Abra a sua Bíblia no capítulo 53 de Isaias uma última vez. Essa é a décima mensagem desta série, e eu quero lhe falar que é com muita relutância que me despeço dela. Esse capítulo entrou com muita força em minha alma no meu DNA espiritual. Mas por outro lado, todas as passagens fazem isso comigo. Porém essa se destaca em muitos aspectos. Eu tenho tentado compartilhar isso com vocês nas últimas nove horas que nós temos passado por esse capítulo.
Quando começamos esse estudo alguns meses atrás, eu mostrei que a verdade desse capítulo responderia a pergunta mais importante, essencial, vital, crítica, que pode ser perguntada. Que esse capítulo responderia a pergunta com maior peso, seriedade, e significância. A pergunta que esse capítulo responde é mais importante que qualquer outra. É mais importante que todas as outras perguntas juntas. É infinitamente mais importante que todas as outras perguntas juntas. A pergunta que é respondida nesse capítulo não tem nada ver com saúde, não tem nada ver com dinheiro, não tem nada ver com sucesso, não tem nada ver com educação, não tem nada ver com sociologia, não tem nada ver com religião, exatamente, não tem nada ver com política, moralidade ou filosofia. Ultrapassam todas essas questões e na verdade a pergunta que ela responde é a mesma pergunta pela qual a Bíblia foi escrita.
A Bíblia foi escrita para responder essa pergunta que é magnificamente respondida nesse capítulo. Qual é a pergunta? A pergunta é: Como que um pecador pode ser perdoado completamente e reconciliado com o Santo Deus e então escapar do inferno eterno e entrar no céu eternamente? Essa é a pergunta. E, sendo que todos os humanos viverão para sempre, no inferno ou no céu, essa é a pergunta que mais precisa ser respondida. Como que um pecador pode ser perdoado completamente, reconciliado com o Santo Deus e então escapar do inferno eterno e entrar no céu eternamente? Essa é a suprema pergunta moral. Essa é a suprema pergunta espiritual. É a suprema pergunta religiosa pela qual nenhum sistema de moralidade, ou espiritualidade mística, e nenhuma religião tem a resposta – a não ser o Cristianismo – e a Bíblia foi escrita para dar essa resposta.
Se você tirar essa pergunta e resposta da Bíblia, a Bíblia será como qualquer outro livro. É por causa dessa pergunta e resposta que as Escrituras Sagradas foram reveladas. E olhando para o Antigo Testamento, em nenhum lugar é respondida com mais clareza do que em Isaias 53, como nós temos aprendido. Isso faz desse capítulo um ponto alto do Antigo Testamento. Esse é o Monte Everest do Antigo Testamento. É a profecia inspirada pelo Espírito Santo sobre a morte e ressurreição de Jesus Cristo, 700 anos antes da vinda dele. Quando nós começamos com esta série, eu disse que alguns comentaristas chamam esse livro de o quinto evangelho. Eu não o chamaria disso. Eu o chamaria de o primeiro evangelho, e Mateus o número dois, Marcos o número três, Lucas o número quatro e João o número cinco.
Esse é o primeiro evangelho. Esse é o relato do Deus-homem que veio a terra para morrer pelos pecadores, ressuscitou para dar salvação, e foi exaltado no céu. Não é só o primeiro evangelho; eu até falaria que essa é a primeira epístola. A primeira epístola. Você pode colocar esse livro logo após o livro de Atos, bem antes de Romanos, porque a mensagem aqui não é só a mesma que você lê nos quatro evangelhos, mas é a mesma interpretação dos evangelhos que você pode encontrar nas Escrituras de Paulo, Pedro e João. E então é uma demonstração sem paralelo no Antigo Testamento da Escritura divina, porque aqui está o relato da vida e morte na cruz, do sepultamento, do nosso Senhor Jesus Cristo 700 anos antes do acontecimento. E aqui está a interpretação no Antigo Testamento da morte e ressurreição que podemos ler no Novo Testamento.
