver um sacrifício perfeito para carregar os pecados do mundo, e Jesus fez isso, sendo a justiça satisfeita. Agora, a misericórdia não viola a justiça. Eu não estou – quando eu falo a respeito da misericórdia de Deus, não se trata de um sentimentalismo tolo que desculpa o pecado. Veja, nós temos muito disso acontecendo, até mesmo na igreja. A única vez que Deus estendeu misericórdia para alguém foi quando alguém pagou o preço pelo pecado envolvido. Existe um tipo de misericórdia falsa e tola que deseja cancelar a justiça e “Não faça as pessoas pagar por nada” e “Não as deixe pensarem que elas não estão sendo aceitas” e esse tipo de coisa. O rei Saul poupou o rei Agague. Esse foi um tipo de misericórdia sentimental que violou a santidade de Deus. Davi, com uma misericórdia sentimental e falsa demonstrada a Absalão, deixou-o escapar fácil, colhendo o fruto da sua rebelião no seu coração. Não se esqueça disso.

Deus nunca violará a verdade de sua justiça e santidade para ser misericordioso. Ele será misericordioso, mas somente quando a verdade for tratada. Se Absalão tivesse se arrependido e aceitado a verdade de Deus, então a misericórdia teria sido genuína, mas ela não era nada além de sentimentalismo porque ele nunca aquiesceu a verdade. Existem pessoas na igreja que pecam e fazem coisas que são más, contra Deus, não querendo reconhecer o pecado ou lidar com o mal, mas que querem, mesmo assim, misericórdia. Veja Tiago, capítulo 2 por um minuto, tudo bem? Tiago, capítulo 2, versículo 10. Uma palavra muito importante em Tiago 2:10, “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei”. Em outras palavras, Tiago diz que se você quebra qualquer uma das leis de Deus, você está ofendendo a coisa toda. Você é culpado de tudo. “Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade”.

Agora, veja o versículo 13, “Porque o juízo é sem misericórdia para com quele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo”. Aquela primeira linha, “Porque o juízo é sem misericórdia”. Veja, haverá, da parte de Deus, um julgamento sem misericórdia das pessoas que não aceitam a verdade. E a verdade, claro, é o sacrifício de Cristo. Nós não estamos falando a respeito de sentimentalismo. Eu não estou falando que se você pecar durante toda a sua vida e nunca reconhecer Jesus Cristo, Deus será misericordioso e aceitará você. Isso não é verdade. Você terá um julgamento sem misericórdia. Eu creio que a única vez que Deus pode oferecer misericórdia é quando a verdade é aceita. Somente quando nós aceitamos o sacrifício de Cristo ou como Cristãos fizermos isso, se Deus for misericordioso conosco, então nós devemos confessar o pecado como pecado, arrepender-nos e deixar isso de lado; então conheceremos a sua misericórdia.

Assim, a misericórdia é especial. Ela é mais do que o perdão. Ela é menos do que o amor. Ela é diferente da graça. E ela está junto com a justiça. Ela é mais do que o perdão, menos do que o amor, diferente da graça e junto com a justiça. Para resumir o significado de ser uma pessoa misericordiosa, ouça isto: O misericordioso não ouve apenas os insultos de homens maus, mas o seu coração se estende para os mesmos homens maus em compaixão. O misericordioso tem simpatia. Ele perdoa. Ele é gracioso. Ele é amável. Ele não é tão sentimental que desculpará o mal. Ele não é tão sentimental que permitirá que o pecado não seja punido ou confrontado porque alguém é triste ou trágico. Não. Misericórdia significa que você estende a sua mão em simpatia com total perdão, amor e graça quando a verdade é aceita. O Salmo 37:21 diz, “O ímpio pede emprestado e não paga; o justo, porém, se compadece e dá”. Nós seremos misericordiosos para com aqueles que aceitam a verdade.

Se o meu filho – e isso já aconteceu em nossa família – vier e me disser, “Pai, eu fiz algo errado e eu peço desculpas” eu serei misericordioso. Mas, eu sempre falei aos meus filhos desde pequenos, “Se eu descobrir que você não me falou a verdade ou que você não admitiu algo que você fez, não haverá misericórdia, haverá punição”. Você está realmente lidando com atitude para com a verdade, e não com algum sentimentalismo. Mas onde se lida com a verdade, devemos ser misericordiosos e graciosos, amorosos e perdoadores.

