
Chegamos ao estudo da Palavra de Deus em Mateus, capítulo 26 novamente, nesta manhã; uma história muito familiar, a história da negação de Pedro, o apóstolo. Nesta semana, enquanto estudava este texto particular das Escrituras, fiquei impressionado com um novo pensamento, uma nova percepção em relação a esta história triste e trágica. E o que penso, em meu coração, este pode ser um dos mais encorajadores, mais esperançosos de todos os relatos bíblicos. Nós normalmente olhamos para a negação de Jesus por Pedro como uma grande tragédia, e de fato é. Mas há um outro lado. Há um lado notável, estimulante, emocionante, e espero que isso se revele a você quando olharmos para isso. Para mim, foi assim que pela primeira vez em minha vida estudei esta história, que pude vê-la como uma explicação positiva, excitante, esperançosa e encorajadora. E eu quero que seja assim para você.
Eu me fiz uma pergunta: qual é o maior presente que Deus poderia dar? E a resposta para essa pergunta, obviamente, da Escritura, é o perdão dos pecados. Não haveria salvação sem o perdão dos pecados. Não haveria relacionamento com Deus sem o perdão dos pecados. Não haveria entrada no céu a menos que nossos pecados fossem perdoados. Nós não conheceríamos nenhuma utilidade para o Senhor sem o perdão dos pecados. Não conheceríamos alívio da culpa sem o perdão dos pecados. A maior coisa que Deus já ofereceu ao homem é o perdão dos pecados. É por isso que, em Êxodo 34, quando Moisés disse: “Eu quero ver-te, Deus,” o Senhor disse: “Eu sou o Senhor, o Senhor Deus misericordioso, e sou misericordioso, e perdoo a iniquidade.” E Ele passou a descrever Seu gracioso caráter perdoador do pecado. E o profeta Miquéias diz: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas?” E o apóstolo João diz: “Se andarmos na luz como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, O Filho de Deus nos purifica de todo pecado.” E, “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar.”
O perdão dos pecados, a purificação dos pecados é o maior presente que Deus já ofereceu ao homem, e é exatamente isso que vemos nesta passagem. Eu não acho que qualquer santo no registro bíblico tenha mergulhado nas profundezas do pecado como Pedro fez nesta ocasião. E a maravilha das maravilhas é que, mesmo na extremidade de seu pecado, o Senhor estava lá para perdoá-lo. Essa é uma verdade esperançosa. Todos nós, como cristãos, experimentamos momentos em que nos apresentamos diante do Senhor, esmagadoramente impressionados com nossa própria pecaminosidade; se não o fizermos, estamos com muita frieza e nem mesmo somos cristãos. Mas para aqueles que conhecem o Senhor e que andam em Sua vontade, e à luz de Sua Palavra, e no poder de Seu Espírito, há aqueles momentos constantes em que nos tornamos conscientes de nossa pecaminosidade e em um sentimento de quebrantamento. Venha ao Senhor e encontre o perdão que cura a alma e traz alegria. Essa foi a experiência de Pedro. E a profundidade do seu pecado dá a Deus a oportunidade de mostrar a extensão profunda do Seu perdão. Pois Pedro, que caiu tão profundamente, logo foi restaurado para se tornar o principal porta-voz da igreja primitiva e o grande líder que vemos nos primeiros doze capítulos do livro de Atos. Portanto, é um registro de esperança, uma história emocionante e encorajadora para todos nós, que somos pecadores salvos por Sua graça.
Agora, a fim de compreender o texto diante de nós, que vai do versículo 69 ao Precisamos perceber que pontos na tapeçaria da prisão e julgamento de Cristo é a negação de Pedro, e como ela caminha junto. Não é como se tivesse acontecido espontaneamente; há razões para ela ter acontecido. E quando você começa a ler versículo 69, encontra Pedro no pátio, e alguém vem até ele e o identifica com Jesus, e ele nega, mais tarde alguém vem, e ele nega, e alguém vem, e ele nega , e você diz para si mesmo, "como isso pôde acontecer?" Só é preciso retomar o texto para encontrar a resposta; uma sequência de coisas.
Agora, começamos no versículo 31, com o que poderíamos chamar de orgulho do pecador. Eles tinham acabado de cantar um hino, diz o versículo 30, e saíram para o Monte das Oliveiras, o Senhor e os onze discípulos. Judas já tinha ido trabalhar nos detalhes da traição, e apareceu um pouco mais tarde no jardim, liderando a comitiva que veio para capturar Cristo. Mas Jesus e os onze discípulos terminaram a refeição da Páscoa, a instituição da Ceia do Senhor, o ensino registrado em João 13 a 16, a maravilhosa oração sacerdotal de João 17. O Senhor disse tudo e fez tudo o que desejava fazer. Ele tinha terminado a antiga aliança com a última Páscoa que foi realizada. Ele instituiu a nova aliança com a sua própria mesa. Ele lhes deu uma grande e abrangente verdade sobre a qual basear suas vidas até que Ele voltasse. Jesus vai ao jardim para orar, e depois será levado prisioneiro. E, indo eles em direção ao Monte das Oliveiras, Jesus lhes disse no versículo 31: “Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito” - e Ele cita Zacarias - “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas.” Jesus prediz a deserção deles. Ele prevê que todos o abandonarão no meio de sua provação. “Mas depois de ser ressuscitado,” o versículo 32 diz: “Irei adiante de vós para a Galileia.” Ele prevê a sua própria ressurreição e o reagrupamento de Seus discípulos dispersos. Eles O abandonarão no momento de Sua provação. Não me refiro ao julgamento falso dele; eu me refiro à provação, à luta que Ele sofreu em toda essa cena. Mas não será o fim da história, porque Ele ressuscitará e os reunirá para Si mesmo, levando-os para a Galileia.
Agora, quando Jesus prediz a deserção dos discípulos, Pedro responde, e ele diz no versículo 33: “Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim.” E Pedro, em voz alta e veemente, protesta a declaração do Senhor e a previsão da deserção dos discípulos. Ele diz, com efeito, todo mundo pode fazer isso, mas eu nunca farei isso. Baseado em seu sentimento emocional por Cristo, baseado em seu suposto amor e atração por Cristo, ele se sentiu invencível. Ele não podia aceitar a predição de Jesus. Ele pensava que estava num estágio mais avançado de sua própria vida, onde ele era maduro espiritualmente, onde suas prioridades eram expressas em concreto, onde ele era um pouco vulnerável aos ataques de Satanás, do mundo e da carne. E ele não conseguia imaginar qualquer circunstância ou dificuldade que pudesse levá-lo de alguma forma a desertar e negar o Senhor Jesus Cristo. Seus impulsos emocionais simplesmente não conseguiam comunicar isso em sua mente. Não houve pressão que poderia ser tão grande. E assim, aqui nós o vemos um pouco orgulhosamente dizendo: "Você está errado, Senhor,” o que exige muito ego para confrontar a palavra do Deus vivo e dizer: "Você está errado,” mas foi o que ele fez.
