
Pai, agradecemos-te por podermos chegar a ti em momentos da vida difíceis para nós, e agradecemos por tua grande graça em nos sustentar no momento de nossa necessidade. Oramos por Rodney e sua família na perda de seu avô, para que estejas especialmente perto deles e eles possam discernir nisso o significado da vida e da eternidade, o significado de Cristo e de sua ressurreição, para que venham a conhecer a vida eterna que vem somente pela fé nele.
Agradecemos-te por Rodney e oramos para que o abençoes também neste momento. E, Senhor, ao nos reunirmos para estudar a tua Palavra hoje à noite, oramos com corações e mentes abertas para que possamos ser ensinados pelo teu Espírito e para que não escutemos alguma voz humana, mas que possamos ouvir o que tu falas. Oramos para o teu louvor e glória, amém.
Examinaremos hoje à noite o capítulo 3 de Daniel e vamos levar algum tempo para passar por esse tremendo capítulo, um capítulo emocionante, com muita verdade e muitos princípios para lidar. Confio que, à medida que avançamos, o Espírito de Deus lhe ensinará de uma maneira muito especial as verdades que estão aqui. Ele reitera alguns dos princípios sobre os quais falamos particularmente no capítulo 1, e acho que você perceberá isso à medida que avançarmos.
No capítulo 1 de Daniel vimos uma situação de estresse muito grave que Daniel e seus três amigos conseguiram enfrentar com sua grande fé em Deus, e também vemos o mesmo acontecendo no capítulo 3. Hoje à noite queremos começar a examinar este capítulo e veremos até onde poderemos chegar.
Li outro dia sobre um homem que, sendo muito religioso, decidiu comprar uma estátua de Jesus Cristo para sua casa. E assim que comprou essa estátua de Cristo, ele a levou para casa e a colocou sobre a mesa de café na sala de estar. Sua esposa ficou um pouco angustiada, sentindo que não combinava bem com a decoração que estava lá, e a tirou. Mais tarde, o marido a mudou novamente para outra área da casa, o que finalmente levou o filho de dois anos a dizer: "Você não consegue decidir o que fazer com Deus?" Pergunta muito profunda.
Há muitas pessoas no mundo que não conseguem decidir o que fazer com Deus. O que vamos fazer com Deus? Esta é de fato a questão do capítulo 3 de Daniel. Algumas pessoas não sabem onde colocar Deus e outras sabem. E hoje à noite vamos descobrir um homem que não sabia onde colocar Deus e três homens que o sabiam muito bem. Fica assim estabelecido um tema constante ao longo das Escrituras e da história da humanidade: o conflito entre aqueles que dão a Deus um lugar de direito e aqueles que se recusam a fazer isso.
Agora permita-me apresentar uma introdução um pouco longa para que você comece bem e a passagem se desdobre para você. O ser humano é incuravelmente religioso. Geralmente o homem é religioso. Isso fica muito óbvio à medida que você percorre o mundo. Você descobre que todos os povos, todas as raças e grupos étnicos, têm alguma substância religiosa. O homem é uma criatura incuravelmente religiosa. Ele inevitavelmente se curva em algum santuário. Ou é a adoração ao Deus verdadeiro ou a alguma substituição falsa, mas o homem é incuravelmente religioso.
Romanos capítulo 1 nos diz isso, porque quando o homem “tendo conhecido a Deus, não o glorificou como Deus.” E, virando as costas para o verdadeiro Deus, começou a adorar a criatura em vez do Criador. Fez deuses de madeira e de pedra e começou a adorar homens, animais e seres rastejantes. Em outras palavras, o que Romanos 1.18-23 nos diz é que o homem é incuravelmente religioso e, se ele der as costas ao Deus verdadeiro, não entrará no vácuo, mas criará outros deuses em forma de cobras, pássaros, animais e homens. E, se não adorar o Criador, adorará a criatura.
Agora, sempre que o homem faz isso, sempre que inventa, indica ou define seu próprio deus, ele o transforma no tipo de deus que deseja. E há um ciclo interessante: Ele geralmente se torna similar ao seu deus. E então aqui está o homem criando o deus que ele quer que exista e depois se tornando como aquele deus que ele mesmo fabricou.
O Antigo Testamento nos fala muito sobre a natureza religiosa do homem e como ele faz isso. É característico do homem criar um deus como ele e depois se tornar cada vez mais semelhante a esse deus. Dessa forma acomoda sua pecaminosidade. Veja bem, a dificuldade em adorar o Deus verdadeiro é que você precisa enfrentar a realidade de sua inadequação e sua pecaminosidade. Então, ao recusar-se a isso, inventará um deus muito parecido com você, e é muito mais fácil viver com esse tipo de deus.
No Salmo 115 percebemos um pouco de como o homem faz isso. Ali se lê: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade.”
O salmo começa com uma afirmação de que Deus deve ser glorificado. “Por que diriam as nações: Onde está o Deus deles? No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada. Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens. Têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.”
Entende? Eles os fazem e são como eles. Os homens inventam deuses criados por eles. A Bíblia diz: “Deus criou o homem à sua própria imagem.” Mas o homem cria deuses à sua própria imagem – é a rebelião final, o homem inventando seus próprios deuses.
Pois bem, existe um conflito constante no mundo, e este se trava entre a adoração ao Deus verdadeiro e a adoração aos falsos deuses feitos segundo a imaginação e a mente do homem - e divindades feitas pelo homem sempre expressam a pecaminosidade do homem, sempre. Agora não tenho tempo para entrar nisso. Em algum momento deveríamos fazer um estudo sobre idolatria e realmente entrar em detalhes. Mas, apenas para ilustrar, sempre que os homens inventam deuses, esses deuses refletem as deficiências e os pecados dos homens.
