
Deixe-me meio que ir um pouco devagar em nosso assunto, se é que é possível. Estamos em Filipenses, capítulo 2, versículos 14 a 16. E eu intitulei a mensagem “Pare de reclamar.” Há uma razão para isso, e é bastante óbvia, se você olhar o versículo 14, onde Paulo diz: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas,” que são realmente duas maneiras de dizer para parar de reclamar. E enquanto eu estava pensando sobre essa mensagem muito pertinente sobre viver a vida cristã sem reclamar, ficou muito claro para mim que vivemos em uma sociedade muito reclamadora. E eu realmente acredito que estamos criando uma geração de reclamadores, e eles parecem estar piorando a cada geração que passa.
E como eu já disse a você em várias ocasiões, é curioso para mim que a sociedade mais favorecida é a sociedade mais descontente, que quanto mais as pessoas têm, mais elas parecem descontentes com o que têm, mais reclamadoras elas parecem ser. Ao pensar sobre isso, e haveria muitas maneiras de abordar o assunto, eu estava apenas inadvertidamente ligando o rádio nesta semana, e ouvi o discurso de um sociólogo que foi bastante curioso para mim e bastante interessante. O sociólogo defendeu algo muito interessante. Ele estava falando sobre os jovens em nossa cultura, falando sobre seu descontentamento, falando sobre sua atitude de reclamação, sua resistência à responsabilidade, e como isso nunca é do jeito que eles gostariam. E eles passam a vida com um tipo de descontentamento, uma espécie de rejeição das coisas do jeito que são. E ele tinha uma tese interessante. O que ele basicamente disse foi o seguinte: que em muitos aspectos, esta geração descontente de jovens é produto de famílias pequenas. Sua tese era que onde você tem famílias em que média é dois ou menos filhos, é claro que a família média agora na América é de 1,7 filhos, o que é meio estranho pensar; como um irmão disse a sua irmã: “Eu sou o um e você é o ponto sete.” Mas toda família parece ter por volta de 1,7 filhos. Percebemos que as famílias estão ficando cada vez menores e se movendo em direção a famílias de apenas um filho, isso se tiverem. A maioria das famílias na América tem nenhum, um ou dois filhos.
Agora, sua tese é que esses tipos de famílias pequenas, em uma sociedade materialista, geram filhos egoístas e autoindulgentes. E ele deu uma ilustração muito simples, alguns de vocês podem ter ouvido a transmissão. Ele disse, por exemplo, quando você só tem um filho ou dois, eles se levantam de manhã e a mãe diz para eles, o que você gostaria de almoçar? "Oh, eu gostaria de manteiga de amendoim, eu gostaria de atum,” ou qualquer outra coisa. E assim, ela vai na cozinha e ela prepara. E então, quando eles vão para a escola, ela diz: “Bem, o que vocês gostariam para o jantar, quando voltarem para casa?” “Oh, bem, eu gostaria disso, bem, eu gostaria daquilo.” “Ok, bem, vou preparar isso para você e aquilo para você.” “A propósito, a que horas vocês vão estar em casa? Para que horas devo planejar o jantar?” E as crianças dizem: “Bem, por volta, temos de fazer tal coisa, estaremos em casa por volta das 16h, 17h.... 17h30 está bom.” Está bem. Se você é criado em uma família de quatro, cinco ou seis filhos, você se levanta pela manhã e recebe uma bolsa. E quando você sai de casa, sua mãe lhe diz: “O jantar é às 17h30. Se você estiver aqui, vai comer.” E quando você vai para a mesa em uma pequena família, e sua mãe faz das tripas coração para preparar algum tipo de culinária que ela tirou de um livro de receitas exótico e dá uma mordida, na típica família de uma ou duas crianças, as crianças dizem: “Eu não gosto disso. Eu não quero isso.” Em uma família com cinco ou seis crianças, se alguém diz: “Eu não gosto disto,” a criança ao lado dele diz: “Que bom!” e pega aquilo.