E assim somos confrontados, nos versículos 31 a 33, com o orgulho de um pecador. Imediatamente depois disso, vemos o desafio do pecador. No versículo 34: “Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes,” e Marcos acrescenta que Ele disse: “antes que o galo cante duas vezes,” e Jesus foi bem específico, “você me negará três vezes.” Jesus volta a uma declaração ainda mais forte, e não sobre todo o grupo, mas apenas sobre Pedro, e diz: “Pelo contrário, não somente você não permanecerá fiel a Mim” - como contra todos os outros discípulos - “mas você irá um passo pior do que eles; você me negará três vezes antes que o galo possa cantar duas vezes.” No versículo 35, vemos o desafio de Pedro. Disse-lhe Pedro: “Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.” E seu corajoso palavreado varreu todos os demais, e todos os outros discípulos disseram a mesma coisa. Agora, o Senhor no versículo 34 diz: "Você me negará,” e usa um verbo forte que significa negar completamente, e Pedro simplesmente não pode aceitar isso. Ele persistentemente desafia a Palavra do Senhor. É bem notável. E em Marcos 14.31, Marcos escreve que ele protestou veementemente. Não foi um protesto leve, foi um veemente. "Eu vou morrer primeiro,” diz ele, que é o ato máximo e extremo de coragem.
E assim entendemos, então, que na noite de quinta-feira, Pedro prometeu grande coragem até ao ponto de morrer. Ele se vangloria e até desafia a palavra do Senhor. É bem notável. Esse rapaz realmente tinha uma personalidade forte e um ego forte para dizer Àquele que proferiu a verdade: "Você está errado.” Mas foi o que ele fez. E Mateus pega o fluxo do declínio constante de Pedro quando eles chegam ao jardim, no versículo 40. Eles vieram ao jardim, na encosta do Monte das Oliveiras. Jesus foi mais adiante, no jardim, então os discípulos, oito deles, ficaram na entrada. Três - Pedro, Tiago e João - foram adiante, e Jesus ainda mais que eles. E assim Jesus entra em um lugar muito particular, e quando retorna, tendo pedido que orassem com Ele, os encontra, no versículo 40, adormecidos. E assim Ele diz a Pedro, que é seu líder reconhecido: “Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigie e ore para que você não entre em tentação. O espírito está disposto, mas a carne é fraca.” Agora, sabemos que o espírito estava disposto, Pedro havia articulado isso, não tinha? E assim todos os outros discípulos afirmaram que estavam realmente dispostos a morrer pelo Senhor. Mas sua carne não era tão capaz quanto seu espírito estava disposto.
E assim Ele diz: “Você deveria estar orando,” mas você vê discípulos presunçosos, orgulhosos e autoconfiantes, que não oram, porque eles não precisam; você entende isso? Chegaram ao ponto de invencibilidade e estavam na situação em que se consideravam absolutamente invulneráveis. O que havia para orar? E assim, em vez de estarem atentos à realidade atual do momento - essa era “a hora do poder das trevas,” disse Jesus - em vez de serem alertados para o fato de que as forças do inferno estavam trabalhando mais do que nunca nessa hora, eles simplesmente foram dormir. Por que precisavam orar? Eles fizeram seu voto. Eles estavam com as emoções controladas e tinham grande afeição e atração por Jesus. Eles estariam sendo levados por seu compromisso verbal.
Então, vemos a indiferença do pecador. Eles são indiferentes à necessidade de orar. O Senhor volta a orar uma segunda vez, no versículo 42, e no versículo 43, retorna para encontrá-los novamente adormecidos. No versículo 44, Ele volta para orar, volta pela terceira vez, no versículo 45, os encontra dormindo novamente, e diz: “Ainda dormis e repousais?” Vocês ainda estão dormindo. Jesus já podia ver Judas e o bando de guardas do templo, soldados romanos, e sacerdotes subindo a encosta em direção a eles, e os discípulos estavam dormindo em tudo isso, espiritualmente confiantes, indiferentes à realidade do ataque porque eram prepotentes. A próxima cena encontramos no versículo 51. E essa é a impulsividade do pecador. Pedro é tão confiante, tão desafiador, tão indiferente, e agora o encontramos, como resultado de tudo isso, agindo por conta própria. E no versículo 51, diz que um daqueles que estavam com Jesus - e João nos diz que foi Pedro - desembainhou uma espada e realmente partiu para cima de todo o grupo. O primeiro cara na fila se chamava Malco, e ele era o servo do sumo sacerdote, e Pedro tentou cortar-lhe a cabeça e errou, e apenas cortou sua orelha.
Ele não agiu sob a instrução de Jesus. Isso não é o que Jesus queria. Será que Pedro se esqueceu das várias vezes que Jesus dissera: “Preciso ir a Jerusalém e devo ser levado cativo e devo dar a minha vida, e vou ressuscitar?” Ele havia se esquecido disso? Ele não queria ouvir isso? Sabemos que ele protestou contra isso e disse: “Não Senhor,” mas mesmo assim ele deixou Satanás falar através dele. Mas por que ele não aceitou a vontade do Senhor? Mas não Pedro – ele agiu impulsivamente, tão controlado por seu próprio ego, sua própria suposta coragem e se sentindo um pouco invencível, já que Jesus estava ao lado dele, e sabia que Jesus tinha o poder de destruir todos eles, porque momentos antes ele, tomando a espada, você se lembra, Jesus derrubou todos eles no chão. Mil deles haviam caído no chão ao som de Seu próprio nome. Então Pedro sabia que ele estava com alguém que tinha poder supremo, e ele não tinha medo naquela situação porque sabia que se o Senhor já o havia livrado em outra situação, andando sobre a água, e o Senhor certamente poderia livrá-lo, Ele já havia derrubados a todos.
E assim ele se sentiu invencível, e isso apenas confirmou em sua própria mente a invencibilidade que sentia ser característica de seu próprio coração. Ele pegou uma espada e avançou sobre todo o grupo, e o Senhor o deteve e disse: “Largue essa espada, a menos que você queira morrer pela espada.” Em outras palavras, se você tirar uma vida, eles têm o direito de tirar sua vida, essa é a lei bíblica. "E você não sabe que, se eu precisasse, poderia obter doze legiões de anjos do Pai? Mas então como a profecia seria cumprida?” Em outras palavras, “Pedro, você está fora de sincronia com o plano. Afaste essa espada.” Aqui está a coragem, mas equivocada. Aqui está o zelo, mas mal direcionado. Aqui está alguém que é tão confiante e tão desafiador em termos de ouvir e ouvir o que o Senhor está dizendo, e ainda assim tão zeloso que age em última instância de uma maneira impulsiva, que está completamente em desacordo com o plano de Deus. Ele está tentando fazer jus ao que sempre disse. Ele está tentando mostrar a todos que ele é tão corajoso quanto dizia ser. Mas ele está completamente fora de sincronia com o plano.