Por exemplo, ao ler o Antigo Testamento, você encontra repetidamente um deus conhecido como Baal, B-A-A-L. No entanto, Baal não é um nome realmente adequado. É uma palavra que significa simplesmente "senhor", e havia muitos baals, muitos senhores, muitos deuses pagãos. E ao estudar os baals da
História antiga, você descobre que eles inevitavelmente expressavam em seu caráter a pecaminosidade dos homens.
Como exemplo vai aqui apenas uma ilustração: Acreditava-se entre os cananeus e as pessoas ao redor de Israel que Baal era a força por trás do poder sexual do homem e da mulher. Baal era o poder por trás da parte sexual da natureza humana. Portanto, qualquer ato sexual tornava-se uma performance do poder de Baal. Então, de acordo com aqueles que adoravam Baal, todas as relações sexuais eram atos sagrados porque se tornavam demonstrações dessa grande força do deus Baal.
Por isso os templos de Baal eram ocupados por sacerdotisas conhecidas como “prostitutas sagradas”. No hebraico são chamadas em Oseias 4.14 usando a palavra primitiva “mulheres sagradas”. Elas eram de fato consideradas mulheres sagradas porque se acreditava que Baal atuava no próprio ato sexual, de modo que a adoração se tornou um ato sexual com uma prostituta do templo. Ter relações sexuais com uma prostituta do templo era, então, unir-se em poder a Baal, um ato de adoração plenamente consumado.
É assim que o homem inventa seus deuses para acomodar sua própria vil pecaminosidade. Inevitavelmente, gente - agora entendam isso - quando os homens inventam deuses, esses deuses levarão os homens à imoralidade porque serão deuses que refletem a pecaminosidade dos homens que os inventaram. E é exatamente por isso que em Romanos, capítulo 1, você tem o fato de que eles não conheceram a Deus ou “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus.” Eles converteram a glória de Deus em uma imagem. Fizeram seus próprios ídolos. E logo em seguida, no versículo 24, lemos: "É por isso que Deus os entregou à impureza sexual, ao desejo ardente de seus corações, para desonrarem seus corpos entre si".
Em outras palavras, no versículo 21 temos a rejeição do Deus verdadeiro. Temos o estabelecimento dos deuses falsos nos versículos 22 e 23. E temos a consequente imoralidade no versículo 24. E vai em frente até o versículo 32. Fala-se de Deus entregando-os a afecções vis. Fala-se de homossexualidade. Ele fala sobre arder de desejo um em relação ao outro. Fala de injustiça, prostituição, maldade, cobiça, inveja, assassinato, contenda, engano, depravação, fofocas, espancamentos, ódio de Deus, insolência, orgulho, invenção de males, desobediência aos pais, falta de entendimento, transgressões, falta de afeto natural, comportamento implacável, impiedoso e assim por diante. E tudo isso são simplesmente representações do tipo de adoração que o próprio homem constrói. E quando o homem faz isso, não apenas faz, mas tem prazer naquilo.
A idolatria é sempre uma entrega de si mesmo a um padrão imoral. No Antigo Testamento, idolatria chega a ser sinônimo de prostituição. Diz-se que Israel foi detestável; que Israel cometeu adultério porque esse tipo de prostituição era tão essencial à idolatria.
Portanto, a idolatria é a depravação da verdadeira adoração - e desde o início o homem sempre montou seus falsos deuses e esse constante conflito percorreu toda a história da humanidade - o conflito entre a adoração ao Deus verdadeiro e a adoração aos deuses falsos. De fato, deixe-me dizer algo que é uma afirmação básica que você deve lembrar. A idolatria é a questão mais básica com a qual Deus está preocupado. Você entendeu isso? A idolatria é a questão mais básica que importa a Deus em termos da vida do homem.
Você diz: “Como você sabe disso? Como você sabe que ele está mais preocupado com isso do que com outras coisas?” Porque o capítulo 20 de Êxodo diz isso. Esse é o primeiro dos dez mandamentos que o Senhor deu, e ele se refere à idolatria. Está em Êxodo 20:3-4, ouça: "Não terás" - aqui está o primeiro mandamento - "para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.”
Certo? Lá você tem o primeiro e o segundo mandamento. O primeiro é: não tenha outros deuses diante de mim. O segundo, não farás imagem esculpida. A questão principal nos dez mandamentos, no começo de tudo, é pois a afirmação de que não deve haver deus substituto para o Deus verdadeiro. Essa é a preocupação básica de Deus ao lidar com o homem.
Romanos 1 traça o caminho para nós, traça o terrível naufrágio que resulta quando Deus é descartado. Quando você abandona a Deus, solta Deus, deixa Deus ir e vira as costas, então inventa seus próprios deuses porque o homem é incuravelmente religioso e, ao inventar seus próprios deuses, ele cria deuses como ele, torna-se mais como eles e danifica sua própria alma no processo.
Assim, o capítulo 20 de Êxodo diz: “Não terás outros deuses diante de mim.” Sobre essa questão, Isaías nos diz repetidas vezes no capítulo 43 que não há outro senão o verdadeiro Deus. Em Deuteronômio, "o Senhor nosso Deus é um" Senhor. A Bíblia diz explicitamente que não há outros deuses além do Deus verdadeiro. A Bíblia literalmente esmaga todos os ídolos, sejam ídolos de pedra, ídolos de madeira, ídolos de metal ou ídolos da mente, ídolos do coração ou ídolos das emoções; sejam tangíveis ou intangíveis, externos ou internos. Todos os ídolos são esmagados nesta instrução de Deus: “Não terás outros deuses diante de mim; não farás para ti imagem esculpida.” No entanto, embora este seja o primeiro e principal mandamento das Escrituras, é uma realidade que paira sobre toda a história humana. O homem inevitavelmente continua nesse voo para a idolatria.
