
Chegamos ao capítulo 14 novamente em nosso estudo de 1Coríntios. Estamos neste livro há muitos, muitos, muitos meses, e estamos no que tem de ser o capítulo mais difícil do livro, se não o capítulo mais difícil da Bíblia, de muitas maneiras. E quero falar-lhe com muito cuidado nesta manhã para lhe dar uma compreensão tão clara das dificuldades do texto quanto possível.
Quero começar dizendo que não abordo esse texto com nenhum motivo oculto, mas que fiz o melhor para entender o que ele está dizendo. Eu não estou tentando fazer dele uma mensagem para falar contra o atual movimento carismático, como temos discutido nos últimos meses, mas sim para simplesmente ensinar o que o texto está dizendo. Vamos traçar algumas aplicações à medida que avançamos.
E quero enfatizar mais uma vez que sei que é difícil para algumas pessoas, porque temos falado muito sobre esse assunto recentemente, para manter em mente o fato de que eu não estou pessoalmente atacando indivíduos que acreditam, como os Carismáticos acreditam, mas, em vez disso, eu estou me esforçando ao máximo para dar uma compreensão clara das coisas que estão na Palavra de Deus que falam deste fenômeno em particular acontecendo hoje. E assim, é da Palavra de Deus que eu falo, tentando entender a verdade de Deus, em vez de algum contra-ataque contra alguns que teriam me atacado neste momento. Eu não tenho outro motivo além do motivo pelo qual você entenderia a verdade da Palavra de Deus.
E com isso em mente, queremos voltar ao 14º capítulo. Agora, como eu me lembro, este capítulo nos leva à questão das línguas na igreja de Corinto. Paulo lida aqui com outra manifestação da carnalidade coríntia. Como vimos em estudos anteriores, a verdadeira apresentação bíblica do dom de línguas, ou idiomas, como é chamada, pode ser vista no capítulo 2, de Atos, onde você vê em Atos 2 que se trata de uma língua conhecida. As pessoas ouviram falar em seus próprios idiomas. Esse é o verdadeiro dom de línguas, a capacidade de falar uma língua estrangeira, uma língua desconhecida. Ele lhes deu a capacidade miraculosa de falar essa língua para que pudessem comunicar a verdade de Deus no idioma de alguém presente.
O dom também agia como um sinal, em virtude de seu elemento milagroso, que é o fato de alguém que não conhecia a língua falar agindo como um sinal de que Deus estava presente, e autenticava a mensagem que estava sendo proclamada.
Aprendemos que estas eram línguas genuínas entendidas pelos judeus que visitavam, vindos de muitas terras, as festas em Jerusalém, como ocorreu em Atos 2. Isto foi então... e isto é importante para você lembrar, uma expressão inteligível das maravilhosas obras de Deus em suas próprias línguas. E você verá isso ao olhar para o segundo capítulo de Atos.
Deus estava falando; esse foi o começo da nova era. O Novo Testamento deveria ser escrito; muitas das coisas antigas a respeito do judaísmo, e coisas que Deus havia revelado no passado, seriam acrescentadas à nova era maravilhosa do Novo Testamento. E Deus estava prestes a falar novamente, e o que ele ia dizer seria difícil para muitos judeus entenderem. E para que Deus autenticasse que era realmente ele quem falava, ele dava sinais e maravilhas aos que eram seus mensageiros, como a capacidade de falar uma língua estrangeira não conhecida de maneira miraculosa.
Agora, não há razão para pensar que essa definição e propósito claros para o dom das línguas tenham mudado. Os termos usados em 1Coríntios, as palavras usadas no grego, são as mesmas palavras usadas em Atos 2. Não há nova definição dada. De modo que, quando chegamos à época da igreja de Corinto, o dom das línguas não é diferente do que sempre foi. Ainda é a capacidade miraculosa dada pelo Espírito Santo de falar uma língua estrangeira que você não conhece, mas que alguém presente sabe, para mostrar a eles que Deus está presente, e que Deus está autenticando a mensagem.
A confusão vem porque os corintos corromperam esse dom muito simples e claro ao usá-lo de maneira errada e, em segundo lugar, ao misturar com ele o conceito pagão de falar na forma extática tão comum à cultura deles. Era relativamente fácil para Satanás falsificar a realidade por causa desse êxtase cultural e pagão que era comum no tempo dos coríntios. Mas tenha em mente que o verdadeiro dom era unicamente de Deus, línguas vivas a serem entendidas pelas pessoas que estavam presentes, quando eram usadas.
Por outro lado, o discurso extático era muito diferente. Baseava-se na superstição pagã, no êxtase, no erotismo e no sensualismo, como vimos da última vez. Falava-se uma coisa ininteligível desconhecida para qualquer um, supostamente acreditada ser a linguagem de um deus. E eles diziam que quando você está falando aquela coisa ininteligível, você está tendo comunhão particular com seu deus. Seu significado nunca era conhecido pelo devoto que falava, porque ele não entendia o que estava dizendo. Nunca era do conhecimento das pessoas que poderiam ter ouvido, porque não tinham ideia do que ele estava dizendo. E então Paulo diz que eles falam mistérios. Eles falam algum tipo de segredos sagrados com o deus deles.
E esse é o problema que entrou na igreja de Corinto. Eles haviam corrompido o verdadeiro dom neste êxtase falsificado. E mesmo aqueles que tinham o verdadeiro dom... e, incidentalmente, havia alguns em Corinto que tinham o verdadeiro dom, sem dúvida, porque o capítulo 1, versículo 7, diz: "de maneira que não vos falte nenhum dom.” Mas mesmo aqueles com o verdadeiro dom estavam usando o verdadeiro dom de maneira errada, e então o resto da congregação estava usando o dom falso. E você tem de manter essas duas coisas em mente enquanto estudamos o capítulo 14. Às vezes, Paulo está se referindo ao dom errado ou falso, e às vezes ele está se referindo ao uso errado do dom verdadeiro. E isso é algo que você deve distinguir ao passar pelo capítulo.