Foi seu orgulho, seu desafio, sua indiferença e sua impulsividade que levaram finalmente ao colapso do pecador - e esse é o nosso texto para esta manhã. Seu colapso foi inevitável por causa dessas atitudes anteriores. A cena aqui é muito vívida, e eu quero dá-la a você. Volte ao versículo 58, antes de olharmos para o versículo 69. No versículo 57 ele diz: “Eles prenderam a Jesus.” Sabemos a partir do registro do evangelho, comparando Mateus, Marcos, Lucas e João - o que temos de fazer através de toda essa cena para obter o quadro completo, porque cada escritor se concentra em diferentes elementos - eles levaram Jesus preso e o amarraram. Eles o maltrataram. E então O levaram para fora do Jardim do Getsêmani com esse enorme séquito de até 600 soldados romanos, várias centenas de guardas do templo judaico, sacerdotes e todos aqueles que os acompanham, O levam de volta para baixo, através do Vale do Cedrom, subindo a encosta oriental do monte, e novamente no portão, e de volta à casa do sacerdote. Eles querem fazer um julgamento no meio da noite, na casa do sumo sacerdote. E assim o versículo 57 diz que eles “o levaram para o sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos.”
Agora, sabemos pelos outros registros do evangelho que quando eles levaram Jesus de volta para a casa do sumo sacerdote, Ele primeiro foi levado diante de Anás, que era o antigo sumo sacerdote. João 18 descreve toda a cena diante de Anás. Mateus não a descreve. Na verdade, João é o único que a descreve em detalhes. Jesus então foi levado de volta para Anás. Agora, alguns fizeram a pergunta: isso é um problema, então, para resolver com este versículo, que diz que eles o levaram para Caifás? De modo nenhum. Deixe-me dizer por que isso não é um problema. O sumo sacerdote vivia em um lar palaciano e vivia em um palácio na cidade de Jerusalém, em algum lugar perto do templo, um tipo maciço de estrutura. E não era incomum que as famílias compartilhassem o mesmo tipo de lar ou, na verdade, a mesma casa. E neste caso, sem dúvida, foi o que ocorreu. Anás era o sumo sacerdote anterior. Ele foi deposto pelos romanos porque estava acumulando muito poder, e ele se tornou uma ameaça para eles, então eles o retiraram, e permitiram que outros fossem colocados em seu lugar.
Um dos outros, aquele que agora era o sumo sacerdote nessa época, era um homem chamado Caifás. Caifás era o genro de Anás. Não era incomum que os sumos sacerdotes ocupassem a mesma casa, particularmente porque eram parentes uns dos outros. A propósito, muitos outros sacerdotes, sumos sacerdotes, que sucederam a Anás, eram seus próprios filhos, então era uma espécie de família. Anás era o poder por trás da cena. É por isso que eles enviaram Jesus primeiro para Anás. Com sua experiência e sabedoria, certamente ele poderia apresentar alguma acusação contra Jesus, e assim usariam como base para o julgamento diante do Sinédrio, que foi conduzido pelo líder do Sinédrio, que era Caifás. Então, quando levaram Jesus e o levaram onde Caifás morava, e onde o Sinédrio estava reunido em sua casa, este seria exatamente o mesmo lugar onde Anás vivia, então realmente não há conflito. O fato de Jesus ter sido levado a Caifás seria coerente com o fato de que Ele foi levado para Caifás e levado adiante de Anás. Anás, sem dúvida, tinha uma ala no lugar, Caifás tinha outra.
As casas eram construídas ao longo destas linhas, e você precisa saber disso, porque isso fará com que todo o resto tenha um significado vívido em sua mente enquanto você acompanha a história. As casas não ficavam de frente para a rua. Nossas casas estão voltadas para a rua. Você desce a rua e a casa fica de frente para a rua. As casas, naquele lugar e momento na história do mundo, eram assim. Na rua ficaria apenas a parede dos fundos da casa e um grande portão em uma casa palaciana como esta, de propriedade de pessoas muito ricas e abastadas. Os sacerdotes se tornaram ricos pela corrupção no templo. E quando você vem a esta casa, você chega a uma grande muralha, talvez duas, com três andares de altura. Havia um portão no meio e você entra no portão e atravessa um corredor que vai por toda a casa. Ela se abre para um enorme tribunal, e a casa ocupava toda a quadra, e todos os cômodos de todos os andares se voltavam para a quadra.
Uma grande parte sem dúvida daquela casa pertencia a Anás. Outra grande parte daquela casa pertencia a Caifás, uma vez que eram parentes. E assim, quando Jesus foi levado para a casa de Caifás e do Sinédrio, Ele estaria no mesmo lugar onde Anás também o confrontaria. Ele seria levado primeiro para o apartamento ou para a área onde Anás ocupava, e seria levado perante Anás. Mais tarde, seria transferido para onde Caifás se encontraria com o Sinédrio. Então, não há nenhum conflito, e quando Mateus diz que foi levado para o sumo sacerdote Caifás, onde os principais dos sacerdotes e anciãos estavam reunidos, ele está se referindo ao mesmo lugar onde Jesus também enfrentaria Anás. Agora, lembre-se: Ele enfrentou Anás primeiro, depois foi levado a Caifás e ao Sinédrio para a segunda fase de um julgamento de três partes, a terceira parte ocorreu depois do amanhecer, quando eles afirmaram publicamente durante o dia, de acordo com as regras, a decisão que tinham tomado no meio da noite ilegalmente.
Então Jesus é trazido para aquele grande pátio. Todas as negações de Pedro ocorrem no mesmo lugar. João diz, no capítulo 18, que a primeira negação ocorreu enquanto Jesus estava diante de Anás. Os outros evangelistas nos dizem que todas as negações ocorreram neste pátio. Não há conflito. Anás e Caifás dividiam o mesmo pátio, você entende isso. Assim, todas as três negações ocorreram na mesma corte da mesma casa do sumo sacerdote, partes das quais foram ocupadas por Anás e Caifás - uma harmonia muito comum e de fácil compreensão. Agora, quero que você entenda como a cena se desenrola. No versículo 58, aqui está o que acontece antes de tudo. Pedro seguiu-o. Embora ele tivesse fugido - todos os discípulos fugiram, diz no versículo 56, todos eles, quando Jesus foi feito prisioneiro - ele não podia ficar longe. Ele foi meio que movido pelo amor que tinha pelo Senhor, e assim ele volta para seguir o Senhor. E ele segue, diz o texto, de longe. Ele não é corajoso o suficiente para chegar perto Dele, mas ele está preso em algum lugar entre o amor e o medo, e segue a distância.
