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Abra sua Bíblia no capítulo nove do Evangelho de João. Como você sabe, se esteve conosco em nosso estudo do Evangelho de João, ele muitas vezes é chamado de Evangelho da fé ou Evangelho do crer, porque João indica no final do evangelho esse seu propósito ao escrever. Ao começar a conclusão deste evangelho no capítulo 20, ele expressa o propósito para o qual escreveu. “Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” É o evangelho da fé. Destina-se a nos transmitir a história de Jesus com ênfase particular na evidência de que ele é o Cristo, o Messias, o Filho de Deus, para que possamos crer nele e assim ter a vida eterna.

Do primeiro capítulo até o fim ele fala em crer. Mas também observamos o tempo todo que também é um evangelho de descrença. Embora nos apresente a verdade a respeito de Cristo para que possamos crer, também narra a rejeição de Jesus Cristo. Vemos isso logo no início, no capítulo 1, versículo 11. “Ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” É o Evangelho da fé embutido em um contexto de descrença. Vemos então João escrevendo para que possamos crer e perceber que, mesmo tendo Cristo vindo para provar quem é, ele é confrontado por uma incredulidade constante e isso ainda é verdade hoje.

O próprio Deus chama todos os homens a crer em seu Filho, mas a grande maioria não o faz, e a vasta maioria não o fez quando seu Filho estava aqui, andando no meio deles. Portanto, embora o evangelho de João seja o evangelho e a história que visa a nos levar à fé, é ao mesmo tempo uma crônica da incredulidade. E a incredulidade aparece de várias formas. Vemos o tipo de incredulidade confusa e desnorteada de Nicodemos, a quem Jesus diz: “Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” Também vemos a incredulidade exigente dos nobres de Caná, a quem Jesus disse: “A menos que vejais sinais e maravilhas, não crereis”. Vimos ainda a incredulidade hipócrita e egocêntrica dos líderes religiosos em Israel, a quem Jesus diz: “Porque eu lhes digo a verdade, vocês não acreditam em mim”. Vemos a incredulidade cega dos galileus que viram os milagres e ainda assim não creram. E Jesus diz: “Vocês viram e não creram”. Crença e descrença em todo o evangelho de João. Existe até a misteriosa incredulidade dos irmãos de Jesus, de quem se diz: “Nem mesmo seus irmãos criam nele.”

Mas o que se destaca nessa parafernália de formas de incredulidade é a incredulidade obstinada e intencional dos fariseus, dos escribas, dos principais sacerdotes e dos governantes do Israel religioso, a quem Jesus disse: “Eu vos digo a verdade, e vós não credes”. Pode-se ao estudar o evangelho de João reunir uma teologia da incredulidade. Pode-se traçar uma caracterização muito completa da incredulidade. Mas neste nono capítulo em particular você terá uma visão do caráter da incredulidade obstinada e intencional. Encontra-se neste capítulo uma espécie de patologia da incredulidade. Suas características, sua natureza, suas marcas. Esta é uma passagem que se pode ler como uma narrativa. Pode-se ler apenas a história. É uma história maravilhosa. Um cego de nascença que Jesus encontra no portão do templo, dá-lhe a visão criando dois novos olhos, põe saliva na terra, faz um pouco de lama, coloca em seus olhos e manda que ele vá se lavar. Ele o faz, procurando ainda cego o caminho para o tanque, e volta vendo. Esse incrível milagre aconteceu. É uma história muito simples, mas maravilhosa. Ela termina no versículo 12. Examinamos isso na última vez: o cego de nascença agora pode ver.

Continuemos então, começando esta manhã no versículo 13, e aí vemos os líderes religiosos, os fariseus em particular, investigando um milagre. Eles vão investigar esta dramática demonstração do poder divino. Podemos observar isso apenas lendo a história, e esta é dramática e dinâmica por si só. Mas à medida que avançamos na história, o que me impressiona ao lê-la é o caráter da incredulidade. Vejo a natureza da incredulidade. A incredulidade vem em muitas formas, mas em todas elas revela esses componentes. Vamos então desdobrá-los diante de nós. Acho que esta é uma das coisas desafiadoras ao estudarmos a Bíblia: ter certeza de que não apenas lemos a história e talvez percamos a revelação que ela nos oferece e que não está logo na superfície. E embora, como eu disse, a história seja suficiente para sustentar nosso interesse e ter um impacto sobre nós, se olharmos um pouco mais a fundo e examinarmos o que está acontecendo, começaremos a obter uma compreensão melhor de como a incredulidade funciona e como ela opera.