E a diferença é que onde você tem uma família pequena, o sistema se inclina para a criança. Onde você tem uma família grande, a criança se inclina para o sistema. E então, o que você tem, ele disse, são os jovens que crescem em um ambiente onde o sistema se inclina para eles. E você tem pais centrados na criança.
Eu sabia, como criança, uma das razões pelas quais eu queria crescer era que eu queria liberdade. Eu vivia em uma sociedade totalmente conformada. Eu comia o que eles me davam. Eu nunca me lembro de ir às compras com minha mãe, nunca. Eu usava o que ela trazia para casa. Eu nunca escolhi alguma coisa, nunca. Eu nem me lembro de ir a uma seção de roupas de lojas de departamento quando era jovem. Minha mãe me trazia o que eu precisava, e eu vestia. E eu me conformava ao sistema. E eu esperava a vida adulta para poder ficar livre para fazer minhas próprias escolhas. O inverso é verdadeiro, agora; as crianças crescem controlando a família e não querem se tornar adultos, porque isso significa conformidade. Então, elas têm de ir trabalhar, e ninguém no trabalho diz: “Agora, como você gostaria que seu escritório fosse decorado? E a que horas você gostaria de fazer uma pausa para o almoço?” Ninguém diz isso. Eles colocam você em uma linha de montagem ou colocam você em um lugar onde você é forçado a se conformar, então o que você tem é uma geração de jovens que não querem crescer.
E esse sociólogo disse no rádio, você pergunta para o garoto do ensino médio: o que você quer fazer quando sair da escola? Qual a resposta dele? "Eu não sei." Você pergunta para o estudante universitário: o que você vai querer fazer quando estiver fora da faculdade? "Eu não sei." E a razão pela qual ele não sabe é porque ele está adiando a responsabilidade, porque responsabilidade significa conformidade com um sistema, enquanto a infância para ele tem sido a liberdade absoluta. Coma o que quiser quando quiser, use o que quiser quando quiser, e sua mãe irá levá-lo a qualquer lugar que você quiser quando quiser. E assim, você cria uma geração de jovens irresponsáveis. E quando conseguem um emprego, conseguem um emprego simplesmente para se financiarem, para que possam desfrutar de suas indulgências e, quando têm 28 anos, sua placa diz: "Ganha quem tem mais brinquedos.” A ideia da idade adulta é coletar brinquedos, barcos, carros, viagens de férias, assim por diante.
Agora, o que você tem nesse tipo de coisa, disse esse sociólogo, é que está criando descontentamento temperamental. E você constrói jovens que não podem se conformar e não podem ser satisfeitos, filhos excessivamente indulgentes que não querem ser adultos, continuam a se livrar da responsabilidade; eles crescem em um ambiente que controlam. Eles não gostam de ser controlados. E eles se tornam descontentes. Eles não querem assumir responsabilidades. Eles não querem trabalhar. E os anos da sua vida adulta são tristes. Eles ficam mal-humorados, muitas vezes, tornam-se reclamadores. E eu realmente acredito que ele esteja certo em muitos casos. Uma das maldições de nossa cultura são os tipos infantis de adultos que são realmente reclamadores sobre tudo. Nada é suficiente. É por isso que temos uma sociedade inteira com uma mentalidade crítica, atacando constantemente tudo.
Agora, quero que você saiba que isso encontrou seu caminho para a igreja. E a igreja está cheia de seus próprios reclamadores, e o que é realmente triste, é que muitos deles são controlados pelo descontentamento de seus filhos. Pessoas saindo da igreja porque seus filhos não gostam dela. Não consigo imaginar uma coisa dessas, a menos que seus filhos controlem a família. A igreja tem seus reclamadores. E aqui estamos com tantos. Como é possível que reclamemos só porque cada pequena coisa na vida não é exatamente do jeito que queremos? Francamente, eu sugeriria a você que poucos pecados são mais feios para mim e feios para Deus. Francamente, acho que a igreja em geral faz muito para alimentar isso, continuando a propagar essa autoestima, essa autossatisfação que simplesmente alimenta o mesmo descontentamento. Há pouca lealdade. Há pouco reconhecimento. Pouca gratidão. E há muito pouco contentamento. E, infelizmente, o que acontece eventualmente é que sua reclamação, resmungo e murmuração descontente não são nada mais do que culpar a Deus porque, afinal, Deus foi aquele que colocou você onde você está. Então, saiba bem de quem você está reclamando.
