
Vamos abrir nossas Bíblias agora em Filipenses, capítulo 2. Estivemos olhando da última vez nos versículos 12 e 13, Filipenses, capítulo 2, versículos 12 e 13. Faz parte do nosso estudo contínuo desta grande epístola. Ao nos aproximarmos do texto, deixe-me ver se não posso lhe dar algum contexto para introduzir seus pensamentos nesta manhã. Ao longo dos anos, sempre fui fascinado pelas religiões do mundo. Lembro-me de quando eu era um estudante do ensino médio que queria escrever um artigo sobre o mundo budista porque eu estava muito curioso sobre a falsa religião. Nos dias de minha faculdade e seminário, e desde então, sempre tive um fascínio por falsos sistemas de religião.
Uma das coisas que se tornaram aparentes para mim, ao longo dos anos, é que é característico dos falsos deuses deste mundo serem remotos, transcendentes, distantes e impessoais. A maioria dessas divindades, francamente, é fabricada a partir do medo, já que não são deuses verdadeiros e não existem verdadeiramente. Elas são invenção dos homens. E desde que os homens vivem a vida toda em cativeiro do medo da morte, eles tendem a ter deidades que são projetadas por homens com medo. O Antigo Testamento nos diz que quando os homens projetam suas divindades, os demônios personificam as divindades que os homens projetaram e fazem atividade sobrenatural suficiente para manter os homens cativos às divindades de seu próprio projeto. Mas é comum a todas as divindades que os homens inventaram nas grandes religiões do mundo serem divindades impessoais. E porque sua própria invenção é fundada sobre o fator do medo, não há nenhum sentimento de desejo por parte do adorador de ter qualquer tipo de associação com a divindade. Não há clamor no coração para ter comunhão com a divindade. A divindade não é retratada como alguém que procura qualquer relacionamento com a criatura. E assim, inventam-se deuses que, na maior parte, só são buscados com base no apaziguamento, para que alguém possa evitar a morte inevitável que tanto teme.
Talvez isso não seja mais claramente revelado do que na religião do hinduísmo, que tem prendido provavelmente um bilhão de pessoas em todo o mundo. E nos ensinamentos do hinduísmo, registrados nos Vedas, que é a mais antiga de todas as escrituras hindus, o Deus criador absoluto recebe o nome de Brahman. Esse é o deus que é a divindade suprema, a divindade da qual tudo flui no hinduísmo. E talvez você gostaria de saber um pouco sobre Brahman, ou Brahma, escolha qual nome quiser.
Primeiro, Brahman não é uma pessoa. Brahman não é um espírito pessoal, mas uma realidade abstrata incognoscível. Brahman está em todos os lugares, em todos os momentos, mas ninguém pode ver, tocar, ouvir, saborear, cheirar ou experimentar a presença de Brahman. As escrituras hindus também nos dizem que o Brahman é incognoscível e, portanto, desconhecido, e todos os caminhos para a divindade são caminhos imperfeitos, todas as tentativas de descrever a divindade são inúteis e vãs. Ele não é descritível ou cognoscível. Brahman não tem qualidades morais. O melhor que posso dizer, Brahman não tem qualidades e como uma coisa pode existir sem qualidades é difícil de entender. Nunca esquecerei enquanto viver o sinal que vi no templo hindu em Délhi, que dizia: "Deus não tem atributos.” Brahman não é nada. Não há características, qualidades e atributos.
A escritura hindu também ensina que Brahman não é nem sagrado nem profano, amoroso ou desamoroso, justo ou injusto. E conectados a essa entidade efêmera e amoral chamada Brahman, estão outros dois tipos de deidades que são realmente a trindade hindu. Há também Vishnu, chamado o preservador; e Shiva, chamado o destruidor. E dessas divindades fluem aproximadamente 330 milhões de outras divindades. O criador, Brahman, que é realmente a fonte de tudo isso, é totalmente impessoal e flui dele ou daquilo todo o resto das divindades, que são igualmente impessoais, indiferentes, separadas dos criados e do mundo.
Agora, o que isso significa para um hindu é que essas divindades, que supostamente têm alguma vontade, que supostamente têm algum controle e algumas preferências para o comportamento da espécie humana, não estão de forma alguma envolvidas em ajudar o homem a descobrir o que quer que seja que deveriam estar fazendo. Assim, a linha de base é que os hindus, como todas as outras pessoas nas religiões falsas do mundo, são deixados para resolver e desenvolver suas próprias vidas sem qualquer ajuda de qualquer divindade. O melhor que você pode fazer é apaziguar a divindade com a esperança de que a divindade não debilite ou mate você, mas certamente você não cultiva um relacionamento com a divindade, no qual você espera que ela o ajude a resolver as dificuldades da sua vida.
Agora, isso é exatamente o oposto do Deus da Bíblia. O Deus da Bíblia é uma pessoa. O Deus da Bíblia é um espírito pessoal. O Deus da Bíblia está pessoalmente envolvido com suas criaturas. O Deus da Bíblia procura um relacionamento pessoal com homens e mulheres. O Deus da Bíblia vem morar dentro dos cristãos, onde ele reside e habita. O Deus da Bíblia encontra profunda satisfação e alegria em ajudar o crente a fazer o que é a sua vontade. Assim, o Cristianismo é realmente separado de todos esses outros tipos de religiões, onde as divindades são totalmente impessoais, afastadas, e onde sua assistência não é requerida nem procurada.
O Deus da Bíblia é exatamente o oposto. Ele ama. Ele cuida. E fixa residência na vida do crente para efetuar na vida desse crente aquilo que é a própria expressão de sua vontade. O Deus da Bíblia não é uma força arrogante, não um Deus de criação pagã, nem um Deus que faz exigências a pessoas impotentes que são incapazes de obedecer, e depois as esmagam por causa de seu descumprimento. O Deus da Bíblia é um Deus amoroso, carinhoso e pessoal que faz exigências aos homens que eles não podem cumprir, e assim vem viver neles para cumprir suas próprias exigências nos mesmos homens que ele exigiu para cumpri-los.