E se você se perguntar por que isso é importante, quero dizer que é muito importante para que você saiba o que esperar, porque sua responsabilidade é continuar o ministério do evangelho, pregar Jesus Cristo. Você vai enfrentar a incredulidade. Quase todas as pessoas a quem você apresenta o evangelho vão rejeitá-lo. Por toda a sua vida você enfrentará a incredulidade, e você precisa saber como ela opera.

Pois bem, esta é uma seção muito importante, e iremos do versículo 13 ao 34. Fizemos isso na primeira hora e temos de fazê-lo agora. Esta é uma história narrativa, simples, e não requer muitas explicações. Não é algum tipo de argumento denso e abrangente composto de teologia ou algo assim. É apenas uma história. Então vamos examiner essa história e tentar extrair dela as características de descrença que podem nos preparar para o que vamos enfrentar. Eu diria que esta história principalmente nos instrui sobre o que esperar quando confrontamos os incrédulos. As características da incredulidade são expostas.

Há uma segunda característica aqui, porém, que é histórica. É neste acontecimento e nesta conversa que o cego tem com aqueles dirigentes que vemos uma ilustração do cisma entre o cristianismo e o judaísmo; ou, se quisermos, a igreja - que está latente para aqueles crentes - e a sinagoga. É aqui que judeus e cristãos se dividem em dois reinos antagônicos e separados. E isso vem à tona: Por um lado, os judeus reportam-se a Moisés. Por outro lado, os crentes reportam-se a Cristo - e essa divisão existe desde então até agora. Vemos então aqui esse cisma, que se perpetuou ao longo da história e continuará até que Israel se volte para ver o Cristo que rejeitou e o abraçar por quem ele é. Isso vai acontecer algum dia no futuro.

Mas a lição principal aqui é sobre a incredulidade. Vamos ver como a incredulidade tira conclusões antes de fazer exames e constatações. Ela está presa ao seu próprio ponto de vista. Vamos ver como a incredulidade estabelece padrões falsos. Vamos ver como a incredulidade exige mais e mais evidências, mas quando recebe essas evidências não responde como qualquer pessoa razoável e pensante deveria fazer. Há um tipo de irracionalidade na incredulidade. A incredulidade faz pesquisas tendenciosas. Ela pode examinar os fatos e chegar a uma conclusão completamente errada. A incredulidade é egocêntrica, autocentralizada, egoísta. Todas essas coisas fazem parte da incredulidade, mas vamos tentar decompô-la em algumas palavras. Então vou lançar algumas palavras para você - talvez algumas que você ainda não tenha ouvido.

Em primeiro lugar, quero que você veja que a incredulidade é contendora. Você provavelmente não usou essa palavra hoje ou em qualquer outro dia. Mas é uma palavra muito boa e significa "hostil". Significa adverso, pernicioso, mal-intencionado. Pode até ser perigoso. A incredulidade não é benigna. É preciso entender isso. Quando lidamos com descrentes, não lidamos com alguma realidade benigna. É uma atitude agressiva que se toma. Quem não acredita no evangelho e no Senhor Jesus Cristo, inevitavelmente é hostil a ele. É por isso que são os incrédulos que perseguem os cristãos. Foram os incrédulos, os incrédulos religiosos que, rejeitando o Evangelho, crucificaram Jesus pelas mãos dos romanos. Foram os incrédulos que perseguiram os apóstolos e martirizaram quase todos eles. Foram os incrédulos que lançaram ameaças e massacres contra os crentes nos primeiros capítulos de Atos. São os incrédulos em toda a história humana que mataram os cristãos. São os incrédulos que hoje massacram os cristãos em várias partes do mundo.

Portanto, a incredulidade é inimiga. Isso quer dizer que é contendora. Isso representa um certo perigo. Então é preciso ver e entender isso. Já os fariseus decidiram que Jesus era uma espécie de combinação de possuído por demônios, inspirado por Satanás e insano, e foi basicamente isso que disseram. Esse é o mantra que os fariseus têm desfiado e articulado. Eles já determinaram isso de antemão. Existe hostilidade em cada uma dessas identificações. Se você disser que ele é louco, este é um tipo de comentário muito adverso. Se você disser que ele tem um demônio ou é satânico, essas são declarações muito hostis. Assim, os fariseus são registrados como agressivamente hostis a Jesus, hostis em sua incredulidade. E embora nem todos os incrédulos sejam igualmente hostis, a incredulidade em sua própria natureza é hostil à verdade e pode assumir muitas formas. Pode tornar-se agressiva a ponto de ferir, atacar ou mesmo executar e martirizar, como sabemos ao longo da história.