Leslie Flynn expõe isso muito bem. Ele diz: "Como o fluxo de um rio que não pode ser parado, mas que pode ser desviado, o desejo da alma do homem por um objeto de adoração pode facilmente mudar do Deus verdadeiro para outro deus".
Assim, as Escrituras repetidamente proíbem a idolatria, proíbem-na. Agora deixe-me apresentar uma amostra do que as Escrituras ensinam, para que você entenda um pouco do que Hananias, Azarias e Misael, os três hebreus que você conhece como Sadraque, Mesaque e Abednego, seus nomes babilônicos, para que você entenda por que eles se posicionaram do jeito como fizeram.
Eles sabiam que a idolatria era inaceitável para Deus. Sabiam que não podiam agradar a Deus e se curvar diante da imagem de ouro erguida no capítulo 3. E por que eles sabiam disso? Porque a Palavra de Deus era muito explícita. E embora eles não tivessem toda a revelação de Deus como nós, tinham o suficiente para saber disso.
Vamos examinar algumas das coisas que as Escrituras dizem sobre idolatria. Será muito rápido, apenas ouça. Eu nem vou lhe indicar as Escrituras. Só quero que você recebe isso como uma salva de metralhadora. A idolatria consiste - e aqui está uma lista de coisas que encontrei nas Escrituras - a idolatria consiste em: curvar-se a imagens, adorar imagens, sacrificar-se a imagens, adorar outros deuses, jurar por outros deuses, caminhar atrás de outros deuses, falar em nome de outros deuses, olhar para outros deuses, servir a outros deuses, temer outros deuses, sacrificar a outros deuses, adorar o Deus verdadeiro através de uma imagem, adorar anjos, adorar os exércitos do céu, adorar demônios, cultuar demônios, adorar homens mortos, criar ídolos no coração, cobiça, sensualidade - porque todas essas coisas transformam a glória de Deus em imagem.
Na Bíblia a idolatria é descrita nesses termos. É uma abominação para Deus em Deuteronômio 7:25; é odiosa para Deus em Deuteronômio 16:22; é vaidosa e tola - Salmo 115; é sangrenta - Ezequiel 23; é abominável - 1 Pedro 4; é inútil - Juízes 10:14; é irracional - Romanos capítulo 1; é profanação - Ezequiel 20:7. Dá para imaginar que não é coisa boa, não é mesmo?
Outro pensamento: a idolatria resulta em homens fazendo o seguinte: A idolatria faz os homens esquecerem Deus, desviarem-se de Deus, poluírem o nome de Deus, contaminarem o santuário de Deus, afastarem-se de Deus, abandonarem a Deus, odiarem a Deus e provocarem a Deus. E a Bíblia diz que a idolatria será punida com morte judicial, um julgamento terrível que termina em morte, banimento, exclusão do céu e tormento eterno.
Pois bem, isso é coisa muito séria. Deus falou muito sobre idolatria. E, devido à seriedade da questão, você pode reduzir os avisos na Bíblia a três declarações simples. Quando se trata de idolatria, você deve fazer três coisas. A primeira é fugir (1 Coríntios 10:14), fugir de ídolos. A segunda é evitar os ídolos (1 Coríntios 10:10-20) rejeitando a comunhão com a mesa dos demônios. Fugir, evitar. A terceira é ficar longe deles. 1 João 5:21 diz: “Meus filhinhos, guardem-se dos ídolos.” O que a Bíblia diz? Fugir, evitar e ficar longe, e todos basicamente significam a mesma coisa. Ídolos não têm lugar. E é um assunto muito, muito sério para Deus, esse assunto da idolatria.
Você diz: “Não temos nenhum ídolo. Quero dizer que não temos porque estamos no sofisticado século 21”. Mas temos sim, e tenho certeza de que você está ciente de que temos ídolos. A presença da idolatria é grande, mesmo em nossa sociedade sofisticada. Mesmo em uma sociedade que deveria ser cristã graças aos seus fundamentos bíblicos, a presença de igrejas, o nome de Cristo e Deus e tudo o que a influência cristã pode trazer para a nossa sociedade, ainda somos uma sociedade literalmente cheia de ídolos.
Porque, como eu disse, em algumas sociedades a idolatria pode ser externa, mas em outras é interna. Existem milhões de pessoas em nossa sociedade que nunca pensariam em dobrar os joelhos diante uma coisa de pedra ou de um pedaço de madeira ou de algum metal. Pareceria ridículo para elas. Mas passam a vida inteira curvando-se a algum deus vazio e inútil estabelecido em sua própria mente ou em seu próprio coração.
E francamente, pessoal, um ídolo é qualquer coisa que se coloca no lugar de Deus. Pode ser o seu carro, seu hobby, sua casa, sua esposa ou qualquer outra pessoa ou qualquer outra coisa, como sua conta bancária. Alguns anos atrás, a Christianity Today perguntou a um painel de estudiosos cristãos quais seriam os deuses mais predominantes do nosso tempo? Mencionaram-se muitas coisas: o estado de bem-estar anticristão, o cientismo, o comunismo, a democracia política, o nacionalismo, o conservadorismo, o ajuste social, o behaviorismo, o secularismo, o humanismo, o naturalismo e o culto ao progresso. Ídolos mais pessoais foram listados pelo Dr. Andrew Blackwood, professor emérito de Princeton. Ele disse: “Os Estados Unidos têm os seguintes deuses: eu, dinheiro, prazer, sexo, romance, diversão, esportes, educação.” E acrescentou: “Precisamos de um retorno ao primeiro mandamento à luz da cruz”.