Foi a misericórdia na vida de Abraão, depois que ele foi injustiçado pelo seu sobrinho Ló, que o levou a sair e garantir a segurança de Ló. Foi misericórdia da parte de José depois de ter sido tratado tão mal pelos seus irmãos que o levou a aceitar os seus irmãos e suprir as suas necessidades. Foi misericórdia da parte de Moisés depois de Miriam ter se rebelado contra ele, recebendo do Senhor lepra, que fez Moisés clamar, “Cure-a Senhor, eu te rogo”. Foi misericórdia da parte de Davi que o levou a poupar a vida de Saul. Misericórdia. Essa bela característica que diz que nós devemos estender a mão para perdoar, cuidar, ajudar e levantar as pessoas. Nós não somos seus senhores. Nós não pisamos nelas. Nós não as empurramos para baixo. Nós não achamos que somos superiores.

Em contraste a isso, no Salmo 109, nós lemos a respeito da pessoa sem misericórdia. Ele fala a respeito do ímpio que não tem misericórdia. E ele diz no final do versículo 14 do Salmo 109, “Na lembrança do Senhor, viva a iniquidade de seus pais, e não se apague o pecado de sua mãe. Permaneçam ante os olhos do Senhor, para que faça desaparecer da terra a memória deles”. Por que? Ó Deus, por que você seria tão crítico? Por que tão condenador? “Porquanto não se lembrou de usar de misericórdia, mas perseguiu o aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para os entregar à morte”.

Eu falei há alguns meses atrás que Deus sempre se identificou com o pobre e o necessitado. Na verdade, o nosso Senhor Jesus disse naquele grande sermão nas Oliveiras, “Um dia, quando o julgamento vier, eu direi para você: Você sabe por que você ficará de fora do meu reino? Você sabe por que você não fará parte dele? Porque quando vim até você, você não me deu o que eu precisava. Quando eu estava nu, você não me vestiu. Quando eu estava com fome você não me alimentou. Quando eu estava com sede você não me deu nada para beber”. Então as pessoas dirão, “Espere um pouco – nós não te vimos”. E o Senhor dirá para elas, “Bom, qualquer um do meu povo que você viu era meu representante. Quando eles vieram, você não os alimentou, não deu água e não deu roupa. E se você fez isso para esses menores, os meus filhos, você fez para mim”.

Ouça, Deus se identifica com pessoas destituídas. Os misericordiosos são aqueles que estendem a mão. Não aqueles que agarram e tomam. Deus, de alguma forma, nos ajuda a superarmos a inundação de uma sociedade corrupta que nos diz para tomarmos tudo o que queremos, e nos faz ouvir a voz de Deus que nos diz para darmos tudo o que nós pudermos dar. Nós devemos ser misericordiosos. Se alguém ofende você, seja misericordioso. Se alguém fizer alguma coisa contra você, seja misericordioso. Tenha compaixão; seja benevolente; seja compreensivo. Se alguém cometer um erro, fizer um julgamento errado, falhar em pagar uma dívida ou devolver algo que pegaram emprestado, seja misericordioso. Esse é o caráter do reino.

Além disso, em Provérbios 11:17 diz, “O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel a si mesmo se fere”. Se você quiser realmente ser miserável, então não tenha misericórdia. Se você quiser ser feliz, seja misericordioso. Provérbios, capítulo 12, no versículo 10, diz, “O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel”. O que ele está dizendo aqui é que a as pessoas justas são misericordiosas até mesmo com os animais, e as iníquas são cruéis com tudo.