Como temos aprendido, as palavras desse capítulo glorioso, o capítulo 53, estão todas no passado. E por mais que seja uma profecia do futuro, não é primeiramente a profecia dos eventos da vida de Cristo. É primeiramente a profecia da conversão final de Israel onde, no futuro, como está em Zacarias, eles olham quem eles traspassaram e lamentam por Ele como um Unigênito, e o Espírito da graça e súplica vem neles, e a fonte de purificação é aberta para eles, e eles vêm a conhecer a Deus. É isso que Zacarias 12 e 13 falam do que acontecerá no futuro.
A promessa de Deus em Ezequiel 36 é a salvação futura de Israel. Ela é repetida em Jeremias 31, e é afirmada em Zacarias 12, 13 e 14. E é daí que Paulo pega o que ele diz em Romanos 11, que Israel será salvo. Ao profeta Isaías é dada uma visão da futura salvação de Israel no final da história humana, logo antes da vinda de Jesus Cristo, quando eles olham quem eles traspassaram e vêm quem ele realmente é e o tomam como Senhor e Salvador, eles são limpos dos seus pecados e recebem o real conhecimento de Deus. Quando isso acontecer no futuro, essas serão as palavras que eles dirão. Essa é a confissão deles. É por isso que todos os verbos estão no passado e os pronomes são plurais. Isso é Israel fazendo sua confissão no futuro.
E por mais que a confissão aqui seja a confissão futura de Israel que traz salvação para a nação, é também a mesma confissão feita por todos os Judeus e Gentios desde Cristo pela qual nós temos a salvação. Um dia Israel fará essa confissão; nós já o fizemos. Nós já reconhecemos que Ele foi traspassado por nossas transgressões, moído por nossas iniquidades. Nós já reconhecemos que o Senhor tomou para si as nossas iniquidades. Nós reconhecemos que o Senhor ficou feliz em moer Jesus porque Ele foi a oferta pela culpa. Nós entendemos isso. Nós cremos nisso. Nós cremos no sacrifício vicário e substitutivo de Jesus pelos pecadores. Nós cremos que ele foi tirado da terra dos vivos pelas transgressões do povo de Deus que eram os que mereciam tudo isso. Ele assumiu nosso sofrimento, nosso julgamento. Nós cremos nisso – e é por isso que somos salvos.
Esse é o evangelho. Essa confissão é o coração da teologia da salvação. Aqui está a doutrina da justificação pela imputação dos nossos pecados ao justo, o servo de Jeová que virá, o sacrifício substituto, morrendo em nosso lugar, tomando para si a nossa punição imposta por Deus por causa dos nossos pecados e por todos os pecados de todas as pessoas que crerão nEle. E um dia os Judeus dirão isso – e nós já dissemos: “Ele foi traspassado por nossas transgressões. Ele foi moído por nossas iniquidades. O castigo por nosso bem-estar foi lançado sobre Ele e pelo sofrimento dele” – Suas pisaduras – “nós somos curados.” Um dia os Judeus dirão, “o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.” Um dia eles dirão, “Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido.” Um dia eles dirão isso.
E preste atenção, até alguém dizer isso, eles não podem ser salvos. Não tem nenhuma outra maneira de ser salvo. Existem pregadores, pastores, que estão felizes em falar que os Judeus podem ser salvos hoje sem Cristo. Isso não é verdade. Qualquer Judeu ou Gentio pode ser salvo hoje. Essa congregação é composta de Judeus e Gentios que já fizeram essa confissão. Mas ninguém pode ser salvo sem essa confissão. Nós nos alegramos que um dia essa nação confessará, em um ato de graça soberana quando Deus pelo Espírito Santo vier a estar com eles, regenerando-os, eles olharão para trás, olharão para Cristo, mudarão a decisão que tomaram a dois mil anos, e O terão como Salvador.
