
Com grande alegria nesta manhã, chegamos ao décimo capítulo de Mateus. Em nosso estudo contínuo deste maravilhoso e emocionante relato da vida e ministério de nosso Senhor, nos encontramos começando uma nova seção, uma nova dimensão, à medida que entramos no décimo capítulo. Este capítulo é marcado no primeiro versículo pelo chamado e pelo comissionamento dos discípulos. E, no segundo versículo, eles são enviados como apóstolos. É uma mudança no padrão de ministério do nosso Senhor. É uma parte crítica do treinamento dos 12. É uma nova fase na apresentação de Mateus da obra do próprio Rei. E eu realmente acredito que, enquanto passamos pelo décimo capítulo, vamos aprender muito sobre o discipulado, tanto sobre o que nosso Senhor fez, o que ensinou, como treinou os homens que passariam o bastão depois que ele passou a eles. E acredito que, quando você e eu passarmos juntos por este capítulo, nossas vidas serão afetadas dramaticamente, pois nos atinge em relação ao nosso serviço prestado a Jesus Cristo.
Agora, lembre-se de nosso último estudo juntos em que nosso bendito Senhor viu Israel, e certamente o mundo inteiro, como um vasto campo a ser ceifado. É por isso que no versículo 37, ele disse: “A seara é grande.” Todos estão envolvidos. Ele podia ver a multidão vindo a ele. Ao olhar para aquela multidão, viu o mundo e todos os homens como um campo a ser ceifado. E como nós compartilhamos, a colheita é julgamento. Jesus os viu à luz do inevitável julgamento, do inevitável destino final, do movimento inexorável em direção ao inferno. Eles eram grãos, para serem queimados ou armazenados, para serem recolhidos ou lançados fora. E eles foram traídos por seus pastores, que eram falsos pastores, que os tinham mutilado, maltratado, destroçado e deixados para morrer.
E quando Jesus viu as pessoas daquela maneira, foi movido de compaixão, diz no versículo 36. Literalmente, ele sentiu a dor delas, ele sofreu, ele compadeceu-se delas porque sentiu sua agonia. E por causa disso, ele chama seus discípulos, no versículo 38, e lhes pede que orem para que Deus envie obreiros, porque é claro que ele mesmo não pode fazer isso. E assim, entramos em uma nova dimensão no evangelho de Mateus, quando o Senhor começa a acrescentar ao seu próprio ministério esses 12 homens que poderiam aumentar o potencial para alcançar o campo que inevitavelmente deve ser ceifado.
Então, o Senhor pede que eles orem. E então, como vimos da última vez quando chegamos ao versículo 1, ele chama os mesmos que ele pediu para orar para fazerem o ministério. Primeiro, no versículo 38, orar; no versículo 6, do capítulo 10, ir; e no versículo 7, proclamar. Aqueles que oraram são aqueles que irão pregar. Percebe, quando eles começaram a ver o mundo como Cristo viu, quando eles olharam com os olhos de Jesus, quando eles sentiram com o coração de compaixão dele, então começaram a orar. E quando começaram a orar, perceberam que precisavam ir: e advertir os homens sobre o julgamento, convidá-los a entrar no reino. A oração nunca é suficiente, entende? Você não pode se contentar em apenas orar, tem de haver disposição para ir.
Martinho Lutero tinha um amigo, um amigo muito querido que era um companheiro monge. Eles estavam na Igreja Católica, mas Lutero se convenceu de que a justificação não era pela carne e pela lei, mas que a justificação era pela fé, e estava convencido disso, porque é isso que a Bíblia diz. E determinou que iria reformar a Igreja Católica, e ele iria ao campo no centro da batalha - e confrontaria. Seu amigo disse: quero ajudá-lo, porque acredito igualmente no que você está fazendo. E fizeram um acordo: Lutero iria para o centro da batalha, iria para o mundo e lutaria, e seu amigo se retiraria para um mosteiro. E naquele mosteiro ele oraria e buscaria a Deus em favor da tarefa de Lutero. Ele levantava as mãos, por assim dizer, através da oração, e foi assim que começaram. E a luta foi feroz para Martinho Lutero, e relatou isso ao seu amigo, que intensificou a oração em seu favor.
E então, numa noite, diz o biógrafo, seu amigo teve um sonho, e sonhou que via o mundo como um campo. E enquanto ele olhava para o campo que se estendia por todo o mundo, percebeu um homem solitário atravessando aquele campo tão grande quanto o globo. E no sonho ficou claro que essa era uma tarefa impossível e dolorosa. Olhou mais de perto e viu o rosto daquele homem, era o rosto de seu querido amigo Martinho Lutero. Ele acordou e foi imediatamente encontrar Lutero, e lhe disse isto: “Devo deixar minhas orações, pois Deus me mostrou que orar não é suficiente. Devo me dedicar ao trabalho.” E, por isso, pôs de lado sua solidão piedosa, desceu para o calor da batalha para trabalhar ao lado de seu amado amigo.
Acho que é onde estamos em Mateus 10. Aquela pessoa solitária, Jesus Cristo, atravessou o campo sozinho, até então. E agora, ele vai chamar outros 12 como ministros. Ele vai convocá-los como seus embaixadores e enviá-los para fora. E o capítulo 10 é o registro de seu envio inicial para ajudar a alertar os homens sobre a inevitável colheita do julgamento.
Agora, a principal parte da passagem começa no versículo 5. E daí, até o final do capítulo, você tem a mais maravilhosa instrução sobre o discipulado, a mais maravilhosa instrução sobre o que acontece quando você vai ministrar para Cristo, uma tremenda visão sobre o que é pregar e representar o Senhor Jesus Cristo. E nos instruirá, acredite em mim, e nos mudará, estou bastante confiante. Mas antes de chegarmos ao versículo 5, temos de ser justos em olhar os quatro primeiros versículos; eles são muito simples em termos do que dizem e, no entanto, escondidos por trás deles há uma tremenda riqueza que eu quero que você veja.