Assim, na assembleia dos coríntios, eles haviam falsificado, na maior parte do tempo, esse dom real, transformado no discurso extático dos pagãos e, com seus excessos emocionais concomitantes, começara a dominar a assembleia coríntia. Então Paulo está escrevendo para separar a adoração de falsos deuses com o objetivo pessoal de autossatisfação da adoração do Deus verdadeiro com um objetivo que alcança os outros. Em outras palavras, vimos da última vez que as pessoas fazendo isso eram muito egoístas, e que a questão que Paulo queria transmitir era que eles usariam qualquer dom que tivessem, se fosse realmente um dom verdadeiro, para ministrar aos outros, não como algo egoísta para ministrar a si mesmos alguma bênção especial extática.
Alexander Hay diz: “Esses crentes, em seus dias pagãos, acreditavam que quando falavam em uma língua não compreendida pelos homens, nem mesmo pelo adorador, eles estavam falando segredos ou mistérios com seu deus. Eles acreditavam que era o espírito deles falando. O benefício era recebido apenas pelo adorador; ninguém mais entendia. O adorador se beneficiava com o êxtase do sentimento despertado e a sensação de que ele estava realmente participando com os espíritos no círculo interno. Ele não pensava na edificação dos outros adoradores. Paulo contrasta esse objetivo egoísta com o objetivo cristão. O propósito das manifestações do Espírito de Deus é que toda a congregação seja edificada.”
E isso é um resumo do que dissemos da última vez. O propósito dos dons verdadeiros é para os outros, nunca para você mesmo. Todo o corpo deve ser edificado. No capítulo 12, de 1Coríntios, no versículo 7: “a manifestação do Espírito é dada” - realmente, ali diz - “para proveito de todos.” Para o proveito de todos, para o benefício de todos. E o dom de línguas era para manifestar a verdade de Deus aos outros; era para falar a verdade de Deus em um idioma que um incrédulo ouvisse, e ele dissesse: “Incrível, isso é maravilhoso. Essa pessoa não conhece a minha língua e, no entanto, fala isso. Deus deve estar falando por meio dela.” E então, quando a pessoa passava a anunciar o evangelho, ou a falar a verdade, como Pedro fez no Dia de Pentecostes, haveria fé no coração deles porque eles tinham visto que Deus estava falando em virtude das maravilhas que acompanhavam a mensagem.
Agora, os carismáticos, hoje, e os pentecostais, percebem que há uma diferença... e isso é importante... entre Atos 2 e 1Coríntios 14. Eles reconhecem que há uma diferença, e a maneira como explicam a diferença é geralmente esta. Eles dizem que existem dois tipos de línguas. Há as línguas de Atos 2, que são línguas reais, e há as línguas de 1Coríntios 14, que é o discurso extático, privado e devocional, pelo qual se fala em uma língua desconhecida a Deus, pessoal e privadamente, para autoedificação. Eles reconhecem uma diferença, e resolvem a diferença dizendo que há dois dons de línguas.
Eu reconheço uma diferença, e eu a resolvo dizendo que houve o verdadeiro uso dela, em Atos 2, e houve o falso uso dela, em 1Coríntios 14, de modo que o que você tem em 14 é outro dom, mas uma perversão do dom pretendido e uma mistura com a língua falsa pagã. As Escrituras em nenhum lugar ensinam que há dois tipos de línguas faladas, um é o idioma e a outra um êxtase. A razão pela qual sabemos disso é porque o mesmo termo que descreve o dom, em Atos 2, o descreve em 1Coríntios 14. E se Deus quisesse fazer uma distinção, ele precisaria usar outro termo, mas não o fez. É a mesma palavra. É a palavra grega normal para língua.
Portanto, não há razão para justificar o uso egoísta de línguas, como se fosse um dom novo e especial. Na verdade, quero que você ouça isto. De fato, penso que dizer que os coríntios tinham um verdadeiro dom sendo verdadeiramente exercido é contra-argumentar contra a verdade mais básica da espiritualidade. A igreja de Corinto nunca poderia ter manifestado um verdadeiro dom no estado em que existiam.
Eu vou colocar desta maneira. Pode um grupo de cristãos que são mundanos, divididos, opinativos, com clichês, carnais, invejosos, conflituosos, argumentativos, emproados, vangloriosos, presunçosos, imorais, comprometidos com o pecado, defraudando um ao outro, prostituindo, privando o casamento, ofendendo os cristãos mais fracos, cobiçando as coisas más, idólatras, tendo comunhão com os demônios, insubordinados, gulosos, bêbados, egoístas para com os pobres, profanando a Mesa do Senhor, expressar um verdadeiro dom do Espírito Santo?
Bom, a resposta é óbvia. Isso desafiaria todos os princípios da espiritualidade se isso fosse verdade. Um crente ou anda na carne ou anda no Espírito. Não há discussão sobre o que os coríntios estavam fazendo. Eles estavam andando na carne. E se você tiver um problema com isso, leia o terceiro capítulo, ou leia qualquer capítulo, sobre esse assunto. E quando você está andando na carne, você não está manifestando um verdadeiro dom no verdadeiro poder do Espírito Santo. Isso é um enigma. Isso não pode acontecer.
E assim, ao chegar ao capítulo 14, de 1Coríntios, você não deve concluir que o que você tem aqui é um verdadeiro dom, ou você violará toda verdade básica sobre a espiritualidade, e como os dons funcionam. A única coisa possível que poderia estar acontecendo aqui era errada, porque tudo o mais estava errado a vida deles. Assim, Paulo está realmente escrevendo, como fez nos primeiros 13 capítulos, para corrigir um erro na assembleia dos coríntios. Ele está escrevendo porque há um distúrbio sério. O uso egoísta e pagão do discurso extático estava sendo justificado como se fosse o dom de línguas dado pelo Espírito Santo.
E mesmo aqueles que tinham o verdadeiro dom, aparentemente, perverteram isso, e o estavam usando para falar em seu próprio jeitinho particular, e para usá-lo na assembleia quando incrédulos que... que nem sequer estavam lá. E eles estavam usando isso como uma maneira de elevar-se a um nível de superioridade espiritual. Se há uma coisa comum na igreja de Corinto, é que eles deixaram todos os sistemas do mundo engoli-los, e isso não é nada diferente. Todo o resto do material no mundo deles havia entrado na igreja. Por que não a abordagem do mundo à religião?
Portanto, esse é um dom que foi genuíno na Era Apostólica. Acredite em mim, o dom de línguas é genuíno. Recebi uma carta esta semana de alguém que escrevi para pedir permissão para citá-los no livro. Eles disseram: "Nós vamos dar-lhe permissão para citar se você não for contra o dom de línguas." Claro, eu não sei como vou lidar com isso, porque não sou contra ele.
