
Romanos capítulo 3, nós começamos no versículo 25, e na primeira parte vimos que a necessidade de todos os pecadores foi satisfeita, porque a justiça de Deus está disponível ao pecador através da fé e essa justiça está disponível por causa do sacrifício de Cristo. Quando Cristo morreu na cruz, Ele pagou o resgate. Agora, para esclarecer algo que eu não disse, o resgate foi pago a Deus. Algumas pessoas pensam que Jesus pagou o preço para o diabo. Não, Ele pagou o preço para Deus. O que destrói tanto alma quanto espírito no inferno não é o diabo. O que destrói tanto alma quanto o corpo no inferno é Deus, o Juiz é Deus. Deus foi ofendido. A Lei de Deus foi violada. A culpabilidade do pecador está relacionada a Deus. A justiça de Deus precisa ser satisfeita; Cristo oferece o sacrifício que satisfaz a justiça de Deus. Então, a necessidade do pecador é satisfeita no sacrifício de Cristo que se torna o preço da redenção ou preço do resgate para Deus para que Sua justiça seja satisfeita e a justiça de Deus possa descer do céu para o pecador. Então, a necessidade do pecador é satisfeita.
Ao mesmo tempo, Paulo faz um ponto começando na metade do versículo 25 e indo até o final do capítulo, que Deus também está satisfeito. A necessidade do pecador é satisfeita, Cristo morreu pelos pecadores. Sabemos disso. A Bíblia diz isso. O Novo Testamento diz que Cristo morreu pelos pecadores. Mas o que as pessoas talvez não pensam é que Cristo também morreu para Deus, que Ele morreu para Deus. Esse tema é tão grandioso que é praticamente inesgotável. Cristo morreu para Deus. No primeiro capítulo de Romanos versículo cinco, diz, Paulo esta dando uma palavra pessoal como testemunho junto com outros apóstolos e pregadores do evangelho, “por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios,” essa última linha é a chave, “pelo Seu nome, pelo Seu nome.”
Em última análise, a salvação é para a glória de Deus, a honra de Deus, a exaltação de Deus. Terceira João versículo 7, João fala que os evangelistas saíram por causa do Nome, por causa do Nome. Eu posso introduzir algo em sua mente que talvez você nunca pensou? A razão pela qual salvação não é basicamente para seu beneficio; é para a glória de Deus. Nós somos um meio para um fim. Nós não somos o fim. Deus não salva os pecadores porque eles são tão amorosos. Deus não está cheio de amor incondicional pelos pecadores. Ele está repleto da Sua própria gloria e Ele encontrou em sua salvação dos pecadores um meio para sua glória eterna, perante os santos anjos e todos os redimidos.
Quando Paulo completa o capítulo 11 de Romanos, e você pode ir para o final do capítulo 11, ele chega no fim de uma grande dissertação sobre a salvação; que vai do capítulo 1 até o capítulo 11. Ele chega no final e como em muitas outras cartas, ele entra em uma doxologia. Ele teve todas essas razões santificadas, todos esses argumentos lineares, racionais para a maravilha do evangelho. E no final, ele entra em uma adoração doxológica, “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!” Ele não consegue deixar de dar glória a Deus pela sabedoria de Deus e o conhecimento de Deus demonstrado na salvação. “Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” Deus não tem conselheiro, você sabia disso? Deus não tem conselheiro. “Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?” Ele também não deve nada a ninguém. Ele não deve nada a ninguém. Ele não recebe informação de ninguém. “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
O propósito da salvação é resultar para a gloria de Deus. Quando o Senhor nos conselhos da eternidade, antes da criação, teve uma reunião Trinitária, o Pai proclamou Seu amor pelo Filho. E Ele disse ao Filho, “Eu quero lhe dar uma humanidade redimida. Eu quero lhe dar uma humanidade redimida porque eu Te amo e o amor dá, o amor divino dá de maneira divina sem limites.” E o Pai numa expressão de amor para com o Filho, determinou que Ele criaria um mundo e deixaria esse mundo cair em pecado, que Ele recuperaria desse mundo uma humanidade redimida, que Ele daria essa humanidade redimida como noiva para Seu Filho para essa humanidade redimida glorificar Seu Filho para sempre e sempre e sempre.