Agora, tendo dito tudo isso, há um sentido em que essa queixa é parte de nossa cultura. Há outro sentido em que não é uma novidade. Quem foi o primeiro reclamador que já andou na terra? Quem foi? O primeiro ser humano queixoso que andou por aqui foi o primeiro ser humano que andou por aqui. E qual foi a primeira queixa de Adão? “Deus, a mulher que tu me deste.” Estamos nessa confusão por causa desta mulher. Ele não culpou Eva; ele culpou a Deus. Eva não teve nada a ver com isso. Deus fez Eva. Adão não era casado; ele acordou numa manhã e estava casado. Deus poderia ter escolhido qualquer um que ele quisesse, ele a escolheu. Por quê? É culpa de Deus. Ela levou toda a raça humana ao pecado. A mulher que tu me deste, reclamando. Caim queixou-se a Deus sobre a obra de Deus em sua vida, Gênesis 4.13 e 14. Moisés queixou-se a Deus por não fazer o que ele queria que ele fizesse quando queria que ele fizesse, Êxodo 5.22 e 23. Arão e Miriã se queixaram a Deus contra Moisés, seu líder escolhido e seu próprio irmão em Números, capítulo 12. Jonas se queixou a Deus porque estava zangado com Deus por salvar os ninivitas, Jonas, capítulo 4, versículos 9 e 10. E ainda é um passatempo popular reclamar com Deus. E posso dizer que todas as suas reclamações, de uma maneira ou de outra, são queixas contra o propósito providencial e a vontade de Deus.
Há um novo livro chamado "Decepcionado com Deus,” muito popular, e sendo muito fortemente promovido. Nele, parece-me que reclamar contra Deus está certo. Ele meio que tenta definir Deus como um amante solitário incompreendido que está realmente tentando resolver as coisas, mas é realmente uma espécie de vítima de todos nós, e não devemos reclamar contra ele, devemos amá-lo. Que visão estranha de Deus. Ele não é um amante solitário incompreendido; ele é o Deus soberano que ordenou as circunstâncias de todas as nossas vidas. E reclamar contra Deus, resmungar contra Deus, é um pecado e devemos ver isso como tal.
No nono capítulo de Romanos, versículo 20: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” Quem afinal de contas é você para responder a Deus? Que coisa impensável de se fazer. E ao descrever os apóstatas, em Judas 16, o texto diz: “Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões.” Tudo o que eles querem é o que querem; quando não recebem, não entendem, reclamam e encontram falhas. É um pecado característico dos orgulhosos e é um pecado característico dos perversos.
Agora, a tragédia desse pecado em particular é que é muito contagiante. Deixe-me tomar um minuto para levá-lo de volta ao Antigo Testamento, capítulo 13, de Números. E eu quero que você me siga, e nós vamos pelo menos passar por esta pequena introdução, e eu acho que isso prepara o terreno para o que está à nossa frente. Isso é realmente muito, muito interessante, e muito importante. Voltamos à ilustração número um do povo mais reclamador que o mundo já conheceu, a saber, quem? Os israelitas. O texto de Números 13 nos dá uma pequena visão do poder potencial dessa atitude de se espalhar. O versículo 30 diz: “Calebe acalmou o povo diante de Moisés e disse: Deveríamos subir e tomar posse dela, pois certamente a venceremos.” Josué, você se lembra, e Calebe, voltaram de espionar a terra, e eles disseram: é possível; Deus está do nosso lado, nós podemos tomá-la. “Mas os homens que tinham subido com ele disseram: não podemos ir contra o povo, porque eles são fortes demais para nós.” Que nada mais é senão do que duvidar de Deus. “E, diante dos filhos de Israel, infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura.” E então, eles disseram: “Também vimos os Nefilins, os filhos de Anaque são parte dos Nefilins e nos tornamos como gafanhotos à nossa própria vista, e assim ficamos à vista deles.”