Agora, nesta manhã, quero mencionar três características dos quatro primeiros versículos. Três elementos do comissionamento dos 12: primeiro, a iniciação deles, e vamos falar muito sobre isso; em seguida, o impacto deles, falaremos brevemente sobre isso; e então, a identidade deles, e sobre isso falaremos da próxima vez. Então, vemos a iniciação deles, no versículo 1, o impacto deles, no versículo 1, a identidade deles é dada nos versículos 2 a 4, enquanto Jesus nomeia todos os 12. Agora, enquanto olhamos para isto, quero que pense um pouco comigo, se quiser. Quero apenas lhe explicar algumas das coisas por trás da sua preparação e chamado desses homens, para que você veja como elas se aplicam à própria vida. Eu quero torná-las diretamente aplicáveis a você, porque eu realmente creio que vamos enxergar a maneira como Jesus preparou e chamou esses 12, e é um tremendo padrão para nossa própria compreensão do discipulado. Quero que você aprenda como deve discipular outra pessoa, e quero que aprenda como Deus quer discipular você. Você vai ver tudo isso aqui. Este é o padrão de discipulado do nosso Senhor; é assim que ele treinou os 12.
Primeiro, vamos olhar para o começo de tudo, e nós queremos gastar nosso tempo principalmente nisso, a iniciação dos apóstolos, e nós temos apenas uma declaração: “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade.” Ou, chamando os seus 12 discípulos, ele lhes deu autoridade. E enquanto eu leio isto: "tendo chamado os seus 12 discípulos,” comecei a pensar, como será que ele fez isso? Como ele começou? Como os envolveu? Como Jesus os atraiu ao lugar onde fez o chamado e depois os enviou? Bem, em primeiro lugar, olhe para a própria frase. O verbo é proskaleō e é um termo simples. Kaleō significa chamar, pros significa em direção a. É uma palavra forte; significa chamar alguém em sua direção para ficar cara a cara com ela. Tem a ideia de um chamado face a face para que se possa receber uma comissão do outro. Este é um comissionamento oficial. Ele os chamou frente a frente para lhes dar autoridade, para lhes dar uma missão, para enviá-los e instruí-los. É a mesma palavra usada no capítulo 13, de Atos, versículo 2, onde Deus chamou os líderes que estavam na igreja em Antioquia. Este é um comissionamento oficial. Então, é hora do comissionamento dos discípulos, e se puder notar o versículo 2, ele diz que eles são os 12 apóstolos. São discípulos, no versículo 1; e são apóstolos, no versículo 2. São discípulos, quando estão aprendendo; e apóstolos, quando foram enviados. Discípulo significa aluno, mathētēs significa aprendiz; apóstolo é apostello. Significa ser enviado. Primeiro eles eram aprendizes, então foram enviados.
Assim se dá a transição entre ser aprendiz, no versículo 1, e ser enviado, no versículo 2. Eles são treinados e depois enviados. Nosso Senhor os chama para trabalhar com ele. Jesus os chama para reunir algumas das ovelhas perdidas, maltratadas, cansadas e abatidas sem pastor antes que os ceifeiros, que são os anjos, como está em Mateus 13, possam destruí-las e jogá-las no fogo do julgamento. É hora de evangelizar. É hora de pregar o reino. Está na hora em que o versículo 6 diz para ir buscar a ovelha perdida da casa de Israel, e pregar e dizer-lhes que o reino dos céus está próximo. E assim, este é um ponto crítico no treinamento dos 12, e quero que nos concentremos nisso por um momento.
Houve basicamente quatro fases no treinamento de Cristo aos 12, e vou apontá-las brevemente. A número um foi a salvação ou a conversão deles. E se você olhar algum dia, não agora, mas em outro momento, João 1.35 a 51, irá encontrar uma ilustração do chamado inicial à fé, ou o chamado à conversão, ou o chamado à salvação que nosso Senhor usou na vida destes 12. Ele chamou muitos, mas João 1 aponta para vários deles, que são bem conhecidos por nós. E esse é o chamado inicial, eles foram chamados a crer, foram chamados a Cristo no sentido de conversão. Mas depois disso, voltaram para suas ocupações, voltaram ao emprego secular, voltaram para suas casas.
A segunda fase veio, e está registrada em Mateus, capítulo 4, versículos 18 a 22, e foi a segunda fase de formação dos 12. "Caminhando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens." Agora, já estavam convertidos, creio que estavam salvos no sentido que cremos na conversão ou salvação. Eles creram em Cristo, e afirmaram que ele era o Messias, como fizeram em João 1. Mas, agora, ele os chama para deixar as redes, deixar o emprego secular, suas casas, e segui-lo exclusiva e totalmente. Este é o chamado, se quiserem, para o ministério. Foram então chamados para a salvação, essa é a fase um, agora são chamados para se unirem a ele permanentemente, essa é a fase dois. Jesus os transforma em pescadores de homens. Se quiser ver isso em perspectiva, essa foi a educação deles. Foram chamados para deixar seus empregos, foram chamados para deixar seu sustento, eram homens adultos, foram chamados para deixar tudo o que sabiam sobre ganhar a vida, e foram chamados para seguir Jesus por três anos para serem treinados. Essa foi a instrução que receberam. E, a propósito, o treinamento deles envolveu muitas pessoas, pois onde quer que Jesus fosse havia um grande número de discípulos. Alguns ficaram, e de acordo com João 6, alguns o abandonaram e não o seguiram mais. Mas no meio desse grupo estavam esses 12 especiais, e estavam sendo treinados juntamente com todos os outros, e talvez ainda mais especificamente porque o Senhor sabia que os 12 eram especiais.