Agora, se eu pegar os ídolos do século 21 e os concentrar um pouco, poderei resumi-los numa lista como esta: Antes de tudo adoramos o deus dos bens, não é mesmo? Posses usurpam o lugar de Deus. Você passa mais tempo pensando em posses do que em Deus? Gasta mais de sua energia e dos seus recursos em posses do que em Deus? É uma boa indicação de que você tem um problema nessa área.
“O principal deus dos nossos tempos”, diz o Dr. W. Stanford Reid, da Universidade McGill, “é o nosso padrão de vida. Estamos tão preocupados com os bens materiais que esquecemos que eles são um dom de Deus.”
Era o que dizíamos esta manhã. Então, um dos ídolos do século XXI são as posses. Outro é muito, muito amor ao dinheiro. Colossenses 3 diz: “Cobiça é idolatria.” Quando você deseja, você adora. Outro é o orgulho. E a propósito da cobiça, ela lembra muito o homem rico e os celeiros maiores, não é mesmo? Vou tratar de construir celeiros maiores e maiores, e armazenar toda a minha colheita. E o Senhor diz: “Seu tolo. Esta noite sua alma lhe será exigida.” Você não pode sobreviver vivendo comendo, bebendo e se divertindo. Portanto, posses e abundância.
E depois o orgulho. Acho que o principal deus da nossa sociedade é o amor a si mesmo. Poderíamos dizer que em nossa sociedade as próprias pessoas são deuses. Algumas pessoas idolatram uma criança. Literalmente adoram seus filhos. , Essa atitude chega a ser perversa. Algumas pessoas adoram um companheiro. Outras adoram um amante. Alguns adoram algum amigo.
Em contraste com isso, como é bom observar Ana, que durante muito tempo orou e implorou a Deus que lhe desse um filho, e quando Deus lhe deu um filho ela não adorou a criança, mas cuidou de manter a criança diante de Deus. Ela deu a criança ao Senhor, afastou-se e disse: "É assim que deve ser, porque este é o melhor lugar para a criança".
E penso em Abraão, que esperou, esperou e esperou até os 100 anos de idade para ter um filho, e então Deus disse: “Eu quero esse filho, e eu o quero em um altar, quero ele morto”. E Abraão disse: “Tudo bem, Deus, eu amo esse filho, não adoro esse filho acima de Ti, e se disseres 'Mate-o', eu o matarei”.
Nós, porém, transformamos as pessoas em deuses. Fazemos deuses por orgulho. Fazemos deuses em abundância. Fazemos deuses das posses. Veja que não estou dizendo que você não deva amar as pessoas, nem que não deva comprometer-se com sua família, seus filhos e sua esposa.
Há uma história interessante sobre Charles Spurgeon pouco antes de ele se casar - nem consigo imaginar como deve ter sido ser casado com ele - enfim, antes de se casar ele pegou sua noiva para levá-la a um lugar onde iria pregar. Ali acabaram separados no tumulto na multidão de milhares de pessoas empurrando-se para ouvi-lo pregar. Ele precisou forçar passagem para a plataforma. Depois que a reunião terminou, ele não encontrou a noiva em lugar nenhum e acabou indo até a casa dela - e lá estava ela fazendo beicinho e se queixou: "Charles, você me deixou naquela multidão sozinha e nem sequer se preocupou em saber onde eu estava".
E aqui está o que ele respondeu: “Sinto muito, mas talvez o que aconteceu tenha sido providencial. Não pretendia ser indelicado, mas sempre que vejo uma multidão como aquela esperando que eu pregue, fico impressionado com um senso de responsabilidade. Eu me esqueci de você. Agora, vamos esclarecer uma coisa: terá de ser a regra do nosso casamento que a ordem do meu Mestre venha primeiro. Você terá o segundo lugar. Você, como minha esposa, está disposta a ocupar o segundo lugar enquanto eu dou o primeiro lugar a Cristo? ”Bem, maravilhosamente ela estava disposta e se tornou uma esposa fiel”.
Eu entendo algo disso. Na expectativa do púlpito, na excitação do coração, a mente começa a girar e muitas coisas simplesmente não entram nela. Ele amava a esposa. Ele a amava até a morte, mas nunca fez dela um deus. Seu Deus era o Deus verdadeiro.
Também podemos dizer que o prazer é um deus em nossa sociedade. E que deus isso costuma ser! Entretenimento, sim, adoramos o deus do entretenimento. É incrível. Ssabe, toda vez em que vou a um daqueles lugares onde se pode montar em alguma coisa, como Magic Mountain, Disneylandia ou Knott's Berry Farm ou eu não sei o que mais, minha teologia simplesmente enlouquece nesses lugares. Olho em volta e muitas coisas me incomodam. É um mundo de fantasia e as pessoas nem vivem a realidade da vida, mas se entregam àquelas fantasias. Parece que gastam todo esse dinheiro por um minuto e meio de "Woo", e é assim que levam a vida. Acho que você mje entende. E a coisa toda não passa disso. É subir e descer e só. E você sobe e desce e sai do circuito, e há sua esposa e seus quatro filhos estão ali exatamente como estavam quando você entrou. Vá para o mesmo velho carro e para a mesma casa, tenha o mesmo aborrecimento de sempre e o mesmo trabalho, e você não aguenta esperar até voltar, subir lá de novo e fazer tudo outra vez. Conheço mesmo pessoas que gostariam de ter aquilo no quintal. Viva a emoção, a emoção, a sensualidade, o sentimento. Somos amantes do prazer mais do que amantes de Deus.