Nós, como cristãos, então, distintos do resto do mundo, do mundo religioso, temos o incrível privilégio de não apenas servir ao nosso Deus, mas de ter nosso Deus habitando em nós, de ter um relacionamento íntimo com o verdadeiro Deus do universo. Ele se instala conosco e em nós. Nós falamos com ele. Nós o ouvimos falar. Nós experimentamos o conforto, o encorajamento, a orientação e a direção da sua presença. O Antigo Testamento declara que tal Deus é nosso Deus. Quando o Antigo Testamento descreve Deus, descreve-o em geral como pessoa. E a melhor maneira que o homem conhece para entender uma pessoa é dar a essa pessoa qualidades semelhantes às humanas. E nós dizemos que é antropomórfico; isto é, falar de Deus em termos humanos. Como um escritor disse, se você ler o Antigo Testamento, pode concluir que Deus é uma espécie de “ser humano magnífico,” porque a celebração de sua personalidade é colocada em termos que o relacionam ao homem porque ele tem muito de um Deus que se relaciona. Por exemplo, os escritores do Antigo Testamento falam de Deus falando, Deus ouvindo, Deus vendo, Deus cheirando, Deus respirando. Até Isaías 5, versículo 26, fala de Deus como assobiando. Eles falam de Deus como tendo um coração. Eles falam da face de Deus, dos olhos de Deus, dos ouvidos de Deus, das narinas de Deus, das mãos de Deus, das pernas de Deus, dos pés de Deus, dos braços de Deus. Eles dizem que ele anda. Ele vai para a guerra. Falam de seu amor e ódio, apelos, condenação, choro, riso, consolo e cuidado. E tudo isso é para envolver Deus em um pacote que é identificado como pessoa. Deus é uma pessoa. E assim, ele é descrito quase como se ele fosse um ser humano magnífico. Dizem que Moisés falou com Deus face a face. Que Moisés falou com Deus boca a boca. Em Êxodo 33.11 diz: "Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo." Muito pessoal, muito íntimo.
No Salmo 18, acho que encontramos uma das mais magníficas, majestosas e emocionantes indicações do envolvimento pessoal de Deus na vida de um dos seus. Olhe comigo para o Salmo 18, porque acredito que esta é uma verdade rica que deve ser capturada em seu coração e mente. No Salmo 18, pegando o texto no versículo 6, encontramos o salmista em grande angústia. E em sua aflição, ele diz: “Eu invoquei o Senhor.” Esta não é uma relação de medo. Esta é uma relação de amor e assistência. Então, “ele invocou o Senhor e clamou ao meu Deus por ajuda,” diz ele. “Na minha angústia, invoquei o SENHOR; gritei por socorro ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu a minha voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.” Agora, aqui está o salmista, no meio da dificuldade, tentando meio que resolver as vicissitudes de sua própria vida. E ele clama a Deus por ajuda. E você poderia, por favor, observar a resposta: Então, a terra se abalou e tremeu, vacilaram também os fundamentos dos montes e se estremeceram, porque ele se indignou. Das suas narinas subiu fumaça, e fogo devorador, da sua boca; dele saíram brasas ardentes. Baixou ele os céus, e desceu, e teve sob os pés densa escuridão. Cavalgava um querubim e voou; sim, levado velozmente nas asas do vento. Das trevas fez um manto em que se ocultou; escuridade de águas e espessas nuvens dos céus eram o seu pavilhão. Do resplendor que diante dele havia, as densas nuvens se desfizeram em granizo e brasas chamejantes. Trovejou, então, o SENHOR, nos céus; o Altíssimo levantou a voz, e houve granizo e brasas de fogo. Despediu as suas setas e espalhou os meus inimigos, multiplicou os seus raios e os desbaratou. Então, se viu o leito das águas, e se descobriram os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, SENHOR, pelo iroso resfolgar das tuas narinas. Do alto me estendeu ele a mão e me tomou; tirou-me das muitas águas. Livrou-me de forte inimigo e dos que me aborreciam, pois eram mais poderosos do que eu. Assaltaram-me no dia da minha calamidade, mas o SENHOR me serviu de amparo. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me” – e aqui está o pensamento mais importante – “porque ele se agradou de mim.”
Isso é relacionamento. E aqui está um homem que estava se relacionando com Deus. E quando esse homem clama a Deus, todo o universo entra em trauma, pois Deus age em favor de seu único filho amado. Esse é o tipo de Deus que temos. Não é uma entidade sem atributos, indiferente, mas um Deus que ama e cuida a ponto de mover o céu e a terra, se necessário, para erguer um dos seus amados filhos.
No Salmo 56, no versículo 8, o salmista diz que Deus colocou suas lágrimas em uma garrafa. A palavra para garrafa é a palavra para odre. Um odre é um recipiente grande, e o salmista dizia que Deus é tão compassivo que recolhe todas as minhas lágrimas e as mantém em odres. E esse odre deve ter sido grande, porque o salmista derramou muitas lágrimas. Que tipo de Deus é esse que coleta as lágrimas de seus amados filhos e as mantém como um memorial à sua dor, seu pesar, e sua tristeza? É um Deus compassivo. É um Deus que se importa, um Deus amoroso, um Deus pessoal, que, embora não seja simplesmente um ser humano magnífico, pode ser mencionado em termos que transmitem seu toque pessoal.
Deus é pessoal, e ele tem um relacionamento permanente conosco, e nós experimentamos a plenitude disso todos os dias de nossa vida e do bem que fazemos. Pois, se ele não estivesse agindo em nós, não poderíamos trabalhar de modo algum para sua glória e seu louvor. De fato, todo o esforço do versículo 12, se você está olhando para Filipenses 2, todo o esforço do versículo 12 seria inútil se não fosse pelo versículo 13. “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.” Esse desenvolvimento seria impossível se não fosse pelo fato de que no versículo 13 diz: "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." E o equilíbrio maravilhoso da vida espiritual, crescimento espiritual e santificação é que o cristão está trabalhando o exterior enquanto Deus está trabalhando o interior. Esse é o equilíbrio perfeito. Exige tudo de mim, como vimos, mas exige tudo dele. E todos nós, sozinhos, não conseguiríamos absolutamente nada.