Então, vamos aprender em primeiro lugar algo sobre o caráter hostil da incredulidade. Vejamos o versículo 13. Eles trouxeram aos fariseus o homem que antes era cego. Agora, quem são “eles”? Volte ao versículo 8. Os vizinhos e aqueles que antes o viam como um mendigo, as pessoas que o conheciam quando ele era cego, as pessoas que o conheciam quando ele estava mendigando na porta do templo onde Jesus o encontrou. Essas pessoas trazem esse homem aos fariseus. Podemos perguntar: por que o trouxeram aos fariseus? Existem várias possibilidades, é claro, e talvez seja uma mistura de todas elas. Em primeiro lugar, talvez apenas algum tipo de necessidade simples de fazer com que os fariseus, que eram os líderes religiosos, e aqueles que supostamente conheciam a lei e as Escrituras, conheciam a Deus, pudessem representar o céu e dar uma espécie de explicação de como aquilo aconteceu. Talvez eles estivessem procurando alguma explicação teológica das elites teológicas de Israel. Isso certamente está dentro das possibilidades e da razão. Eles eram vizinhos, pessoas que o viam no templo, e o templo é enorme. Esse acontecimento é incompreensível para eles porque, como o cego diz mais tarde na história, ninguém nunca tinha ouvido falar de alguém sendo curado da cegueira. E ele estava certo. Ele conhecia seu Antigo Testamento. Não há uma única cura de um cego em todo o Antigo Testamento. Era algo inédito. Ele sabia disso.

Portanto, talvez eles só quisessem checar os fariseus para descobrir como eles viam isso e como iriam explicar esse fato extraordinário. Também é possível, ilustrando um pouco, que os fariseus estivessem continuamente desacreditando Jesus, continuamente dizendo que ele tinha um demônio, que era louco, que era de Satanás, que não era de Deus. Eles propunham isso o tempo todo e queriam sua morte. De acordo com o versículo 22, haviam chegado ao ponto de o Sinédrio aprovar uma lei segundo a qual alguém que confessasse ser Jesus o Messias seria excluído da sinagoga, expulso, banido, amaldiçoado na sociedade. Assim, visto que os fariseus haviam feito essa lei, havia um certo medo e preocupação por parte das pessoas em descobrir como esse Jesus capaz de curar aquele cego se encaixava nos propósitos e planos de Deus, já que aquilo era obviamente um poder divino. Mas se dissessem que ele é o Messias, seriam expulsos da sinagoga. Então, talvez eles apenas precisassem de algum tipo de explicação adicional para uma punição tão severa para alguém que queria reconhecer Jesus.

Há outra possibilidade, e esta seria mais negativa: eles sabiam que Jesus tinha violado o sábado. Sabiam que a cura não era permitida no sábado, não uma cura milagrosa, mas médica. De acordo com a lei rabínica, se alguém estivesse doente não se podia fazer nada no sábado para melhorar a condição dele. No entanto, se alguém estivesse morrendo, seria permitido evitar que ele morresse, mas não curá-lo. Era permitido neutralizar o momento de apuro, mas não melhorar a condição - isso seria uma violação do sábado. Jesus, porém, curou um homem no sábado. Eles talvez fossem denunciá-lo aos fariseus em um nível negativo porque ele violara o sábado. Além disso, ele tinha amassado barro, cuspido no barro, colocado nos olhos do homem, e não era permitido fazer isso no sábado porque era um tipo de trabalho. Portanto, Jesus violara o sábado. Isso parece ter estado na mente deles, porque segundo versículo 14 era sábado no dia em que Jesus fez o barro e abriu os olhos ao cego. Não fizeram isso necessariamente no sábado porque no sábado eles não teriam se reunido. Mas eles voltaram e disseram aos fariseus que aquilo acontecera no sábado, então deve ter feito parte da conversa.

Ele então foi acusado de trabalhar no sábado, e sabemos que eles tinham essas leis ridículas. No sábado não se poderia encher uma lâmpada com óleo. Não se podia acender um pavio no sábado. Se um homem apagasse uma lamparina no sábado para economizar óleo e conservar o pavio, ele era culpado de violar o sábado. Portanto, não se podia acender nem apagar um pavio. Eles tinham leis segundo as quais um homem não podia sair no sábado com sandálias calçadas com pregos porque os pregos constituem um fardo, e ele estaria carregando um peso no sábado, e isso era uma violação. Não se tinha permissão de cortar as unhas ou puxar um cabelo da cabeça ou da barba. Era simplesmente ridículo adicionar fardo após fardo após fardo no sábado. E não era apenas a proibição de curar: na verdade, se alguém tivesse uma dor de dente, não poderia arrancar o dente no sábado, mas acho que poderia sugar vinagre para aliviar a dor. Não sei se isso funciona: não tente.