Também acrescentaria que um dos deuses da nossa sociedade são os projetos. Já percebeu isso? Não apenas posses, abundância, orgulho, pessoas, prazer, mas projetos. O PTA, a Pequena Liga, a paz mundial, política, hobbies, programas religiosos, Kiwanis, Rotary, você escolhe. Projetos.
E depois há o prestígio. Algumas pessoas vivem para entrar no Quem é Quem, o que é o quê, por que é por quê e onde é onde. Querem um lugar de destaque no banquete. Querem aparecer nas colunas sociais. Adoram ver seu nome no jornal. Recortam todas as notas imagináveis. Querem ser o presidente. E todos esses deuses acabam no lixo de uma vida vazia e esgotada. O homem é incuravelmente religioso. Ele vai adorar algo, acredite em mim.
Há uma parábola sobre uma cerimônia de queima de ídolos no quintal de uma igreja. Toda pessoa arrancava de seu coração sua possessão, ambição ou sua realização mais querida. E todos colocavam aquilo em uma pilha e diziam: “Vamos queimar todos os nossos ídolos.” Algumas pessoas colocavam seus cabelos compridos lá. Outras colocaram seu novo doutorado. Algumas pessoas colocavam sua antiguidade favorita. Outras, seu casaco de vison ainda não comprado, mas cobiçado. Mas ninguém conseguiu encontrar um fósforo, que maçada. E a parábola diz que todos concordaram que não queimar não significava que não estavam dispostos a desistir deles. Lentamente, o grupo voltou para casa olhando uma ou duas vezes para trás.
Bem, uma senhora não dormiu bem naquela noite e finalmente se convenceu de que havia descartado algo que não era ídolo nenhum, e no início da manhã seguinte ela voltou furtivamente para a pilha, esperando não ser vista, e quando chegou lá encontrou seu ídolo solitário e abandonado, o único que ainda restava. Oh, como nos apegamos aos nossos ídolos.
Vamos avançar um passo. Segundo as Escrituras, não é apenas errado adorar algo que não seja Deus, mas também adorar a Deus de modo errado. Lembra-se de Saul, quando Deus lhe disse para matar o rei e todo o exército e não pegar absolutamente nada? Voltou com todas aquelas ovelhas e todos aqueles animais, e quando Samuel foi até ele e perguntou: “O que está acontecendo?” E: “Ouço o balido das ovelhas. Você não deveria ter levado nada”, ele diz:“Peguei todas elas para adorar a Deus.” E Samuel diz a ele: “O trono já foi tirado de sua família. Deus quer que você o adore da maneira que ele instrui, não da maneira que você escolhe para adorá-lo.
Idolatria é tanto adorar o deus errado como adorar o Deus certo da maneira errada, e acho que precisamos ter cuidado com isso. Acho que idolatria também é adorar símbolos que podem representar Deus. Todos conhecemos a controvérsia iconoclasta - da palavra grega eikōn, que significa “imagem”. Ao longo da história da Igreja, em sua manifestação inicial do romanismo a Igreja quis representar tudo por meio de estátuas - e a igreja romana ainda faz isso. As estátuas estavam por toda parte, mas sempre houve controvérsias, com idas e vindas. A Igreja Ortodoxa Oriental finalmente quebrou todas as imagens porque achou que era idolatria. E você ainda tem crucifixos, outras imagens de santos e assim por diante, que representam um certo tipo de idolatria? Aí você diz: “Bem, nós realmente não adoramos os ídolos, apenas temos uma representação aí”. Sim, mas a transição é muito sutil, muito sutil.
Deixe-me oferecer uma ilustração. Veja em sua Bíblia Números, capítulo 21. Eu disse que esta seria uma longa introdução. De fato, guardarei o sermão até a próxima. Números 21. 6: consta ali que “o Senhor enviou serpentes ardentes entre o povo, e elas morderam o povo; e muitas pessoas de Israel morreram.” Foi quando eles ainda estavam com Moisés, e o povo estava sendo desobediente a Deus. O Senhor enviou serpentes ardentes que os morderam. “Portanto, o povo veio a Moisés e disse: Pecamos, porque falamos contra o Senhor e contra ti; ore ao Senhor, para que ele tire as serpentes de nós.”
E Moisés assumiu a questão deles. Ele orou e o Senhor respondeu em algum lugar entre os versículos 7 e 8 e disse: “Faça uma serpente e coloque-a em um poste. Acontecerá que todo o que for mordido, quando olhar para ela, viverá”. Agora observe o que aconteceu. Os filhos de Israel pecaram. Deus diz: “Haverá um castigo, cobras vão morder vocês, mas se olharem para o poste, serão curados”.
Pois bem, acredito que o poste era um símbolo do poder de Deus. Não havia poder no poste. O poder estava em Deus. Olhar para o poste era simplesmente uma identificação de sua fé. Agora veja o que aconteceu. Vá para 2 Reis, capítulo 18. Aí vem Ezequias, bem mais tarde na história de Israel. Ezequias reinava em Judá e protagonizou um grande reavivamento. Pois uma das coisas que ele faz no avivamento está no versículo 4 – confira. “Ele removeu os altos” - agora veja isto - “quebrou as imagens e derrubou os ídolos”. Pare por aí. Ele acabou com a idolatria. Agora veja a continuação: “E ele quebrou em pedaços a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois naqueles dias os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e ele a chamava de Neustã,” o que significa “a coisinha de bronze”. Ele a tratou com desdém. Livrem-se daquela coisinha de bronze que andam adorando.