Essa é a confissão deles. Essa é a minha confissão. Essa é a sua confissão. Não pára na cruz. Nós também, junto com eles, confessamos que mesmo Ele sendo um sacrifício de culpa, versículo 10, “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito.” A confissão também inclui a ressurreição. Se ele está morto, como ele verá sua posteridade? Como ele prolongará os seus dias? Como ele verá o fruto do trabalho da sua alma e ficará satisfeito? Só se ele ressuscitar. Nós confessamos que Jesus não só morreu mas ele também ressuscitou. Romanos 10, “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” É isso que cremos. É assim que nós vemos. É assim que os Judeus verão.
Mas essa não é, em si, a ultima palavra. Estamos certos? Estamos certos? Preste atenção, esse entendimento da doutrina da justificação – expiação substitutiva, vicária – tem sido atacada desde o tempo do Novo Testamento. Está sob ataque hoje. Existem teólogos que negam a expiação substitutiva de Jesus Cristo como uma provisão para os pecados de todos que irão crer individualmente. Há sempre uma batalha sobre essa doutrina. Na verdade, parecia que a batalha havia sido perdida por mil anos até que a reforma a recuperou. Entendemos isso, certo? Isso que nós lemos aqui, essa futura confissão dos Judeus, é um entendimento correto da cruz? É um entendimento certo do significado da morte e ressurreição de Cristo? E não só sua morte que ressurreição mas também sua exaltação? Porque de acordo com o capítulo 52:13, Ele será elevado, ele será grandemente exaltado, Ele causará admiração às nações, Ele silenciara – Ele irá calar a boca de todos líderes do mundo porque ele será tão superior a eles. Isso fala não só da primeira vinda dEle, que foi para morrer, mas da Sua segunda vinda para reinar.
Os Judeus entenderam isso certo? Eles viram isso corretamente? Será que esse é o jeito que só nós vemos? Ou esse é o jeito que Deus vê? Como Deus vê a cruz? Bom, nos vemos no começo desse texto, capítulo 52 versículos 13 a 15, que Deus é quem está falando, “Olhe meu servo” – Meu escravo, ebed, o escravo de Jeová, que tem sido o título do Messias desde o capítulo 42. Então nós sabemos que Deus aqui é o que está falando, na primeira pessoa, e Ele está descrevendo a carreira do Messias, Seu escravo, e Ele diz que Ele vencerá, Ele será elevado e exaltado, mui sublime, Ele causar admiração a muitas nações. Então aqui está falando de sua exaltação e soberania. No versículo 14, o que está no meio, está falando de Sua desfiguração, Seu espancamento, Seus ferimentos, e será pior do que de qualquer outro humano. Sua forma será mais feia, mais desfigurada do que de qualquer outro homem. Assim Ele está nos falando que a vida do Seu servo que virá, incluirá glória e sofrimento. Isso é um enigma para os Judeus.
Eu estava lendo um livro no vôo ontem a noite de Seattle até aqui, e era um livro que estava descrevendo o que os rabis pensam e tem pensado durante a história sobre essa parte das Escrituras. E eles estavam com esse enigma. Como que o Messias pode ser exaltado e glorificado e desfigurado mais que qualquer outro homem? E as maquinações que eles passaram durante sua história – desde antes de Cristo, até os dias modernos – para tentar explicar como isso pode descrever o Messias são infinitas. Como que você pode resolver isso?
Bom, o capítulo 53 resolve simplesmente falando que antes de Ele ser exaltado, Ele será humilhado. Nós entendemos isso. Sua primeira vinda é para ser desfigurado e executado. Sua segunda vinda é para reinar. É assim que nós entendemos. Mas é assim que Deus entende? Afinal, é a perspectiva de Deus que importa. O problema da salvação, o problema do perdão, o problema da reconciliação, o problema da vida eterna ou a questão da vida eterna não é sobre como nós vemos as coisas. Não é a palavra final dizer que é assim que nós vemos isso. A palavra final é ver como Deus vê isso. Quero ter a visão de Deus a respeito da morte e ressurreição de Cristo. Então nós temos isso nos últimos dois versículos desse capítulo incrível.