Então, eles voltam com esta reclamação: nós nunca faremos isso, não vamos conseguir, não podemos derrotá-los. É um relatório ruim. Vai falhar, nunca vai conseguir. Profetas da desgraça, eles são. E eles estão realmente reclamando do fato de que Deus lhes disse para entrarem.
Agora, vá até o capítulo 14, observe o que acontece no versículo 36: “Quanto aos homens que Moisés enviou para espionar a terra e que voltaram e fez toda a congregação” - o quê? - "resmungar contra ele, trazendo um relatório ruim sobre a terra, mesmo aqueles homens que trouxeram o relato muito ruim da terra” - siga isto - "morreram por uma praga diante do Senhor.” Você sabe o que o Senhor pensa de resmungões? Ele os matou porque eles espalharam um descontentamento contra Deus. Esse é o problema. Essas pessoas reclamaram contra Deus, queixaram-se contra Deus chamando-as para ir à terra, reclamaram porque as probabilidades estavam contra elas humanamente falando. E em sua descrença e reclamação contra Deus, fizeram toda a nação resmungar, e como resultado, Deus os matou com uma praga. Resmungar realmente se espalha, e o seu descontentamento, e o seu espírito crítico, e a sua atitude de resmungar, e as suas queixas murmuradoras vão infectar outras pessoas.
Aqui estavam os filhos de Deus. Eles haviam sido tirados do Egito. Deus havia separado o Mar Vermelho para eles. Eles tinham visto as dez pragas, as pragas milagrosas no momento de sua libertação. E assim que saíram da terra do Egito começaram a reclamar, e isso nunca terminou. Posso levá-los através de uma pequena caminhada? Vá para Êxodo, e vamos voltar para onde isso começou, em Êxodo. O versículo 11, do capítulo 14: “Então disseram a Moisés” - e eles agora estão no deserto. “É porque não havia sepulturas no Egito que você nos levou para morrer no deserto?” Eles disseram: “Por que você nos traz aqui? É porque não havia sepulturas no Egito?” Declaração de zombaria. Quer dizer, não havia um lugar para nos enterrar lá? Você tem de nos levar para o deserto para nos enterrar? “Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito?” Aqui está a reclamação, não é que eles queriam aquilo. Eles deixaram o Egito, não é do jeito que eles queriam. Faraó está se movendo atrás deles, e eles começam a reclamar. Claro, Deus fez uma coisa maravilhosa, ele abriu o Mar Vermelho, afogou todo o exército do Faraó e os salvou.
Vá para o capítulo 15, eles vêm através do Mar Vermelho, eles foram libertos, e neste grande capítulo 15, o canto de Moisés, ele canta a grande libertação de Deus. E mal passaram por isso, versículo 22, então Moisés conduziu Israel do Mar Vermelho, e eles foram para o deserto de Sur, e eles andaram três dias e não tiveram nenhuma água, três dias. E eles chegaram a Mara, eles não podiam beber as águas de Mara, elas eram amargas, por isso foram chamadas de Mara, então as pessoas o quê? Resmungaram a Moisés dizendo: "O que vamos beber?" Novamente, a mesma atitude. Capítulo 16, a propósito, Deus providenciou água para eles. Você se lembra disso. O versículo 27, do capítulo 15, doze fontes de água, e eles acamparam ali junto a 70 palmeiras, e eles tiveram uma festa. “Então, partiram de Elim, e toda a congregação dos filhos de Israel chegou ao deserto de Sim, que se encontra entre Elim e Sinai, no décimo quinto dia do segundo mês após a sua partida da terra do Egito, e toda a congregação de Israel resmungou contra Moisés.” Nunca nada é suficiente. Abrir o Mar Vermelho e fornecer a água, mais murmuração. “Se tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, estaríamos melhor lá quando nos sentamos perto dos potes de carne, quando comemos pão ao máximo.” Rapaz, esta é uma multidão crassa, certo? Eles não se importam com nada além de comida. “Todos nós vamos morrer de fome.” Rapaz, eles são muito profundos, não são? Pessoas reais e profundas. "E o Senhor provê novamente." É absolutamente incrível. Deus envia codorna, Deus envia maná.