Mas quão maravilhoso é que o nosso Deus trabalha em nós para realizar sua própria vontade, para efetuar aquilo que ele exige. Essa é a glória da vida cristã, que Deus nos chama para obedecer, e então Deus produz essa obediência em nós. Deus nos chama à santidade, e depois efetua essa santidade em nós. Deus nos chama para servir, e depois mobiliza esse serviço em nós pelo seu próprio poder e presença. Seu crescimento espiritual, e seu progresso em direção à maturidade, e sua santificação, e seu movimento em direção à semelhança de Cristo exige tudo o que você é, mas também exige tudo o que Deus é em você. E essa é a singularidade do cristianismo, Cristo em você: a esperança da glória. Deus morando no crente. E é assim que vivemos nossa vida cristã.
Agora, lembre-se que o versículo 12 falou sobre o trabalho cristão. E agora, versículo 13, vamos falar sobre Deus operando. E quando olhamos para o versículo 13, parece uma afirmação simples, mas carregada de verdade profunda. Veja o versículo 13: "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” Eu li isso repetidas vezes, e começou a ocorrer em mim que há pelo menos cinco verdades fundamentais sobre Deus que devemos entender, que farão com que essa afirmação realmente ganhe vida. “Deus efetua em você,” que afirmação, que realidade incrível. Deus diz: "Sem mim vocês não podem fazer nada, absolutamente nada.” É Deus quem tem de fazer tudo. Em João 15.4, Jesus disse: “Se você tentar produzir algo, você deve estar ligado à videira, porque se você não permanecer na videira, você não tem nenhuma fonte de vida para produzir frutos, sem mim você não pode fazer nada. Em 1Coríntios, capítulo 12, quando o apóstolo Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, esboça os assuntos dos dons e ministérios espirituais, no versículo 6, ele diz: “E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.” Tudo o que está sendo produzido em sua vida é para a glória dele, ele está produzindo. Ele está trabalhando em você, em mim, em todos os seus filhos. É por isso que 2Coríntios 3.5 diz: “não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus. Ele está trabalhando em nós.” Que pensamento!
Agora, quero que você se concentre em cinco elementos desse pensamento. Muito simples, e todos eles se concentram em quem opera em nós. Primeiro, vamos observar a pessoa dele, a pessoa dele. Diz, no versículo 13, que é Deus quem está no trabalho. Ele é Deus. Literalmente, o grego diz: "Deus é quem está trabalhando.” Ninguém mais além de Deus. A ênfase está em Deus. A verdade absolutamente inacreditável de que aquele que está em ação em nós é Deus, o próprio Deus, que criou o universo. Ele é tão pessoal, tão íntimo, que literalmente trabalha em nós. Nós não dependemos de nossos recursos humanos, embora Deus tenha nos dado muito em termos de criação, e muito em termos de criação redimida para trabalhar. Ainda não dependemos de nossos recursos humanos. Nós não dependemos nem mesmo de nossos irmãos e irmãs em Cristo, embora o corpo de Cristo tenha um ministério maravilhoso para si mesmo, e estamos em grande dívida para com aqueles que nos servem no corpo pelo uso de seus dons e através da comunhão e ministério, que nos estimula a amar e realizar boas obras. Nem somos dependentes dos santos anjos que são enviados como espíritos ministradores com o propósito de ministrar aos filhos de Deus, Hebreus 1.14.
Por mais maravilhoso que seja humanamente ter talentos, tão importante quanto ser parte do corpo de Cristo e ter assistência angelical, isso não realizará a obra. Não é que dependamos de pastores e mestres humanos que nos ensinaram a Palavra de Deus e nos alimentaram como ovelhas, e nos conduziram como pastores. Por mais maravilhoso que seja, por mais abençoado que seja o fato de ter esse tipo de pessoa nos ministrando, a chave para nosso progresso espiritual é que é Deus quem está trabalhando em nós. Eu sou grato porque existem outros crentes trabalhando em nós. Eu sou grato porque existem anjos trabalhando para nós. Sou grato aos pastores e professores que estão trabalhando, por assim dizer, para nos moldar. Mas a emoção de todas as emoções é que é Deus quem opera em nós. O próprio Deus está operando nossa santificação.
É por isso que a santificação não pode ser dissuadida. O mesmo Deus que justifica, que forjou a justificação, realizará a santificação. Há uma inevitabilidade inegável lá. É Deus quem está no trabalho. O Deus imutável, glorioso, soberano, majestoso, justo, santo, gracioso e misericordioso; o Deus que governa todas as coisas e sempre realiza sua vontade nunca é frustrado, sempre faz o que ele deseja. O Deus que nunca é frustrado está trabalhando em nós.
Veja, isso é o que levou o salmista a dizer, no Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor.” É aí que a ênfase deveria estar. Não é o Senhor o meu pastor, mas o SENHOR é o meu pastor. Há muitos pastores neste mundo; o salmista diz: “o Senhor é meu.” Deus opera em mim, e é por isso que nada me faltará, porque ele me faz deitar em pastos verdes, ele me conduz a águas tranquilas, ele restaura minha alma. Toda necessidade é satisfeita porque o Senhor é meu pastor. Essa é a grande verdade do cristianismo. No salmo 27, o salmista diz: "O Senhor é minha luz e minha salvação” - então eu amo isto - "O Senhor é a fortaleza da minha vida.” O Senhor é a fortaleza da minha vida. Sua pessoa, é onde Paulo começa. Ele é Deus. Isso deve estar em negrito, sublinhado, com três pontos de exclamação.
Verdade inimaginável para um mundo pagão, inimaginável dizer que Deus opera em você, Deus que nos ama com um amor eterno, Deus que nos guarda com uma bondade eterna, Deus que nos mantém com uma aliança eterna baseada em promessas eternas, Deus, cujos dons e os chamados são sem arrependimento, Deus que diz a quem ele justifica ele glorifica, Deus que nos vê até o fim, Deus que é sem fim, inabalavelmente se compromete conosco para suprir todas as nossas necessidades em Cristo Jesus, esse Deus é o único em nós. Ele é a força da nossa vida, o Deus que fez o mundo, o Deus que sustenta o mundo pela palavra do seu poder, o Deus que é soberano sobre tudo por toda a eternidade, ele vive em nós. Isso é realmente uma realização surpreendente.