Começando no meio do versículo 11, Deus fala. Os pronomes todos mudam. Ele passa do plural para o singular. Os verbos passam do passado para o futuro. Vai dos Judeus, olhando para traz e vendo a cruz, para Deus falando, e olhando para frente para ver a cruz. E qual é a visão de Deus? Ouça, começando com, “com o Seu conhecimento,” versículo 11. “com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.” São essas as palavras de Deus, resolvendo o enigma dos versículos 13 a 15 no capítulo 52. Essa é a visão de Deus. Os pronomes, Meu e Eu; os verbos, futuro; Deus falando pessoalmente, prevendo a realidade que os Judeus confessarão. Ele está prevendo a morte do Justo. Ele está prevendo que Ele irá se dar para a morte. Ele está prevendo que será uma morte com o peso dos pecados, e ele suportará os pecados de muitos, e com isso ele justificará muitos. Essa é a doutrina da expiação vicária e substitutiva – justificação por imputação. Essa é a grande doutrina que foi confessada pela futura geração de Judeus e por todos nós, e Deus afirma isso. Deus afirma isso.
Deus afirma a divindade do Seu servo quando ele o identifica como o Justo no versículo 11. O Justo. Eu falarei mais sobre isso daqui a pouco. Ele afirma sobre sua humanidade quando ele fala Dele se dando para a morte e sendo incluído entre os transgressores. Mas principalmente ele se refere a sua expiação vicária, substitutiva e sacrifical quando ele fala no versículo 11, “porque as iniqüidades deles levará sobre si,” e no versículo 12, “levou sobre si o pecado de muitos.” Ele até afirma sua ressurreição porque “eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo.” Ele afirma sua mediação, Sua intercessão e na última linha, Ele “intercedeu pelos transgressores.” Então aqui está uma palavra de Javé, uma palavra de Jeová, declarando a resposta para a pergunta suprema: Como que um pecador pode ser perdoado totalmente e reconciliado com Deus, sendo tirado do inferno eterno para o céu eterno? A resposta de Deus é através da morte do Justo que morreu no lugar do pecador, pagando totalmente a penalidade do pecado. Essa é a afirmação de Deus.
Vamos olhar isso mais de perto. Como eu disse, Deus que está falando – Javé, Deus Pai é o que está falando de novo – e Ele introduz o Servo Dele de novo. “Meu servo,” Ele o chama no versículo 11 – e é assim que ele o chamou quando o introduziu no capítulo 52 versículo 13, “Meu servo, o servo de Jeová” – esse título Messiânico que nós estamos familiarizados. Mas eu quero focar no Justo, o Justo. Só tem um que pode ter esse título, um no mundo, um humano, um homem que pode ter esse título, o Justo. Essa é uma designação do Messias tão maravilhosa no Antigo Testamento que era conhecida pelas pessoas do Novo Testamento que conheciam o Antigo Testamento. Por exemplo, Pedro prega esse grande sermão no terceiro capítulo de Atos e ele usa esse título. Ele diz, “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo. Vós, porém, negastes o Santo e o Justo” – o Justo. Ele é o único Justo.
Estêvão pregou um ótimo sermão antes de ser esmagado debaixo das pedras, e ele disse aos judeus, “Qual dos profetas vossos pais não perseguiram?”. Eles mataram aqueles que anunciaram de antemão a vinda do Justo.” O Justo. Isso virou um título Messiânico. No capítulo 22, Paulo reitera o testemunho dele sobre a estrada de Damasco e ele diz, “Eu fui a casa de Ananias, e Ananias conversou comigo sobre o Justo.” Volte ao capítulo 53. Deus também estabelece esse título aqui chamando seu servo de O Justo, o único que era santo, inocente, sem mácula, separado dos pecadores, em quem não tinha pecado, de quem Ele falou, “Esse é meu Filho amado, em quem me” – O que? – “comprazo.”