Existe um verdadeiro dom. Eu sei o que eles quiseram dizer. Eu conheço o espírito do que eles dizem, mas a minha questão é que existe um verdadeiro dom, e eu não sou contra ele. Deus deu o dom de línguas na Era Apostólica. Mas, como vimos, em 13:8-12, ele cessou. E é por isso que este capítulo é tão difícil para nós, pessoal, porque durante 2000 anos a coisa real não esteve por aí, e é bastante difícil reconstruir todos os detalhes sobre essa coisa. Eu diria que eu provavelmente já li 50 livros sobre este assunto, pelo menos, e eu ainda não encontrei dois deles que concordassem com todos os detalhes. Isso é incrível, e eu quero dizer isso até mesmo entre os evangélicos.
Então, nesta manhã, eu lhe ofereço meu palpite. Há algumas coisas que não precisamos adivinhar, mas há algumas partes aqui que simplesmente não temos informações suficientes. Mas uma coisa que sabemos é que os coríntios eram carnais. E outra coisa que sabemos é que eles permitiram que esse êxtase cultural se infiltrasse na congregação. E outra coisa que sabemos é que o verdadeiro dom era falar em uma linguagem verdadeira para alguém que a entendesse, e não era isso que eles estavam fazendo. Então, haverá alguns absolutos à medida que avançamos.
Agora vamos ao texto. Eu lhe disse da última vez que dividiremos o texto em três partes; você pode olhar para o seu esboço pelo menos para o elemento inicial dele. E você descobrirá que a parte 1 do texto é a posição do dom de línguas, e a posição é secundária. E os primeiros 19 versículos falam disso. A posição do dom de línguas ou línguas é secundária. A próxima seção do capítulo é o propósito do dom, e a seguinte é o procedimento. Então você tem a posição, o propósito e o procedimento, e nós vamos cobrir todo o capítulo olhando para eles.
Mas hoje queremos ver a posição do dom de línguas. E nós lhe dissemos, da última vez, que isso é secundário, e a razão pela qual é secundário é por causa do fato de que é comparado à profecia, e a profecia pode edificar, e a língua não pode. Então é um dom secundário. Observe o versículo 26, no final do versículo. Isso realmente dá a chave para todo o capítulo. “Seja tudo feito para edificação.” Em outras palavras, toda a ênfase do capítulo de Paulo é que “faça o que fizer, certifique-se de que isso edifica o corpo.” E essa mesma frase é repetida de novo e de novo. Vimos disso da última vez no final do versículo 4: “Edifica a igreja.” Fim do versículo 5: “Para que a igreja receba edificação.” Este é o ponto de tudo. Versículo 12: “Para a edificação da igreja.”
Em outras palavras, ele repetidas vezes enfatiza que tudo o que você faz deve ser feito para a edificação da igreja. Tudo bem, agora, vamos olhar para a posição das línguas. E lembramos a você da última vez que sua posição é secundária em comparação à profecia. E o ponto um, que cobrimos da última vez nos versículos 1-5, foi que profetizar edifica toda a congregação. É por isso que as línguas são secundárias à profecia, porque a profecia edifica toda a congregação.
Assim, no versículo 1, ele diz: “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.” Por quê? Porque profetizar edifica toda a congregação. E se você está buscando uma manifestação de um dom do Espírito em sua assembleia, então busque aquilo que edificará toda a congregação, o melhor dom.
Agora, quero salientar uma coisa que você precisa lembrar. No versículo 1, ele não está falando sobre um cristão individual que busca um dom individual. Ele está falando sobre a assembleia. Ele está dizendo: "Quando a assembleia se reunir, a assembleia deve buscar a manifestação do dom de profetizar de quem quer que tenha esse dom.”
Agora, faça essa anotação mental. Do capítulo 11 ao capítulo 14, toda a seção de capítulos trata do encontro da assembleia da igreja de Corinto. Nada disso faz referência a um momento privado. Nada disso faz referência a um relacionamento pessoal com Deus. Está tudo falando de como eles se comportam na assembleia.
O capítulo 11 fala sobre como as mulheres deveriam se comportar na assembleia. O capítulo 11 também fala sobre como eles deveriam cuidar da Ceia do Senhor e da festa do amor quando se reunissem; capítulo 12, como eles ministram seus dons quando se reúnem; capítulo 13, como eles deveriam manifestar o amor quando se encontrassem; capítulo 14, como eles usariam o dom de línguas quando se reunissem. A coisa toda está na assembleia, de 11 a 14.
E quando os carismáticos e pentecostais querem tomar o capítulo 14 e se relacionar com línguas em devocionais particulares, eles estão tirando isso totalmente do contexto em que ele existe no livro, que está discutindo totalmente o conceito de reunião na assembleia, como nós estamos nesta manhã.
Agora, Paulo diz: “Quando vocês se reunirem, em vez de desejarem todo esse tipo de manifestações extáticas e buscarem esse dom, procurem ver que a profecia se manifeste. Deus pode falar com você por sua Palavra.” Então o versículo 2, lembramos, disse: “Aquele que fala em língua,” e aqui vimos que ele provavelmente se refere ao seu discurso extático, “não fala aos homens, mas a um deus,” no grego. "Para um deus." E nós mencionamos para você uma possibilidade interessante aqui, e eu não vou ser totalmente dogmático sobre isso, mas quanto mais eu estudo, mais eu gosto disso. E isso é que quando você tem o termo “língua” no singular, Paulo pode muito bem estar se referindo ao dom extático. E então, quando ele usa no plural, ele está se referindo ao dom verdadeiro.
A razão pela qual digo isso é porque só pode haver um plural em "idiomas.” Não pode haver um plural em "sons inarticulados.” Não há muitos tipos de sons inarticulados. Há somente um tipo. Uma fala sem sentido. Você não diz: "Que tipo de fala sem sentido você fala?" Não há muitos tipos; há apenas um. E pode muito bem ser por isso que os tradutores da King James colocam a palavra “desconhecida,” quando é usada no singular. Talvez eles tenham reconhecido essa nuance nos escritos de Paulo.