E Paulo em 1 Coríntios nos fala que quando estiver completa, e a humanidade redimida estiver completamente cheia, que Deus Pai a dará ao Filho como Sua noiva. E de acordo com 1 Coríntios capítulo 15, o Filho pegará a humanidade redimida e com Ele mesmo Se dará junto com a humanidade redimida de volta ao Pai em um ato recíproco de amor. Você é, de alguma forma, uma parte da grande ação de amor dentro da Trindade. Tudo é para a glória de Deus, absolutamente tudo em última análise volta-se para a glória de Deus. Tudo volta para um último acorde para a gloria de Deus; assim a doxologia no final do capítulo 11 é a parte principal do livro. Começando no capítulo 12, novamente a palavra “então,” e veja bem, a estrutura, a estrutura do livro de Romanos é construída com uma série de “entãos.” Mas a partir do capítulo 12, é um comportamento consequente à luz de uma salvação tão gloriosa.
Assim, em um senso geral, precisa ser dito que o propósito da salvação é a glória de Deus. Jesus disse em João 17 quando Ele estava fazendo a oração do grande mestre, “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” É tudo em torno da glória divina. Todo o plano da redenção é sobre a glória divina. Todas as pessoas que são convertidas são um presente de amor do Pai para o Filho. “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim;” certo? João 6 “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” Porque? O Pai escolhe, o Pai dá, o Filho recebe, o Filho mantém, o Filho cria. E a humanidade glorificada então se torna no coro eterno de aleluia que oferece louvores a Deus para sempre e sempre e sempre. Nós nos perderemos em amor e adoração, como o hino antigo diz.
David Brainerd, o grande missionário para os índios americanos, que cativou o coração de Jonathan Edwards, escreveu, “Eu não vou para o céu para ser honrado. Eu não vou para o céu para ser honrado, mas para dar gloria a Deus. Não importa onde eu ficar no céu, não importa se eu terei um assento auto ou baixo, só para viver e servir e glorificar a Deus. O meu céu é satisfazer a Deus, glorificá-Lo e ser completamente devoto à glória Dele para sempre.” Brainerd morreu e cumpriu isso. O propósito eterno da salvação é nos fazer capaz de glorificar a Deus para sempre e sempre.
Agora, falamos como o pecador é satisfeito pelo sacrifício de Cristo. Então vamos falar como Deus é satisfeito no sacrifício de Cristo, como Deus é glorificado. Eu vou dar a você talvez quatro pontos para pensar que fluem desse texto. Volte para o terceiro capítulo de Romanos. Deixe-me ler o versículo 25b, até o final, só para relembrá-lo. “para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso. Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.” Como então a morte de Cristo glorifica a Deus? Como santifica a Deus? Como coloca Deus em evidência?
Número um, a morte de Cristo declara a justiça de Deus, declara a justiça de Deus. Há uma questão em aberto diante da cruz. Há uma questão em aberto flutuando no mundo e a questão é essa: Como pode Deus perdoar os pecadores? Nós entendemos Sua misericórdia. Entendemos Sua compaixão. Mas com que base Deus perdoa, por exemplo, Abraão? Como pode Deus depositar em Abraão a justiça divina pela fé? Como Ele pode fazer isso? Como Deus pode declarar Noé e sua família justos? Como pode Ele dispensar a eles a justiça de Deus? Como Ele pode fazer isso por Enoque ao ponto de Enoque andar com Deus? Como Ele pode fazer isso com Elias que foi levado para o céu, ou qualquer outro do Antigo Testamento? Como Deus faz isso sem ser injusto? Essa é a grande questão. Como que Deus perdoa os pecadores, dá-lhes Sua justiça sem ser acusado de ser injusto?