Agora, há uma terceira fase de sua formação, e de seu chamado. Primeiro à conversão, depois para o ministério. Em terceiro lugar, eles seriam enviados, e é aí que nós entramos no versículo 1, do capítulo 10. Essa não é a fase final; essa é a terceira fase, que é o envio, e Marcos nos diz que eles foram enviados dois a dois, não estavam prontos para irem sozinhos ainda; tinham de ter um ao outro para apoio. E também posso acrescentar que o Senhor ficou com eles muito de perto na fase três. Jesus foi uma espécie de mãe águia, observando seus filhotes enquanto começavam a voar. Ele sempre esteve lá, sempre checando o tempo todo para saber como estavam. Esse foi o estágio deles. Era o momento de saírem em sua primeira missão de curto prazo, para que tivessem a ideia de como era, fazer um estágio. E então, depois de uma temporada desse trabalho pessoal, eles retornaram ao Senhor e permaneceram novamente por muito tempo com ele aprendendo o que era ensinado cada vez mais. E a propósito, eles aprenderam melhor agora porque haviam estado lá e sabiam onde estava o problema, e sabiam o que precisavam saber, e houve um pouco mais de desespero quando voltaram um pouco marcados dessa primeira tentativa de estar por conta própria.
Então, houve uma quarta fase do treinamento dos 12, que foi depois da ressurreição, e depois da ascensão. Quando Cristo voltou ao céu, ele enviou o Espírito Santo, o Espírito Santo veio sobre eles, e então se espalharam por todo o mundo, discipulando as nações, e esse foi o envio final dos 12.
Assim, houve uma fase de conversão, houve um chamado para o próprio Jesus para a fase de treinamento, houve uma primeira fase de experiência e, em seguida, o envio final. E, como vimos no capítulo 10, nós estamos na fase três. Esta é a primeira experiência deles sozinhos no campo, e ele não os deixou sair para muito longe, apenas o suficiente para aprenderem de onde viriam os problemas. A iniciação deles ao ministério, chamamos assim de iniciação. Eles foram escolhidos a dedo por Jesus entre todos os outros discípulos que o seguiam; ele sabia que deviam ser esses, ele até escolheu Judas, porque isso também se encaixava no plano profético. Escolheu esses 12 homens para serem os que iriam ao redor do mundo para estabelecer a igreja e comprovar sua messianidade, e confirmar sua ressurreição dentre os mortos, assim como sua morte expiatória. Ensinou-os, ensinou-os, e ensinou-os a fim de que fossem representantes da dinâmica do evangelho.
Agora, no processo de treiná-los, fase dois e fase três, Jesus estava basicamente superando cinco problemas manifestos que tinham, e eu quero falar sobre eles. Esses cinco problemas são muito comuns no processo de discipulado. Eu sei que o Senhor está trabalhando comigo, porque, em certo sentido, eu sou um enviado. Não sou um apóstolo oficial, ninguém hoje é, mas também sou enviado. A palavra ainda é verdadeira sobre mim; eu fui enviado para pregar a Palavra, assim como você. E quando vejo como o Senhor trabalha em minha vida, posso ver paralelos sobre como ele trabalhou na vida deles. E uma coisa que realmente me entusiasma, é que ele não tinha muito com o que trabalhar no caso deles, e ele ainda não tem, no meu caso, e isso é muito gratificante. Ele realmente tinha um grupo desalinhado de caras. Na verdade, se algum falso religioso tivesse escrito esse evangelho, se Jesus fosse uma fraude tentando convencer a todos de sua perfeição e convencer a todos de que ele era Deus, ele nunca teria escolhido 12 personagens tão ruins para ficar ao lado dele. Porque no momento em que você chega ao final da história, você se pergunta, como será que Jesus conseguiu trabalhar com eles, e algumas pessoas podem questionar sua capacidade somente com base nisso. É uma visão maravilhosa da honestidade de Deus, quando ele vê Cristo lidando com homens que são fracos. E nós vamos ver isso em um minuto.
Mas, enquanto nos movemos para isso, deixe-me contar-lhes um pouco sobre o processo de treinamento, e um pouco sobre sua iniciação, e algumas coisas de fundo. Primeiro, eles foram escolhidos soberanamente, isso é evidente. Eles desempenharam um papel determinante na história do mundo e na eternidade também, e Deus tinha tudo estabelecido para que fossem escolhidos soberanamente. Ele diz, no versículo 1: “Tendo Jesus chamado os seus doze discípulos.” De fato, em Marcos 3.13 está uma afirmação maravilhosa, ali diz: “Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis.” Foi sua escolha, sua vontade, seu propósito soberano. Não houve busca de executivos. Não aconteceu assim: agora quantos de vocês gostariam de ser apóstolos? Levante sua mão. Não foi assim. Se você não é bem-sucedido, se você é um péssimo pescador, talvez queira entrar no ministério. Isso também não ocorreu. Eles foram chamados pela soberana vontade e propósito de Deus. Ele conhecia os homens que queria e ninguém foi consultado, exceto Deus, o Pai, tudo foi predeterminado, como com Abraão, Moisés, Jeremias, Isaías e João Batista, predeterminado como o apóstolo Paulo, que foi chamado ao ministério. E assim Jesus disse, em João 15: “Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os escolhi e os designei para que vão e deem fruto.” Soberanamente, Deus escolheu estes indivíduos, e esse sempre foi padrão de Deus. Ele escolheu Israel, os apóstolos, sua igreja e escolheu aqueles que o servem em sua igreja, de modo que nós, que o representamos, somos chamados de acordo com o seu propósito.