Em todo caso, eles haviam criado todas essas regras mesquinhas e ridículas. Existe até uma lei rabínica registrada por Maimônides, judeu histórico, que proíbe especificamente a aplicação de saliva em qualquer pessoa no sábado porque eles acreditavam que a saliva tinha algum tipo de valor terapêutico, e assim, de acordo com Maimônides, eles não tinham permissão para espalhar a saliva no sábado - e Jesus tinha feito isso. Ele quebrou o sábado deles. Então deve haver esse componente para eles procurarem os fariseus. Certamente alguns deles eram discípulos farisaicos. Alguns dos vizinhos e das pessoas que sabiam o que acontecera assumiram a causa dos fariseus por aceitarem essa forma de judaísmo apóstata. Assim, arrastaram o cego até os fariseus. Talvez alguns quisessem uma explicação e alguns quisessem saber por que a lei condenaria um homem capaz de fazer aquilo.

Aqui andamos ao contrário, pois a incredulidade sempre se revelaria. Começamos com a conclusão e, em seguida, raciocinamos para trás. A conclusão é: eles rejeitaram Jesus. São hostis a ele.

No entanto, há um grupo entre os fariseus que não pode ser facilmente persuadido por esse silogismo. Eles têm seu próprio silogismo, que aparece no meio do versículo 16. “Outros diziam...” Consideremos esses outros como sendo fariseus. “Como pode um pecador realizar tais sinais?” Eles tinham seu próprio silogismo lógico. Foi assim. Só Deus pode abrir os olhos cegos. Jesus abriu os olhos daquele homem cego de nascença. Conclusão: Jesus é de Deus. Grupo A: a questão do sábado. Grupo B: a questão sobrenatural. O Grupo A está imóvel. Não sabemos sobre o grupo B, mas sabemos pelo final do versículo 16 que houve divisão entre eles. Isso é uma esperança, uma esperança para o grupo B, mas que agora desaparece. Eles simplesmente desaparecem de cena. Ao menos não falam novamente. Talvez tenham sido dominados pela maioria. Eu não sei.

Esse tipo de divisão, porém, era parte do que acontecia com Jesus. Se voltarmos ao capítulo 7, em especial ao versículo 40, veremos que alguns diziam isso e outros aquilo. Alguns diziam que ele seria “o Profeta”. Houve, portanto, uma divisão entre as pessoas. (capítulo 10, versículo 19). Jesus trouxe uma espada. Ele trouxe divisão entre as pessoas, um cisma. Vamos então seguir o grupo A porque foi este que prevaleceu. Esses são os incrédulos de coração duro, os negadores.

A primeira coisa que aprendemos sobre eles, e já vimos isso, é que eles chegaram a uma conclusão e que são hostis a qualquer coisa que atente contra essa conclusão. Esta é a primeira coisa a saber sobre a incredulidade. Esse tipo de incredulidade intencional e resistente também é hostil. É por isso que indicamos a você as quatro etapas do conflito. Começa intelectual, torna-se emocional, depois torna-se verbal e termina físico. É isso que vai acontecer na história. Começa como uma discussão sobre fatos. Em seguida, torna-se emocional. E o homem começa a disparar sarcasticamente contra eles. E então eles reagem contra nele, depois insultam-no e finalmente o agridem fisicamente, expulsando-o. Essa é a sequência dos conflitos. E a incredulidade, se pressionada, pode ir por esse caminho muito rapidamente.

Portanto, a incredulidade é em primeiro lugar inimiga. Ou seja, é hostil à verdade. Em segundo lugar, vejamos rapidamente os versículos 17 a 24. A incredulidade é intratável. O que significa ser intratável? Que não vai ceder. Não pode ser convencida. O cego disse a ela exatamente o que aconteceu. Eu estava cego. Eu agora vejo. Jesus veio, ele menciona Jesus no primeiro testemunho no versículo 11. Ele veio e me disse para ir ao tanque. Eu fui. Lavei a lama dos meus olhos e agora vejo. E ele olha diretamente para eles e vice-versa enquanto dá esse testemunho - e há todo tipo de pessoa por ali confirmando a realidade disso. Mas é da natureza da incredulidade obstinada e determinada que ela queira mais evidências, mas nunca queira fazer nada com elas. É realmente uma busca louca para desacreditar. Ela continua sondando, não porque busca a verdade, mas porque busca justificativas para sua conclusão. Em Deuteronômio 32, versículo 20, Moisés chamou os apóstatas de “filhos nos quais não há fé”. Crianças em quem não se acredita.