É uma pergunta muito importante. A justiça de Deus pode ser suspeita. E essa era uma das coisas que irritava os Fariseus porque, claro, irritava aqueles que estavam ouvindo o apóstolo Paulo e que eram legalistas Judeus. Eles não conseguiam viver com o fato de que Deus poderia depositar sua justiça pela fé em algum pecador. E eles voltavam para o Antigo Testamento e falavam que Deus se declarou santo, Ele é santo demais para olhar para a maldade, Ele não tolera a iniquidade. Quando Deus vê a iniquidade no Antigo Testamento, Ele julga, Ele pune. Veja, os pagãos tinham deuses que eram inconstantes. Eles tinham deuses que supostamente poderiam ser acalmados com cerimônias, ofertas religiosas, sacrifícios, certas condutas morais. Mas como você vai esperar do Deus infinitamente santo que Ele deposite Sua justiça em um pecador arrependido? Você vê, no Judaísmo a forma dominante do Judaísmo formada pelos Fariseus, você oferecia a Deus sua santidade. Você não caia diante de Deus, batia no seu próprio peito e dizia, “Tem misericórdia de mim pelo meu pecado.” Você chegava diante de Deus como o Fariseu em Lucas 18 e falava, “Eu Te agradeço que não sou como esse homem. Eu dou o dizimo, eu oro, eu faço jejum. Eu te ofereço minha justiça.” Isso eles entendiam. Mas como podia Jesus ficar com as prostitutas, criminosos, cobradores de impostos, bandidos, e toda ralé excluída da sociedade, Judeus fora da sinagoga que tinham sido destituídos de suas identidades sociais por causa da iniquidade? Como que Ele pode sentir-se confortável com eles?
Ele foi acusado, não foi?, de ser amigo de pecadores, bêbados, pessoas más. Uma vez em uma refeição na casa de um Fariseu, uma mulher que deveria ser uma mulher da rua com uma reputação ruim, entra e começa a lavar os pés de Jesus com seus cabelos, uma casa aberta, ela deve ter passado, viu Jesus, e queria mostrar seu amor por Ele. E o Fariseu que estava conduzindo o evento ficou tão horrorizado e sabia que se Jesus fosse Deus, Ele saberia que tipo de mulher ela era e Ele não deixaria essa mulher tocar Nele. Isso estava tão fora de como eles viam a justiça perante Deus. Então quando o evangelho vem, e Jesus diz, “Eu te ofereço perdão,” e Ele perdoava o pecado. Lembra o homem que foi descido pelo telhado, e “seus pecados sejam perdoados.” E eles ficaram chocados com isso porque a teologia deles falava que o homem tinha o problema que tinha porque ele era pecador, como o homem que nasceu cego em João 9. Como Ele poderia fazer isso? Esse é um ataque à justiça pura de Deus.
Então, a questão é a seguinte. Deus tolerou o pecado pela história da humanidade. Eles não poderiam negar isso. Deus tolerou o pecado pela história. Eles sabiam disso em seus corações, que Ele tolerou os pecados deles; eles ainda estavam respirando. E muitas pessoas sem justiça estavam prosperando. Na realidade, a liderança espiritual de Israel era toda injusta. Deus tinha feito vista grossa aos pecados das pessoas durante toda história da humanidade. Como Ele poderia fazer isso? Como Ele poderia perdoar Abraão? Como Ele poderia perdoar Moises? Como Ele poderia perdoar alguém no passado? Com base no que? Então vem a cruz. Então vem a propiciação por meio do sangue de Cristo, para demonstrar Sua justiça, porque na paciência de Deus, Ele passa sobre todos os pecados já cometidos. Você consegue ver agora? Você tem que explicar o fato de que nunca houve qualquer punição justa de todos os pecados passados perdoados. Você diz, “E os animais?” Não, os animais não eram sacrifícios que expiavam o pecado. Eram sacrifícios que apontavam para a necessidade da expiação do pecado, mas nenhum deles fez isso. É por isso que eram feitos sempre, toda manhã, toda noite, toda hora. A questão é: como você explica a paciência, a tolerância de Deus, o perdão passado por toda a era do Antigo Testamento? Como você explica isso? Pecados passados, antes de Cristo.