Então aqui Deus está falando do Seu Filho, Seu escravo, o Justo, e Ele fala isso, “Pelo Seu conhecimento Ele justificará muitos” – os “muitos,” sendo aqueles que creem; os “muitos” sendo o povo de Deus; os “muitos” sendo aqueles por quem ele morreu, Ele justificará, isto é, Ele dará justiça a eles. Ele, pelo Seu sacrifício, por tomar sobre Si os pecados deles, será capaz de conceder-lhes Sua justiça. Nós entendemos a doutrina da justificação, que Ele morre, o Justo, para justificar muitos pecadores.
A frase na qual eu quero focar, porque vocês sabem essas outras coisas, é “pelo Seu conhecimento.” O conhecimento de quem estamos falando aqui? Pode ir para os dois lados no Hebraico. Pode ser “pelo Seu conhecimento,” e é isso que fica meio implícito na versão Revista e Atualizada da Bíblia – “pelo Seu conhecimento” sendo o servo, o Justo, ele justificará muitos. Pode estar se referindo ao Seu conhecimento do plano de Deus, Seu entendimento do plano de Deus, a sabedoria perfeita que Ele tinha.
Isaias mostra no capítulo 1 e no capítulo 5 os Israelitas não tendo conhecimento. Ele mostra também no capítulo 44 de Isaías a nação não tendo conhecimento. Então talvez aqui ele esteja falando, “Mas o Justo tem o conhecimento necessário para fazer a vontade de Deus e para dar justificação para os muitos.” O problema com isso é que não foi pelo Seu conhecimento que Ele nos justificou; foi pelo seu o que? Pela sua morte. O hebraico permite traduzir dessa forma: “Pelo conhecimento Dele, o Justo, Meu servo, justificará os muitos.” Justificação virá para aqueles que o conhecem, que o conhecem. É melhor interpretar isso como nosso conhecimento Dele, de Sua pessoa, de Sua obra, da Sua provisão na Sua morte e ressurreição, o evangelho. Aqui Deus valida a Grande Comissão. Aqui Deus fala que Ele justificará os muitos que têm conhecimento Dele. Não há salvação por nenhum outro nome. Ninguém vem ao Pai se não por Mim.
Ouça, em Romanos 10, Paulo estava olhando para Isaías quando ele escreve e até faz referência de várias partes de Isaías. E Paulo diz assim, ele diz, “Quem invocar o nome do Senhor” – Romanos 10 – “será salvo.” Mas daí ele diz, “Como que eles invocarão por Seu nome se não creram?” Eles não conseguem. Então ele diz, “Como crerão Nele se não ouviram?” Daí ele diz, “Como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não há quem os envie?” E daí aquela linda frase: “Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz.” Somente os que O conhecem é que podem ser salvos. E é isso que está escrito, pelo conhecimento Dele, “o Justo, meu servo, ele justificará muitos.” É por isso que nós vamos aos confins da terra com o evangelho. É por isso que nós pregamos a todas criaturas. Não há nenhuma outra forma deles serem salvos. Israel não é salvo porque eles são Judeus, porque eles são monoteístas. Eles não serão salvos, como indivíduos hoje na era da igreja ou no futuro no final dos tempos, até olharem para Ele a quem eles traspassaram e chorarem por Ele e confessarem-no como Senhor.
Aqui está o testemunho de Deus com a urgência de proclamar a mensagem de Jesus Cristo até aos confins da terra. Os muitos, as pessoas por quem Cristo morreu, só podem ser salvas quando elas ouvirem porque a fé da salvação chegou – Romanos 10 – ouvindo a mensagem de Cristo. A fé vem pelo ouvir da Palavra de Cristo. Esse é o nosso mandamento, e esse mandamento é dado a nós aqui por Deus. É colocado bem no capítulo da Grande Comissão e a chamada para a fé – a fé é baseada em conhecimento da verdadeira revelação de Cristo.