Agora, posso acrescentar algo a isso? Eles foram soberanamente escolhidos, mas, em segundo lugar, eles foram escolhidos depois de uma noite de oração. Sim, Cristo escolheu quem ele deveria, mas magnífica e maravilhosamente em sua submissão ao Pai, isso ocorreu somente depois que ele buscou a vontade do Pai. Isso é algo tão maravilhoso em termos de discipulado: quando selecionamos aqueles a quem vamos dedicar nossa vida, isso deve ser somente após muita oração, para que Deus possa nos mostrar a quem devemos nos entregar. Ouçam Lucas 6.12: “Naqueles dias, Jesus se retirou para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.” Ele orou a noite toda. “Então, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos.” Jesus escolheu 12, a quem também nomeou apóstolos. Eles foram escolhidos soberanamente, foram escolhidos depois de uma noite de oração e, como o Filho submisso em sua humildade, buscou somente a vontade do Pai. E em João 17, ele afirma que, na verdade, eles foram aqueles que o Pai queria, dados pelo Pai ao Filho, ele diz: “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra." João 17.6. Ele afirmou que eles eram o dom de Deus. E assim, estes homens muito especiais, especiais de fato, foram escolhidos por Deus e confirmados pelo Filho após toda uma noite de oração.
Então, eles foram escolhidos soberanamente, escolhidos através da oração, e em terceiro lugar, e é nisso que quero focar, foram escolhidos para serem treinados. O treinamento é uma parte essencial. Não foram escolhidos apenas para serem enviados; tem de haver um tempo de treinamento. E foi um treinamento de três anos, caminhando com o Senhor. Deixaram suas redes, seus barcos, suas plantações, deixaram seus negócios, seus postos de arrecadação de impostos, deixaram tudo para seguir Jesus. E alguns criticaram. Um escritor disse: “Eles não têm ocupação, desistiram das atividades em que estavam engajados: sua pesca, sua coleta de impostos e sua agricultura. Eles não têm nenhum negócio. Simplesmente andam por aí atrás de seu líder, conversando uns com os outros ou com ele, e enquanto ele fala com as pessoas que se juntam, os discípulos ouvem como todos os outros. A única coisa que fazem é ir com ele de um lugar para outro. Eles estão ociosos, e começa a ser uma questão de saber se Jesus não está fazendo mal e dando origem à censura de que 12 homens adultos estão sendo mantidos ociosos para propósito nenhum aparente e assim negligenciando deveres óbvios.” Doze homens maduros simplesmente vagueando por aí como um bando de parasitas.
Eu presumo que você poderia olhar para eles assim. Mas por outro lado, tem de haver treinamento. Há muitas pessoas que são chamadas para Cristo e talvez chamadas para o ministério, e são como o cara que montou em seu cavalo e partiu loucamente em todas as direções, elas só querem ir, não sabem aonde ou o que fazer. Mas Jesus sabia que eles precisavam ser treinados, para serem ensinados, para se tornarem discípulos, mathētēs, aprendizes, antes que pudessem ser enviados. Moisés passou 40 anos sendo treinado, Paulo, apenas 3 anos. Moisés deve ter sido um caso muito difícil. Alguns passam três, quatro ou cinco anos no seminário, outros passam anos e anos, não numa educação formal, mas aprendendo a Palavra de Deus, talvez sendo ensinados por outro cristão. Mas tem de haver um tempo de treinamento antes que alguém seja enviado.
E eu não posso imaginar nenhuma emoção maior do que ter sido treinado pelo próprio Senhor, você pode? Ou seja, quando penso sobre isso, é incompreensível simplesmente ficar andando por aí. E em Mateus 11.29 - Jesus disse ao grupo que os incluía: “Aprendei de mim.” Oh, que treinamento! Escute, o aprendizado não acontece porque você se senta em uma aula e ouve uma palestra; o aprendizado realmente acontece quando você vê um homem santo ou uma mulher santa caminhar pela vida. É quando você aprende. Você aprende com o padrão, e a consistência da vida, e é isso que é discipulado, não são dez semanas em uma classe, é andar com uma pessoa temente a Deus, sentir o seu coração, ouvi-lo falar, vê-lo orar e remir o tempo.
Agora, serei franco com você, não foi fácil treinar esse grupo. O melhor deles, seu líder, Pedro ainda não tinha ideia do que estava fazendo, mesmo depois da ressurreição. Bem, eles eram realmente um grupo cheio de defeitos. E é bom ver seus defeitos porque isso nos dá esperança de que Deus pode nos usar.
Agora, vamos para as cinco coisas que eu acho que Jesus teve de trabalhar, superar, e você as verá em sua própria vida. Eles foram escolhidos soberanamente, foram escolhidos também pela oração, e escolhidos para serem treinados. E no treinamento, o Senhor teve de lidar com cinco inadequações básicas, e é assim com a gente, e é o mesmo com as pessoas que discipulamos.