Eu amo um pequeno parágrafo escrito por WH Griffith Thomas. Ele diz isto: “Deus é a resposta para todas as questões da mente, para todo temor tremendo do coração, para toda fraqueza do apetite e para todo forte furacão da tentação. A alma, a alma individual solitária, não sabendo de onde veio, sabendo quase tão pouco para onde vai, confrontando a questão da fraqueza, do pecado, da morte, da eternidade, os problemas profundos, e profundos do mal moral, só podem ser respondidos por um que é todo suficiente, o monossílabo abrangente Deus. Essa é a nossa âncora. Deus nos fez. Deus conhecia nossa constituição. Deus conhecia nosso ambiente. Deus conhecia nossa tentação, as tentações que nos atacariam, e mesmo assim Deus nos redimiu para si mesmo e nos fez seus pelo sangue de Cristo. Agora, se Deus é um ser de perfeita benevolência, ele não pode ter feito muito sem assumir para si mesmo a responsabilidade de realizar o objeto das lágrimas, anseios e orações que ele colocou por suas próprias mãos dentro de nossa natureza. E, portanto, devemos lançar sobre ele a responsabilidade de nos tornar inocentes, símplices e irrepreensíveis perante ele.”
Que pessoa vive em nós! E como Griffith Thomas corretamente diz, o Deus que nos criou e o Deus que nos fez seus deve ter assumido a responsabilidade de nos tornar o que ele queria que fôssemos. Quem é este? Deus em nós.
Em segundo lugar, Paulo reflete em seu poder, não somente sua pessoa. Ele diz que é Deus quem está em operação, energeō, de onde temos a palavra energia, no grego. Significa fornecer poder ou operar efetivamente. Para simplificar, é a palavra "o energizador.” Deus é o energizador. Pois Deus é o energizador. Ele é aquele cujo poder dirige nossa santificação. Veja, na carne não podemos fazer absolutamente nada, mas o poder dele nos leva à semelhança de Cristo. Seu poder compele a justiça e controverte o pecado. É por isso que somos sustentados. É por isso que podemos dizer que estamos eternamente seguros em Cristo. Por quê? Porque o poder dele continua a nos levar à glorificação. Seu poder expulsa o pecado e convida a santidade. Nós perseveramos porque somos energizados por ele. E quanto poder ele tem? Ele tem todo o poder. Ele é o Deus onipotente. Há algo muito difícil para ele fazer? Ele tem todo o poder. Ele comprometeu esse poder a Cristo, e Cristo disse: "Eu tenho todo o poder no céu e na terra." E assim, temos a tremenda percepção de que somos energizados por Deus, e que não há limite para a sua energia, e que se ele nos salvou para nos santificar, então isso acontecerá. Ele nos moverá em direção à semelhança de Cristo. Sua energia vai completar isso. Essa é a promessa dele.
E há tanto poder disponível que Paulo pode dizer, em Efésios 3.20: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em” - em quem? - "nós." Talvez fosse mais compreensível se tivesse dito: “Ora, àquele que é capaz de fazer muito abundantemente acima de tudo que podemos pedir ou pensar de acordo com o poder que opera no céu, ou o poder que opera em Cristo, ou o poder que opera no Espírito Santo, mas o poder que opera em nós.” Deus pode realizar e realiza por intermédio de você aquilo que é inimaginável, impensável, além de sua capacidade de planejar, raciocinar ou sonhar. Ele está efetuando o processo de santificação.
Há uma certa soberania nisso, existem pontos diferentes ao longo do caminho em que todos nos encontramos. E nós não sabemos todas as razões de Deus para algumas das viagens aparentemente complicadas que alguns estão tomando no processo, mas, no entanto, é minha firme convicção de que Deus efetua a santificação na vida, que há um padrão de progresso que Deus está operando para agradar a si mesmo, como notamos, e ele é o poder por trás disso. “Tudo posso naquele que me fortalece,” diz Paulo, Filipenses, capítulo 4. Deixe-me dar-lhe uma ilustração. Volte ao capítulo 29, de 2Crônicas, e eu quero mostrar-lhe um momento interessante na história do povo de Deus, Judá, e mostrar a você uma analogia muito boa para lhe ajudar a ver este retrato de como Deus atua. Ezequias tornou-se rei; o versículo 1 diz, de 2Crônicas 29, ele era rei de Judá. Ele tinha apenas 25 anos quando se tornou rei. E ele reinou por 29 anos em Jerusalém. O versículo 2 caracteriza sua vida, e é uma caracterização maravilhosa. "Ele fez o que era bom aos olhos do Senhor, de acordo com tudo o que seu pai Davi tinha feito." Foi um bom rei. Ele foi um nobre rei. Ele foi um homem piedoso. Agora, quando ele ascendeu para governar entre o povo de Deus, ele considerou essencial que eles tivessem suas vidas espirituais juntas.
E assim, ele começou no topo, e no primeiro ano de seu reinado, no versículo 3, no primeiro mês, ele abriu as portas da casa do Senhor e as reparou. Houve um verdadeira ignorância para com as coisas de Deus e todo o povo de Deus havia caído em pecado e idolatria, uma história trágica. Aqui vem Ezequias, um homem piedoso, ele abre as portas da casa do Senhor, ele as conserta, ele está reinstituindo a adoração, e então ele faz o seguinte: ele trouxe os sacerdotes e os levitas, reuniu-os na praça no leste, todos aqueles que eram responsáveis pela liderança religiosa da nação, ele reuniu. Ele lhes disse: “Ouvi-me agora, levitas! Consagrai-vos e consagrai a casa do Senhor, o Deus de vossos pais, e tirai as impurezas do santuário.” Limpem este lugar e limpem a vida. Uma abordagem direta e certa. E ele começou com uma liderança religiosa. Ele diz: “Nossos pais foram infiéis e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor nosso Deus, e o abandonaram, e viraram o rosto para longe da morada do Senhor e viraram as costas. Também fecharam as portas do alpendre, apagaram as lâmpadas, e não queimaram incenso nem ofereceram holocaustos no santo lugar ao Deus de Israel. Portanto, a ira do Senhor foi contra Judá e Jerusalém e ele fez deles um terror, horror e assobio, como você vê com seus próprios olhos. Porque eis que nossos pais caíram à espada, e nossos filhos, nossas filhas e nossas mulheres estão por isso em cativeiro. Agora tenho no coração o propósito de fazer um pacto com o Senhor, Deus de Israel, para que se desvie de nós o ardor da sua ira.”