Romanos 1:31. Eu quero que você veja a característica de uma sociedade sem Deus. Essa é a descrição. O versículo 29 diz, “Cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e” – qual é o clímax de toda a lista? – “sem misericórdia”. Então você diz, “Você quer dizer que esse é o resumo de tudo?” Sim. Sem misericórdia. Mas veja, pessoal, para aqueles de nós que recebemos misericórdia, como nós podemos ser outra coisa a não ser misericordiosos? O que você merece? Como que você pode ser cruel com alguém quando você precisou tanto da misericórdia de Deus? Isso nos leva para o nosso segundo ponto, de forma breve: a fonte da misericórdia. Quem é a fonte? Bom, você sabe quem é. Deus. Deus é a fonte de misericórdia. É um dom de Deus. Agora, deixe-me dizer algo. Ela é apenas para as pessoas que passaram pelas outras quatro bem-aventuranças. Ela é somente para o pobre de espírito que chora pelos seus pecados e se prostra manso diante de um Deus santo com fome e sede por sua justiça. Quando eles recebem a sua justiça, quando eles recebem o seu dom de misericórdia, eles então podem ser misericordiosos.

Veja, pessoal, a misericórdia não é um atributo humano normal. Você nunca fará isso acontecer. Isso não funciona assim. Você será misericordioso com as pessoas e elas serão misericordiosas com você. Não acredite nisso. De vez em quando isso possa acontecer, mas isso não é um atributo humano normal. A única forma de ser uma pessoa misericordiosa é ter dentro de você uma misericórdia dada por Deus, e a única forma de ter uma misericórdia dada por Deus é ter a justiça de Deus que vem através de Cristo. É isso que Jesus está dizendo. A não ser que você venha por esse caminho de fome de sede de justiça e seja cheio por Deus, você nunca conhecerá a misericórdia porque a misericórdia faz parte daquilo com que ele lhe preenche.

Existem muitas pessoas que desejam a benção, mas elas não desejam fazer parte disso, entende? Elas querem a benção, mas não aquele que abençoa. Elas são como Balaão. Você se lembra de Balaão, o falso profeta. Ele disse – você se lembra da oração dele? – Ele disse, “Deixe-me morrer a morte de um justo”. E então ele disse, “Faça com que minha última postura seja como a dele”. Um velho puritano disse que ele queria morrer como um justo, mas que ele não queria viver como um justo. Pode haver algumas pessoas que desejam misericórdia, mas que não a querem nas condições de Deus. As únicas pessoas que têm misericórdia são as pessoas que se qualificam nas primeiras quatro bem-aventuranças; aquelas que vieram com um espírito quebrantado e pobre diante de um Deus santo, buscando a sua justiça que vem somente através de Cristo. Quando Deus dá a sua justiça, com ela vem a capacidade de misericórdia.

Veja, Deus é misericordioso e nós temos Deus. Efésios 3 diz, “Nós estamos cheios de toda plenitude de Deus e sua misericórdia é demonstrada através de nós”. Deus tem dois tipos de atributos. Você sabia disso? O que nós chamamos de absolutos e relativos; dois tipos. Por exemplo, você diz, “Quais são os seus atributos absolutos? “ Deus é amor, Deus é verdade, Deus é santidade. Se ninguém houvesse vivido, Ele continuaria sendo amor, verdade, santidade. Porém, quando você e eu viemos ao mundo, esses absolutos tiveram um caráter relativo. A sua verdade se tornou fidelidade para nós. A sua santidade se tornou justiça e o seu amor se tornou graça e misericórdia. Esses são os atributos relativos que surgem na sua natureza absoluta. O seu amor se tornou misericórdia e graça. Amados, Deus é aquele que é rico em misericórdia e ele é aquele que a dá; o único. No Salmo 103:11, o salmista diz, “Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem”. Nós tememos a Deus. Nós viemos a Cristo e Deus nos deu a sua misericórdia. Assim, o nosso Senhor diz em Lucas 6:36, “Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai”.

Portanto, Deus é a fonte. Deus é o único que pode nos dar misericórdia. Obviamente, o ato supremo da misericórdia de Deus foi a cruz. Não existe ato que possa competir com aquilo pela misericórdia. Jesus vai até a cruz. Ele entra na pele do homem. Ele é misericordioso e é isso que o tornou um sumo sacerdote misericordioso. O Dr. Barnhouse diz da seguinte forma, “Quando Jesus Cristo morreu na cruz, toda obra de Deus para a salvação do homem foi transferida do âmbito da profecia e tornou-se um fato histórico. Deus agora teve misericórdia de nós. Alguém ora, ‘Deus, tenha misericórdia de mim’ é equivalente a pedir para ele repetir o sacrifício de Cristo. Toda misericórdia que Deus terá do homem, ele já teve quando Cristo morreu. Essa é a totalidade da misericórdia. Não pode haver mais. Agora Deus pode agir em nosso favor com graça pois ele já teve toda misericórdia por nós. A fonte agora está aberta, fluindo e continua a fluir livremente.