Por toda a história pecaminosa do homem, Deus passou por sobre seus pecados, perdoou-os, teve compaixão deles. Quando eles se arrependeram e vieram até Ele, Atos 17:30 diz, “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância.” Ele não interferiu ativamente. Ele não trouxe o julgamento requerido. A questão é: como Deus faz isso e ainda é santo? Os Judeus no tempo de Malaquias, na realidade, acusaram a Deus. Eles falaram, “Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada.” Onde está o Deus de justiça? Sabe, esses legalistas odeiam a graça. Eles a odeiam. É por isso que o filho mais velho ficou bravo quando o pai perdoou o filho mais novo na história do filho pródigo. Por que? Ele ficou bravo porque ele é um legalista. Legalistas odeiam o perdão. Assim, no tempo de Malaquias, eles falaram, “Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR,” eles podiam ver o perdão de Deus sendo oferecido e Deus ficando feliz com aqueles que faziam maldades, se alegrando em perdoá-los e eles perguntam: aonde está o Deus da justiça?
Assim, sempre que você pregar da graça em um ambiente de legalismo, isso não será bem recebido. E assim foi quando pregado por Jesus e quando foi pregado por Paulo. Ouça Salmos 78:38, “Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói; antes, muitas vezes desvia a sua ira e não dá largas a toda a sua indignação.” Você lembra o que Miquéias, o profeta, disse? “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade?” Miquéias 7. Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade? Nunca ouvi falar de tal divindade. Quem já ouviu de uma divindade assim? Não existe nada em nenhuma religião na história da humanidade como um Deus que perdoa como um Deus de misericórdia e compaixão. Você não irá encontrar. Deuses envolvem ira e retribuição, julgamento e vingança. Quem perdoa como o Senhor? Nunca ouvi de alguem assim. Então a pergunta está pendente pela história, como Ele faz isso? Como que ele pode fazer isso? E as palavras aqui no versículo 26 abordam a questão. Como Ele pode ser justo e justificar os pecadores que tem fé em Jesus Cristo? Como Deus pode ser justo e também o justificador? Isso é um dilema. Como podem entender que Deus é gracioso e misericordioso e ao mesmo tempo santo e justo? Perdão barato, todos sabem que o perdão barato é moralmente mau. O juiz é injusto. Se ele permitir um criminoso seja pronunciado inocente quando ele sabe que ele é culpado, ele não será juiz por muito tempo, se ele deixar o criminoso ir por ter compaixão dele. Porque a responsabilidade de um juiz é manter a Lei, não é?
Assim, no Antigo Testamento tem esse véu espesso sobre a justiça de Deus. E Ele é conhecido como um Deus de compaixão. Volte para Êxodos 34, “Eu deixarei Minha compaixão e Minha misericórdia passar por você.” Sua misericórdia é mostrada para milhares de pessoas, dizem as Escrituras. Como Ele pode fazer isso e ser justo? A morte de Cristo responde. A morte de Cristo é o que aponta para a justiça de Deus. Alguém tem que morrer.
Sempre me refiro a isto desta maneira. Todos os pecados cometidos por todas as pessoas que já viveram serão pagos, todos os pecados. Nenhum pecado deixará de ser punido. Todos os pecados serão pagos. Ou o pecador pagará por ele no julgamento eterno e nunca será capaz de pagar totalmente, ou foi pago em sua totalidade no sacrifício de Jesus Cristo. Mas todos os pecados serão pagos. Deus está tão comprometido com a misericórdia que Ele perdoa. Ele está tão comprometido com a justiça que Ele colocou Seu Filho na cruz como o sacrifício perfeito exigido por Sua justiça.