E assim, talvez o que ele está dizendo aqui, no versículo 2, parece-me o melhor, é: “que fala coisas ininteligíveis,” literalmente. “Aquele que fala neste discurso extático fala não aos homens, mas a um deus.” Em outras palavras, ele está simplesmente caracterizando seu fenômeno particular. “Pois ninguém o entende,” e isso incluiria o verdadeiro Deus em certo sentido. Em outras palavras, esse não é o tipo de conversa de Deus; mas ele está basicamente se referindo às pessoas. "No entanto, em seu espírito, ele está falando mistérios.”
Agora, você se lembra que nas religiões de mistério, o termo “mistério” era uma palavra grande. Então ele está dizendo para eles… e eu estou apenas lembrando você da semana passada, ele está dizendo: “Quando vocês falam em êxtase, vocês não estão falando com ninguém.” E aí está a primeira perversão, porque todos os dons foram destinados a edificar alguém que não seja você mesmo, e se eles não estão acostumados a falar com os homens, então eles são pervertidos. E então ele o contrasta com a profecia, no versículo 3, dizendo: “Aquele que profetiza fala aos homens. Ele os edifica, exorta-os, consola-os.”
E assim ele contrasta o discurso extático pagão com a profecia, que verdadeiramente fala a verdade de Deus ao coração das pessoas. Isso é um tremendo contraste. Ele realmente passa a acertar a questão do egoísmo no versículo 4. Nós vimos isso. “Aquele que fala em língua ininteligível,” aquele que fala este discurso extático, “edifica a si mesmo,” e eu não considero isso uma coisa boa.
E eu lhe mostrei, da última vez, que no capítulo 8, de 1Coríntios, no versículo 10, você tem uma ilustração de um tipo ruim de edificação, de edificar alguém apenas a uma posição onde ele cairá. E então, lembrei-lhe que em 10:23-24, de 1Coríntios, ele diz: "Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam.” Ele diz: "todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam.” E no versículo seguinte, ele diz: "Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem.”
E a autoedificação e o tipo errado de edificação já estão em seu vocabulário como negativas e, portanto, acho fácil encaixar isso aqui. E o que ele está dizendo é um tanto cáustico, um tanto sarcástico, apontando o egocentrismo deles, e dizendo: “Aquele que fala essas coisas ininteligíveis está apenas se edificando,” como se fosse uma coisa de construção do ego, “mas aquele que profetiza verdadeiramente edifica a igreja. Então, na assembleia, não há lugar para esse tipo de discurso extático.”
Agora, versículo 5. "Eu gostaria que todos vocês falassem em línguas." Agora observe a mudança. Ele para o singular e usa o plural. “Eu gostaria que todos vocês falassem línguas; eu queria que todos vocês tivessem o verdadeiro dom. Mas mais do que verdadeiro dom, prefiro que vocês profetizem; porque maior é o que profetiza do que aquele que fala em línguas, a menos que seja interpretado para que a igreja possa ser edificada.”
E o verdadeiro dom está correto se for usado no contexto certo, e alguém que fala essa língua está presente, e então é verdadeiramente interpretado para a igreja entender. Mas fora dessa situação, não tem propósito. Assim, profetizar edifica toda a igreja; consequentemente, as línguas ocupam um lugar secundário, até mesmo o verdadeiro dom. E o falso dom não tem lugar algum.
Agora, o segundo motivo… você tem em seu esboço. A segunda razão pela qual as línguas são secundárias é... e segue a primeira... que as línguas são ininteligíveis. Línguas são ininteligíveis. E nós vamos voar um pouquinho aqui, então fique conosco. As línguas são ininteligíveis, versículo 6. “Agora, irmãos,” e aqui, novamente, ele está se referindo, sem dúvida, ao verdadeiro dom se usarmos o singular e o plural. "Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei."
Em outras palavras, ele diz: “Mesmo se eu, o apóstolo Paulo, com todo o poder e toda a piedade que tenho, se eu, o apóstolo Paulo, vier até vocês e falar com o verdadeiro dom de línguas, que bem isso fará a vocês? Vocês falam grego. Vocês não precisam de mim para fazer isso.” Então ele diz: “A não ser que eu fale com vocês por revelação, conhecimento, profecia ou ensino, não tem sentido para vocês. Não terá proveito a vocês. Isso não vai beneficiar vocês.” E o que ele está realmente dizendo é que falar deve ser inteligível para os ouvintes. E como todos falavam grego, não havia sentido em Paulo vir e falar alguma língua estrangeira.
É incrível para mim hoje que vimos esse segmento da igreja dar um prêmio tão incrível à comunicação ininteligível que ninguém, nem mesmo o que fala, entende. Também é surpreendente notar que, muitas e muitas vezes, quando a interpretação é dita como uma interpretação verdadeira, pode-se indicar que ela não é, de fato, uma verdadeira interpretação. Há muitos, muitos testemunhos do efeito que as pessoas experimentaram falando em hebraico e qualquer outra coisa, e alguém dá uma tradução que não está de forma alguma relacionada ao que eles disseram.
E de alguma forma, hoje, nós fizemos algum tipo de vaca sagrada, algum tipo de grande hierarquia espiritual de pessoas que foram capazes de se comunicar com ninguém. Paulo diz: "Se eu viesse e usasse o dom verdadeiro, isso não significaria nada para vocês porque vocês falam grego.” Agora, no versículo 7, ele começa a ilustrar esse ponto. E ele diz: “É assim que instrumentos inanimados, como a flauta ou a cítara, quando emitem sons, se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que se toca na flauta ou cítara?”
A flauta e a cítara ou harpa eram os instrumentos mais comuns daquela época. Eles eram usados em banquetes, funerais e cerimônias religiosas, para que as pessoas entendessem ao que estavam se referindo. Mas você notará, no versículo 7, ele diz: “instrumentos inanimados.” Sem alma, inanimados, sem vida. Instrumentos inanimados, que eram conhecidos pela bela música e os sentimentos de alegria e os sentimentos de tristeza que eles causariam.
Esses tipos de instrumentos, exceto que sejam tocados com uma distinção de tom e ritmo, não significam absolutamente nada. Observe no versículo 7 a frase “se não os derem bem distintos.” No grego, literalmente significa "a menos que haja uma diferença.” Em outras palavras, tem de haver variação no som para fazer sentido. Tem de haver uma variação calculada e estudada. Uma flauta ou uma cítara só fazem sentido quando há uma variação significativa no som.