E nós falamos disso, não é mesmo? – Às vezes quando nós dizemos, “Ele me viu arruinado na queda. Ele me amou apesar de tudo. Ele me salvou do meu estado perdido. Como é grande a sua misericórdia”. Nós corretamente cantamos, “Grande misericórdia houve e livre graça, perdão multiplicado para mim. Ali, minha sobrecarregada alma encontrou liberdade” – aonde? – “no Calvário”. Houve um ato de misericórdia de Deus. Você sabia que Miqueias 7:18 diz que ele se deleita em misericórdia? Ele foi misericordioso para conosco na cruz. Quando nós recebemos a Cristo, ele nos deu a sua misericórdia. Deus é a fonte da misericórdia.

Em terceiro lugar, a substância da misericórdia. O que significa ser misericordioso? Eu vou rapidamente lhe dizer isso. Eu vou pular algumas coisas que eu tenho aqui. Mas eu quero que você apenas entenda o pensamento básico. A substância da misericórdia. “O que você quer dizer com isso, John? “ Eu quero dizer o seguinte: Como eu torno esse pensamento prático? Como a minha vida se torna uma vida de misericórdia? Ah, são tantas Escrituras – tantas – Romanos 15, 2 Coríntios 1, Efésios 4, Colossenses 3, Gálatas 6, Mateus 5, Mateus 6 – nos chamam para sermos misericordiosos. Elas nos chamam para sermos misericordiosos repedias vezes. “Como eu posso ser misericordioso? “ Em primeiro lugar, de forma física. Em primeiro lugar, você pode ser misericordioso de forma física. Você pergunta, “Como? “ Dando dinheiro ao pobre, comida ao faminto, roupa ao nu, um teto para aquele sem teto. Mudando a irritação pelo perdão. Existem muitas formas. O Antigo Testamento está repleto deles – repleto deles; formas que nós podemos demonstrar misericórdia; mais do que apenas perdão; suprindo todo tipo de necessidade.

Sabe, em Deuteronômio 15:8 diz, “Antes, lhe abrirás de todo a mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao Senhor”. Até mesmo quando você sabe que você vai perder o seu escravo nos próximos meses, dê a ele qualquer coisa que ele precisa – dê a ele qualquer coisa que ele precisar – mesmo se for o ano da remissão; dê a ele qualquer coisa que ele precisar. Mesmo se você sabe que a dívida terá que ser perdoada por causa do ano da remissão, com todas as dividas canceladas; dê a ele o que ele precisa. Isso é misericórdia.

Quando alguém deseja algo, eu oro a Deus para que se eles vierem a mim, eu darei isso a eles. Eu nunca peço nada a ninguém porque a misericórdia é dada para suprir uma necessidade. Portanto, de forma física, existe muitas e muitas formas. A misericórdia nunca fica com rancor. Ela nunca vai retaliar. Ela nunca se vinga. Ela nunca expõe a fraqueza de alguém. Ela nunca faz algo a partir da falha de alguém. Ela nunca relembra um pecado. Santo Agostinho era tão misericordioso para com os outros que ele tinha em sua sala de jantar uma bela mesa grande, e ele sempre convidava as pessoas que não tinham onde comer para comer em sua mesa. Ele as alimentava, tendo algo escrito em cima da mesa: Aquele que ama destruir o nome de outro, essa mesa não é para ele. Portanto, que ele fique em jejum”.