E uma vez que a verdade de Deus só pode ser apreendida pela fé, eles são excluídos. Assim, eles querem mais evidências (versículo 17). Dizem novamente ao cego: “Que dizes tu a respeito dele, visto que te abriu os olhos?” E ele responde: “Ele é um profeta”. Esse homem não tem autoridade, não tem como dizer como foi sua vida, mas pelos padrões em vigor ele nunca teria permissão para entrar em uma sinagoga. Por quê? Porque ele era cego. Por que isso o manteria fora da sinagoga? Porque sua cegueira estava relacionada à sua pecaminosidade. Foi isso que o apóstolo disse quando a história começou, certo? Quem pecou? Este homem ou seus pais? Ele é um homem amaldiçoado. Sua maldição o tirou da sinagoga. Qualquer pessoa que tivesse uma doença, uma deformidade, enfim, uma deficiência, era amaldiçoada. Não faria parte da sinagoga. Fariseus e escribas não se aproximariam dessas pessoas. Não tocariam nelas. Elas eram rejeitadas.

Portanto, aqui está um homem que não foi exposto aos ensinos da sinagoga como outras pessoas. No entanto, ele tem suficiente bom senso para saber que esse Jesus é de fato profeta. E por falar, aquilo foram palavras ao vento. Voltando ao capítulo 7, muitos diziam que ele era um profeta. Até mesmo Nicodemos disse no capítulo 3: “Sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer esses sinais que tu fazes se Deus não estiver com ele." Ele é considerado um profeta no capítulo 4 versículo 19, no capítulo 6 versículo 14 e no capítulo 7 versículo 40. Portanto, este homem foi convencido por Jesus. Segundo o versículo 11, ele conhece seu nome. Ele sabe e agora acredita que Jesus é um profeta de Deus por causa de seu poder milagroso. Então ele dá a eles uma resposta direta e sensata, que deveria ter sido o fim da investigação. Aqui está o homem. Ele pode ver. Isso deve revelar Jesus como profeta.

Versículo 18: “Não acreditaram os judeus que ele fora cego e que agora via, enquanto não lhe chamaram os pais.” Agora lembre-se, eles ouviram o homem falando, o homem estava cercado por todos os estranhos e vizinhos que o conheciam e o trouxeram, com todo aquele testemunho coletivo. E eles ainda não acreditam porque, novamente, a incredulidade é intratável. Estou dizendo isso porque você precisa entender que é isso que você vai enfrentar quando for transmitir o Evangelho. A maioria das pessoas vai rejeitar o que você lhes diz sobre o Evangelho. Ao longo de toda a sua vida de ministério e evangelismo, a maioria das pessoas não aceitará o que você diz. Há um elemento de hostilidade em relação ao evangelho, de ser intratável e irredutível contra o Evangelho. Isso é o que enfrentamos. O caminho é estreito. Poucos são os que o encontram.

Então, esse é o ponto de vista predisposto. Eles dizem que vão cavar mais fundo nisso porque não vão desistir da noção de que aquele homem é um pecador e ele não é de Deus. Então deve haver algo sobre a história que eles ainda não estão vendo. Há algum tipo de encobrimento aqui. Existe algum tipo de mentira, de engano. Temos de chegar ao fundo disso. Então eles chamam os pais. E no versículo 19 eles os questionaram, dizendo: “É este o vosso filho, de quem dizeis que nasceu cego? Como, pois, vê agora?” Este é seu filho? Esses pais são realmente fracos, para dizer o mínimo, como você verá. Mas eles chamam os pais e fazem duas perguntas: Este é seu filho? E a segunda pergunta: Como ele obteve visão? Bem, você se lembra que quando o milagre aconteceu, algumas pessoas disseram que não, aquele não é o homem, mas ele se parece com o tal. Talvez haja alguma confusão e estamos sendo enganados aqui. Então vamos pegar os pais. Os pais disseram: “Sabemos que este é nosso filho”. Boa. Concordamos com isso, certo? Quer dizer, você conhece seu filho. Sabemos que este é nosso filho, e ponto final. Ponto final? Bata o martelo na banca. O caso acabou. O homem é de Deus. É um homem que era cego e agora pode ver. É nosso filho, e ele nasceu cego.