Assim, Paulo olha para o passado e define o registro correto: a cruz alcança o passado para cobrir o pecado. As pessoas dizem, “Como que as pessoas do Antigo Testamento são salvas?” Elas foram salvas porque creram no Deus vivo e verdadeiro. Elas sabiam que eram pecadores. Elas foram esmagadas pelo peso da Lei e pela incapacidade de manter a Lei. Elas não tinham nenhuma confiança em suas próprias obras. Elas imploravam por misericórdia e perdão, e graça e compaixão de Deus e Ele lhes concedeu baseado no sacrifício que ainda não tinha acontecido. Mas lembre-se, Cristo é o cordeiro sacrificado desde a fundação do mundo. Na economia do Deus eterno, não existe o tempo. O sacrifício de Cristo estende-se para o passado e para o futuro.
Assim, como Deus pode pronunciar um pecador como justo? A sabedoria do homem nunca poderia ter solucionado esse dilema, nunca. Assim, o versículo 26 diz como, olhando para o versículo 25, demonstra sua justiça, “para manifestar a sua justiça,” versículo 26, “tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente.” O tempo presente sendo o tempo do Novo Testamento. Deus escondeu isso no passado, agora é revelado no tempo presente. É por isso que Paulo chama o evangelho de mistério, certo? O mustērion, não algo que você não consiga descobrir, mas mistério na linguagem paulina quer dizer algo escondido, agora revelado. Então, quando você olha para a cruz, o que está acontecendo na cruz? Deus está sendo vindicado como santo. Deus está sendo vindicado como justo. Logo, a cruz foi para Deus. Foi para mostrar Sua justiça e aconteceu naquele tempo de modo que Ele pudesse ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus. A salvação, então, realizada por Cristo na cruz, a provisão da salvação, o meio da salvação, a propiciação, o sacrifício, é para Deus, para que Deus nunca pudesse ser acusado de ser injusto.
Como que Deus poderia ser acusado de ser injusto quando Ele foi ao extremo de executar Seu próprio Filho? E qualquer pessoa que entendesse o sistema sacrificial do Antigo Testamento, como nós vimos em Levíticos 1, poderia ter antecipado isso porque tinham literalmente milhões de sacrifícios de animais nos quais a morte de um substituto inocente demonstrava a necessidade de um sacrifício final por um substituto sem pecado. A cruz então demonstra a justiça de Deus, coloca a justiça de Deus em evidência mostrando que Ele não poderia ignorar o pecado, ele não poderia passar por cima do julgamento justo do pecado.
A cruz glorifica a Deus de uma segunda maneira, e vamos falar mais disso quando chegarmos em nossa sessão de amanhã de manhã. Em segundo lugar, a cruz não só glorifica a Deus declarando sua justiça, mas demonstrando Sua graça, demonstrando Sua graça. Versículos 27 e 28, “Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.” Não há espaço para a jactância, não há espaço para assumir o crédito, não há espaço para parabenização própria, só Deus pode fazer isso. É essencial, é fundamental ao compreender o evangelho que o ofendido tem que conceber os termos para remover a ofensa, não é? E Deus é aquele que foi ofendido. Deus é aquele que estabeleceu os meios pelos quais a ofensa pudesse ser removida. Deus é quem amaldiçoou o mundo. Deus é quem nos declarou pecadores. Deus é Aquele cuja Lei foi violada, cujo nome foi blasfemado. Então é Deus que determina o meio por qual isso pode ser revertido, e apagado, e eliminado. Ele concebeu um plano e Ele fez isso pela fé, sendo a fé o meio por qual somos justificados sem as obras da Lei. Essa é uma ação de pura graça, pura graça.