Talvez esteja interessado em saber que ele não estava sozinho. De acordo com João 18.15, acompanhando-o foi outro discípulo que também seguiu o Senhor. Aquele outro discípulo era João. Esse era conhecido do sumo sacerdote. Não sabemos como era conhecido, quais eram as circunstâncias, mas aparentemente ele deu entrada na casa do sumo sacerdote. Então o Senhor é trazido para a casa do sumo sacerdote, e seguindo junto estão Pedro e João. Eles realmente estavam metendo os pés pelas mãos; certamente Pedro estava. Não temos notícias do que aconteceu com João. Não sabemos o que aconteceu depois que ele entrou. Não sabemos se ele ficou ou se foi embora. O texto não diz nada. Mas sabemos que ele não negou o Senhor. Pedro, no entanto, é o herói da cena, ou anti-herói, como você quiser colocar. João entrou - você leu João 18, versículo 16 - porque ele era conhecido do sumo sacerdote. Pedro foi excluído. Ele não conseguiu entrar. João retificou a situação. Aparentemente, João voltou e tratou com a garota que vigiava a porta para deixar Pedro entrar; e assim Pedro entrou e, de certo modo, João contribuiu involuntariamente para a trágica negação de Pedro a Cristo. João então desaparece da cena. Ele esteve lá para dar acesso a Pedro. Ele fazia parte do desdobramento do plano e da predição de Cristo.
Você diz: “Por que Cristo predisse que Pedro O negaria? Por que o Senhor até mesmo planejaria que isso acontecesse?” Porque era para nos ensinar uma profunda lição sobre o despreparo espiritual, e até mesmo além disso, amado, para nos ensinar uma profunda lição sobre a restauração de um santo pecador, lição que devemos nos alegrar por conhecer. E assim o Senhor preparou para que João conhecesse o sumo sacerdote e, por causa disso, sem dúvida a moça que cuidava da porta o conhecia e disse: “Sim, você pode ter permissão,” mas Pedro ficou de fora. E João voltou, resolveu isso, então Pedro entrou. João desaparece da cena, e Pedro se torna o foco. E assim o versículo 58 diz: "Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote.” Ele não nos conta o papel de João e como ele entrou. "Tendo entrado, assentou-se entre os serventuários, para ver o fim." Agora ele está lá e está sentado com a polícia do templo, os hupēretēs, os subalternos, os guardas do templo. Sem dúvida, os soldados romanos do Forte Antônia voltaram para o forte. Eles cumpriram seu dever. Eles capturaram Jesus. Eles O levaram para o local do julgamento perante a alta corte judaica. A polícia do templo poderia lidar com isso de lá. E eles talvez tivessem voltado; pode ter havido alguns soldados romanos lá, não sabemos.
Mas Pedro entra e quer ver o fim. Você notou isso no versículo 58? Ele queria ver o resultado. O Senhor havia dito muitas vezes, mas ele não escutou muito bem. Ele simplesmente não conseguia se afastar. Ele simplesmente não podia deixar de ir a Cristo. Seu amor pelo Senhor era real. Era fraco, mas era real, e ele não podia simplesmente ir embora. Ele tinha de saber. Ele tinha de ver o que aconteceu. E assim ele entra na cova dos leões, e ignora totalmente a previsão de Cristo de que ele iria negá-Lo, e se coloca em um lugar perigoso onde isso vai acontecer. O Senhor estava de frente para Anás. Talvez Pedro até pudesse vê-Lo. Estava do lado de fora, sentado no tribunal. Os outros escritores nos dizem “sentados perto do fogo.” Houve um incêndio naquela noite porque estava frio. Eles estavam se aquecendo pelo fogo. Ele está em uma grande multidão de policiais do templo, membros do Sinédrio entrando e saindo, porque estão começando a cobrar por sua parte do julgamento, depois que Anás terminou. Eles se movem, os servos da casa estão lá, todos os dignitários que compõem o grupo de pessoas que cercam o sistema do sumo sacerdote. É um pouco antes de 1h00 da manhã, e todo o julgamento vai durar duas horas; e nessas duas horas, Pedro vai atingir o fundo do poço. Às 3h00 da manhã, hora do galo, tudo acaba.
Então é um pouco antes da uma da manhã de sexta-feira, e Pedro senta com os soldados, se aquece, tentando se perder na multidão, fica perto o suficiente para descobrir o que acontece, mas não tão perto de forma que fique exposto. E então acontece - nós vemos o colapso do pecador - a queda do pecador. Pedro estava sentado no pátio, diz o versículo 69, e uma empregada, uma criada, apenas uma menina. Marcos diz “uma das criadas do sumo sacerdote.” João diz: “uma das criadas do sumo sacerdote, que era o porteiro da porta,” que cuidava da porta. Aí vem esta criada e diz: “Tu também estavas com Jesus da Galileia.” Você também estava com Jesus da Galileia. E Marcos acrescenta que ela disse: “Jesus, o Nazareno da Galileia.” Eles adoravam usar esses termos em referência a Jesus, porque eram termos de escárnio. Você zomba de alguém quando o chama de Nazareno, de Nazaré ou de Galileu. Os orgulhosos cidadãos de Jerusalém desprezavam as pessoas da Galileia. E assim ela tem um pouco de informação precisa, porque talvez ela conhecesse João, e assim identifica Pedro com João, e sabia que João era um seguidor de Jesus, e vem com sua pequena informação para impressionar todos os guardas que estão sentados em torno do fogo de que realmente Ele é um dos seguidores de Jesus.
Agora, quero que você entenda uma coisa. Essa cena é muito natural. É normal. Essa é uma cena de multidão. E as coisas que nos são dadas na narrativa são apenas iniciais e podemos antecipar como ocorreu. Por exemplo, a empregada chega e diz: "Você também estava com Jesus da Galileia.” Mas podemos ter certeza de que ela não poderia simplesmente andar e dizer isso em voz baixa sem chamar a atenção de todos primeiro. Quero dizer, são soldados circulando por aí, conversando, pessoas em todos os lugares. E é por isso que quando você lê Mateus, Marcos e Lucas, descobre que a garota disse algo talvez um pouco diferente em cada lugar. E é muito provável que em uma cena muito espontânea ela esteja dizendo: "Você foi um dos seguidores de Jesus de Nazaré,” e pode ter dito isso de duas ou três maneiras diferentes para chamar a atenção de todos. Ela talvez tenha usado vários meios para expressar sua informação. E a resposta dos homens foi de várias maneiras também.