Mas, "como ele vê" - versículo 21 - "não sabemos". E quem abriu os olhos dele? Não sabemos. Eu tenho de parar por aqui para dizer: eles estão mentindo. É por isso que eu disse que não gosto desses pais. Eles estão mentindo para se proteger. No versículo 22, “seus pais diziam isso porque tinham medo dos judeus”. Do que eles estavam com medo? “Os judeus já haviam concordado em que se alguém confessasse Jesus ser o Messias, deveria ser expulso da sinagoga”. A razão pela qual eles disseram que não sabiam é porque estavam com medo de que, se dissessem o que sabiam, que era Jesus, eles poderiam ser expulsos da sinagoga. Eles sabiam quem fez aquilo. Eles não apenas apareceram e conversaram com os fariseus. Quando chegaram e viram seu filho vendo, deve ter havido uma conversa. E ele sabia, segundo o versículo 11, que o homem chamado Jesus fez lama. O nome de Jesus estava na boca de todos na cidade de Jerusalém. Eles sabiam o que era ser jogado para fora da sinagoga, aliás mesmo porque o filho deles morava fora da sinagoga. Eles sabiam o que era a proibição, o que era a maldição, com todas as suas implicações. Eles sabiam o que era ser um pária, e não queriam isso.

A propósito, foi essa lei que estabeleceu permanentemente o antagonismo entre a igreja e a sinagoga, o judeu e o cristão. Portanto, seus pais têm medo dos judeus. A propósito, no evangelho de João os fariseus são chamados de judeus, e aqui o termo judeu implica hostilidade. “Os judeus já haviam concordado que, se alguém confessasse Jesus como o Messias, seria expulso da sinagoga. Por essa razão, seus pais disseram: ‘Ele é maior de idade; perguntem a ele.'” Não poderiam expulsá-lo da sinagoga - ele não estava na sinagoga.

Ser expulso da sinagoga era um grande problema. Quem estivesse na sociedade judaica e não na sinagoga, era como um leproso. Havia três tipos de excomunhão, mas cada uma delas tinha implicações sociais, econômicas e religiosas. De acordo com o Talmude, havia três tipos de Shamatha, que significa destruição. Ser expulso da sinagoga, separado de Deus e da vida do país é considerado destruição. Existe a Nezifah, que durava de 7 a 30 dias, uma semana a um mês fora da sinagoga. A pessoa seria um pária durante esse período. Em segundo lugar, havia a Niddui, 30 dias ou mais. Isso poderia durar muito tempo. Meses, talvez anos, dependendo do crime. E se a pessoa morresse sob essa proibição, não teria funeral. Seria seriamente desonrada. A pior era a Herem, que era uma proibição indefinida e permanente. Os rabinos costumavam dizer que ser banido era muito pior do que ser açoitado, por causa de sua implicação social e econômica, bem como religiosa.

Então, eles não queriam chegar nem perto de ter de experimentar o que ele experimentou. E como não podiam expulsá-lo, disseram: “Pergunte a ele; ele é maior de idade. "

Chamaram então pela segunda vez o cego e disseram-lhe: “Dá glória a Deus; sabemos que este homem é um pecador.” Ora, como vocês sabem disso? Por que insistem nisso? Estão falando sobre Jesus: “Dê glória a Deus”. De onde tiraram isso? O que eles querem dizer com isso? O que querem dizer com “dar glória a Deus”? Essa é uma citação direta de Josué 7:19. Josué fala com Acã, que roubou aquelas coisas e as enterrou em sua tenda. Lembra-se disso? Quando os filhos de Israel entraram na sua terra, eles foram instruídos a não levar nada, e Josué descobre que Acã e toda sua família conspiraram juntos para levar tudo aquilo como despojo e enterrar na tenda. Josué confronta esse crime que Acã cometeu em sua família e que acaba custando a vida a ele e à sua família. E sabe o que Josué disse a ele? “Dá glória ao Senhor, o Deus de Israel, e diga-me o que você fez.” Esses fariseus conhecem essa história muito bem. A história diz: Deus é glorificado quando falamos a verdade.

Portanto, é isso que eles dizem. Diga-me a verdade. Eles não estão comprando o testemunho. Não estão comprando o testemunho dos pais nem o testemunho dos vizinhos. Querem a verdade. É assim que sua incredulidade se mostra firme e inabalável. Conte-nos a verdade. Sabemos que esse homem é um pecador por ter violado o sábado. Nós sabemos. Ele, então, pega o uso da palavra "saber". Temos de gostar mais desse ex-cego cada vez que ele fala. Ele responde: “Se ele é pecador, eu não sei; mas uma coisa eu sei, que embora eu fosse cego, agora vejo.” Vão falar sobre o que sabemos e o que não sabemos? Eu não sei quem ele é. Não sei avaliar a acusação de ser um pecador, mas sei que eu era cego e agora vejo. Isso é o mais longe aonde ele pode ir. Eles não estão interessados ​​em nada remotamente relacionado à verdade.