E já falamos sobre isso na primeira metade do versículo, mas você entende que precisamos de olhar para isso do ponto de vista de Deus? Não é só o quão maravilhosa a graça é para nós porque satisfaz nossa necessidade, mas quão maravilhoso é entender que Deus é um Deus de grande graça. A graça de Deus é exibida na cruz, a tal ponto que Ele coloca o Seu próprio Filho lá.
Sabe, enquanto terminávamos o livro de Marcos, passamos pelas agonias na Semana da Paixão na vida do nosso Senhor Jesus e revivemos todas as questões da cruz. E eu nunca faço isso mas o meu coração está completamente comovido, profundamente comovido pelo sacrifício do Senhor Jesus Cristo e que coisa horrível foi aquilo. No Jardim, seus vasos capilares estão se desintegrando então o sangue está saindo de suas glândulas de suor por causa do stress de carregar o pecado, ser alienado do Pai, ser punido é tão intenso que literalmente aparece em Sua fisiologia. E então, Ele faz essa oração, “Pai, passa de mim esse cálice,” e algumas pessoas já disseram, “Bom, esse é um momento de fraqueza.” Não, não é um momento de fraqueza. “Passa de mim esse cálice” é o único comentário possível e apropriado para alguém que nunca conheceu o pecado. Se Ele não dissesse isso pensaríamos que havia algo de errado com Ele. Não me diga que é um momento de fraqueza. É uma situação tão estranha para Ele, que é inconcebível para Ele, para mostrar o horror da situação. E creio que foi nas trevas do meio dia até as 15 horas, nessas três horas, que Ele carregou totalmente os pecados de todos os que creriam naquelas três horas.
Você diz, “Como Ele levaria em três horas toda punição de Deus por todos os pecados de todos que creriam quando todas essas pessoas se não cressem não poderiam suportar o peso da sua própria punição por toda a eternidade? Como pode Jesus, em três horas, suportar toda punição de milhões de almas que não a poderiam suportar para sempre no inferno?” A resposta? Ele tem uma capacidade infinita de suportar o julgamento de Deus porque Ele mesmo é uma pessoa infinita. A graça envolvida aqui é impressionante, impressionante. Isso faz lembrar, claro, quando escrevi o livro “O Conto dos Dois Filhos” e preguei aquela série do pai correndo e abraçando o filho sujo. Essa é uma condescendência absolutamente incrível.
Então, quando você olha para a cruz, você não vê só como ela satisfaz a necessidade do homem, mas como satisfaz a Deus, colocando sua justiça em evidência. E o fato que Ele torna essa justiça disponível pela fé, não pela Lei e não por obras, coloca a Sua graça em evidencia.
Em terceiro lugar, a cruz revela a consistência de Deus, Sua consistência. De alguma forma já tocamos nesse assunto e Paulo está repassando um pouco aqui para mostrar essas grandes verdades. A cruz aponta para a justiça de Deus, aponta para a graça de Deus, e aponta para Sua consistência. Versículo 29, versículo 28 diz, “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.” E então vem o versículo 29, “É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso.” Existem dois caminhos para a salvação? Existe um caminho judeu e um caminho gentio? Os judeus foram justificados pela Lei? E os gentios justificados pela fé? Isso tem sido sugerido por muitas pessoas. Se você vem de um contexto dispensacionalista tradicional, talvez lhe tenham ensinado isso. Mas esse versículo estabelece, versículo 29, que Deus é o Deus de todos os homens, judeu e gentio. Isaias 54:5 diz, “ele é chamado o Deus de toda a terra.” Jeremias 16:19, “a ti virão as nações desde os fins da terra,” e não há nem judeu nem gentio em Cristo. Sabemos tudo isso. Deus é o Deus de todos. Ele é o unico Deus. Não me envergonho do evangelho de Cristo; é o poder de Deus para a salvação, do judeu e também do gentio.”