Número um, faltava-lhes compreensão espiritual. Agora, é um início difícil, certo? Você vai trabalhar com 12 pessoas para evangelizar o mundo inteiro, só que eles têm um problema básico: eles não entendem a verdade espiritual. Oh, rapaz! Essa é uma maneira difícil de começar, mas é exatamente isso o que ele tinha, eles eram cegos, rudes, maçantes e estúpidos. E eles não entendiam as parábolas. Não posso deixar de rir toda vez que o Senhor diz para eles: vocês entendem isso? Sabe o que eles respondiam? Sim, Senhor. Sempre diziam: Sim, Senhor. Eles entendiam? Não, eles não entendiam nada. Mas eles eram tão estúpidos que não sabiam que não entendiam. E assim, sempre dizem: sim, Senhor, nós entendemos. Não entendiam as parábolas, não entendiam os preceitos que ele ensinava, foi muito difícil superar todos os preconceitos e atitudes preconcebidas deles. Pedro disse a Jesus, em 15.15: “Explica-nos a parábola. Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda?” Quero dizer, vocês ainda não entendem? Certa frustração, não é mesmo? Ele os repreendeu: ainda não entenderam?
A primeira aula que frequentei no seminário foi uma aula muito difícil, e eu nunca vou esquecer aquela aula, eu revisava em minha mente, eu nem entendi o vocabulário. E eu estava tendo aulas de hebraico, grego e todo o resto ao mesmo tempo, tive 18 módulos em meu primeiro semestre, e eu estava diante disso. E eu estava tentando entender todas essas aulas o dia todo. E em uma dessas aulas, um colega fez uma pergunta, o professor respondeu. O professor estava com pressa realmente de cobrir muita matéria, e ninguém sabia sobre o que ele falava. Mas ele precisava seguir ensinando, e nós não estávamos realmente ouvindo ou prestando muita atenção a isso. Outro rapaz levantou a mão e fez a mesma pergunta que ele havia levado cinco minutos para responder. Oh. O professor disse ao aluno: “Senhor, se não pode fazer uma pergunta mais inteligente que essa, não faça a pergunta, eu já respondi essa.” Bem, todo mundo meio que foi para debaixo do assento, e ninguém perguntou mais nada depois disso, e foi uma ótima lição sobre ouvir. Foi uma ótima lição sobre tomar nota do que está acontecendo.
E nosso Senhor está dizendo a mesma coisa; agora sei onde o professor conseguiu o modelo. Quer dizer que ainda não entendeu? Você aprende a ouvir e compreender. Em Lucas 18, só para mostrar como isso acontece o tempo todo, e ainda no tempo que passam juntos. "Tomando consigo os doze," versículo 31, de Lucas 18, ele diz: "Eis que subimos para Jerusalém, e vai cumprir-se ali tudo quanto está escrito por intermédio dos profetas, no tocante ao Filho do Homem.” Uau, isso deve ter sido uma pista. Todas as coisas escritas pelos profetas acerca do Filho do Homem serão cumpridas? “Ele será entregue aos gentios,” disse ele, “escarnecido, maltratado, cuspido, açoitado, morto. E no terceiro dia, ele se levantará novamente.” Todas as coisas que foram apresentadas no Antigo Testamento, algumas explicitamente e algumas veladas, tudo isso será cumprido. E no versículo 34: “Eles, porém, nada compreenderam acerca destas coisas.” Nenhum deles. Sabe, se eu fosse o Senhor naquele momento eu diria: você tem certeza de que esses 12 são os certos? Quero dizer, estamos juntos há tanto tempo, não podiam ter entendido um pouco ao menos? Nada? Mas o tempo todo estavam dizendo: sim Senhor, nós entendemos. Não se deixe enganar por aqueles que pensam que entenderam o que você diz, tenha certeza de que entenderam.
Eles não entenderam as parábolas, não entenderam os preceitos, e como já mostrei, nem ao menos entenderam o sofrimento de Cristo. Em João 13, Jesus se humilhou e lavou os pés deles, e Pedro disse: “O Senhor nunca me lavará os pés,” e Jesus diz a ele: “Pedro, você não entende o que estou fazendo, entende?” Você não entende, mas entenderá no futuro. Em Mateus 16, Pedro diz: "O Senhor nunca irá para a cruz.” Jesus diz: "Arreda, Satanás!" Você ainda não entende. Sempre foi assim. E depois da ressurreição, Pedro tinha visto o Cristo ressuscitado, Pedro e todos os seus companheiros voltaram a pescar, você pode imaginar? Voltaram para onde começaram. E o Senhor subiu até lá e, é claro, desviou todos os peixes do mar para que nenhum se aproximasse do barco, eles nunca iam poder pescar novamente. E então, ele leva todos para a praia e, com efeito, ele diz: o que está acontecendo? Você me ama, Pedro? Então, pastoreie minhas ovelhas. Foi para fazer isso que o chamei. Percebe, aqui Jesus é claro, em João 21, e Pedro ainda não entende o seu papel. Não entendeu o papel dele, não entendeu o propósito do sofrimento de Cristo, não entendeu os princípios, não entendeu as parábolas. Falta entendimento. E isso faz parte do processo de discipulado. Você tem de superar isso.
Como Jesus lidou com isso? Simplesmente ensinando, ensinando, ensinando, ensinando, ensinando. De fato, quando ele voltou após sua ressurreição, por 40 dias, Atos 1 diz que lhes ensinou as coisas relativas ao reino dos céus. Apenas ensinando, ensinando, ensinando, ensinando. Ele lidou com a falta de compreensão deles pela instrução.
Agora, eles tinham um segundo problema: falta de humildade. Era um grupo orgulhoso, ciumento e invejoso. Eu posso apenas ver o Senhor andando pela estrada, e eles andando atrás dele, acotovelando-se e empurrando uns aos outros. Você diz: Deviam estar se questionando, esses são os 12 apóstolos, você não deveria falar sobre eles assim. Bem, vamos deixar o Senhor falar sobre isso então, Marcos 9, versículo 33: “Tendo eles partido para Cafarnaum, estando ele em casa, interrogou os discípulos: De que é que discorríeis pelo caminho?" Por que estavam brigando atrás de mim? Veja, o tempo todo ele vai junto, sabe que estão lutando lá atrás. O que estava acontecendo? "Mas eles guardaram silêncio,” ficaram realmente envergonhados e confusos, "porque haviam discutido entre si,” entenda, "quem seria o maior." Caras legais, hein? Almas realmente abnegadas e humildes. Todo o tempo que nosso querido Senhor está caminhando, eles estão brigando sobre quem será o maior. “E Jesus, assentando-se,” e ele trouxe uma criancinha e lhes deu uma lição de humildade. Que repreensão!