Então, você chega ao capítulo 17. “Tendo partido toda a congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, fazendo suas paradas, segundo o mandamento do SENHOR, acamparam-se em Refidim; e não havia ali água para o povo beber. Contendeu, pois, o povo com Moisés e disse: Dá-nos água para beber.” Veja, aqui está mais reclamação, murmuração, resmungo, briga, discussão. “Moisés disse a eles, por que vocês brigam comigo? Por que vocês testam o Senhor? Foi ele quem ordenou as circunstâncias. Mas o povo tinha sede de água e eles reclamaram contra Moisés e eles disseram: por que agora você nos tirou do Egito para nos matar e a nossos filhos e nosso gado, com sede?”
Bem, Moisés está chegando ao fim de sua paciência. Então, Moisés clamou ao Senhor, e tenho certeza de que foi alto: “O que devo fazer a este povo? Um pouco mais e eles vão me apedrejar.” Que grupo, hein? Então, o Senhor disse: “Passa adiante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel, leva contigo em mão o bordão com que feriste o rio e vai. Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá. Moisés assim o fez na presença dos anciãos de Israel. E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós ou não?“ Não demorou muito para o povo esquecer a provisão de Deus.
Agora, vá para Números por apenas um momento ou dois, porque quero que você veja este padrão. Agora, eles estão na outra ponta dos 40 anos. Eles estão prontos para entrar na terra. E não é muito diferente. Versículo 1, do capítulo 11, de Números: “Queixou-se o povo de sua sorte aos ouvidos do Senhor.” Você deve sublinhar isso. “Eles se tornaram como aqueles que se queixam da adversidade. Queixando-se da adversidade nos ouvidos do Senhor.” É para onde a queixa foi realmente dirigida. “Ouvindo-o o Senhor, acendeu-se-lhe a ira, e fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu extremidades do arraial. Então, o povo clamou a Moisés, e, orando este ao Senhor, o fogo se apagou. Assim, o nome do lugar foi chamado Taberá porque o fogo do Senhor se acendera entre eles.” Quarenta anos depois, e eles estiveram reclamando o tempo todo sobre tudo.
O versículo 4 diz: “E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná.” Dia após dia, isso é uma queixa típica. Capítulo 14, Deus continua provendo. Deus envia os espiões para a terra. E o que acontece? Eles saem, eles dão este mau relatório: nós não podemos fazer isso. O versículo 27 do capítulo 14: “Até quando” - o Senhor diz a Moisés e Arão - “sofrerei esta má congregação que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações que os filhos de Israel proferem contra mim. Dize-lhes: Por minha vida, diz o Senhor, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. Neste deserto, cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes.” Deus diz: “Matarei muitos de vocês, vocês jamais entrarão na terra prometida,” e ele fez isso. Ele fez isso.
Capítulo 16, versículo 41: “No dia seguinte,” que dia seguinte? No dia seguinte, depois de Deus ter punido algumas pessoas por invadirem o sacerdócio. No dia seguinte após a lição objetiva de Deus sobre o tratamento sério de sua lei, “toda a congregação dos filhos de Israel” – versículo 41 – “murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do SENHOR.” E o Senhor ficou furioso. Versículo 45, o Senhor diz: “Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei num momento; então, se prostraram sobre o seu rosto.” E Moisés disse a Arão:“ Pegue o seu incensário e coloque uma fogueira do altar e leve o incenso e leve-o rapidamente à congregação e faça expiação por eles, porque a ira saiu do Senhor, a praga começou. Então, Arão tomou como Moisés tinha falado, correu para o meio da assembleia, pois eis que a praga havia começado entre o povo, então ele colocou o incenso e fez expiação pelo povo. E ele ficou de pé entre os mortos e os vivos e a peste foi controlada, mas aqueles que morreram pela peste foram 14.700, além daqueles que morreram por causa de Coré,” onde o solo engoliu todos eles. Deus simplesmente começa a massacrar milhares deles por causa de suas reclamações, murmurações, descontentamento.