Portanto, nós devemos ser misericordiosos não apenas fisicamente mas também na reputação. Surius, o jesuíta – eu nunca vou me esquecer disso. Surius, o jesuíta, disse que Lutero, Martinho Lutero, aprendeu sua teologia do diabo e morreu bêbado. Calunioso. Pessoas que não têm misericórdia para com os outros e traem-se a si mesmas. Ouça, pessoal, se você é um Cristão, se você tem fome e sede de justiça, você será misericordioso. Você será misericordioso. Eliano, o escritor romano de história natural, em sua história ele escreve a respeito de um animal interessante. Ele disse que na Índia ele ouviu a respeito de um Grifo, G-R-I-F-O, e isso foi interessante porque ninguém nunca tinha ouvido falar de um grifo antes. Ele descreveu da seguinte forma, “Ele tinha quatro pés como uma grande besta e asas como de uma água”. E Eliano disse, “é difícil classificar isso. Somente os deuses sabem”. Então eu pensei, “isso me parece com muitos Cristãos falsos. Ele dizem poder voar, mas os seus pés estão presos na terra”. Eles são grifos, professos filhos do reino, mas eles nunca saem da lama. Preste atenção, a pessoa defensiva, cheia de justiça própria e vingativa protegendo apenas a si mesma é como o sacerdote e o levita que passaram pelo outro lado da estrada. Uma religião falsa. Assim, existem muitas formas de você demonstrar misericórdia para as pessoas de forma física.

Bom, e espiritualmente? Esse é o clímax. E espiritualmente? Deixe-me lhe dar quatro sugestões, rapidamente. Em primeiro lugar, piedade. Piedade. Santo Agostinho disse, “Se eu choro pelo corpo do qual a alma está ausente, eu não deveria chorar pela alma da qual Deus está ausente?” Nós derramamos muitas lágrimas por corpos mortos. Eu fico pensando no que nós fazemos com relação a almas. Se eu, como cristão – ouça isso – se eu como cristão tenho visto e experimentado misericórdia – e olha que eu tenho. Eu experimento isso todos os dias conforme Deus continua a me lavar e a me perdoar. Se eu, que não tinha justiça mas fui pobre de espírito; se eu que que estava chorando pelo meu pecado em condenação, sem esperança e miserável; se eu, perdido, condenado e manso; se eu, tendo fome e sede por aquilo que eu preciso ter e não conseguia adquirir; se eu, que recebi misericórdia e piedade do grande coração de Deus, não permitir que a mesma misericórdia flua para outros, que tipo de inconsistência é essa?

Ouço Estevão em Atos 7:60 dizendo a Deus, enquanto o apedrejavam e tiravam a vida do seu corpo, “Senhor, não lhes imputes esse pecado”. “Ó Deus, não os culpe por isso”. Ele estava tendo piedade de suas almas, entende? Jesus na cruz, “Pai, perdoe-os pois não sabem o que fazem”. Isso é piedade. Você e eu precisamos enxergar o perdido com piedade, não sendo senhores sobre eles como se nós fossemos melhores do que eles.

Em segundo lugar, eu creio que nós podemos ser misericordiosos para com as almas dos homens não apenas pela piedade, mas também pelo que eu chamo de estímulo. Pelo estímulo. Você então pergunta, “O que você quer dizer com isso?” 2 Timóteo 2:25 nos diz, “disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade”. Em outras palavras, estimular significa confrontar as pessoas a respeito do seu pecado para que Deus lhes dê perdão. Você entende? Elas precisam ouvir o evangelho. Ele diz em Tito 1:13, “Repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé”. Se você não repreender as pessoas, elas não serão sadias na fé. Eu posso cuidar de sua alma ao lhe repreender. Eu posso cuidar da alma de um pecador ao repreender aquele pecador diretamente. Isso não é falta de amor. Crueldade é não dizer nada, entende? Em Judas 23, no fim desse maravilhoso livro, ele diz que existem algumas pessoas das quais você precisa salvar com temor, tirando elas do fogo, odiando até mesmo aquilo que é exposto pela carne. Algumas pessoas você precisa arrancar do fogo. Isso não é ódio, isso é amor.

Eu sou acusado de não amar muito. Eu sou criticado por falta de amor, e alguém disse isso para mim nesta manhã após a minha mensagem. Isso não é incomum. Mas amados, isso não é falta de amor. A misericórdia incita. A misericórdia incita porque precisa haver uma confrontação com o pecado antes de haver a percepção da pecaminosidade.