Olhe para Mateus 20. Agora, a discussão ficou muito quente sobre quem seria o maior, e Tiago e João tiveram coragem suficiente para colocar a mãe deles no negócio. E assim, em Mateus 20, versículo 20: Então se aproximou de Jesus a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, porque você sempre faz isso quando quer alguma coisa. “Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda.“ Bem, vou dizer para vocês que é realmente ousado. Quer dizer, eles queriam tanto, que não tiveram coragem de perguntar, e conseguiram que a mãe fizesse isso, e ficaram parados ao lado da mãe enquanto ela fazia aquela coisa ridícula e egoísta. “Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis.” Mas isso era típico. Eles não sabiam o que ouviam, como saberiam o que eles perguntaram? Diz: “Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber, e receber o batismo com que sou batizado? Responderam-lhe” – o quê? – “Podemos.” Claro, claro que podemos lidar com qualquer coisa. Claro que podemos! "Vocês beberão o meu cálice e serão batizados com o meu batismo, mas nunca se sentarão à minha direita ou esquerda,” e Jesus falava sobre martírio, perseguição, no caso de Tiago, martírio, no caso de João, perseguição e exílio. Vocês vão passar pela dor, pelo sofrimento e pela angústia; simplesmente não conseguirão o assento à direita ou à esquerda porque "não me compete concedê-lo.” E então, versículo 24: "Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram indignados com os dois irmãos.” Por quê? Porque eles não suportariam tal orgulho? Não. Porque eles passaram à frente dos outros dez. Ficaram furiosos porque Tiago e João iriam conseguir esses lugares, e não eles. A indignação não foi justa; e sim egoísta.
E disse-lhes, rapazes, vocês são todos um desastre sobre o que significa ser um líder. Versículo 27: “e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso,” o quê? "Servo." Vocês entenderam tudo errado, e então teve de ensiná-los. E então, ele usou seu próprio exemplo: “tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Bem, Jesus tinha de lidar com a falta de humildade deles, como lidou com isso? Acredito que tratou disso lhes dando uma demonstração de sua própria humildade. Comparou-se a uma criancinha, em Marcos 9. Em Mateus, comparou-se a um servo. Em João 13, lavou os pés deles e lhes deu a ordem de amarem uns ao outros como ele mesmo fez. Certo? Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Em outras palavras, ele superou a falta de compreensão pela instrução; superou a falta de humildade deles pelo seu próprio exemplo. Jesus usou como exemplo sua própria vida como uma ferramenta de ensino.
Eles tinham um terceiro problema. Os 12 não tinham fé, o que é bastante grave se você estiver indo para o ministério, se não acredita em Deus. Eles não tinham fé. De novo e de novo e mais uma vez, provavelmente a frase mais comum que Jesus disse a eles foi: “Ó homens,” do quê? "de pequena fé." Ele fez tantas coisas e mesmo assim eles não viram. De fato, em Marcos 4.40, ele lhes diz: “ Como é que ainda não têm fé?” Como pode ser que, depois de tudo isso, vocês ainda não acreditam? Como pode ser? Como?
No final do evangelho de Marcos, no capítulo 16, e no versículo 14, diz: “Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado.” Não acreditaram. Agora, com que grupo trabalhar e como você os transforma naqueles que podem mudar o mundo? Rapaz. Como ele lidou com a incredulidade deles? Com milagres, por feitos poderosos, mostrando-lhes seu poder repetidas vezes. Na verdade, os milagres, eu serei muito honesto com você, eu acredito em meu coração que ele fez os milagres principalmente para os discípulos, não para as multidões. Estas eram secundárias. Os discípulos precisavam ter certeza, incondicional e confiante de que a ressurreição realmente aconteceu. Ele apareceu para eles e apareceu novamente, e permitiu que eles o tocassem, o sentissem e o vissem. Eles tinham de saber, e “Ele mostrou a si mesmo,” Atos 1, “por muitas provas infalíveis.” Assim, Jesus superou a falta de entendimento deles com o ensino, superou a falta de humildade deles com exemplo, superou a falta de fé deles com milagres e feitos poderosos. Tudo isso fez parte do processo de ensino.
Eles tinham um quarto problema, falta de compromisso, sim a falta de compromisso. Eles disseram: nunca abandonaremos o Senhor. Porque ainda que todos o abandonem, disse Pedro, eu nunca vou abandoná-lo. Nunca vou negá-lo. Oh, eles realmente falaram isso, mas quando chegou a hora da crise, aquela hora terrível, quando Cristo mais precisava deles, eles se foram. Pedro negou, Judas traiu, e os outros dez simplesmente se separaram, saíram de lá. Eles não conseguiram lidar com a situação; eles se foram. Eles foram convincentes. Em Lucas 5.11, você sabe o que diz? Quando ele chamou seus discípulos: "E, arrastando eles os barcos para a praia, deixando tudo, o seguiram." Isso não é interessante? Quando ele os chamou, eles abandonaram tudo. Em Marcos 14.50 diz: " Então todos o deixaram e fugiram.” Eles fugiram. Abandonaram a Cristo quando viram as espadas, os bastões, as lanternas e os romanos. Quando começaram a sentir o cheiro da morte, eles foram embora. Ah sim, eles acharam que ficariam bem, mas não ficaram.