E assim, quando vemos uma ligeira variação no que ela disse, ou mesmo no evangelho de João parece que ele inverteu a primeira negação e o segunda, porque ele não está interessado na cronologia, não devemos ficar chocados. Olhe a resposta de Pedro. Ela articula essa pergunta, não há dúvida de várias maneiras diferentes, quando todos estão ouvindo. E ele nega, note, antes de tudo; o que quer dizer que ela tinha conseguido toda a atenção deles. E a sua negação não é para esta donzela, é para todos, que agora foram trazidos para a cena. Agora marque isso em sua mente. Jesus disse que Pedro o negaria três vezes. Não há mais do que três negações. Eu li um livro nesta semana que diz que há oito. Eu não sei como alguém poderia escrever um livro que diz que há oito, quando Jesus disse que há três. O que você tem de entender é que cada uma dessas três ocasiões de negação, de uma forma espontânea, se entrelaça, de modo que cada uma é uma cena de negação, seguida de um diálogo.
Assim, Pedro negou diante de todos, dizendo: "Eu não sei o que você diz." Eu não sei do que você está falando. Chocante; este é Pedro. É inacreditável. Marcos diz: “Eu não O conheço.” E João diz: “Não sou eu.” E a verdade é que ele disse: “Eu não sou, não O conheço, não sei o que você está dizendo” - apenas uma maneira muito natural de responder. Então, não queremos nos tornar superprotetores da exatidão de um livro, e dizer, porque um diz isso e o outro diz aquilo, há uma contradição; de modo nenhum. Há uma expressão completa do que aconteceu. Em uma cena muito autêntica, ele estava negando diante de todos, e ele provavelmente fez isso com várias declarações, até mais do que as registradas. Você diz: “Mas como ele pôde fazer isso? Esse é o rapaz que disse que morreria por Cristo. Quero dizer, esse é o rapaz que estava no topo de qualquer chamado que qualquer ser humano pudesse conhecer. Ele era o líder dos doze. Ele recebeu as chaves do reino. Quero dizer, ele é um articulador do evangelho do reino. Ele é aquele que viveu com o rei. Ele é um homem privilegiado. Ele é aquele que conhece a Cristo, que tem poder milagroso. Quero dizer, este é Pedro, que pode curar doenças, como vemos no livro de Atos. O que ele está fazendo, negando a Cristo? Ele não é um novo convertido. Não é alguém que não tenha uma familiaridade pessoal com Cristo, e assim teria uma pequena dúvida.
Penso comigo mesmo, ele podia estar pronto para o grande momento. Quero dizer, se o Senhor tivesse de repente mandado chamar Pedro e dissesse: "Venha para o meu julgamento, eu quero que você fale em meu favor,” ele poderia ter ficado ao lado do Senhor e se sentir invencível, como fez no jardim quando o Jesus estava lá, e ele pegou uma espada. Quero dizer, ele podia estar pronto para o grande momento. Ele podia estar pronto para o grande testemunho, e a grande oportunidade de ser um orador ao lado do Senhor, mas eu vou dizer a você que ele não estava pronto para isso, e foi uma coisa inesperada. E temo que também seja assim. Quero dizer, podemos nos preparar para o estudo bíblico razoavelmente bem. Podemos nos preparar muito bem para comunicar Cristo em uma dada situação. E podemos ser capazes de antecipar certas coisas que estão por vir, e construímos nosso sistema para nos prepararmos para isso. E então, de repente, somos atingidos por algo que não esperamos que nos confunda, e acabamos negando a Cristo. Ele estava pronto para a grande coisa, mas foi o pequeno que o pegou. E o Senhor não estava ao seu lado, e ele estava com medo.
E então ele negou o que ela disse diante de todos. Negou que tivesse qualquer identificação com Jesus. Realmente assustador - ele lembra Elias, não é? Que sobe no Monte Carmelo, pega uma espada e mata 450 falsos sacerdotes, depois desce e ouve que uma mulher está atrás dele e foge da cidade. Como você pode ir da vitória para a derrota? Quero dizer, aqui estava Pedro, que acabara de sair da experiência no cenáculo, onde havia visto o fim do antigo pacto, o início do novo pacto; onde ele tinha ouvido promessas que nunca tinham sido ouvidas por quaisquer ouvidos humanos antes, e nunca poderiam ser superadas por qualquer coisa dada desde então. Este é Pedro, que viu o Senhor derrubar um grupo inteiro de pessoas, que somavam quase mil, por terra. Este é Pedro, que viu Jesus devolver a orelha a alguém que acabara de a perder. Este é Pedro, que andou sobre a água. Quero dizer, este é Pedro, que ouviu que Jesus ressuscitaria dos mortos. O que ele está fazendo, negando a Cristo? Ele é uma ilustração viva do princípio dado pelo apóstolo Paulo: "Aquele que pensa estar de pé, olhe para que ele não" - o quê? - "caia.” Seu próprio senso de confiança tornou-se sua ruína. Foi preciso apenas um pouco para derrubar o chefe dos doze. Foram-se todas as suas altas e heroicas declarações a Jesus, a coragem dele que supostamente existia em seu coração. De sua mão tinha sido arrebatada a espada, e agora, de seu coração, havia sido arrebatado seu caráter, e agora lá estava ele, o covarde arrogante, incapaz de confessar seu Senhor celestial, encolhendo-se na mentira da negação. Ele estava com medo de ser preso. Seus instintos de autopreservação assumiram o controle e ele negou o que sabia ser realmente verdade.
Isso é bastante notável e é uma grande percepção do caráter espiritual. Deixe-me contar-lhe algo. O que que revela o caráter é a resposta involuntária, não a resposta planejada. Seu caráter não é manifesto pelo que você se prepara para fazer, é manifesto pelo que você não está preparado, e como você reage a isso, essa reação involuntária. Isso mostra seu caráter. Todos nós podemos planejar essas experiências espirituais, até certo ponto. São essas coisas que nos pegam desprevenidos e revelam a verdadeira fraqueza de nossos corações que nos dizem quem realmente somos. Ele foi pego de surpresa. Ele não podia se preparar para aquilo. E sua reação involuntária foi aquela que mostrou seu caráter fraco e pecaminoso. E não foi apenas algo novo; foi o resultado de um ego forte, uma relutância em ouvir a Palavra do Senhor, um fracasso em orar e um agir totalmente por seu próprio impulso, independente do propósito e plano de Deus. Ele estava sozinho, e sozinho, ele era fraco - assim como qualquer outra pessoa.