Então Deus diz isso: Conhecendo-O de maneira salvadora, conhecendo-O numa fé com arrependimento, irá justiçar os muitos. Como? Como, conhecendo-O, pode justifica? Porque Ele irá tomar suas iniquidades. Deus crê na doutrina da justificação. Deus crê na doutrina da imputação porque Deus a ordenou.
Ele tem mais a dizer. A segunda metade do versículo 12, essas são as palavras de Jeová, Javé, falando mais uma vez do Seu servo, o Justo: “derramou sua alma na morte.” É sempre – os verbos são sempre verbos de disposição. “Ele se deu para a morte.” Como no versículo 7, “Ele foi oprimido e se permitiu ser afligido.” Nós já vimos isso. Sua disposição está nessa parte toda da Escritura. Literalmente, quer dizer que Ele deu Sua própria alma à morte. Então Deus está repetindo a confissão que nós lemos dos Judeus. Sim, Ele se deu para a morte. E então essa linda frase: “E ele foi contado com os transgressores.” Literalmente, no Hebraico quer dizer que ele permitiu ser incluído com os transgressores. Aliás, Jesus fala isso em Lucas 22:37 antes de chegar na cruz. Ele diz essas palavras. É uma referência à sua encarnação, que ele foi literalmente contado com os transgressores. Ele viveu entre transgressores. Ele se misturou com esse mundo. E à vista, Ele não parecia muito diferente de qualquer outra pessoa. Não tinha auréola. Ele não flutuava. Ele não tinha uma forma de poder ou majestade. Nada da sua aparencia o fazia atraente. Ele parecia como qualquer outro homem. Ele andava como qualquer outro homem. Ele falava com uma voz como a voz de qualquer outro homem, ele comia. Ele fazia o que os homens fazem.
Não tinha nada sobre ele que levasse as pessoas a tirarem a conclusão que Ele era sobrenatural. Esse era parte do problema de quando Ele fazia milagres. Era tão desconexo o que Ele parecia ser e o poder que Ele tinha, que decidiram na sua incredulidade que esse era o poder do Diabo de alguma forma operando através Dele. Aqui Deus afirma a encarnação. Aqui Deus mesmo, em suas próprias palavras, fala que Ele desceu e se permitiu fazer parte do mundo de homens caídos. Isto está em Filipenses capítulo 2, que Ele se humilhou, tomou a forma de homem, um servo, e morreu, morte de cruz.
Então não é sobre sua morte com os criminosos; é sobre o fato que ele veio tomar seu lugar com os pecadores. E mesmo ele se familiarizando com os pecadores, mesmo ele sendo contado como humano em meio aos transgressores, Ele conseguiu fazer o que nenhum homem consegue fazer que foi tomar os pecados de muitos, mesmo ele estando misturado com os pecadores do mundo. Ele era o único qualificado a se levantar e ser o sacrifício pelos pecados deles. Ele é o Justo, Deus na humanidade, o Deus-homem, e Ele parecia ser como todo o resto mas Ele tem a capacidade de tirar os seus pecados. E como o bode expiatório do Dia da Expiação – Levíticos 16 – levando-os, e essa referência é feita várias vezes, como vocês sabem, nesse capítulo.
E a última palavra do Pai sobre Sua morte e Sua ressurreição mesmo na ultima linha “intercedeu pelos transgressores.” Intercedeu pelos transgressores.” Eu gostaria que o tradutor tivesse usado a versão New American Standard “mediou.” A palavra quer dizer mediou. Significa mediar, colocar-se no meio, entre, e ficar no meio. Isso é o que Deus está dizendo, que Cristo é aquele que está entre Deus e o homem. Primeira Timóteo 2:5, “Há um” – o que? – “mediador entre Deus e o homem, o homem Cristo Jesus.” Sim, nessa mediação, ele é o intercessor. Ele é quem pleiteia nossa causa. Ele é a ponte para Deus, a ponte para o céu. Ele fez essa mediação possível através de Sua morte. Sua mediação por nós começou, mesmo, no Novo Testamento, em João 17, antes Dele chegar na cruz, quando Ele orou aquela grande oração, na noite que ele foi traído e ele começou a orar por nós. Ele orou naquele incrível oração que Deus nos levaria para o céu, que todos que pertencem a ele através da historia da humanidade estariam juntos e que eles seriam todos levados para gloria onde poderiam vê-Lo em Sua glória e ver a glória do Pai. Ele começou a interceder por aqueles por quem Ele morreu.