Como Jesus lidou com isso? Lucas 22.31, eu simplesmente amo isso. Pedro e a questão de sua negação: "O Senhor diz: Simão, Simão.” Ele o chama pelo seu nome antigo porque agia como o seu antigo eu. "Simão, Simão,” ouça isto: "Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar você como trigo!” Ele quis testar você, Pedro, e você fugiu e me negou, mas aqui está o remédio: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.” Você pode parar aí mesmo. Como Jesus lidou com sua falta de compromisso? Ele lidou com isso através da oração. Eu tentei discipular homens em minha vida, homens com falta de compreensão e tentei trabalhar com isso ensinando-os, homens com falta de humildade, e tentei trabalhar com isso tentando demonstrar o espírito correto. Homens com falta de fé, e tentei superar isso mostrando-lhes dramaticamente o poder de Deus. Homens com falta de compromisso, e tentei lidar com isso através da oração por eles.
O quinto problema que eles tiveram foi a falta de poder. Eles eram impotentes. Eles não tinham poder. Eles eram fracos e indefesos. Para ilustrar isso, e há muitos exemplos, mas um deles seria Mateus 17: "E, quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse: Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas, na água. Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.” Agora, eles tentaram fazer as coisas e faziam todos os movimentos, mas nada acontecia. “Disse Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?" Com quem você acha que ele falava? Bem, algumas pessoas acharam que ele falava com toda a multidão, outras acharam que ele falava com os 12. Ó, vocês, quanto tempo eu tenho que aguentar isso? “Trazei-me aqui o menino. E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino curado. Então os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular: Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo? E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. (“Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum).” Grande fé, intensa oração. Eles eram impotentes; eles não tinham poder. Como Jesus lidou com isso? Eu acredito que ele lidou com isso de uma maneira maravilhosa. Em João 20: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” E em Atos 1.8 diz: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo.”
Ouça, é muito simples: os discípulos foram escolhidos soberanamente por Deus para serem colaboradores de Cristo para fundar a igreja. Eles foram escolhidos através da oração, eles foram escolhidos para serem treinados, e em seu treinamento tiveram de superar a falta de entendimento espiritual através da instrução, a falta de humildade através do exemplo, a falta de fé através de maravilhosos milagres, a falta de compromisso através da oração e a falta de poder através da ação do Espírito de Deus na vida deles. E a lição para nós é a mesma: quando você discipula alguém, você terá os mesmos problemas com os mesmos remédios. Que grupo! Mas como um escritor diz: “Neles ele viu fraqueza oculta e força incipiente. Havia uma abundância de palha com os escassos grãos de trigo que precisariam de muita limpeza, mas ele era igual à tarefa. As sementes da promessa estavam lá e, com o tempo, produziriam o fruto perfeito. Ele acreditava nos homens que havia escolhido. E mais, ele tinha absoluta confiança em seu próprio poder para torná-los o que ele queria que eles fossem.” Há esperança para nós.
Rapaz, eu me identifico com esses 12, e você? Estou tão feliz por Deus poder me usar; fico feliz por poder encontrar outras pessoas e investir minha vida nelas. E eles realizaram a tarefa. Sim, Jesus os transformou, ele realmente fez isso. E você sabe, quando olharam para eles, em Atos 4.13, todos os figurões de Jerusalém olharam para eles e disseram: “sabendo que eram homens iletrados e incultos.” Como eles conseguiram isso? Eles literalmente encheram Jerusalém com sua doutrina, e são ignorantes. Na verdade, eles são ignorantes e não são qualificados. Mas diz isto: "admiraram-se," eu amo isto, e reconheceram que haviam eles estado com Jesus." Isso não é bom? Como eles sabiam disso? Como eles sabiam que estiveram com Jesus? Eu vou lhes contar como eles sabiam. Eles fizeram as mesmas coisas que Jesus fez. Eles disseram a mesma coisa que Jesus disse. Eles amavam da mesma forma que Jesus amava.
Finalmente, o trabalho foi feito, e eles saíram como espelhos vivos para refletir Cristo. E por isso foram chamados de cristãos, que significa o quê? Pequenos Cristos. E tudo está ligado em Lucas 6.40, ouça: "O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem-instruído será como o seu mestre." Não é ótimo? Jesus os treinou em três anos e, quando acabou, eles eram como seu Mestre. E eles se formaram. Eu acho que o dia da formatura está em João 15, quando Jesus disse: “Já não vos chamo servos,” isso está bem aqui,“ vou agora lhes chamar,” do quê? "de amigos.” Esse foi o dia da formatura. Eles se formaram. Naquela noite no cenáculo, antes de sua morte, ele lhes deu seus certificados. Eles se formaram. Pense nisso, pense, o que eles aprenderam por estar com Cristo, literalmente transformou a vida deles, e, como resultado, transformou o mundo. Você pode se imaginar andando todos os dias com Jesus? Você pode se imaginar ouvindo sua sabedoria incomparável? Tudo o que ele disse foi perfeitamente sábio e absolutamente verdadeiro? Você pode se imaginar com alguém que nunca perdeu a cabeça, nunca ficou com raiva, mas só se indignou das coisas que tiravam a glória de Deus? Você pode se imaginar com alguém que não se importava absolutamente consigo mesmo, mas sempre se dava a todos? Estar com alguém que foi totalmente consumido por literalmente se desgastar com a fadiga para fazer a vontade e a obra de outra pessoa? Você pode se imaginar com alguém que podia amar qualquer um e todo mundo? Alguém que podia ressuscitar os mortos e curar os enfermos, e dar vista aos cegos, audição aos surdos? Bem, isso teve um efeito neles, e você não recebe esse tipo de treinamento sentado em uma sala de aula; você o obtém andando por aí com um homem piedoso.