Lucas diz neste ponto, Lucas 22.58: “E depois de pouco tempo,” então nós o pegamos no versículo 71, “e quando ele foi para o alpendre.” Agora, depois de negar o Senhor diante da fogueira entre os guardas do templo, ele não foi embora imediatamente, se não parecerá ser um mentiroso, então fica por perto um pouco. E depois se afasta lentamente. Ele está tentando ser modesto sobre tudo. E o versículo 71 diz: “Ele entrou no alpendre.” Que era o corredor que levava ao portão. Ele está se dirigindo para a saída. Isso não é impossível. Mas provavelmente havia dois lugares para se aquecer em uma noite fria; um estaria em volta do fogo, o outro estaria no corredor, longe do vento. E então ele se dirige para o corredor. É mais escuro lá, a luz da lua não é tão brilhante, nem o fogo iluminará. Então vai até lá, e diz para si mesmo, não vou ter esse tipo de vulnerabilidade. Então foi para a varanda, longe do perigo potencial, longe do reconhecimento. E Marcos, apenas para nos manter dentro do cronograma, em Marcos 14.68 diz: “Ele saiu para a varanda e o galo cantou.” Essa foi a primeira vez. Ele negou o Senhor uma vez, o galo cantou uma vez. Ele tem mais duas negações e vai cantar pela segunda vez. Tudo está no cronograma.
Pedro não ouviu o primeiro. A multidão, sua própria tensão, ele entra na varanda, no corredor, e tenta se esconder lá em um lugar recluso. Mas não funciona porque, no versículo 71, ali diz que ele mal chegou lá, envergonhado, com medo de ser feito prisioneiro, dirigindo-se para a saída no caso de precisar sair rapidamente, outra garota, allos, outra serva o viu, e disse-lhes que estava lá na multidão - “Este” - e usa um termo pejorativo - “este sujeito” - com algum desdém - "também estava com Jesus de Nazaré.” E lá está ele, exposto novamente. Simplesmente não consegue fugir. Mateus nos diz que foi outra, uma empregada diferente. Marcos e Lucas se referem apenas a "empregada,” eles não nos dizem que empregada era. Lucas, a propósito, em Lucas 22.58, acrescenta que neste momento um homem também o confrontou, e novamente eu digo que é uma cena muito natural. Este é o momento de sua segunda negação. Mas isso não quer dizer que houve apenas uma declaração feita. Era outra empregada, Lucas acrescenta que também havia um homem no corredor que o confrontava. Então aqui está a segunda cena de negação. A garota e depois o homem, e eles o confrontam, e a multidão deve ter sido arrastada para ele, porque diz que ela disse, versículo 71, “Aos que estavam ali” - ela o expõe para toda a multidão novamente que ele é aquele que seguia Jesus. E ele é confrontado novamente.
Sua resposta é realmente incomum, absolutamente incrível, versículo 72: "E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem." Pobre Pedro. Ele está zangado. Ele está envergonhado. Ele está frustrado. Ele está com medo. Ele está confuso. Ele está encurralado. E agora suas negações estão ficando mais veementes, e desta vez ele não mente apenas, ele duplica as mentiras. Ele mente, mente, e depois mente dizendo que não mentiu. Ele mentiu em sua mentira, e ele mentiu em seu juramento. Sabe o que é um juramento? É para jurar a verdade, jurar – o juramento máximo, que seria jurar pelo Deus vivo. De volta ao versículo 63, quando o sumo sacerdote queria a verdade de Jesus, ele disse: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus." Pedro fez um juramento. Fez promessa pessoal de veracidade diante de Deus, "Eu juro a verdade diante de Deus, eu não conheço este homem, Jesus." É incrível.
João, o apóstolo, diz que é característico que um crente conheça o Pai. E que tenha uma identificação com o Pai. Paulo diz que clamamos: “Aba, Pai.” Somos nós que conhecemos a Cristo e O fazemos conhecido. Pedro está indo contra a própria natureza, indo contra o que ele é, um filho de Deus, violando uma característica básica. Ele está negando veementemente e trazendo um juramento de veracidade de que ele não conhece a Cristo. É a segunda negação. É pior que a primeira. Isso demonstra uma falta de confiança. Por que ele não pode simplesmente dizer a verdade e se comprometer com o cuidado do Senhor? Porque ele não tinha força espiritual; era fraco. Ele tinha grande privilégio espiritual e grande experiência espiritual, mas uma coisa escapou dele, e foi isso que, apesar de sua experiência e apesar de seu privilégio, você não é necessariamente invencível. E pode ser que existam pessoas que pensam assim, porque sabem muito sobre a Bíblia, e porque experimentaram tantas coisas em termos do mover de Deus, que estão além da possibilidade de um desastre, e isso apenas acontece quando se está mais vulnerável. É exatamente onde Pedro estava.
Quero dizer, se você pensa que está na Grace Church, que é invencível, é melhor você pensar novamente. Este homem esteve com o próprio Jesus por três anos, e olha para onde foi. Você percebe, mais cedo ou mais tarde, você tem de ter o quebrantamento da humildade, você tem de perceber que não pode desafiar a Palavra do Senhor, você tem de se ajoelhar para buscar a força que você admite que não tem e você tem de começar a se alinhar com o plano de Deus, ou você vai se encontrar na mesma tragédia que Pedro. Agora, o que aconteceu depois disso, a segunda negação? Versículo 73: “Logo depois - a cada vez, diz “depois de um tempo,” uma vez que Lucas diz, uma vez que Mateus diz isso. Isso dá a impressão de que Pedro está novamente tentando ser um pouco tímido sobre isso, então ele fica por perto, e depois de um tempo, ele meio que flutua para o pátio novamente. “E, depois de algum tempo, chegaram a ele os que ali estavam,” um grupo de homens estava ao redor. Você diz: “Quanto tempo depois foi isso?” Bem, Lucas 22.59 diz que foi uma hora depois. Então ele meio que se movimentou por cerca de uma hora.
Duas horas já se passaram. A primeira hora, duas negações, e aí vem sua terceira negação, cerca de uma hora depois. Ele não consegue sair do lugar. Sem dúvida, estava indo em direção ao grande salão da ala de Caifás, onde o julgamento estava acontecendo, deve ter sido algo incrível. Quero dizer, eles estavam gritando sobre blasfêmia por lá. A essa altura, eles estavam cuspindo no rosto de Jesus, e com os punhos batiam em Seu rosto. Estavam batendo nele, e O tendo vendado, Lhe pediam que lhes dissesse quem O atingiu, mesmo quando Ele não podia ver. Foi uma coisa horrível. E Pedro estava lá, estava por perto, e podia ver através das portas e janelas a cena. E ele simplesmente não conseguiu se afastar. E talvez os gritos de blasfêmia, e as pancadas em Jesus, as cusparadas, o mantivessem ali. Pedro tenta entrar em alguma conversa, na medida em que essas pessoas vêm e dizem: "Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar te denuncia." Você tem aquele sotaque galileu, que era facilmente distinguível. Assim, essas pessoas que o ouviram falar e ouviram seu sotaque dizem: "Você é uma delas - você é uma delas.”