Terceira coisa: Eu penso que nós nos importamos com as almas das pessoas misericordiosamente quando nós não só quando incitamos e temos piedade, mas quando oramos. O sacrifício da oração pelas almas daqueles sem Deus, pelas almas dos crentes em pecado, é um ato de misericórdia. O seu grau de misericórdia pode ser indicado pela sua fidelidade em orar pelas pessoas. Você ora pelos perdidos? Você ora pelos seus vizinhos? Você ora pelas pessoas sem Cristo? Você ora pelas pessoas que são cristãs mas que estão andando em desobediência? A sua oração é um ato de misericórdia pois ela libera a benção de Deus.

Em último lugar, através da pregação. Eu creio que quando você prega o evangelho, essa é a coisa mais misericordiosa que você pode fazer pela alma de alguém. Assim, eu digo que você pode ser misericordioso para a alma de uma pessoa pela piedade, pela incitação, pela oração e pela pregação. Deus deseja pessoas misericordiosas.

Finalmente, vimos o significado, a fonte e a substância; finalmente, a consequência. Você pergunta, “Se eu for misericordioso, o que acontece?” Bem-aventurança. “Bem-aventurados”, diz o Senhor, “são os misericordiosos, porque alcançarão” – o que? – “misericórdia”. Que coisa bela. Você percebe o ciclo aqui? Você percebe o ciclo? Deus nos dá misericórdia; nós somos misericordiosos e Deus nos dá mais misericórdia. Fantástico. O ciclo da misericórdia. Além disso, aqui está o pronome enfático novamente, somente eles, somente eles podem obter misericórdia. Somente eles. Isso não é uma nova verdade na Bíblia. Em 2 Samuel 22:36 diz a mesma coisa. “Para com o benigno, benigno te mostras”. Tiago 2, versículo 13, a mesma coisa; idêntico. Tiago 2:13, “Porque” – ele diz – “o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia”. Essa é a mesma verdade em Mateus, capítulo 6, para os nossos estudos futuros – nós chegaremos lá – “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” e versículo 14, “se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará”. É a mesma coisa. Está ali no Salmo 18. Está também em Provérbios 14. São os misericordiosos que recebem misericórdia.

Agora, eu quero avisar aqui algo muito crítico. Algumas pessoas acham que é assim que você é salvo. Esse é o erro da Igreja Católica; que você satisfaz a Deus e Deus lhe dá misericórdia quando você faz atos de misericórdia. Isso gerou um numero imenso de mosteiros e monges, e tudo veio da má interpretação desse termo. Esse não é o caminho para você conquistar salvação. Muitos na Igreja Católica não entenderam isso. Eles pensam que se eles fizerem as obras de misericórdia, as obras de beneficência, se eles se entregarem aos pobres e necessitados, eles então receberão uma misericórdia salvífica. Não. Esse não é o ponto. Você não recebe misericórdia por mérito. Se não, a misericórdia não seria misericórdia, não é?

A misericórdia somente é aplicável onde não existe mérito, senão ela não é misericórdia. Assim, você não pode ter misericórdia por mérito. O que tem mérito merece recompensa e não misericórdia. Não, misericórdia é dada porque a misericórdia é necessitada por aqueles que a demonstram. A chave está em Mateus 18, onde o homem trouxe o seu servo e disse, “Ouça, me pague tudo o que você me deve”. E o homem disse, “Eu vou lhe pagar tudo”. Então o mestre disse, “Bom, pensando bem, eu vou lhe perdoar. Você está perdoado”. O homem que foi perdoado por algo que ele não conseguiria pagar em toda a sua vida correu e achou um rapaz que devia a ele um tanto que poderia ser pago. Ele pegou o rapaz pelo pescoço e disse, “Me pague tudo o que você me deve ou eu te lançarei na prisão”. E qual é a imagem? Aqui você tem o verdadeiro mestre sendo Deus. Ele oferece misericórdia ao seu servo, mas o servo não era realmente convertido. Ele nunca realmente aceitou a salvação oferecida a ele. Ele nunca realmente recebeu aquela misericórdia porque ele nunca confessou o seu pecado. Ele nunca se aproximou da verdade e por isso a misericórdia e a verdade nunca estiveram juntas. Era uma misericórdia falsa. Aquilo nunca funcionou no caso dele porque ele nunca admitiu a sua pecaminosidade. E isso é óbvio porque quando ele foi embora e teve uma oportunidade de demonstrar misericórdia, o que ele fez? Ele estrangulou o rapaz e o lançou na prisão.