Esse é o processo do discipulado, eles estiveram com ele. Os 12 foram ordenados, de acordo com Marcos 3.14, “para estarem com ele.” Esse é o processo, eles estiveram com ele, e eles se tornaram como ele. É assim que o discipulado funciona. E funcionou no caso deles, e eles mudaram o mundo.
Posso acrescentar um ponto final? Eles foram escolhidos soberanamente, foram escolhidos depois de uma noite de oração, foram escolhidos para serem treinados e, finalmente, escolhidos para serem enviados. E é por isso que você tem, no versículo 1, do capítulo 10, discípulos sendo treinados, e no versículo 2, apóstolos, os nomes dos 12 apóstolos. Eles foram escolhidos para serem enviados. Apostello; stellō significa despachar; apo, longe de, para ir muito longe. No grego clássico, a palavra é usada quase inteiramente para se referir a uma expedição naval enviada para uma cidade estrangeira ou um país estrangeiro. Em outras palavras, alguém enviou o serviço de relações exteriores. Tudo bem, você foi treinado, e agora será enviado. Eles se tornaram os enviados. Isso é o que significa apostolos, alguém que é enviado.
Amados, não basta sermos salvos, não basta sermos chamados para servir a Cristo, não é suficiente sermos treinados, só é o bastante quando tudo isso for para ser enviado. E é exatamente por isso que em Mateus está escrito que devemos ir a todo o mundo e fazer discípulos. Fomos feitos discípulos para fazer discípulos. O Senhor fez 12 indivíduos maravilhosos com uma exceção, substituído nas fileiras mais tarde. E em Mateus 19.28 diz que há 12 tronos para eles, e serão elevados por toda a eternidade. O processo foi concluído na vida deles, e devemos estar no mesmo processo. Você está sendo discipulado, você está aprendendo com a intenção de ser enviado? Você está discipulando, você está treinando alguém com a intenção de enviá-lo para alcançar os outros, seja aqui ou ao redor do mundo? Você vê, treinamento e envio são dois lados da mesma moeda. Discipulado e apostolado caminham juntos. Fase um, siga-me, fase dois, saia e leve a mensagem.
Então, quando chegamos ao capítulo 10, eles começam com sua primeira missão de curto prazo, aprendendo na prática. Eles saem e se depararão com todos os tipos de problemas. Eles voltam, e quando voltam, passam mais meses com Jesus e ele os ensinará através dessa experiência.
E, finalmente, a fase quatro, a fase final vem quando o Espírito entra na vida deles e os enche, e assim irão batizar e ensinar todas as nações. Que padrão maravilhoso! Essa é a iniciação deles.
A segunda coisa, e só vou mencioná-la, é o impacto deles. Quando eles foram, causaram um impacto. Diz no versículo 1: “Eles tinham autoridade,” ou exousia, que significa o direito de “ter poder sobre os espíritos imundos, para expulsá-los e curar todo tipo de enfermidade e todo tipo de doença.” Por quê? Porque isso demonstraria que eles eram de Cristo, porque eles estavam fazendo as mesmas coisas que ele fez. E você pode segui-los por todo o livro de Atos, e o que eles estão fazendo? Expulsando demônios e curando os enfermos. Eles causaram um impacto. Eles faziam as mesmas coisas que Jesus fez: Jesus expulsou demônios, Jesus curou os doentes. Eles manifestaram o mesmo tipo de poder do reino que Jesus manifestou. E assim, eles estavam inseparavelmente ligados a Cristo, e causaram um tremendo impacto. Eles viraram Jerusalém de cabeça para baixo, e depois viraram o mundo de cabeça para baixo, e por toda parte que iam havia um tumulto. As pessoas foram convertidas devido a esse impacto.
Então, ele fala sobre a identidade deles, no versículo 2. Quem eram eles? Isso falarei de uma próxima vez. No próximo Dia do Senhor, vou falar um pouco sobre cada um deles, para os conhecermos pessoalmente. Vamos orar.
Pai, obrigado nesta manhã pelo nosso tempo. Obrigado por nos mostrar como Jesus discipulou os homens, coisas que ele foi capaz de vencer em seu poder e como ele o fez. Podemos aprender com isso. Que nos vejamos nesse mesmo processo de sermos aprendizes, mathētēs e ao mesmo tempo nos tornarmos apóstolos, apostolos, sendo treinados para ir, e assim sermos enviados. Ah, não de uma forma oficial, não da maneira como esses 12 especiais, para quem estão reservados os 12 tronos, mas, mesmo assim, sermos enviados. Treina-nos, Senhor, e ajuda-nos a treinar outros; envia-nos e ajuda-nos a enviar outras pessoas, para que a obra possa continuar, obra que o Senhor começou. Que nós possamos discipular todas as nações, batizando-as em nome do Senhor Jesus, e ensiná-las a observar todas as coisas que ele lhes ordenou, levando-as à maturidade e depois as enviando. Nós oramos, ó Pai, por aqueles em nosso meio que talvez tenham se convertido, e foram chamados para Cristo. E chegaram ao segundo ponto de serem chamados para servir. Talvez estejam resistindo ao treinamento ou, talvez, tenham sido treinados, mas resistem ao envio final. Senhor, fala a cada um de nós onde quer que estejamos, talvez algum, Senhor, que ainda nem chegou pela primeira vez para seguir a fé em Jesus. Onde quer que estejamos, Senhor, atraia-nos a ti mesmo, faça a tua obra perfeita em cada coração. Em nome de Cristo. Amém.
Fim

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