Aliás, aqui diz que um grupo “veio e disse” - o porta-voz do grupo, segundo João 18.26, era parente de Malco, cuja orelha Pedro cortara. Então ele é o porta-voz, e tenho certeza de que o resto também entrou de novo, dessa forma tão natural que ocorria na multidão. E Pedro atinge o fundo do poço; versículo 74, “Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo.” Pare nesse ponto. Inacreditável, não é? Você consegue se ver fazendo isso? Posso me ver fazendo isso? Amaldiçoando, katathematizō, palavra muito, muito forte. O que ela significa? Basicamente, significa pronunciar a morte sobre si mesmo nas mãos de Deus se você estiver mentindo. Que Deus me mate e me condene se eu não estiver falando a verdade. Agora, deixe-me dizer-lhes uma coisa, pessoal: essa é a mais séria tomada do nome do Senhor em vão imaginável. Que Deus me destrua se eu não falar a verdade. Rapaz, Pedro, é melhor ter cuidado. E para jurar, omnuō, comprometer sua confiabilidade; assim, pelo lado positivo, ele diz: "Comprometo minha confiabilidade, comprometo minha confiabilidade,” do lado negativo, ele diz: "Que Deus me condene, que Deus me mate se eu mentir.” E ele invoca o poder condenatório de Deus sobre sua própria cabeça se ele não estivesse dizendo a verdade.
Isso mostra o quão longe ele foi. Perdeu todo temor a Deus, todo o senso de realidade; primeiro, uma única mentira, e depois, para encobrir uma única mentira, mentiu duplamente, e então para encobrir a dupla mentira, cometeu uma enxurrada de mentiras, com maldições e blasfêmias. E "ele começou,” diz no versículo 74, ele começou, o que significa que não acontece apenas uma vez, e deve ter tido alguma continuidade. E talvez as acusações continuem voando, e aqui está nosso querido e precioso Senhor, que foi rejeitado pelo mundo, vendido por um dos Seus discípulos, e agora negado repetidas vezes com maldições e injúrias pelo líder de Seu próprio grupo. Fale sobre um homem de dores. E Pedro foi até o fundo do poço. Quer dizer, você não poderia chegar mais fundo do que isso.
E então o versículo 74 diz: “E imediatamente o galo cantou.” Essa é a segunda vez. E como eu já disse, o galo cantava às 3:00 da manhã; a predição do Senhor veio a acontecer. O que o Senhor previu veio ao acontecer. Agora, ouça com muito cuidado. Lucas nos diz, em Lucas 22.61, que exatamente nesta fração de segundo, quando o galo cantou, estas palavras, Lucas 22.61, diz: “Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro.” Que olhar - inacreditável. Pedro deve ter visto o Senhor. Talvez ele estivesse do lado de fora da janela, olhando para tudo o que estava acontecendo, observando Jesus sendo espancado e cuspido. Talvez estivesse no pátio a uma certa distância, e Jesus, tendo o julgamento terminado, foi conduzido até ele e, ao passar, olhou nos olhos de Pedro. O olhar deve ter queimado sua alma. Deve ter criado para ele a dor mais excruciante que ele já experimentara, e ou além disso. Direto nos olhos de Pedro, foi o olhar do Senhor Jesus, para mostrar-lhe uma verdade: nunca desconfie do que Eu digo. Se Eu disser que acontecerá, acontecerá - e assim queimará de forma permanente no seu coração o mal do seu próprio pecado; para fazer-lhe lembrar sempre o que fez, e, no entanto, a olhar para ele com compaixão e misericórdia, Jesus, imagine, Seu rosto coberto de cuspe, golpeado e inchado e sangrando, olha nos olhos de Pedro, que emitiu golpes de negação que são infinitamente piores do que qualquer punho poderia entregar - um momento indescritível de dor.
O colapso total de Pedro é imediatamente congelado como uma imagem estática e cristalizado no imaginário de como isso começou, enquanto isso, a cena para, e os olhos de Pedro são congelados nos olhos de Jesus. E pergunto a mim mesmo: “Como Pedro poderia chegar ao fundo do poço assim? Quero dizer, como alguém pode fazer isso? Como isso aconteceu?” Deixe-me lembrá-lo, muito brevemente. Aqui estão os indícios em seu caminho. Um, autoconfiança, ele sentiu que poderia lidar com qualquer coisa. Ele poderia seguir a Cristo em qualquer lugar. Seu próprio sentimento e afeto calorosos seriam suficientes para lidar com qualquer circunstância. Foi autoconfiança. Ele achou que poderia ficar de pé. E em segundo lugar, foi insubordinação; o Senhor lhe disse duas vezes, e Pedro negou em ambas as vezes. Ele desafiou a Palavra de Jesus. Ele não se submeteu. Pedro não levou a palavra de Deus a sério. Ele rejeitou a repreensão. Ele ignorou a voz do Deus vivo - exatamente como um crente que lê, e então sai e a ignora. Nós não somos invencíveis. Não podemos desafiar a Palavra de Deus e sobreviver. E o terceiro passo foi a ausência de oração. Ele dormiu em vez de orar. Ele dormiu em vez de vigiar diante da tentação. Negligência espiritual; ele omitiu um dever espiritual essencial, e isso o levou para o fundo do poço. A indiferença espiritual leva à ruína, à falta de oração, leva ao desastre.
E então o próximo passo em seu caminho que o levou ao desastre foi a independência. Ele agiu por conta própria. Ele não precisava procurar a vontade de Deus. Ele não precisava pedir ao Senhor o que fazer. Ele agiu por conta própria. Portanto, ele se meteu em situações que foram desastrosas para ele. E, finalmente, o quinto passo foi arriscar-se. Ele seguiu Jesus, foi direto para a cova do leão, sentou-se junto ao fogo, misturou-se com a multidão que era inimiga de Cristo. Ele me lembra o Salmo 1.1: "Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores,” lembra disso? Ele entrou, ficou ao redor e finalmente ele o quê? Sentou-se entre os escarnecedores. Ele ocupou um lugar de uma forma arriscada. Ou deveria estar onde Cristo estava, não longe, ou deveria fugir da tentação que ele sabia que não seria capaz de lidar. Mas sentar-se no meio da tentação, e ainda longe o suficiente de Cristo para não poder contar com esse recurso, era estar num lugar arriscado.
Autoconfiança espiritual, pensando que você é invulnerável, insubordinação, falta de oração, independência, leva ao risco. Se você acha que pode lidar com todas as situações, vai entrar em algumas situações, acredite, não vai aguentar. E é aí que ele se encontrava. E isso o levou à derrota. A hora mais sombria da história humana, a hora do poder das trevas, o inferno estava correndo a todo vapor, as forças dos demônios e do inimigo estavam em todo o seu poder, e Pedro não era páreo para isso na carne - não para esse jogo. E nós estremecemos. E francamente, nós não ficaríamos muito chocados se ele simplesmente saísse e se enforcasse como Judas, mas ele não o fez. E posso dizer-lhe algo que é a chave para toda esta mensagem? O verdadeiro Pedro não é visto em sua negação, mas em seu arrependimento. Você entendeu isso? O verdadeiro Pedro não é visto em sua negação, mas em seu arrependimento. Nós não fazemos a pergunta se Judas era um verdadeiro crente, porque sabemos como a história terminou. Ele saiu e se enforcou. Não houve arrependimento real.