Você encontra isso novamente no capítulo 20. Você encontra isso novamente no capítulo 21. Não vou lê-los para você. Suponho que o resumo de tudo isso poderia estar no Salmo 106, apenas escute isto, versículo 25. Ele diz: “Eles não creram em sua palavra, mas resmungaram em suas tendas. Eles não ouviram a voz do Senhor. Portanto, jurou a eles que os lançaria no deserto.” E foi exatamente isso que ele fez.
Um texto do Novo Testamento para o qual chamo sua atenção, 1Coríntios 10. Em 1Coríntios 10, versículo 8, ali diz: “E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram” – ou seja, o povo no deserto com Moisés, é deles que ele está falando – “e caíram, num só dia, vinte e três mil. Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes.” O versículo 10 é a chave: "Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador." Bem, você diz: "John, por que você leu tudo isso?" Eu vou lhe dizer por quê, olhe para o versículo 11: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa.” Agora, amado, deixe-me dizer de forma simples: para mim, não passar por essa pequena história de Israel seria ser infiel àquele texto. Essa é a ilustração clássica de como Deus se sente em relação às pessoas descontentes, malcontentes e reclamadoras. É um pecado grave. É dirigido a Deus que ordenou suas circunstâncias. Reclamar, e deixe-me dizer a você, e aqui está a definição que quero que você entenda: reclamar é o sintoma de um problema espiritual profundamente semeado. E qual é esse problema? Não confiar em Deus e não se submeter à sua vontade providencial. Reclamar é um problema espiritual profundo. Não é superficial. E em suas raízes está uma falha em confiar em Deus, e isso é um pecado sério, porque se você não acredita em Deus, você o torna um mentiroso. E também é um fracasso ou uma rejeição da sua vontade providencial. É desconfiança contra Deus e não submissão ao seu plano e propósito em sua vida. É um pecado grave. Deus odeia esse pecado, e se você quiser saber o quão sério é, ele matou pessoas por isso, e ele diz que o que ele fez para eles, abatendo-os no deserto, é um exemplo para você ao final da era de como Deus se sente sobre o pecado da reclamação.
Ouça Lamentações 3.39. Anote esse texto, porque você vai querer voltar para ele. Duas pequenas linhas mas, rapaz, são profundas. “Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.” Quem é você para reclamar diante de seus pecados? O que você merece? Você merece o inferno, eu também. De que eu deveria reclamar? Bem, então esse tema feio de reclamar é o coração dessa passagem. E é aquilo que Deus absolutamente detesta, o pecado de reclamar.
Você diz, bem, agora, vamos voltar para Filipenses e ver como tudo se encaixa. Por que ele diz no versículo 14: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas?” Bem, o que significa “tudo?” Ah, agora nós temos a chave. A que “tudo” se refere? Bem, nós apenas temos de voltar ao versículo anterior. De fato, voltaremos a dois versículos antes. Você se lembra disso? “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação.” Você se lembra de nossas discussões sobre como desenvolver a sua salvação? É disso que ele está falando. Quaisquer que sejam os elementos para desenvolver a sua salvação, faça-os sem reclamar ou contestar. Em outras palavras, em toda a sua vida cristã, em tudo o que você faz por obedecer a Deus, em tudo o que Deus está trabalhando em você para querer e realizar segundo a sua boa vontade, certifique-se de que você nunca reclame. Essa é a ideia.
Então, agora temos um companheiro para os versículos 12 e 13. O versículo 12 diz: “Desenvolva a sua salvação.” O versículo 14 diz a você a atitude para fazê-lo. Você pode entender isso? É com essa atitude que você desenvolve sua salvação. É uma obediência sem reclamar. Você não se queixa do que Deus lhe chama para fazer. Você não se queixa do que ele lhe pede para fazer. Você não se queixa das circunstâncias em que ele lhe pede para fazê-lo. Quem é você para reclamar em vista de seus pecados? É pela graça que você não é consumido, e reclamar é em si um pecado orgulhoso e perverso.