Então, ele diz: “Meus filhos, não sejam negligentes agora, pois o Senhor os escolheu para estarem diante dele, para ministrar a ele e para ser seus ministros e queimar incenso.” Então, todos os sacerdotes e todos os levitas estão reunidos, e ouviram que é hora da consagração espiritual. E eles fizeram isso. Eles começaram, diz o versículo 17, no primeiro dia do primeiro mês. E se você for até o versículo 20, depois da consagração dos sacerdotes e dos levitas, o rei Ezequias se levantou cedo, reuniu os príncipes da cidade e subiu à casa do Senhor. Agora, ele se afasta dos líderes religiosos para os líderes reconhecidos nacionalmente, para o resto dos líderes. E ele diz: é hora de vocês entrarem em sintonia espiritual com Deus, e é hora de vocês fazerem sacrifícios e ofertas pelo pecado. E houve um tremendo abate. E se você quiser saber a extensão dessa consagração, você precisa simplesmente ir ao versículo 32: “O número dos holocaustos que a congregação trouxe foi de setenta bois, cem carneiros e duzentos cordeiros; tudo isto em holocausto para o SENHOR. Também foram consagrados seiscentos bois e três mil ovelhas,” este é um verdadeiro massacre de animais. “Os sacerdotes, porém, eram mui poucos e não podiam esfolar a todos os holocaustos; pelo que seus irmãos, os levitas, os ajudaram, até findar-se a obra e até que os outros sacerdotes se santificaram; porque os levitas foram mais retos de coração, para se santificarem, do que os sacerdotes. E havia também muitos holocaustos com a gordura das ofertas pacíficas, e com as libações para o holocausto, e assim se estabeleceu novamente o culto da casa do Senhor. Então, Ezequias e todo o povo se alegraram com o que Deus havia preparado para o povo porque a coisa aconteceu de repente.” Quer dizer, foi um reavivamento instantâneo.
Agora, temos a liderança que foi cuidada. Você vem ao capítulo 30, siga isto: “Ezequias então enviou a todo o Israel e Judá,” agora todo mundo, “e escreveu cartas a Efraim e Manassés também para que eles viessem à casa do Senhor em Jerusalém para celebrar a Páscoa para o Senhor Deus de Israel.” Agora, ele está realmente pedindo que a Páscoa seja reintegrada em sua plenitude. Tinha sido minimamente celebrada nos últimos anos, e ele quer toda a nação ali, como Deus prescreveu. E esta é realmente a obra de Deus. Deus, por intermédio de Ezequias, está chamando todo o povo. Versículo 6: “Os mensageiros deviam dizer, ó filhos de Israel, voltem ao Senhor Deus de Abraão, Isaque e Israel.” Esse é o chamado por um reavivamento espiritual. Versículo 8: “Não endureçais, agora, a vossa cerviz.” Versículo 9: “Porque, se vós vos converterdes ao Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia perante os que os levaram cativos e tornarão a esta terra; porque o Senhor, vosso Deus, é misericordioso e compassivo e não desviará de vós o rosto, se vos converterdes a ele.” Então, ele está chamando para o avivamento.
Agora, observe, aqui está a chave, os mensageiros saem, versículo 10, por todo lugar, e então você chega ao versículo 12. Siga isto: “Também em Judá se fez sentir a mão de Deus, dando-lhes um só coração, para cumprirem o mandado do rei e dos príncipes, segundo a palavra do Senhor.” Isso não é interessante? Não é uma declaração fascinante? O rei e os príncipes estavam comandando o povo para retornar a Deus, porque era a palavra do Senhor para eles. Deus diz para o povo: “retornem a mim,” e então o versículo 12 diz: “então Deus lhes deu um coração para fazê-lo.” Maravilhoso, não é mesmo? Deus, portanto, energiza o cumprimento de sua própria ordem, que modelo perfeito. Deus se move poderosamente para produzir o que ele exige. Esse é o incrível mistério da vida cristã: que Deus está realizando no crente o que ele está ordenando ao crente. Você diz: "Como você entende isso?" Eu não entendo, exceto que é simplesmente afirmado. Eu não consigo entender isso. Eu não posso fazer uma linha divisória entre o que é Deus e o que é eu, e quanto Deus pode fazer se eu cooperar, e o quanto ele não pode fazer se eu não o fizer. É mistério. Mas está claro nas Escrituras que tudo o que deve ser feito em minha vida, em resposta ao mandamento de Deus, ele precisa energizar. Ele é forte. É poderoso. E o seu poder opera para efetuar o que ele ordena.
Volte então para Filipenses, capítulo 2, e vamos olhar para um terceiro fator muito importante para entendermos o que está operando em nós. Vimos, em primeiro lugar, que sua pessoa como Deus, seu poder, ele está energizando todo o nosso desenvolvimento espiritual. Nós vamos do seu poder para, em terceiro lugar, a sua presença, e isto irá tocar no que já dissemos na introdução. Versículo 13: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar.” Oh, que ótima declaração. Deus em vocês. Ele não está operando sobre vocês, ele não está operando para vocês, ele está operando em vocês. Que realidade profunda.