Dizem-lhe então no versículo 26: “O que ele lhe fez? Como Ele abriu seus olhos?” Bem, isso é muito significativo, porque agora eles acabaram de admitir o quê? Que ele foi curado. Eles acabaram de admitir que ele era cego e seus olhos foram abertos. O que ele fez em você? Como Ele abriu seus olhos? Talvez estivessem procurando algum truque. Quem sabe?

Isso nos leva à próxima pequena seção. A descrença é inimiga, hostil, intratável, isto é, rígida; e em terceiro lugar, a incredulidade é irracional. Se diante de fatos chegarmos a uma conclusão errada, seremos irracionais. A incredulidade é irracional. Enfrenta-se isso o tempo todo ao tentar proclamar o evangelho às pessoas. Informam-se os fatos; expõem-se os fatos sistematicamente como Pedro fez no dia de Pentecostes. As pessoas rejeitam porque a incredulidade é irracional. Então disseram: “O que ele fez com você? Como ele abriu seus olhos?” Ele responde no versículo 27: "Eu já disse e vocês não ouviram." Ooh. Que beleza! Eis aí um pária falando com a multidão. “Por que vocês querem ouvir de novo? Vocês não querem se tornar seus discípulos também, não é?" Sarcasmo. Ele simplesmente acerta a hipocrisia deles com sarcasmo. Esse é um homem que está sentindo a alegria, a confiança, a força da convicção de que sabe que está lidando com um homem que é de Deus, um profeta. E conforme a história continua, ele passa a acreditar totalmente nele para a salvação, o que veremos na próxima semana.

Assim, ele está livre para atacá-los porque sabe que tem a verdade. E eles, por sua vez, descem para o terceiro nível de conflito, a injúria verbal. No versículo 28, eles o insultam e dizem: “Discípulo dele és tu; mas nós somos discípulos de Moisés.” Levanta-se aquela rixa novamente. Moisés e Cristo, a igreja e a sinagoga, o judaísmo e o cristianismo. Ainda em desacordo. “Nós sabemos que este homem é um pecador. Somos de Moisés. Você é seu discípulo”. “Nós sabemos” - versículo 29 - “que Deus falou a Moisés, mas quanto a este” - aqui vai novamente - ”este nem sabemos donde é.” Eles nem dizem seu nome, de tanto desdém. “Quanto a este homem, não sabemos de onde ele é.” Acho que eles sabiam que ele era de Nazaré, Galileia. Eles deveriam saber de onde Ele era com base em João 6, quando ele pregou o sermão sobre o pão da vida e disse: “Eu sou o pão que desceu do céu. Eu desci do céu para dar a minha vida pelo mundo.” Ele disse novamente, e novamente, e novamente: "Eu vim do céu." Ele até zombou deles, dizendo: "Vocês acham que sabem de onde eu vim." - capítulo 7. "Mas vocês realmente não conhecem minha origem celestial." Quando disseram: "Não sabemos de onde ele é", eles não se referiam tanto à cidade, mas que não sabiam a origem desse homem: Não queremos dizer que é Deus. Na verdade, eles estavam convencidos de que Ele era satânico.

Ou seja, este é o caráter da incredulidade. No versículo 30 o homem responde, de certo modo pontuando a irracionalidade de tudo isso. "Que coisa incrível: vocês não sabem de onde ele é, e ainda assim ele abriu meus olhos." A conclusão óbvia é simples. Ele abriu meus olhos. Ele criou novos olhos. Ele deve ser do céu. Só Deus é Criador. Satanás pode destruir e falsificar. Só Deus pode criar. Ele abriu meus olhos e vocês não sabem de onde ele é? Quando a incredulidade investiga um milagre, ela chegará à conclusão de que ele começa com, mesmo que tenha que funcionar de forma irracional.