O que o nosso Senhor está dizendo nessa parábola em Mateus 18 é o seguinte: quando alguém não demonstra misericórdia, prova que não recebeu nenhuma. Pelo contrário, esse versículo está dizendo que se você é alguém que demonstra misericórdia, você dá evidência de alguém que recebeu. É isso que ele está dizendo. O homem em Mateus 18 nunca teve uma verdadeira misericórdia. É por isso que ele não pode dar. Porém, aquele que recebeu misericórdia dá e recebe mais e mais. Que belo pensamento. Ele está dizendo que o que recebeu misericórdia será misericordioso. O que recebeu perdão será perdoador. É isso que ele está dizendo.

E sabe o que é tão maravilhoso a respeito disso? Se você é uma pessoa misericordiosa, você é assim porque você recebeu misericórdia; e Deus lhe dá mais misericórdia. Toda vez que você peca, ele perdoa. Toda vez que você tem uma necessidade, ele supre aquela necessidade. Ele cuida da sua roupa, da sua comida – e nós veremos depois no Sermão do Monte – ele derrama misericórdia após misericórdia para aqueles que demonstram misericórdia porque eles receberam isso de um Deus misericordioso. Eu acho que nós podemos dizer o que nós temos dito o tempo todo: Olhe para a sua vida. Você é misericordioso? Se você não é, existe uma boa possibilidade de você não ser um Cristão, porque aqueles que demonstram misericórdia são aqueles que a receberam e que continuam a recebe-la da mão de Deus.

E sobre isto: Eles alcançarão misericórdia. Algumas pessoas acham que isso significa julgamento no futuro. Eu não creio assim nem por um minuto. Eu penso que é algo agora e para o futuro. Nós recebemos isso agora. Davi clamou várias vezes, “Seja misericordioso para comigo, ó Deus; seja misericordioso para comigo, ó Deus; seja misericordioso para comigo, ó Deus”. Ele não estava falando a respeito do futuro; ele estava falando a respeito do presente. No Salmo 86:3 ele diz, “Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo de contínuo”. O que o Salmo 23:6 diz? “Bondade e misericórdia certamente me seguirão” – quando? – “todos os dias da minha vida”.

O Filho de Deus é um sumo sacerdote misericordioso. A misericórdia é para agora e para o futuro também. Em 2 Timóteo 1:16, nós vemos o futuro, onde o apóstolo Paulo faz uma bela oração por Onesíforo, “Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas”. Eu penso que talvez Paulo esteja olhando para o julgamento, para o dia da salvação. Mas isso é mais do que aquilo. Não é a toa que o Salmista diz, “Eu cantarei em alta voz a respeito da Tua misericórdia”. Vamos orar.

Pai, nós te agradecemos nesta noite por nos dar esse tempo com a Tua Palavra. Foi uma noite rica e plena, e Deus, eu estou muito grato pela paciência dessas pessoas. Eu compartilho muitas coisas no meu coração e eu confio no teu Espírito para que elas tenham um propósito e sejam diretas. Senhor, eu tenho um profundo amor pela tua Palavra, não gostando de falhar em nada. Eu apenas oro, Senhor, para que Tu uses isso da forma mais ampla possível na vida dessas pessoas. Torna-nos misericordiosos, Senhor. Que nós não sejamos corruptos ou orgulhosos, mas que nós possamos saber que nós, de todas as pessoas que já existiram, precisamos desesperadamente da Tua misericórdia. Tu nos deste. Que nós não sejamos como o homem que recebeu do seu mestre e nunca compartilhou com o outro. Que nós não sejamos cristãos falsos, mas que nós possamos dar evidência de sermos reais, por sermos misericordiosos. Por consequência disso, nós sabemos da constante benção da tua contínua misericórdia. Assim, Pai, nós nos entregamos a Ti. Faça-nos misericordiosos em um mundo sem misericórdia, para a glória de Jesus. Amém. .

FIM

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