Você se lembra em Atos 1.8, onde Jesus disse aos apóstolos: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia, Samaria e até aos confins da terra.” Quando o Espírito de Deus fixava residência, havia poder. Deus vive em nós em seu Espírito. Essa grande verdade, penso eu, foi particularmente importante por algum motivo para a igreja de Corinto, porque Paulo disse isso a eles por pelo menos três vezes. Em 1Coríntios, capítulo 3, e versículo 16 ele diz: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.” Vocês são templo de Deus, é em vocês que Deus vive. Que coisa! E então ele diz, no versículo 17: “o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.” Versículo 16: "Sois santuário de Deus." É isso o que você é, Deus vive em você. O versículo 17 repete o mesmo pensamento.
No capítulo 6, e versículo 19, ele diz: "Vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus." Agora, em 1Coríntios 3, ele está falando coletivamente; a igreja como um todo é o templo de Deus. Em 1Coríntios 6.19, ele está falando individualmente; todo cristão, como um crente individual, é o templo de Deus. Ele vive em nós como indivíduos, então ele vive em nós coletivamente. E então, em sua segunda carta aos coríntios, capítulo 6 e versículo 16, Paulo diz isto: “Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” Que pensamento! Deus diz: “ nunca te deixarei ou te abandonarei.” Deus diz: "Eu estou contigo sempre, até o fim dos tempos.” Paulo diz: "Não andem ansiosos por nada” - por quê? "O Senhor está perto." Ele está presente, é eminente.
Você entende o que o salmista tinha em mente quando disse a respeito de Deus: “Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos,” Salmo 139, versículo 3? “Deus, tu estás sempre aí. Tu estás sempre presente em mim.” Nunca há um momento da sua existência desde o momento em que você dá a sua vida a Cristo, até que você o encontre face a face, que Deus não esteja com você, que ele não esteja por perto. Você tem a presença dele. Isso tem uma conotação negativa em 1Coríntios 6. Paulo diz: “Se você se unir a uma prostituta, você une Cristo a uma prostituta.” Você diz: "Bem, agora é Cristo em mim ou é Deus em mim?" E a resposta é afirmativa. O Espírito de Cristo é Deus. "Bem, não é o Espírito Santo em mim?" O Espírito Santo é o Espírito de Deus. O Espírito de Cristo é o Espírito Santo que é o Espírito de Deus que é Deus. É o mesmo. É Deus na forma do seu Espírito que habita em você. E sempre presente, sempre apoiando, sempre sustentando, sempre defendendo, sempre suprindo, sempre fortalecendo, sempre protegendo, nunca fora de seu cuidado, sempre produzindo, efeitos santificadores em sua vida. É por isso que ele recebe todo o crédito, porque ele está fazendo todo o trabalho.
Romanos 11.33: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus, quão inescrutáveis são os seus juízos e insondáveis os seus caminhos, pois quem conheceu a mente do Senhor ou se tornou seu conselheiro?” Deus está trabalhando de forma independente. Deus está trabalhando de maneiras além de nossa capacidade de entender, sempre e sempre consistentemente em nós, cuidando de todas as necessidades. Sua presença é infinita. Sua compreensão é infinita. Sua sabedoria é infinita. E ele vive em nós! Ele é santo, então ele sempre faz o que é certo. Ele é amoroso, por isso ele está sempre preocupado com o nosso melhor. Ele é gracioso, por isso ele sempre perdoa. Ele é misericordioso, por isso ele sempre retém a plenitude do julgamento. Ele é justo, por isso ele é sempre justo. Ele é generoso, por isso ele sempre dá mais do que o suficiente. Podemos contar com ele. Deus não está distante. Deus não está longe, como os deuses dos pagãos. Deus está aqui, vivendo em nós.
E eu vou lhe dizer uma coisa, amado, Deus não iria em grande medida justificar-nos para depois nos abandonar. “Tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne.” Gálatas 3.3. Então, tendo começado no Espírito, somos aperfeiçoados no Espírito. Tendo começado com o poder de Deus, somos sustentados pelo poder de Deus. Tendo sido justificados pelo poder de Deus, somos santificados pelo poder de Deus. E ele vive em nós! E é por isso que acredito que o processo não pode ser, não pode ser interrompido. O pecado em nossa vida, de alguma forma, de alguma maneira, diminui a velocidade, mas Deus efetua o trabalho progressivo por meio da bênção ou da correção. Hebreus 12 diz que às vezes ele tem de nos disciplinar, mas isso é para nós participarmos de sua santidade, produzir o fruto pacífico da justiça. Assim, seja por meio da bênção ou da correção, ele sustenta sua obra santificadora por sua presença, nos levando a uma maior maturidade espiritual. Então, sua pessoa é poder e presença.
Em quarto lugar, Paulo fala do propósito de Deus, e este é o coração do que eu quero que você compreenda do ponto de vista prático nesta manhã. O propósito de Deus, o que é isso? Bem, ele está tentando produzir algo muito específico em nós. O que é? Ele está operando em nós tanto o querer quanto o efetuar. O que isso significa? Bem, esta frase “tanto o querer quanto o efetuar” é mais bem observada como uma referência para nós, e não para Deus. Ele está trabalhando em você para fazer com que você deseje e trabalhe para o prazer dele. Em outras palavras, há duas coisas que Deus quer energizar em nós: nossa vontade e nosso trabalho. Desejo e ação; esses são vitais e básicos.
Primeiro, vamos falar sobre essa ideia de trabalhar em nós para o querer. Ele quer que façamos o que é certo, que queiramos o que é certo, desejemos o que é certo. Então ele trabalha em nosso querer, em nossa vontade, em nossos desejos. Você se lembra do Salmo 110.3, que diz: “Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no dia do teu poder.” Quando seu poder se move em nós, ele nos torna desejosos. Ele está trabalhando para nos fazer querer fazer o que é certo. Veja, todo comportamento surge a partir da sua vontade; tudo surge do seu querer, seu anseio, seus desejos, sua intenção. De fato, o verbo “querer” é thelō, é o verbo que significa intenção ou inclinação. Um léxico diz que é uma vontade que está numa operação sem precedentes. Eu acho que foi assim que ele disse. Em outras palavras, não é o desejo da paixão. Não é o desejo da luxúria. Não é o desejo ou o desejo caprichoso da emoção. É a vontade não superada que é a intenção planejada, designada e estudada. Deus quer produzir em nós a intenção apropriada, a inclinação apropriada, o desejo apropriado para o que é certo.