Mas há um tipo muito importante de nota no hebraico a se fazer sobre o verbo "intercedeu.” É um verbo imperfeito sendo contínuo – contínuo. Todos os outros verbos são perfeitos, que quer dizer uma ação concluída. Se vocês voltarem três versículos, “Ele se entregou à morte,” isso foi concluído; ele fez isso uma vez. “Ele foi contado com os transgressores,” essa é sua encarnação; Ele fez isso uma vez. “Ele tomou os pecados de muitos”; isso Ele fez na cruz, e nunca será repetido. Essas ações foram concluídas, perfeitas. Mas Sua intercessão é imperfeita porque é contínua. “Ele vive para interceder por nós.” Ele sempre será nosso defensor. Ele sempre será nosso intercessor. Ele sempre será nosso mediador até quando formos para o céu. Hebreus 7:25, Romanos 8:34 celebram a obra de mediação e intercessão de Cristo.
Assim, o próprio Deus, nessa parte, afirma o sacrifício vicário e substitutivo de Cristo como a única oferta que pode satisfazer Sua justiça e dar salvação aos pecadores e trazê-los para a justificação. Isso quer dizer que eles são declarados justos por Deus. Isso só é para quem conhece a Deus. Conhecendo Ele é que a justificação acontece, individualmente. Então o conhecimento Dele é crucial. Assim, espalhar o conhecimento Dele ao mundo torna-se um mandamento. Essa é uma confissão que os Judeus um dia farão. Essa é uma confissão que nós já fizemos. E essa é uma confissão que Deus mesmo afirma.
E finalmente chegamos à última palavra, versículo 12. Vimos o servo surpreendente, o servo desprezado, vimos o servo substitutivo, o servo silencioso, o servo morto, e aqui está o servo soberano. Começando no versículo 12: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo.” A ressurreição, claro, está implícita porque ele será recompensado. Depois do sofrimento, a satisfação. Depois do lamento, a salvação. Depois da morte, a libertação. Depois do sangue, a glória. Depois da dor, o prazer. Depois dos espinhos, o trono. Depois da cruz, a coroa. A primeira vinda em humilhação; a Segunda Vinda em exaltação.
Então o texto termina na segunda vinda. O texto termina onde começou, 52:13. Ele prosperará, será exaltado e elevado e será mui sublime, causará admiração às nações, silenciando reis. O texto termina com a vitória e a festa, o Senhor Deus mesmo coloca Seu servo no trono e o recompensa com todos os despojos pela sua grande conquista. Ele é exaltado, Ele é todo glorioso, Ele está no trono. Isso está em Apocalipse 11, quando os reinos desse mundo tornarem-se os reinos do nosso Deus e do Seu Cristo. Isso está em Apocalipse 19, quando ele vem em um cavalo branco com todos os santos para julgar e fazer guerra contra os ímpios e então estabelecer Seu Reino glorioso nessa terra por mil anos, seguido por novos céus e uma nova terra aonde ele reina e será para sempre exaltado. Essa é uma imagem poderosa e real. Essa é a imagem do herói conquistador que volta com todos os despojos da vitória. Tendo vencido todas as forças do mal e humilhado todos os reis insignificantes, Ele vem triunfante.