Finalmente, e vamos encerrar, a incredulidade é insolente. O que significa ser insolente? Abusiva, desdenhosa. Vemos a insolência da incredulidade nos versículos 31 ao final do versículo 34. O homem continua falando. Ele cita uma teologia. Eu gostaria que tivéssemos tempo para desenvolver toda a sua teologia aqui. “Sabemos que Deus não ouve pecadores.” Esse é um princípio do Antigo Testamento. “Se eu contemplar a iniquidade em meu coração, o Senhor não me ouvirá.” Isso é o que diz o Antigo Testamento. Este homem conhecia seu Antigo Testamento. Deus não ouve pecadores. “Mas se alguém teme a Deus e faz a sua vontade, ele o ouve. Desde o início dos tempos nunca se ouviu dizer que alguém abriu os olhos a um cego de nascença.” E como eu disse, não existe tal coisa em todo o Antigo Testamento. Aquele homem conhecia sua teologia. Era um homem razoável. Ele conhecia seu Antigo Testamento e então conclui: "Se esse homem não fosse de Deus, ele não poderia fazer nada." Não poderia realizar esses milagres. Assim, o ex-cego se tornou o pregador e dominou aquele encontro e confronta os líderes. Primeiro é sarcástico e agora é específico, lúcido, claro e fiel ao Antigo Testamento, até mesmo se referindo ao Antigo Testamento ao dizer que Deus não ouve as orações dos pecadores. Ele expõe a realidade com uma explicação sensata, razoável e lógica. Ao que eles respondem com a insolência no versículo 34: "Você nasceu inteiramente em pecados, e quer nos ensinar?"

Esse é o desdém de tudo. A partir daí a coisa torna-se física. Eles o expulsam. Esteja preparado para enfrentar isso quando a incredulidade investigar um milagre. É assim que age e isso será uma decepção. Já foi uma decepção em sua vida, tenho certeza. Grande decepção ao longo dos anos para qualquer um de nós que andou com Cristo por muito tempo. Acumulamos esse tipo de decepção.

O que há para fazer sobre isso? Como pode mudar? Bem, a única resposta é a que Jesus dá três vezes em João 6. Ele diz o seguinte: “Todo o que o Pai me dá virá a mim. Ninguém vem a mim a menos que o Pai o traga.” Depois, no versículo 65 de João 6, ele resume novamente. "Por isso eu disse a você: ninguém pode vir a mim a menos que o Pai lho conceda." A única maneira pela qual um incrédulo pode ser libertado e ficar livre desse tipo de cativeiro bizarro e escravidão ao que é mau, irascível, intolerante e irracional é pelo poder de Deus. Então, o que faremos? Rogar a Deus que seja gracioso, não é? Rogamos ao pecador que creia e imploramos a Deus que seja misericordioso. Porque o homem natural, diz Paulo, não entende as coisas de Deus. Para ele são tolice porque são avaliadas espiritualmente, e eles estão espiritualmente mortos.

Portanto, não sairemos para evangelizar com qualquer esperança de que temos o poder em nossa razão ou em nossas experiências ou em nossa verdade para quebrar a cegueira, as trevas e a escravidão da incredulidade. Seguimos com a verdade e clamamos a Deus para que tire o pecador da escravidão da incredulidade. Vamos orar.

Pai, agradecemos por nesta manhã termos podido olhar novamente para a Tua Palavra mesmo deixando de dizer tantas coisas. Sinto tristeza em meu próprio coração por coisas que poderiam ter sido discutidas, e poderíamos dizer isso sobre quase todas as passagens, porque tua Palavra é tão inesgotavelmente rica. Mas ajuda-nos a entender a incredulidade talvez um pouco melhor e usa isso para nos armar, para nos dar expectativas e, o mais importante, saber que até mesmo nosso Senhor Jesus, que era sem paralelo, sem igual na proclamação da verdade, enfrentou incredulidade e rejeição maciça, mas descansou no fato de que a única maneira pela qual os incrédulos de coração endurecido poderiam ser resgatados de sua própria crença era serem atraídos por Ti, ó Pai. Por isso pedimos, Senhor, que vás conosco na obra de evangelização, na proclamação do evangelho, e que atraias pecadores a ti. Por um lado temos de advertir os pecadores de que são responsáveis ​​por seus pecados, a incredulidade e a rejeição, mas ao mesmo tempo temos de depender completamente de ti para a obra de atraí-los a ti. Ajuda-nos a descansar com confiança em teu propósito e teu poder, e que fiquemos inquietos e ansiosos para apresentar teu evangelho sempre que nos deres essa oportunidade.

Agora, Pai, estamos muito gratos novamente porque não poderíamos sentar-nos e te adorar semana após semana se não tivéssemos a tua revelação, a tua Palavra. Não saberíamos como te adorar. Não saberíamos quem tu és. Não saberíamos o que fizeste. Não saberíamos o que perguntaste. Não saberíamos o que nos deste. Todavia, sabemos tudo isso por meio da tua preciosa palavra, e toda a nossa adoração, toda a nossa pregação e ensino vêm do céu por meio do livro que escreveste. Agradecemos por seu tesouro e verdade inesgotáveis, e que possa ser aplicado a todas as vidas para tua glória. Pedimos em nome de Teu Filho. Amém.

FIM

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