Isso não é novidade. Você novamente pode voltar ao Antigo Testamento. Você pode se lembrar de Esdras 1, versículo 5, diz: “Então, se levantaram os cabeças de famílias de Judá e de Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a Casa do Senhor.” Deus começou agitando a vontade deles, estimulando o desejo deles. Isso faz parte da obra energizante de Deus. No capítulo 7, essa mesma ideia é usada em Esdras, versículo 27: “Bendito seja o Senhor, Deus de nossos pais, que deste modo moveu o coração do rei.” Deus opera em você em sua vontade, para produzir a intenção, a inclinação, a vontade de fazer o que ele deseja. É aí que ele começa seu trabalho interno, operando em seus desejos. Porque o que você faz e o que eu faço é um produto do que desejamos. Lembra-se de Provérbios 21.1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor. Ele o inclina para onde quer que deseje.” Ele toma o seu coração e ele o transforma para fazer com que você queira o que é certo, para querer o que é bom, para querer o que é desejo dele.
Como ele consegue fazer isso? Como ele faz isso? Deixe-me dar dois fatores, ok? Muito importante. Eu acredito que há duas coisas que Deus produz em você para mover sua vontade. Um é o descontentamento S-A-N-T-O, o descontentamento santo. O que isso significa? Significa simplesmente que você está descontente com sua santidade. Há um descontentamento justo, não um descontentamento profano, isso é pecado; mas um descontentamento santo com o presente estado espiritual. Em outras palavras, Deus faz você não gostar da sua atual fraqueza espiritual. Você já experimentou isso? Paulo colocou desta maneira: “Miserável homem que eu sou,” Romanos 7.24. Isso é descontentamento santo. Não é estar descontente com suas circunstâncias na vida ou com as condições em que Deus o chamou para viver; é estar descontente com o seu pecado. E creio que a obra convincente de Deus em sua vida é suscitar um descontentamento santo sobre o seu pecado.
Você já ficou exasperado com o seu pecado? Você já chegou ao lugar onde você encontra lágrimas em seus olhos porque está tão doente e cansado do mesmo pecado? Você está tão cansado de lutar as mesmas batalhas? Esse é um descontentamento santo que Deus está produzindo enquanto trabalha em sua vontade. Ele quer que você odeie o pecado.
A segunda coisa que ele produz ao trabalhar em sua vontade é uma santa aspiração. Esse é o outro lado, um anseio por algo melhor, um anseio por algo mais puro, um anseio por algo santo, um anseio por algo justo, um anseio por algo verdadeiro, um desejo de ser como Cristo, um anseio de ser piedoso, um desejo de ser virtuoso, desejo de ser vitorioso. E às vezes você está lendo sobre um personagem da Bíblia, e seu coração fica cheio de uma aspiração de ser como Paulo, ou ser como Pedro ou ser como João. Ou, às vezes, você está lendo uma biografia missionária e se sente tão inferior e superficial porque o nível de sua dedicação parece tão baixo quando comparado com algumas das grandes pessoas que Deus usou. E isso se torna uma santa aspiração, santo descontentamento e santa aspiração.
E é aí que tudo começa. E eu acredito que essa é a obra de Deus em você produzindo isso. Simplificando, ele produz um ódio pelo pecado e um amor pela justiça. É por isso que, se você quiser saber se alguém é realmente cristão ou não, pode ver essas duas coisas. Eles odeiam o seu pecado e amam a justiça? Existe um descontentamento santo e um anseio por algo muito mais puro do que o que eles estão experimentando? Essa é a obra do Deus que habita em nós, o Espírito Santo trabalhando em sua vontade.
Se você quiser ver uma ilustração perfeita, veja o capítulo 3, de Filipenses. E aqui você vai ver o descontentamento santo e a santa aspiração se unirem. Versículo 12, Paulo diz: "Não que eu o tenha já recebido,” isto é, que já tenha obtido a perfeição espiritual, alcançado o pleno conhecimento de Cristo, a completa expressão de seu poder, a completa comunhão em seus sofrimentos, já esteja totalmente conformado à sua morte, já tendo atingido a ressurreição, não. Não como se eu tivesse atingido ou já tenha me tornado perfeito. Não, ele diz. Isso é descontentamento santo. Eu não me tornei perfeito. Então, ele diz: “Irmãos, versículo 13: “quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado.” Não cheguei lá. Isso é descontentamento santo. É por isso que ele diz no versículo 10: "para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte, eu ainda não estou lá.” Isso é descontentamento santo.
Mas olhe para a santa aspiração, no versículo 12: “ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.” Versículo 13: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." Santo descontentamento, não estou lá, não cheguei. Santa aspiração, prossigo e prossigo. Agora, é isso o que Deus deseja trabalhar na sua vontade, de modo que você queira aquilo que é certo por ter uma repulsa em relação ao que está errado e uma aspiração ao que é certo.
Assim, o propósito de Deus é trabalhar na sua vontade, meu irmão. Mas, em segundo lugar, ele trabalha em você, energizando você tanto para a vontade como para o trabalho, ou literalmente para fazer. E é a palavra energeō novamente, a mesma palavra traduzida por “efetuar” aqui. Ele energiza você para ser energético. Ele energiza você, ele trabalha em você, então você vai trabalhar, não apenas querer, mas trabalhar o comportamento piedoso. Você começa com um descontentamento santo, e isso leva à santa aspiração, e isso leva à santa decisão, o que significa que eu farei o que é certo, e isso leva ao trabalho santo. Esse é o processo. Esse é o processo. O descontentamento santo, a santa aspiração, a santa determinação em que o compromisso é feito, produz um trabalho santo. E é isso que Deus está fazendo em você. Ele está trabalhando em sua vontade, e ele está operando em seu trabalho para que você faça e fará o que é certo. Que grande promessa, amado. Deus está trabalhando em nós. Lembra daquele pequeno aviso que você viu alguns anos atrás: “Por favor, seja paciente. Deus ainda não terminou seu trabalho em mim?” Grande verdade nisso. A verdade subjacente é que Deus está trabalhando em nós. E somente Deus pode energizar fins espirituais, resultados espirituais.