Pedro saiu, chorou amargamente e voltou para ser restaurado, e aí reside a diferença entre um Judas e um Pedro. Ambos pecarão, mas um se arrepende e é restaurado, e o outro será condenado. E você sabe qual é a diferença? Lembre-se de Lucas 22.32, Jesus disse: “Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.” Lembra disso? Você sabe por que a fé de Pedro não fracassou totalmente? Porque o Senhor tinha o quê? Orado por ele. Escute, a razão pela qual nós ficamos salvos não é por causa de algo que fizemos, mas porque o Senhor nos segura. Ele não segurou Judas porque nunca teve Judas, mas sustentou Pedro, e a fé de Pedro não falhou. E a história não acabou. Chegamos ao remorso do pecador, no versículo 75. “Pedro se lembrou das palavras de Jesus.” A primeira coisa que ele fez foi lembrar. Ele se lembrou das palavras de Jesus. Ele lembrou do que Ele disse e como, que O negaria três vezes antes que o galo cantasse duas vezes. Ele se lembrou. E então disse: "E Pedro, saindo dali.” Essa é a segunda coisa, ele saiu. E fico feliz que nenhum dos escritores do evangelho nos diga aonde ele foi ou o que ele disse; esse é um momento privado de arrependimento. Esse é um momento privado de enfrentar seu próprio pecado. Nós não precisamos estar lá. Isso é entre ele e o Senhor, a quem ele tão grosseiramente ofendeu.
Mas sabemos que a terceira coisa, diz o texto, é que ele não só se lembrou e saiu, mas "ele chorou amargamente." E ele usa uma expressão muito forte, eklausen pikrōs, que significa chorar audivelmente, soluçar alto; ele sofreu a agonia do arrependimento. E sabe de uma coisa? Você aprende uma grande lição aqui. Não foi porque ele viu o rosto de Jesus, e não foi porque se lembrou das palavras de Jesus, que ele se arrependeu. O pecado dele não o fez se arrepender. Foi o Salvador que o fez se arrepender. E aqui está um princípio muito importante; ouça-o. Não são os nossos pecados que nos fazem chorar. Não são os nossos pecados que nos fazem nos arrepender. É quando vemos contra que tipo de Salvador nós temos pecado. E por isso sempre precisamos da visão de quem Ele é. O pecado sozinho não fez nada a Pedro. Ele teria continuado. Mas foi quando viu a Jesus, e lembrou-se de Suas palavras. É por isso que, amado, o ministério aqui, e o ministério com o qual eu estou comprometido, não é um ministério de apenas dizer a você para se afastar de seu pecado, mas um ministério de exaltar nosso Deus de glória, de exaltar o Senhor Jesus Cristo para que, ao vê-Lo, você entenda a abominação do pecado.
E na dolorosa agonia do arrependimento, as coisas foram acertadas com o Senhor contra o qual ele havia pecado. Ele, como Isaías, clamou a Deus: “Sou um homem de lábios impuros” e ele, como Isaías, foi limpo. E o final da história é a restauração do pecador. E se tivéssemos tempo, poderíamos ir a João 21, a Pedro na Galileia, e o Senhor aparece depois da ressurreição. E Ele vem para restaurar Pedro, e Ele vem a Pedro e diz: “Simão, filho de Jonas” - o quê? “você me ama?” E Ele diz isso a ele quantas vezes? Três. E três vezes Pedro diz: “Eu te amo, eu te amo, eu te amo.” Por que você acha que o Senhor lhe deu três oportunidades para dizer isso? Bem óbvio, não é? O Senhor estava trazendo-o de volta. Para os três momentos de negação, houve três momentos de afirmação do amor. E o Senhor aceitou o testemunho de Pedro, e o Senhor restaurou Pedro, e Ele disse: “Apascenta as minhas ovelhas, apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas,” e Jesus colocou-o novamente em pé e de volta ao ministério, e ele tornou-se o grande proclamador do evangelho na igreja primitiva.
E eu estou dizendo a vocês, pessoal, que é uma história de esperança, não é? Deus está no negócio de dar graça aos pecadores. Deus está no negócio de restaurar os caídos. Deus está no negócio de pegar aquele que até mesmo O negou, que se mostrou fraco, e colocá-lo em um lugar de força. Fico feliz que tenhamos um Deus de perdão, não é? Voltei e li 1 e 2Pedro nesta semana, porque queria ver se Pedro falava de autoconfiança, e ele diz que você deve transformar a sua em humildade. E eu queria descobrir se ele falava sobre insubordinação, e ele fala, e chama as pessoas para obedecerem à Palavra. E eu queria descobrir se ele falava sobre a ausência de oração, e ele diz, e ele diz vigia e ore. E eu sei onde ele conseguiu isso. E eu queria descobrir se ele tinha algo a dizer sobre arriscar-se, e ele diz. Ele pede fidelidade à morte e uma resposta a todo homem que lhe pergunta sobre a fé que há em você, com mansidão e temor. Ele aprendeu todas as lições aqui mesmo.
E suponho que poderíamos resumir seu próprio testemunho desta ocasião em suas próprias palavras. “Portanto, amados,” 2Pedro 3.17: “visto que já sabem disso, tenham cuidado para que não sejam arrastados pelo erro desses insubordinados e caiam da posição segura em que se encontram.” Pedro diz: “Amados, não façam o que eu fiz, mas cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” É uma boa palavra de Pedro, não é? Ele deveria saber. Ele estava lá.
Obrigado Pai, pelo nosso tempo nesta manhã. Obrigado pela mensagem, aqui, que o Senhor restaura os santos pecadores. Para qualquer um nesta comunhão que tenha caído de sua firmeza, caído no orgulho, na desobediência, na independência sem oração, que esteja arriscando-se, e esteja colhendo os resultados, que tenha negado a Ti, se não com os lábios, mas no modo como vive, e as escolhas que faz, e o uso de seus recursos e tempo, em seus pensamentos, eu oro para que ele possa ver os olhos de Jesus olhando para ele, para que possa se lembrar das palavras de Jesus, para que possa ouvir o galo cantar, para que possa ir e chorar amargamente e ser restaurado. Queremos ser tudo o que Deus quer que sejamos. Eu confio que é o Teu desejo também. O Senhor não precisa de mais pessoas que façam a Jesus o que Pedro fez, que dependem de sua própria carne. Vamos nos colocar na força do Espírito, comprometidos em obedecer a Palavra, em oração, submissão à vontade de Deus, sem nos arriscarmos, em conhecer a vitória em vez da derrota.
Fim

This article is also available and sold as a booklet.