Por exemplo, Mary Jane Duncan toca piano maravilhosamente. Temos alguém da nossa família que toca piano, Melinda. Ela tem três anos. Ela toca as mesmas notas, toca as mesmas teclas e sabe o que acontece? Após cerca de 30 segundos, dizemos a ela: “Melinda, misericórdia. Pare de tocar piano!" Por quê? Porque a falta de variação adequada nos tons cria nada além de dissonância e caos. E isso é o que Paulo está dizendo aqui. “O som sozinho, mesmo de um instrumento bonito, não significa nada a menos que haja variação significativa no tom para que alguém entenda a melodia, para que alguém entenda a canção.”
Você diz: "Bem, qual é o sentido dessa analogia, John?" A questão é que você não pode ser beneficiado e não pode ser edificado quando ouve alguém falar a menos que haja uma variação compreendida no tom que comunica o significado. E Paulo diz: "Não faz nenhum bem fazer isso de outra maneira.” Até mesmo o verdadeiro dom de línguas usado com pessoas que não o entendem é inútil, para não falar das coisas ininteligíveis, que são sempre inúteis. Ele vai mais longe, no versículo 8. "Se a trombeta" ou corneta "der um som incerto, quem se preparará para a batalha?"
Quer dizer, você pode imaginar se todo mundo se prepara para a guerra, e o cara simplesmente se levanta e sopra qualquer música antiga que ele queira? E todo mundo vai, veja, eles não sabem se saem da cama, voltam para a cama, colocam sua armadura ou o que quer que seja. É muito óbvio que a corneta tem de ter variação significativa para ter significado. Um trompete militar era o mais claro e mais barulhento de todos os instrumentos, mas nenhum soldado teria ideia do que fazer se a trombeta não soprasse algo com significado.
No versículo 9, ele prossegue para outra ilustração. “Assim, vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? A única coisa que vai ouvir você é o ar; isso é tudo." Então, percebe, a questão é que não há absolutamente nenhuma significação para palavras ininteligíveis nunca, porque, nunca ninguém as entende.
E o único momento significativo para o uso do verdadeiro dom na Era Apostólica foi quando alguém estava lá que entendia a língua. E se ocorresse na assembleia de crentes, então seria traduzido para que os crentes pudessem também ser edificados por ele. Ele deve ser fácil de ser entendido, ou você estará apenas soprando ao ar.
Assim, Paulo está realmente definindo algumas imagens bastante sarcásticas e satíricas para os coríntios. Instrumentos musicais tão desafinados que não podem ser reconhecidos, e um corneteiro do exército tão incompetente que o exército não tem ideia do que está acontecendo. E ele diz: “Isso é sobre o que está acontecendo na assembleia dos coríntios.” Pura confusão, puro caos. E Paulo está tentando fazer com que esses crentes reconheçam e percebam que o propósito dos dons do Espírito é proclamar o evangelho aos incrédulos e ensinar a verdade ao povo de Deus, ou autenticar aqueles que fizerem as duas coisas. E isso só pode ser feito através de palavras inteligíveis.
E assim, com ironia, algum sarcasmo, muita paciência e grande ilustração, ele está tentando romper a barreira da ignorância, emoção e superstição que existe na igreja de Corinto. Ele prossegue para uma ilustração no reino da linguagem, no versículo 10: "Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhum deles, contudo, sem sentido." Agora, ele está martelando o mesmo ponto. Você sabe que ele é como um fazendeiro arando o mesmo chão porque é muito duro. Ele simplesmente continua dizendo a mesma coisa de novo e de novo e de novo, esperando, cedo ou tarde, que ele are tudo.
"Existem tantas línguas." Dizem que hoje provavelmente haja 3.000. “Existem tantas línguas no mundo, tantos tipos de vozes.” Aliás, esse é um termo muito geral e “vozes” significa simplesmente “sons.” A mesma palavra é usada para os instrumentos, no versículo 7, então é uma palavra muito ampla. “Existem todos os tipos de sons,” diz ele, “mas nenhum som é sem significado.” E aqui, ele está aplicando isso à linguagem, como o versículo 11 deixa bem claro. Ele diz, no versículo 11: "Se eu, pois, ignorar a significação da voz,” ou a voz, "serei estrangeiro para aquele que fala; e ele, estrangeiro para mim.”
Agora, ele diz: "Se você não fala em algo que eu possa entender, somos dois bárbaros tentando conversar.” Caso você não entenda o que é um bárbaro, um bárbaro é um termo para um estrangeiro, e um bárbaro era alguém que não falava grego. Então ele está simplesmente dizendo: "Se você fala nesse tipo de coisa, nós vamos ficar incomunicáveis.” Ele diz: "Vai ser como dois bárbaros, nenhum dos quais tem uma língua comum.”
Coisa interessante sobre a palavra. A palavra barbaros é, novamente, uma palavra que é onomatopeica. Lembram disso? Uma palavra que soa... lembra do de bzzz e do trimmmm, qualquer um desses tipos de palavras que simplesmente repetem um som. Bem, essa palavra, na verdade, é a repetição de "bar, bar.” E o que ele está dizendo é: “Se você fala assim, e eu não sei o significado do que você está dizendo, é só 'Bar, bar, bar, bar', para mim. Eu não entendo isso e não faz o menor sentido.
Então, a questão toda, veja, é a inutilidade da linguagem ininteligível e do jargão pagão. Não tinha absolutamente nenhum significado. É contrário a todas as leis do som e do significado, de acordo com o versículo 10. Tudo tem significado, exceto o que vocês estão fazendo. Todas as línguas se comunicam, exceto a de vocês. E lembre-se, pessoal, que eles poderiam até mesmo... eles poderiam até ser acusados pelo mau uso do verdadeiro dom, falando uma língua como se fosse uma grande coisa espiritual que estavam fazendo, quando ninguém a entenderia. O dom era apenas para ser usado quando houvesse alguém lá que falasse aquela língua. E ele detalhará isso no capítulo 14.
Portanto, nenhum ministério espiritual pode ser realizado com esse tipo de confusão. Os incrédulos vão entrar, e eles vão olhar em volta e eles vão dizer, no versículo 23: “Essas pessoas são loucas.” Em outras palavras, eles estão em um frenesi não diferente do que os adoradores de Diana. Eles estão passando pelo mesmo tipo de êxtase que aquelas pessoas no templo estão, e eles não verão nenhuma diferença na igreja cristã do que eles veem no templo de Diana. Agora, o segundo subponto, então, que as línguas são ininteligíveis, fecha com o mesmo ponto que o primeiro. Veja o versículo 12.
“Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja. Vocês são tão zelosos pelos dons, vocês querem tanto o que é espiritual, vocês querem as coisas do Espírito, vocês querem a manifestação do Espírito. Bem, se vocês querem isso, então falem o que será a verdadeira manifestação para realmente edificar a igreja.”
Aliás, foi assim que ele terminou a primeira seção do versículo 5. "Para que a igreja receba edificação." É assim que ele termina cada um desses pontos. Para que a igreja receba edificação. Ele está realmente lidando com o egoísmo deles. Os coríntios se reuniam, e todos buscavam essa experiência. Todos procuravam esse êxtase. Eles queriam a experiência sensual.
Nós ainda temos isso hoje. E eu acho que parte do que está acontecendo no movimento carismático e pentecostal é que todos buscam essa experiência pessoal, enquanto Paulo está dizendo: “Essa é a antítese dos dons espirituais, que são procurar edificar o corpo.” Assim, a posição das línguas é secundária. Razão número um, porque a profecia edificará a igreja. E número dois, as línguas são ininteligíveis e, consequentemente, têm um uso muito limitado. E, por incidente, esse uso limitado aconteceu também na Era Apostólica.
Tudo bem, o terceiro ponto; o terceiro ponto no seu esboço. As línguas são secundárias, em terceiro lugar, porque o efeito das línguas é emocional e não mental. O efeito das línguas é emocional e não mental. E é isso que ele aborda, no versículo 13. Agora, observe. "Pelo que, o que fala,” e aqui vamos nós com o singular novamente, "em outra língua deve orar para que a possa interpretar.” Agora, esse é um versículo muito difícil de interpretar. Eu pensei muitas vezes enquanto eu lia este versículo, eu estou orando, “Senhor, que eu consiga interpretar este versículo. Ele é difícil." Mas "o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar?" O que ele está dizendo?
Como já sabemos pelo nosso estudo, eles estavam falando nesse tipo particular de comunicação extática com seu deus, na linguagem de seu deus, pensando que eles estavam orando ao verdadeiro Deus, e que aquilo era verdadeiramente do Espírito. Mas orar coisas ininteligíveis nunca foi a intenção do dom; sempre foi a perversão. E Paulo está dizendo: “Olha, você que ora de forma ininteligível,” literalmente, “deixe-o orar com o propósito de traduzir ou com o propósito, literalmente, de interpretar.” Em outras palavras, acho um pouco sarcástico. "Ei, você está tão ocupado orando em sua tagarelice, por que você não ora por algo que terá algum significado para alguém?"
E caso você pense que isso está forçando a questão, se você ler cuidadosamente através de Coríntios descobrirá que esse sarcasmo e tal ironia são apresentados em muitas e muitas ocasiões. Em outras palavras: “Aquele que está tão ansioso para orar em sua pequena linguagem privada, ore em vez disso pelo dom inteligível. Enquanto você está orando em sua tagarelice, peça a Deus algo pelo qual o resto do corpo possa ser beneficiado, porque o que você está fazendo é muito egoísta.”
Agora, alguém provavelmente está dizendo: "Rapaz, John, você realmente forçou isso para esse versículo.” Bem, há outra alternativa. A outra alternativa é esta. “Portanto, aquele que fala em uma língua desconhecida, ore para que ele receba o dom da interpretação.” Agora, se entendermos assim, então isso significa que podemos buscar certos dons, certo? Que se quisermos o dom da interpretação, ou o dom de qualquer coisa, tudo o que temos a fazer é orar por isso, certo? Será isto verdade?
Bem, 1Coríntios 12:11 diz que o Espírito Santo dá os dons a quem ele quiser. Em 1Coríntios 12:30… agora observe isto. 1Coríntios 12:30 diz: “Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?” E qual é a resposta implícita na construção grega? Não. Não, Deus nunca disse que podemos orar por qualquer dom que quisermos, que você pode buscar por qualquer dom que quiser. Esse versículo não pode estar dizendo que devemos buscar o dom da interpretação.
Eu vou lhe mostrar outro motivo. Veja o versículo 28, do capítulo 14; versículo 28. Veja só isto. “Se não houver intérprete, mantenha-se em silêncio na igreja.” Em outras palavras, se alguém vai mesmo usar o verdadeiro dom, ouça isto, para que algum pagão presente entendesse, ele nem deveria fazê-lo a menos que ele saiba que há um intérprete presente que o interpretará. E deixe-me acrescentar isto, pessoal. Eles devem ter sabido, então, quem tinha o dom da interpretação e que tal dom era limitado, entende?
Era tão limitado que eles não poderiam fazer isso se aquela pessoa não estivesse presente. Portanto, não há como esse versículo estar ensinando um indivíduo a buscar o dom da interpretação. A única outra alternativa é que Paulo realmente os provoca um pouco e diz: “Enquanto você está tagarelando, por que você não ora algo inteligente, como pedir a Deus algo que signifique algo para nós?” Espero que isso ajude você a entender o ponto.
Versículo 14. Ele diz: "porque se eu orar com palavras ininteligíveis.” Agora, veja isto. A palavra é pneuma. Eu gosto de pensar que isso poderia ser traduzido assim: "Meu fôlego ora, mas a minha mente fica infrutífera." Então você sabe o que estou fazendo; soprando ar no ar, isso é tudo. Pneuma pode ser traduzido como "espírito,” "respiração,” "vento.” Alguns até dizem que se refere a sentimentos ou sentimentos internos.
As pessoas carismáticas, na maioria das vezes, dizem que isso é o Espírito Santo. Isso não é justo, porque diz: "Meu espírito ora.” E eles dizem: "Mas o Espírito Santo é o meu espírito.” Sim, mas é comparado com o "meu entendimento.” E se o entendimento humano é um fim do comparativo, você tem de ter a respiração humana ou o espírito humano como o outro extremo da comparação. Você tem de ser equilibrado e cuidadoso aí.
Então ele diz: "Se estou orando em língua sem sentido, minha respiração pode estar orando, mas minha mente está infrutífera.” Em outras palavras, não há nada benéfico ocorrendo. Não há frutificação. Orar em língua, então, ou sem sentido, é irracional. “Se eu oro em uma língua desconhecida, é apenas minha respiração ou meu vento ou meu espírito ou meu sentimento interior, qualquer que seja o termo que você queira.” É apenas soprar ar no ar como os pagãos. Eu não entendo o que estou dizendo, você não entende o que estou dizendo. Estou soprando ar no ar. Assim, o dom falsificado acaba de criar uma experiência emocional; não tinha benefício mental.