Então, aqui você tem uma ordem bem geral: “desenvolva a sua salvação.” Por que ele desce de forma tão restrita e diz: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas?” Isso não é muito estreito e muito limitado? Não. Essa é a atitude que se ajusta ao comando geral. Por quê? Porque a vida não vai servir sempre o que você gostaria. Deus vai permitir que você passe por provações, testes e dificuldades, não para fazer você reclamar, mas para ajudá-lo a orar, ensiná-lo a confiar, ensiná-lo a ser grato e agradecido pelo que você tem, porque assim você pode ver as coisas difíceis também. Então, esta não é uma ordem restrita e isolada, esta é uma ordem ampla de atitude geral que, em todas as coisas estão relacionadas ao desenvolvimento de sua salvação, você as faz sem nunca murmurar ou discutir.
Agora, essas duas palavras são muito básicas. Murmurar é uma palavra onomatopaica; isto é, ela soa exatamente como significa. A palavra é goggusmos. É uma palavra onomatopaica mal-humorada, grunhida. Significa um murmúrio, uma expressão de descontentamento, uma expressão de insatisfação, um resmungo, na verdade um balbucio em voz baixa. É, aliás, a palavra exata usada na tradução da Septuaginta grega de Êxodo e Números, onde lemos sobre os resmungos de Israel. É reclamação expressa em uma atitude negativa. É uma rejeição emocional da vontade de Deus. É uma rejeição emocional da providência de Deus. É uma rejeição emocional de suas circunstâncias que vem em balbucios, resmungos, reclamações, verborreia. É uma rejeição emocional das circunstâncias que Deus escolheu para sua vida e os requisitos que ele tem para sua conduta.
E depois, há uma segunda palavra, contendas. Dialogismos, de onde obtemos diálogo. Ela significa questionamentos, críticas. Isso agora é um debate intelectual com Deus. O primeiro é uma dor emocional na barriga. O segundo é um debate intelectual com Deus. Você quer discutir com Deus por que as coisas são como são. Ou você quer argumentar com Deus sobre por que você tem de fazer o que tem de fazer. Ou você quer argumentar com Deus sobre por que você está na circunstância em que está, no casamento, no trabalho, na solteirice, na residência, seja lá o que for. Ou até mesmo na igreja, para esse assunto. Argumentar com Deus por descontentamento, debater com Deus porque você tem uma ideia melhor. Enquanto a primeira palavra significa apenas resmungar, queixar, murmurar, quase um tipo emocional de coisa gutural.
Então, Paulo está dizendo, veja, no desenvolvimento da sua salvação, a atitude básica é uma atitude que não reclama. Por quê? Você está vivendo em um mundo muito caído. Você está vivendo na carne caída. Nem sempre vai ser do jeito que você gosta, as pessoas ao seu redor nem sempre serão do jeito que você gosta. As circunstâncias nem sempre vão ser eufóricas e perfeitas. Não vai ser um mundo idealista. Você desenvolve a sua salvação e em todas as coisas que você faz, e em todas as circunstâncias que você se encontra, nunca reclame, porque Deus odeia isso, e ele julgou isso severamente como um exemplo para você de como ele se sente sobre isso.
Tiago até fala sobre isso, capítulo 5, não é mesmo, versículo 9: “Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas.” Você sabe qual é o quadro? É como uma criancinha em seu quarto, um irmãozinho conversando com sua irmã e dizendo: “Garota, odeio o jeito que mamãe nos trata, eu odeio o jeito que papai faz isso,” e o que ele não sabe é que papai está de pé na porta. E quando você está com dor de barriga e reclamando a Deus sobre como é, e como sua vida é, e como seus filhos estão, e como estão suas circunstâncias, e como isso e como aquilo, apenas saiba que o Senhor que odeia reclamações está de pé na porta. Pecado grave, pecado grave. Não só para Paulo, mas obviamente Tiago se sentiu compelido a nos lembrar também. Até Pedro nos lembrou em 1Pedro 4.9: "Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração." Não reclame também contra outras pessoas. Tiago aludiu a isso, assim como Pedro. E se você reclamar contra Deus, você vai se sentir infeliz por ele estar por perto, porque você também vai reclamar com todos os outros. Ele vai aparecer lá nesse nível.