Então, vemos a sua pessoa, o seu poder, a sua presença, o seu propósito, por fim a sua boa vontade. Isso é esmagador. Isso é simplesmente incompreensível. Por que Deus está fazendo isso? O final do versículo 13: “segundo a sua boa vontade.” Você entende que quando você quer e faz o que é certo, isso agrada a Deus? Você entende que há tanto de um relacionamento entre você e Deus que você pode, em certo sentido, trazer-lhe prazer? A palavra eudokia significa satisfação. Deus opera em nós para querer e efetuar para o seu bom prazer. Ele quer que façamos o que lhe agrada. É isso que significa. Ele quer que façamos o que lhe agrada. A coisa fundamental que me impressiona é que algo que eu possa fazer possa satisfazê-lo. Ele já não é infinitamente e perfeitamente satisfeito? Há alguma maneira em que ele sente prazer quando estou desejoso e trabalhando por sua causa.
Você se lembra de Lucas 12.32? Jesus olhou esse grupo diversificado de discípulos de fé fraca e disse: “porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” Essa não é uma declaração esplendida? Você a compreenderia se ele tivesse dito: “Bem, o Pai cedeu e decidiu que ele lhes daria o reino de qualquer maneira, mas ele está chateado com isso.” Não. É o prazer de seu Pai dar-lhe o reino.” Ele é um Deus de amor. Ele é um Deus de compaixão. Ele é um Deus de graça e misericórdia, e vocês é muito querido por ele. E quando você vai e efetua o que ele quer, ele fica satisfeito. E essa não é a essência de um relacionamento? Dar-se um ao outro para que haja satisfação. Ele quer o seu melhor porque o seu melhor é o que mais lhe agrada. Ele tem prazer em você. Ele tem prazer em mim. E o que ele quer produzir em nós é para sua própria satisfação.
Não é uma grande reflexão pensar que posso trazer satisfação ao coração de Deus? Pense nisso. John MacArthur, você pode fazer algo, você pode querer alguma coisa, você pode ser o tipo de pessoa que poderia trazer satisfação ao coração de Deus. Ouça, eu não poderia fazer isso na minha carne. Mas Deus pode operar em mim para querer e efetuar o que será para o prazer dele. Eu não sei quanto a você, mas eu acho que a coisa mais maravilhosa sobre qualquer relacionamento é que você traria satisfação para a outra pessoa, não é mesmo? De que adianta um relacionamento se tudo que você traz é dor? Quem precisa disso? Se tudo que você traz é pesar. Mas o que todo mundo quer de um relacionamento é satisfação e prazer. E Deus diz que você pode lhe oferecer isso. Coisa maravilhosa que Paulo está dizendo aqui. O cristão está agindo com o máximo esforço e Deus está operando para realizar o seu prazer.
Ouça, deixe-me levar isso a uma conclusão. Nós, de todas as pessoas na face desta terra, somos tão singularmente abençoados porque Deus opera em nós. Que coisa! Essa é a diferença do cristianismo. E esse é o equilíbrio. Requer tudo de nós e tudo dele. Uma pessoa que está sendo renovada pelo Espírito de Deus não está em um estado de rendição passiva, mas está ativamente engajada em servir, trabalhar, vestir o novo homem e matar a carne. A vida cristã é descrita como uma corrida, como uma guerra e como uma luta. Somos chamados a ser cuidadosos para nos aplicarmos às boas ações, Tito 3.8. A Bíblia diz que o diabo é um inimigo a ser resistido, Tiago 4.7. Devemos constantemente esmurrar nossos corpos, para não sermos desqualificados no serviço espiritual. E lemos que, mesmo quando se trata de descansar, em Hebreus 4.11, devemos nos esforçar ou agonizar para entrar em descanso. É preciso tudo que você é como cristão, tudo o que você é. Você não é apenas um pedaço de barro passivo. Não é apenas "descanse e deixe Deus fazer.” É olhar com cuidado como você anda, Efésios 5.15.
TC Hammond resumiu bem nesta breve declaração. “Enquanto o Novo Testamento enfatiza que a obra da graça é de Deus e não da nossa capacidade inerente, e até agora dá apoio à posição quietista, ela é igualmente enfática no fato de que Deus opera em nós ou conosco, e assim faz justiça à verdade residente no pietismo. Combinando ambas as ideias, corrige os erros residentes em ambas.” Você se lembra de onde começamos tudo isso? O quietista diz "não faça nada.” O pietista diz "faça tudo.” Deus diz: "Você faz tudo e eu faço tudo, e vamos efetuar a santificação.”
Enquanto terminamos, deixe-me fazer uma pergunta pessoal, que só você pode responder. Deus está trabalhando em você agora mesmo se você é um cristão. O que ele está trabalhando para fazer você querer e efetuar? Já pensou sobre isso? O que ele quer que você faça? O que ele quer que você faça? Que hábito ele quer que você mude? Que relacionamento ele quer que você conserte? Que relacionamento ele quer que você rompa? Que relacionamento ele quer que você cultive? Que hábito ele quer que você mude? Que desejo ele quer que você ignore? Que desejo quer que você tenha? O que ele quer que você faça? Que dever espiritual ele deseja que você almeje? Em que área ele quer que você seja fiel? O que de errado ele quer que você faça de modo correto? Ele está trabalhando em você para fazer você querer e realizar o que vai agradá-lo. Você sabe o que é que ele quer que você queira e realize?
Vamos nos curvar em oração e pedir ao Senhor: Senhor, o que estás operando em mim para querer e realizar? O que queres que eu faça? O que queres que eu deseje? O que queres que eu anseie? O que queres que eu faça? Que trabalho queres que eu realize? Mostra-me. Pai, ouve esta oração de cada coração, em nome de Jesus. Amém.
Fim

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