Em outras palavras, algo começou como um símbolo e se tornou um ídolo, e esse é sempre o perigo de um ícone: que o homem deforme o símbolo em um ídolo. Então, quer se trate de adorar um deus falso ou adorar o Deus verdadeiro de maneira errada ou ainda adorar Deus mediante uma imagem errada, tudo é proibido nas Escrituras.
Tendo então entendido isso - que a idolatria é proibida - vamos para Daniel 3 e ver o que se desenrola ali. Lembre-se agora que aqueles jovens eram bem-educados na doutrina e na teologia hebraica e sabiam exatamente como Deus se sentia em relação aos ídolos.
Vamos ao texto, então. Encontramos na abertura do texto cinco pontos principais, e vou começar pelo primeiro. Primeiro temos a cerimônia nos versículos 1 a 3. Vamos dar uma olhada.
“O rei Nabucodonozor” - a propósito, ele é o rei do Império Babilônico, um império maravilhoso e incrível que se estende pelo mundo conhecido do Oriente Médio, e na verdade não sabemos até que ponto ele tinha poder para se estender ao redor do mundo. Nabucodonosor era o maior monarca da face da terra. "E ele fez uma imagem de ouro” - agora observe isto – “cuja altura era de sessenta côvados e a largura de seis côvados; e ele a colocou na planície de Dura, na província da Babilônia."
Nabucodonosor faz então essa enorme imagem, e o que interessa aqui é que se trata de um ato idólatra. E aquilo parece muito estranho à luz de 2:47. Veja lá atrás. Lembra-se do capítulo 2, em que Daniel descreveu aquele tremendo sonho a Nabucodonosor? Ele havia sonhado com uma imagem que tinha uma cabeça de ouro, tinha partes de bronze e outras de prata; depois, ferro e finalmente ferro e barro misturados. E Daniel disse ao rei o significado dessas coisas e como todos os impérios do mundo passariam, e como na fase final de seus dez reis confederados seriam destruídos por uma pedra derrubada sem o concurso de mãos. Assim ele expõe toda essa maravilhosa interpretação do sonho.
E Nabucodonosor sabe que Daniel está lhe dizendo coisas que seus próprios videntes, mágicos e caldeus não sabiam. Assim, o versículo 47 diz que em resposta "Nabucodonosor caiu de bruços" (versículo 46) - "adorou Daniel" - e assim por diante. E então, em 47, ele diz: "A verdade é que o seu Deus é o Deus dos deuses e o Senhor dos reis, o revelador de segredos, visto que você pôde revelar esse segredo".
Ora, essa foi uma ótima declaração. "Seu Deus é o Deus dos deuses." Seu Deus é a divindade suprema. “Seu Deus é o revelador de segredos, o Senhor dos reis.” Isso foi no versículo 47. Dois versículos depois, ele está construindo um ídolo para si mesmo. Muito instável, esse Nabucodonosor.
Mesmo a demonstração do poder de Deus não conseguiu anular seu inacreditável ego. É incrível. O homem é egomaníaco. De fato, acredito que, quando Daniel começou a contar a ele esse sonho e disse: “O topo é uma cabeça de ouro e você é aquela cabeça de ouro” - ali mesmo Nabucodonosor desligou e pensou: “Eu sou o ouro”. Todo o resto é inferior a mim. E assim, ele construiu uma imagem inteira de ouro, simplesmente a estendeu até o fim.
“O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro.” Entendo que ela tenha tido forma humana. Era feita de ouro, mas era enorme - você sabe o que é um côvado? Um côvado era a medida do cotovelo até a ponta da mão. São aproximadamente 46 centímetros Vejamos, então: 60 côvados seriam 27 metros de altura. É muito alto. Acho que um poste telefônico tem cerca de 12 metros de altura, mais ou menos metade da ltura da estátua. E tinha seis côvados de largura, o que realmente não é muito largo. Tem quase três metros de largura, o que significa que era uma coisa muito alta e delgada. A proporção é de dez para um, e a maioria dos seres humanos é de quatro cinco para um. Pessoas magras de verdade são seis para um e algumas são três para um. Mas seja como for - também já vi dois-para-um, imagine. Mas aquela imagem tinha uma proporção de dez para um, o que significa que era uma coisa longa e fina ou que tinha um pedestal muito alto sustentando um homem de proporção normal de cinco para um. Em todo caso, é uma imagem de 27 metros de altura.
Entretanto, não acredito que fosse de ouro maciço. Isso teria sido totalmente proibitivo em termos econômicos, bem como uma imensa dificuldadepara construir e se mover. Existem informações de que naquela época era comum construir uma imagens como essa de madeira para então revesti-la com algum material. Nesse caso a revestiram de ouro. Parece-me que essa é a melhor maneira de entender essa imagem.
De fato, isso era bastante comum. Se você fizer uma nota de rodapé do capítulo 40 de Isaías, e capítulo 41 de Isaías, poderá indicar alguns lugares nesses dois capítulos em que se fala de uma imagem de madeira revestida de ouro . Portanto, essa pode ser a maneira mais comum de dazer aquilo.
Mesmo assim, o custo ainda seria incrível - um tanto além do quantidade de dinheiro que se consiga imaginarnisso. Naqueles dias, minerar e obter ouro era muito difícil, o que o tornava incrivelmente valioso. A propósito, os 60 côvados e os 6 côvados são uma indicação interessante para nós porque os babilônios adotavam o que é conhecido como sistema sexagesimal. Nós temos um sistema decimal, baseado em dezenas, certo? Eles tinham um sistema baseado em seis, e esta é uma observação muito importante porque é um indicador da autenticidade de Daniel como verdadeiramente representativo dos tempos da Babilônia. A alta crítica querempurrar isso até quase o tempo de Cristo para considerarem já ter passado o tempo das profecias preditivas porque não querem admitir que a Bíblia faça previsões, já que então ela seria um livro divino. Mas a menção daquele sistema conhecido como sexagesimal em vez de um sistema decimal é um indicativo dos tempos da Babilônia.