E assim, o versículo 30 diz, “visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso.” Todo esse meio está modificando. Deus é úníco. O Deus único quer dizer que Ele é o Deus de todos. Não há outro Deus. Isso é monoteísmo. Deuteronômio 6:4, certo? “o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.” Ele salvará todos os homens pela fé através da graça. Ele justificará a todos que creem, judeu ou gentio. Ele salva todos da mesma forma por toda a historia da humanidade. Eu não sei o que você pensa sobre “dispensações”, mas se você está preso no passado com isso, você tem que entender que em todos os períodos da história humana, o mesmo Deus, o Deus único, salvou as pessoas de uma única forma, pela graça através da fé. Sempre pela fé. Nunca pelas obras. Sempre colocando em favor dos homens Sua própria justiça ainda que sejam indignos dela como um dom da graça.
Antes mesmo de Israel ser identificado, nós lemos, “Noé achou graça diante do Senhor.” Moises achou graça.” Abraão apropriou-se uma salvação graciosa pela fé.” Então esse sempre foi o jeito de Deus, e Deus não pode ser acusado de divergência. “Eu sou o Senhor, Eu não mudo,” certo? Essa é a imutabilidade de Deus e funciona em todas as Suas operações.
Um último ponto. A cruz então satisfaz a Deus. Cristo morreu por Deus no sentido que a cruz declara a justiça de Deus, a graça de Deus, a consistência de Deus e também confirma a Lei de Deus, confirma a Lei de Deus. Se Deus disse, “Quer saber? Eu tenho pena de você. Eu só vou perdoar você.” Você ouve isso, “Deus te ama incodicionamente.” Mesmo? Eu acho que não. Mas a ideia do evangelho hoje é, você sabe, você faz essa oração bem curta e, boom, acabou tudo. E a Lei de Deus? Você quebrou a Lei de Deus, você morreu, certo? “O salário do pecado é,” o que? “a morte.” “A alma que pecar essa morrerá.” Gálatas capítulo 3, “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.” Do que trata isso? Quando dizemos que Deus perdoa pela graça e perdoa aqueles que creem e deposita neles Sua justiça, o versículo 31 pergunta, “Anulamos, pois, a lei pela fé?” E sobre a Lei? E quanto aos requisitos? Que sobre uma punição justa? “Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.” Nós confirmamos a Lei.
Quando você olha para o evangelho, você entende que não pode quebrar a Lei de Deus sem ativar sua justiça santa. Ou ela cai sobre você ou sobre Cristo. O escritor do hino muitos anos atrás disse, “Oh, que Salvador eu tenho. Nele as misericórdias do Senhor se ajuntam.” Eu amo olhar para a cruz da perspectiva do pecador. Mas eu acho que amo mais ainda olhar para a cruz da perspectiva de Deus. A cruz de Cristo coloca a justiça de Deus em evidência, a graça de Deus em evidência, a consistência de Deus em evidência, a santidade da Lei de Deus em evidência. Esse é o evangelho de Paulo. Esse é o evangelho dele. Essa é a beleza e a magneficiência disso. E não produz uma resposta superficial, não é? Sabe, quando você veio aqui ontem a noite, e começou a ouvir a música, você percebeu que estavam cantando louvores a Deus, certo? Não tinha nada pessoal naquilo. Era um louvor a Deus da forma mais elevada, da forma mais alta que conseguimos. Porque Deus merece o louvor por esta salvação.
Pai, nós Te agradecemos pela Tua Palavra mais uma vez, tão renovadora, essa manhã. Queremos tão somente honrar a Ti, nós Te adoramos, Nós Te amamos, nós te exaltamos. Obrigado por todos Teus excelentes dons a nós concedidos. Dá-nos um dia maravilhoso. Oramos no nome de Cristo. Amém.
FIM

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