Amado, você sabe tão bem quanto eu que nunca há um tempo na Palavra de Deus quando Deus quer que sejamos negligentes. Você concordaria com isso? Nunca há um prêmio estabelecido para seu cérebro ficar desligado, nunca. Nunca há um tempo em que Deus queira que trabalhemos com emoção pura, sem nunca compreender. E aqui, o que você tem é uma coisa errada. Você tem experiências mentais e emocionais que não têm significado, nenhum significado.
De fato, em Mateus 22, no versículo 37, ali diz: “Ame o Senhor, seu Deus de todo o seu coração, com toda a sua alma e com” o quê? "Todo seu entendimento." Orar ou cantar em uma língua é inútil, inútil para você, inútil para qualquer outra pessoa. É emoção sem sentido. Versículo 15.
Versículo 15. “ Que farei, pois?” Qual é a minha conclusão? Pessoalmente, para mim, orarei com a respiração, o vento, a minha parte interior, ou o que quer que você queria dizer. “Orarei com o vento, mas também orarei com” – o quê? – “a mente. Bem, quando eu falar com Deus, isso virá do meu interior e direi coisas, Usarei minha respiração” – ou meu vento – “mas também usarei meu cérebro. E cantarei com minha respiração e meu vento, mas também cantarei com a mente.”
Aparentemente, eles costumavam cantar nessas línguas extáticas também. Temos hoje entre os carismáticos quem canta em línguas também. Paulo diz: “Eu não faço isso. Qual é o propósito disso, exceto dar a ideia para todos que eu tenho essa pequena linguagem de oração entre mim e Deus que me prende de uma maneira especial?” Muito egoísta.
Então, Paulo diz: "Eu vou orar com a minha respiração e minha mente, e vou cantar com a minha respiração e minha mente, não descuidadamente." Ouça, você ora em português e Deus entende, e você canta em português e Deus entende. Deixe-me dizer-lhe, isso é muito melhor do que falar com Deus em algum tipo de fala sem sentido, não importa o que alguém lhe diga. Deus não precisa disso.
Nota de rodapé interessante. A palavra "cantar" originalmente significava "tocar harpa.” Então veio a significar… ouça isto… “cantar para o acompanhamento da harpa.” Há algumas pessoas que dizem hoje que a igreja não deveria ter instrumentos musicais. A própria palavra “cantar” originalmente significava “cantar ao som de uma harpa.” Era assim que era usado na Septuaginta e, sem dúvida, foi assim que foi entendido no Novo Testamento. Então usamos instrumentos.
Versículo 16. Vamos nos apressar até terminarmos aqui. Ele diz: "Se eu não fizer isso com a minha mente, quando você abençoar,” e ele passa para o próximo agora. “Se tu bendisseres com a respiração,” ou o teu vento, ou o teu espírito. Em outras palavras, quando você começa com as suas coisas ali, “se você não fizer isso com a sua mente, como deve aquele que ocupa o lugar do indouto dizer ‘Amém’ quando você der graças, vendo que ele não entende o que você diz?” Você não poderia sequer ter qualquer "Amém" acontecendo.
Observe a palavra “indouto.” No grego, a palavra é idiōtēs. A palavra significa, aqui, "ignorante,” e significa simplesmente alguém ignorante da língua que você está falando. E se você for em frente e disser sua coisa, a pessoa que ocupa o lugar de ignorância sobre o significado do que você disse não pode nem dizer "Amém” quando você der graças porque ele não entende o que você está dizendo.
Agora, amado, “amém” simplesmente é um adjetivo hebraico que significa “Verdade, diga aí, irmão,” tudo bem? "Que assim seja." "Eu estou com você,” o que quer que possa ter essa conotação. E na sinagoga judaica, você sabe o quanto isso era importante? Era tão importante que você dificilmente poderia fazer sua lição por causa de todos os améns.
Deixe-me dar algumas citações dos rabinos. “Aquele que diz amém é maior do que aquele que abençoa.” Eis outra. “Quem quer que diga amém, para ele as portas do Paraíso estão abertas.” Eis outra. “Quem disser amém brevemente, seus dias serão abreviados; quem diz amém distintamente e longamente, seus dias serão prolongados.” E você sabe o que acontecia na sinagoga? Era um concurso para ver quem poderia ser o melhor para entrar no Reino.
Isso também era comum na igreja primitiva, embora muito mais genuíno. E ele diz: "Olha, isso é ótimo para concordar." Você sabe que há pessoas na igreja hoje que pensam que se alguém disser: "Amém,” você diz: "Quem é esse?" Amém? Amém, certo. Mas ele diz: "Se tudo o que você tem é um êxtase emocional cego, ninguém pode concordar, porque ninguém sabe o que está acontecendo.” Você não entendeu? Vejam só, quando vocês se reúnem, pessoal, é para o benefício de todos. E o que quer que você faça que deixa alguém de fora está errado.
Versículo 17. "Porque tu, de fato, dás bem as graças." Você pode fazer um ótimo trabalho, e se acontecer de você ter o verdadeiro dom, ou o que quer que seja, você pode pensar em seu próprio coração: "Rapaz, eu sou grato a Deus.” Mas ninguém mais é edificado, e isso é errado, porque você perdeu o ponto de vista da assembleia. Você perdeu o ponto da união.
Agora, alguém pode dizer: "É por isso que ensinamos que isso deve ser feito em particular.” Mas, veja, esse também é o ponto, porque nunca foi uma coisa privada. Era sempre para alguém presente o dom de línguas. Que bem faria fazer isso em particular? E aqui ele diz que, mesmo em público, não adianta nada a menos que alguém compreenda o que você está dizendo.
Versículo 18. Agora, Paulo faz o que ele faz no começo do capítulo. Ele diz: “Eu tenho sido duro com isso, e não quero que você tenha uma ideia errada sobre línguas,” ou idiomas. "Eu acredito que é um verdadeiro dom." Então ele diz: "Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas,” repare isso no plural novamente, e aqui ele está se referindo ao dom verdadeiro, eu acho. “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós.” Agora, ele diz: “Se vocês estão se perguntando se eu estou um pouco por fora e não entendo muito bem todos esses fenômenos, eu só quero que vocês saibam que eu provavelmente fiz isso mais do que qualquer um de vocês.”