E Deus declara duas coisas sobre Ele: “Por isso lhe darei a parte de muitos” e “com os poderosos repartirá ele o despojo.” Essa é uma frase magnífica. Nós esperaríamos que ele falasse, “Eu lhe darei tudo.” Isso é verdade. “Eu vou exaltá-Lo.” Como Paulo fala em Filipenses, “Eu lhe darei um nome acima de todos o nome, e ao nome de Jesus todo joelho se dobrará.” E esse nome é Jesus; é o nome de Jesus – Senhor. Esse é o nome que nos faz dobrar os joelhos.
Entenderíamos se ele dissesse, “Eu Lhe darei tudo,” e Ele lhe dará tudo, mas essa não é a ênfase aqui. A ênfase aqui é sobre compartilhar. “Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo.” Quem são os muitos e quem são os poderosos? Quem? Somos nós. Como nos tornamos muitos e poderosos quando somos insignificantes e fracos? A palavra aqui para “muitos” é harabim. Literalmente quer dizer “os muitos” – os muitos – os muitos que Ele justificou. Nós já vimos essa palavra “muitos”. Ele justificará os muitos, final do versículo 12, “Ele tomou o pecado de muitos.” Aqui está os muitos. Então, lhe darei a parte de muitos.
Bom, porque que o tradutor para o inglês mudou de “muitos” para “grande”? Porque até aquela hora, nós vamos ser grandes. Você diz, “Nós seremos exaltados?” Nós seremos. Nós nos tornaremos herdeiros de Deus – Romanos 8:17 – e co-herdeiros com Cristo. Tudo que ele possui, nós vamos possuir. Não é essa a graça magnânima de Deus? Que não vamos passar a eternidade, de alguma forma, empobrecidos, vendo Cristo desfrutar toda recompensa, mas tudo que Ele tem é nosso para compartilhar. Essa é a extensão da grande graça de Deus. Ele divide as coisas boas com os fortes. Quem são os fortes? Eles são os fracos que foram feitos fortes. Nós somos os muitos feitos grandes e os fracos feitos fortes. Nós somos os triunfantes, e é isso que está dizendo aqui. Nós marchamos em Sua companhia.
Eu gostaria de ter tempo de ir ao livro de Coríntios onde Paulo diz, “que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo.” Todas as coisas boas que Cristo conquistou na cruz, toda redenção será parte da comunhão que irá enriquecer nossas vidas. Tudo que ele tem da glória eterna do novo céu e da nova terra será nosso também. Nós vamos reinar na terra no reino do milênio com Ele. Nós vamos sentar nos tronos com ele. E vamos reinar para sempre com Ele nas glorias do novo céu e da nova terra. E tudo que é dele, será nosso.
Então a promessa de Isaías é de que uma geração futura geração de Israel será finalmente salva no fim, e essa será sua confissão. E Deus afirma que essa confissão é um entendimento verdadeiro da obra de Cristo na cruz. Mas essa confissão tem que ser sua confissão. De arrepender-se dos seus pecados, saber o que Cristo fez, de aceitá-Lo pela fé como o substituto que tomou seu lugar, de confessá-Lo como o Senhor ressurreto e ser salvo. E ser salvo. Quem clamar pelo Seu nome será salvo e escapará do inferno eterno e entrará no céu eterno. Essa é a única pergunta que tem uma resposta que afeta você para sempre. Baixe sua cabeça comigo em oração.
Pai, muito obrigado pela Sua Palavra. É tão poderosa e tão penetrante. Obrigado por nos dar outra incrível visão da cruz de Cristo. Agora, que chegamos nessa mesa, nós pedimos que o Senhor opere em nossos corações, que possamos confessar qualquer pecado que tenhamos em nossas vidas, qualquer coisa que esteja entre nós e o Senhor, e para os que não conhecem a Cristo, que essa seja uma hora onde o Senhor desperte seus corações e que eles venham a ter o Senhor como Salvador e única esperança. Que esse seja um momento de louvor e adoração como também um momento de convicção e arrependimento.
FIM
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