Então, a ordem é bem simples. Faça todas as coisas sem reclamar ou sem murmurar ou contender. Agora vamos parar por aí. Esse é o ponto principal. Existem três razões, três razões absolutamente emocionantes, maravilhosas e práticas, vamos olhar para elas da próxima vez. Mas eu não quero que você me desligue. Ouça agora, você faria isso? Tente o seu melhor para sobreviver até hoje sem reclamar sobre algo. Você faria isso? E faça uma nota toda vez que você reclamar, e você descobrirá que para muitos de vocês é um modo de vida. E é francamente tão absolutamente habitual que você provavelmente nem percebe qual é a característica dominante. E então, lembre-se de Lamentações, por favor? Apenas lembre-se de Lamentações 3.39 e decore: “Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.”
O que você acha que merece? Trabalhe nisso hoje, pode ser? E vamos tentar fazer isso mesmo sem um motivo. Nós vamos conseguir isso da próxima vez. Vamos nos curvar juntos em oração.
Senhor, é tão triste na sociedade em que vivemos perceber que quanto mais temos menos nós apreciamos. E isso é verdade até em nossa vida espiritual. Tenho visto isso na Grace Church. Eu me lembro nos primeiros dias, Senhor, quando estavas começando a fazer um trabalho poderoso aqui. Todos estavam tão agradecidos, todo mundo estava tão agradecido, todo mundo estava tão emocionado e tão abençoado. E agora, Senhor, depois de anos de fidelidade e anos de ministério, e anos de bondade, e anos de graça, de repente muitas pessoas começam a reclamar. Como pode ser? Como as pessoas podem esquecer? Como podemos esquecer? Como seus filhos podem caminhar pelo Mar Vermelho em terra firme, e três dias depois, reclamar contigo? Como eles podem receber água de uma rocha e, alguns dias depois, reclamar contigo? Como eles podem receber maná do céu e reclamar que a vida não é o caminho que deveria ser? Como eles podem se dirigir à terra prometida e reclamar porque todas as circunstâncias não se encaixam em sua preferência particular? Ó Senhor, é a queda em nós, e nossa queixa se torna um hábito que nem percebemos. Ajuda-nos a vê-la, ajuda-nos a ouvir com nossos ouvidos as queixas da nossa boca. Ajuda-nos a entender a disputa em nosso coração quando te questionamos, e por que devemos fazer o que devemos fazer, e por que é assim. E, Pai, ajuda-nos a aprender o exemplo de Israel e a ver que aqueles que resmungaram pereceram; aqueles que resmungaram foram julgados. E ajuda-nos a saber que tu ainda estás de pé à porta, e tu ainda vais castigar aqueles que cometem o pecado de reclamar. E, Senhor, ajuda-nos a lidar com o fato de que muitos dos problemas em nossa vida são a correção que trouxeste sobre nós por um espírito queixoso. Ajuda-nos a ser gratos, ó Deus, pois não merecemos nada, absolutamente nada, e, ainda assim, tu tens sido tão bom para conosco. Ajuda-nos a fazer todas as coisas no desenvolvimento da nossa salvação, sem reclamar, sem esse descontentamento emocional, e sem que o intelectual discuta contigo como se tivéssemos um caminho melhor. Mas, Senhor, quando as coisas estão difíceis, podemos nos voltar em oração, nos voltar para a tua Palavra, e podemos nos voltar para te louvar e, nesse contexto, encontrar o propósito para o qual tu nos trazes a dificuldade, em nome de Jesus. Amém.
FIM

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