Além disso, também é fascinante para mim - e esta é outra pequena observação - que é de 60 côvados por 6, e vejo dois seis ali. O primeiro rei fez uma imagem de si mesmo no padrão seis e, se você ler Apocalipse 13, descobrirá que o último governante dos tempos dos gentios - Nabucodonosor foi o primeiro - também estabelecerá uma imagem de si mesmo.
Apocalipse, capítulo 13:14-15 diz: "Ele fará uma imagem e as pessoas se curvarão à imagem, e seu número será o quê? - seis, seis, seis!” É como se começasse com dois seis e terminasse com três. Seis é o número do homem. O homem tenta, seis, seis, seis, seis, seis, mas ele nunca atinge sete, que é o número da perfeição. Este fica reservado para Deus. Nabucodonosor é como uma imagem preliminar do anticristo.
Note agora o versículo 1, que diz: “Ele a erigiu na planície de Dura, na província da Babilônia.” Até onde sabemos, a planície de Dura de fato ficava na província da Babilônia, perto da própria cidade, talvez seis milhas a sudeste da Babilônia. Isso também é fascinante. Um arqueólogo francês - não sei se consigo pronunciar o nome dele, acho que é Oppert ou algo assim, estava fazendo algumas escavações a alguns quilômetros a sudeste da Babilônia e ele encontrou em suas escavações uma enorme fundação de tijolos que deve ter segurado alguma estátua gigantesca ou obelisco.
Quando então começaram a estudar um pouco mais de a planície de Dura, esse arqueólogo francês, Oppert, convenceu-se de que aquela é de fato a base da imagem de Nabucodonosor, que permaneceu soterrada por séculos. A imagem desapareceu há muito tempo. Por quê? Era feita de ouro, minha gente. O próximo grupo que dominou o lugar certificou-se de que ela não ficaria por lá até explodir desaparecesse por si.
A planície de Dura é uma área plana onde a estátua seria visível. Instalada na planície de Dura, pode-se imaginar que o sol na região da Babilônia faria aquela coisa brilhar e refulgir em uma incrível demonstração de grandeza.
O que Nabucodonosor faz então? Precisamos pelo menos conversar sobre isso por um minuto antes de terminarmos e apenas cobriremos este primeiro ponto. O que ele pretende? O que está tentando provar? Qual é o foco dele aqui? Bem, acredito que ele tinha algumas razões para isso. Ele era um homem inteligente. Ele foi um dos maiores arquitetos do mundo. Foi também um dos maiores estadistas e dos maiores soldados e estrategistas. Não era o idiota da vila. O que, então, esse homem tão inteligente faz?
Bem, ele reúne sua nação em um ato de união. Esse é o primeiro ponto. Ele queria unificar sua nação. Uma nação se unifica em torno de um objetivo comum. Ele queria que todos se curvassem diante dele. A propósito, os césares fizeram exatamente a mesma coisa, não foi? Como um fator unificador, eles tentaram fazer com que todo o Império os adorasse.
Não apenas isso, ele queria a lealdade de seus líderes. Queria que todos os seus líderes se curvassem diante dele. Queria ter certeza de que eram leais e fiéis a ele. Queria uma religião única porque temia uma divisão religiosa. A religião está tão arraigada no coração do homem que, se eles se dividissem segundo as religiões no Império, fraturariam o império.
Mas havia algo até além disso. Acho que politicamente ele realmente queria a unidade do império, mas penso que ele também queria a adoração e lealdade de seus líderes para satisfazer suas próprias necessidades pessoais. Acho que, do ponto de vista religioso, ele queria que uma religião mantivesse as pessoas unidas, mas além de tudo isso o sujeito tinha um ego incrível e buscava a glória de si mesmo, vendo a si mesmo como a cabeça de ouro. Aí ele se descontrolou, decidiu ser dono de tudo e fazer uma imagem de si mesmo para que o mundo inteiro o adorasse.
Ele é um pouco diferente de Herodes em Atos 12. Herodes fez um grandioso discurso, vestiu sua túnica de luxo, levantou-se e o povo exclamou: “Oh, é a voz de um deus e não de um homem”. E ele adorou e dovorou aquilo. Aí a Bíblia diz que imediatamente ele foi comido por vermes e morreu porque não deu a glória a Deus.
Bem, Nabucodonosor não foi comido por vermes, e a sua conta chega no capítulo 4. Veremos isso mais tarde. Mas ele buscou a glória. Com tudo isso, então, cria-se ao longo deste capítulo um conflito para nós entre adorar o Deus verdadeiro e adorar esse egomaníaco humanista e egocêntrico.
Perceba agora claramente essa necessidade de escolha, porque esta é a escolha que todos fazem. Você adorará a Deus ou a deuses falsos. Mesmo como cristão, note bem, podemos ser atraídos para a adoração de falsos deuses, não podemos? Certamente podemos. É para isso que este capítulo alerta. É como a criança de cinco anos que disse: “Onde você vai colocar Deus, papai?” A pergunta vem a nós: onde vamos colocar Deus?
Bem, vamos ver bem rapidamente, nos versículos 2 e 3, o restante da cerimônia. Ambos dizem essencialmente a mesma coisa. “O rei Nabucodonosor” –é realmente engraçado e mostrarei por quê: “Então, o rei Nabucodonosor mandou reunir” e aqui vamos nós - “os príncipes” (literalmente a palavra significa “os governadores”). Parece-me que ele vai descendo na hierarquia aqui. Os sátrapas eram os principais governadores das províncias do Império Babilônico, certo? Os sátrapas.