Ele tinha o verdadeiro dom. Ele era um apóstolo, ele tinha os dons de um apóstolo, de acordo com 1Coríntios 12:12. Ele exercia esses dons e, sem dúvida, ao viajar, usava esse dom. "Como ele usava esse dom?" Bem, número um, tenho certeza de que ele não o usava como uma linguagem particular de oração. Número dois, tenho certeza de que ele não o usava em reuniões cristãs para mostrar que ele era espiritual. Número três, tenho certeza de que ele não o usava para seu próprio benefício.
Eu vou lhe dizer como ele o usava. Ele o usava em ocasiões em que viajava para um lugar onde havia pessoas que falavam uma língua estrangeira. E ele recebeu a habilidade de Deus para falar aquela língua, para que eles pudessem saber que Deus estava presente e um milagre aconteceu. E então ele falava a eles a verdade de Deus, e eles eram convertidos. Ele era um missionário para os gentios. E, sem dúvida, no caso de muitas vezes em suas viagens missionárias, ele poderia ter usado esse dom. Mas é interessante para mim que ele o tenha classificado tão baixo, que nunca a qualquer momento em todo o seu ministério e em seus escritos ele se refere a usá-lo, exceto aqui, e não dá nenhuma ilustração.
Mas ele diz: "Mesmo que eu tenha esse dom" - versículo 19 - "ainda na igreja... quero dizer que ele é bom para evangelizar lá fora, tudo bem quando você tem de falar com aqueles pagãos em uma língua que eles entendem, e mostre-lhes que Deus está presente e que Deus está falando. Mas na igreja,“ - agora, observe isto, “eu prefiro falar cinco palavras com o meu entendimento, do que dez mil palavras ininteligíveis com minha voz, que pela minha voz eu possa ensinar aos outros também.” Esse é realmente o objetivo do texto. Esse é o propósito.
Agora quero que você veja algo interessante. Cinco a dez mil não é a proporção. Você sabe o que são dez mil? É a palavra grega murioi, e é a palavra que é usada aqui porque é o... é o maior número em matemática grega para a qual havia uma palavra. Entendeu isso? Por exemplo, no Apocalipse, lembre-se de quando falou sobre os anjos e diz: “E havia dez mil vezes dez mil e milhares de milhares.”
Ele continua repetindo murioi e murioi e ainda murioi e ainda murioi, porque essa é a maior palavra que havia para um número. E então você está dizendo... literalmente, no português, nós diríamos desta maneira: "Eu prefiro dizer cinco palavras com o meu entendimento do que quintilhões de palavras ininteligíveis." Não há nem mesmo uma comparação. Eu preferiria dizer: "Eu tenho algo a dizer" e me sentar, do que dizer um quintilhão de coisas sem sentido. Esse é o seu ponto. Por quê? "Porque ninguém vai aprender, e eu quero usar minha voz para ensinar aos outros também."
Então ele conclui, no versículo 20. “Irmãos, não sejais meninos no juízo... sede homens." Nós vamos parar aí. Cresçam, cresçam. 1Coríntios 13:11, ele disse: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino. Quando eu me tornei um homem, eu o quê? Desisti das coisas próprias de menino,” a mesma ideia. Agora, deixe-me dizer uma coisa, e isso é muito importante enquanto concluo. Quais são as lições aqui? Agora ouça. Esta passagem nos diz como governar as línguas na igreja hoje? Não, não realmente, porque elas cessaram.
O que isso nos mostra? Número um, nos mostra que o movimento carismático moderno é... agora, observe isto. E digo isso com muito amor e muita preocupação. Mas acredito nisso em meu coração, que o movimento carismático hoje é o mesmo velho problema coríntio mais uma vez. Ouça. Por quê? Eles os usam em suas assembleias hoje. Eles falam coisas ininteligíveis. Eles fazem isso para a autoedificação privada.
Eles buscam a experiência emocional e não a compreensão intelectual. Eles cantam em línguas; eles são absorvidos em suas próprias experiências. Eles se gloriam no ininteligível como se fosse alguma comunhão secreta com Deus. Eles fazem isso entre os crentes e seus missionários não têm o verdadeiro dom de alcançar pessoas com diferentes idiomas. E então o que vejo é um espelho desse problema.
O que aprendemos com isto? E aqui vamos nós. Aprendemos, um, a exaltar a proclamação e ensino da Palavra de Deus, para nos unirmos para ouvir a Palavra de Deus, para que possamos entendê-la, fazer tudo o que fizermos com qualquer dom que tenhamos para edificar outra pessoa, nunca buscar uma experiência espiritual egoísta, para nunca saborear o emocional, mas o conhecimento, para tomar cuidado com as falsificações de Satanás, para fazer todas as coisas com uma mente clara, aberta à verdade de Deus. E, amado, a maior tragédia decorrente do movimento das línguas modernas é que elas perdem a verdadeira obra do Espírito Santo.
Lembra do cachorro da antiga fábula que, ao atravessar uma ponte com um osso na boca, olhou para a borda e viu na água o reflexo? E o osso no reflexo parecia tão bom, melhor do que o da boca, que ele deixou cair a substância pela sombra, e ficou com fome. E temo que muitos de nossos queridos amigos nesse movimento tenham deixado cair a substância e a realidade de Efésios 5:18 pela sombra de uma experiência carismática, e eles passarão fome. Oremos.
Pai, obrigado pelo nosso tempo nesta manhã. Obrigado por cada vida aqui. Pai, sabemos que muitos de nossos amigos que estão aqui nesta manhã provavelmente vieram esperando uma mensagem diferente. Eu oro para que eles entendam que, ao estudarmos através das Escrituras, tu tens um propósito em nos ensinar tudo o que nos ensina.
Pai, eu oro para que ministres a eles, especialmente, Pai, através de nossa comunhão, apesar de, talvez, não dar a mensagem que era necessária ao coração deles. Obrigado pelo amor da comunhão que desfrutamos. Oramos para que, ao dispersarmos, que isso seja com um coração renovado para amar e servir a ti e buscar a tua vontade para a tua glória. Em nome de Jesus, Amém.
Fim

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