E então temos “os governadores e os capitães”. Como sabemos, eles eram uma espécie de governantes secundários nas divisões. Poderíamos dizer que os governadores geriam os estados e, em seguida, as subdivisões eram os condados, que eram governados pelos governadores e pelos capitães. E depois há os “juízes”. A propósito, havia juízes superiores e juízes provinciais em todo o Império Babilônico. Depois havia os “tesoureiros” os gerentes do tesouro. Depois vêm os “conselheiros", que eram os advogados que compunham os gabinetes, os senados e o que quer que fosse. E havia os "xerifes", que eram exatamente o que pensamos. Eles eram o escalão mais baixo da administração da justiça.
Temos então todas essas pessoas e, resumindo: “todos os governantes das províncias.” Ele fez com que todos que fossem alguém comparecessem à dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor havia criado, e ele requer a lealdade de todos. Ele quer reunir ali todos eles, e todos aparecem.
E então veja o que diz o versículo 3. Isso é realmente interessante. “Então os príncipes, os governadores, os capitães, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os xerifes e todos os governantes das províncias se reuniram para a dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor havia estabelecido.” Mas por que se repete tudo isso?
Bem, quando os gregos entraram em cena e escreveram a versão grega conhecida como Septuaginta, deixaram de fora o versículo 3 porque disseram: "É ridículo repetir a coisa toda." Ou seja, o versículo 2 já diz “os príncipes, os governadores, os capitães, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, os xerifes foram todos chamados.” E então o versículo 3 diz “os príncipes, os governadores, os capitães, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, todos os xerifes vieram. ”Não dá para abreviar isso um pouco”? Não se poderia simplesmente dizer que todo mundo que foi chamado veio?
Bem, acho que há uma questão muito sutil aqui. Muito sutil. A repetição do versículo 3 é uma indicação sutil, quase bem-humorada, da falta de integridade pessoal de todos os líderes de todo o Império. Reitera que todos eles eram figurões, mas nenhum deles teve a coragem de dizer "não". Todos eles vieram. Todos eles. Ao comparecer, todos aqueles grandes docilmente seguiram o comando de Nabucodonosor. Veja só, é irônico. Todos os figurões, todos os grandes vieram, e todos eles tiveram aceitar a humilhação, todos "ficaram de pé" - diz o final do versículo 3 "diante da imagem que Nabucodonosor havia erigido".
Lá estão todos, todos os grandes príncipes, governadores, capitães, como um bando de patos de borracha, grasnando em uníssono, sem integridade, sem caráter, sem nada. Responderam como foram instruídos. Se Nabucodonosor manda que todos adorem o ídolo, todos adorarão o ídolo; afinal, gente, temos de manter nossos empregos.
Mas não foi assim com alguns outros. Na semana que vem veremos quem eles eram e por que fizeram o que fizeram e o que aconteceu. Vamos orar.
Enquanto inclinam a cabeça por um momento, deixem-me compartilhar um pensamento com vocês. É um capítulo emocionante. Só estamos no começo, e na próxima semana virão grandes emoções. Mas hoje à noite este é o momento, em que começamos a examinar nosso coração. O que você adora? Quando lhe pergunto se existe algum ídolo na sua vida, em que você pensa? O que lhe vem imediatamente à mente? Provavelmente será isso o que importa. O que você colocou à frente de Deus? Onde você colocou Deus?
Se você não é cristão, tem todos os tipos de ídolos e leva uma vida que nega a glória de Deus. Que tal vir a Jesus Cristo e recebê-lo como Salvador, confessá-lo como Senhor? Muitos de vocês cristãos têm Cristo como Senhor da sua vida e ainda assim frequentemente se desviam como uma correnteza irresistível indo na direção errada aos ídolos deste mundo. Agora seria um ótimo momento para abrir seu coração e confessar ao Senhor que você tem alguns ídolos.
Conversamos sobre muitos deles, não é mesmo? Foram apenas algumas categorias gerais. Você já examinou seu coração? Como ficam as posses, a abundância, o orgulho, pessoas, prazer, projetos, destaque? É educação, prestígio, sexo, dinheiro? Do que se trata? Passatempos, esportes, entretenimento? Qualquer coisa? Mas é Cristo, e somente Cristo que deve ser o Rei.
Pai, fale esta noite com todos nós, ao nosso coração. E que possamos deixar de lado os deuses deste mundo, o vazio, as divindades que não podem responder e apenas nos roubam a virtude do teu amor verdadeiro, puro e eterno por nós. Que possamos deixar de lado os ídolos e te adorar. Não importam os nabucodonosores que existam em nossa vida, que em seu domínio e soberania exigem que nos curvemos; que nunca venhamos a nos curvar. Que não nos curvemos ao resto da elite, aos eruditos, aos instruídos e aos orgulhosos da terra, mas que apreciemos aqueles três jovens hebreus, que assumamos a posição em que deveríamos estar diante do Deus onipotente, permanecendo verdadeiros de maneira inabalável, e que nunca inclinemos nossos joelhos para um ídolo.
Dá-nos o tipo de caráter que observamos naqueles três jovens, nós que confessamos o nome de Cristo e dispomos do poder do Espírito que em nós habita, nós que temos todos os recursos que eles tinham e talvez ainda mais para permanecer fiéis. Ajuda-nos a não fazer concessões, não apenas para não comer a carne do rei e beber o vinho do rei, mas para não adorar os deuses do rei. Ajuda-nos a permanecer fiéis, intransigentes, a assumir a nossa postura em adorar e glorificar a yi. Agradecemos em nome de Cristo. Amém.
FIM

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